Meu namorado é um Lobo [EM RE...

By Dudanortepelosul

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*EM REVISÃO* Ambos são diferentes. Mas os opostos se atraem. Nessa história, Katryna Thompson, com seus 16 an... More

Um
Dois
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Sete
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Nove
Onze
Doze
Treze
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Quinze
Dezesseis
Dezessete
Dezoito
Dezenove
Vinte
Vinte e Um
Vinte e Dois
Vinte e Três
Vinte e Quatro

Dez

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By Dudanortepelosul

Acordei com a dor me incomodando. Minha cabeça doía, minhas costelas, meus braços, minhas pernas. Eu estava totalmente quebrada, e literalmente tudo doía. Minha boca estava com gosto de ferrugem, pra ser mais exata, sangue. Pisquei várias vezes enquanto um líquido quente escorria da minha testa. Minhas mãos estavam soltas, mas meu pé permanecia preso pela corrente. Passei o dedo pelo meu supercílio e latejou. Olhei meus dedos cheios de sangue e tentei me levantar, mas a dor na costela me impedia de fazer qualquer movimento.

Estou com sede, estou cansada, estou com dor e com fome.

Gustavo Narrando.

- vocês tem notícias da Katryna?- pergunto para Madu e Gabriel assim que entro no colégio.

- achei que ela estava com você.- Madu diz passando a mão no queixo.

- ela não me mandou nenhuma mensagem para ir buscá-la hoje.- Gabriel diz olhando a tela do celular e voltando atenção para mim.

Olho para o portão do colégio, procurando os lindos olhos azuis dela, mas nada de vê-los. Fico surpreso ao ver quem passava pelos portões do colégio. A mãe de Katryna, com uma expressão cansada e triste, vestida com um terno de empresa e uma maleta. Ela olha na minha direção e Madu e Gabriel saem correndo para ter notícias de Katryna.

- tia.- Gabriel diz abraçando ela.- o que houve com a Kat?- ele pergunta e os olhos dela se enchem de lágrimas.

- ela não apareceu no colégio e nem mandou mensagem pra gente. Ela está bem?- Madu pergunta preocupada.

- vocês eram minha última esperança. Não vejo Katryna desde ontem de manhã. Ela não atende o celular, não responde minhas mensagens. Achei que ela estivesse com vocês.- ela diz e limpa uma lágrima que escorria pela sua bochecha.

- GUSTAVO.- escuto Rafael gritar e vir correndo até mim. Ele saí me puxando pelo braço e para quando estamos em um corredor praticamente vazio.- seus olhos e suas garras estão aparecendo, cara.- ele diz segurando meu ombro.- você está se transformando.

Meus batimentos cardíacos aceleram e minha respiração pesa.

- Gustavo, o que houve?- Rafael pergunta.- você está exalando medo, ansiedade e raiva.- ele diz segurando meu ombro novamente.

- ela... eles... eu...- eu tento formar uma frase para começar explicar o que tinha acontecido, mas as palavras sumiram e minha língua estava presa, era impossível falar alguma coisa. Me virei e saí correndo, corri até chegar no estacionamento do colégio. Entrei no meu carro e Rafael entrou no banco do passageiro.

- onde vamos?- Rafael pergunta.

- alcatéia.- é a única coisa que consigo responder e arranco com o carro.

O caminho inteiro o motor do carro urrou, enquanto eu só pisava mais no acelerador. Uma viagem de duas horas e meia, eu consegui terminar em uma hora e vinte minutos. Sim, eu olhei o relógio. Eu estava muito preocupado com o tempo que ela estava lá. Se eles não a matassem, ela morreria de fome ou sede. Entrei no portal para o mundo sobrenatural com o carro e acelerei no meio das criaturas sobrenaturais. Desci do carro acompanhado por Rafael e já cheguei uivando. Todos os lobos olharam pra mim preocupados e se aproximaram ainda na sua forma humana.

- Alfa.- eles dizem em uníssono e eu deixo
meus olhos lupinos aparecerem.

- se preparem.- Rafael diz por mim já que tinha virado uma confusão dentro da minha cabeça.- sairemos no fim da tarde.- ele completa.

A verdade é que eu não queria sair no fim da tarde, eu queria sair agora. Meu coração disparou novamente e eu apertei os punhos. O que eles pensam em fazer com ela? Por que pegaram ela? Eu disse pra ela deixar eu levá-la, eu disse pra ela não ir sozinha que era perigoso. Eu não acredito que por um descuido meu, eles a pegaram. Eu fiz tudo errado.

- ei cara.- Rafael diz e me abraça.- vai ficar tudo bem, relaxa.- ele diz dando tapinhas nas minhas costas.

- eu não deveria ter deixado ela só.- digo com a voz embargada.

- era pra ser Gustavo. Se aconteceu, é por que era pra acontecer.- ele segura no meu ombro e sai.

Vou salva-la, nem que me custe minha própria vida.

Katryna Narrando.

- ME TIRA DAQUI.- grito puxando meu pé que já estava todo machucado por causa das  correntes.- POR FAVOR, ME TIRA DAQUI.- grito novamente.

- CALA A BOCA.- um homem abre a porta de ferro e aperta minhas bochechas.- eu não quero ouvir mais nenhum piu.- ele diz me soltando e se virando pra sair.

- PIU.- grito e ele para de andar. Ele tá achando que vai mandar em mim assim? Ele vira e caminha até mim novamente, e aperta minhas bochechas de novo.

- não me provoque, coisa linda.- ele diz colocando as garras pra fora, se agachando ao meu lado e machucando minhas bochechas. Vejo as chaves das correntes no cinto dele e empurro ele para trás. Ele cai sentado e isso foi tempo o suficiente para que eu pegasse as chaves. Ele gruda no meu pescoço.- NÃO ME DESAFIE.- ele grita com muita raiva e me solta novamente e dessa vez sai, batendo a porta atrás de si. Aperto os olhos com força e choro. As lágrimas desciam como cachoeira e meu nariz já estava entupido. Minha costela latejava assim como minha cabeça e eu apenas encolhi meus ombros, depois de tanto chorar e me debater. O cheiro era horrível, e meu corpo já estava fraco por falta de água e comida.

- não tenho forças.- digo para mim mesma e sinto meus olhos se encherem de lágrimas novamente.- me desculpe por não ouvi-lo, Gustavo. Me desculpe por ser tão cabeça dura.- limpo minhas lágrimas e começo escutar as pessoas do lado de fora falando algo.

-...vamos mandar o vídeo dela sangrando pra ele?- uma voz masculina pergunta.

-...mas é claro. Ele vai sofrer quando a gente mata-la, e vamos gravar também, amanhã pela manhã.- a voz feminina responde e eu tento controlar minha respiração para que eles não vejam que eu escutei.

- agora vamos, temos uma longa noite.- a voz masculina diz e escuto os passos deles para longe da porta. Minhas mãos tremiam e eu comecei a procurar a chave o mais rápido possível. Uma das chaves destrancou o cadeado das correntes e eu me levantei. Senti tudo ficar escuro e me concentrei pra não desmaiar.

- força, Katryna.- sussurro e apoio na parede. Vejo a pequena janela e meu corpo passaria ali sem problemas. Começo pular e esmurro a janela com toda minha força, mas não se quebra. Pego a corrente e enrolo na mão. Três porradas e o vidro estava totalmente quebrado. Me apoio na parede novamente e minhas mãos pegam firmes nos cacos de vidros, cortando a pele dos meus dedos. As lágrimas escorriam dos meu olhos e eu fiz mais força até conseguir passar a cabeça pela janela.

Respirei calmamente e forcei mais até minha cintura passar, e quando finalmente fui passar minhas pernas, cortei uma de minhas coxas e o sangue escorreu pela calça. Comecei correr, o mais rápido possível, tentando sair daquele lugar. Minha visão embaçada, minha respiração ofegante e meu corpo totalmente machucado.

Gustavo Narrando.

Era noite quando recebi um vídeo de um número desconhecido. Abri o vídeo e a cada segundo que passava do vídeo, meu coração batia mais forte. Era Katryna, jogada no chão, enquanto duas pessoas chutavam sua barriga e seu corpinho pequeno. Deram porradas em suas costelas, em seu rosto e ela parecia estar inconsciente. Uma raiva subiu pelas minhas veias e o mesmo número mandou a seguinte mensagem.

- você vai adorar o próximo vídeo :)

Joguei o celular na parede e joguei todas as coisas que estavam em cima da minha mesa para o chão. Joguei a mesa para cima e chutei com toda minha força sobrenatural. Rosnei, uivei, e principalmente gritei. Me sentei no chão com lágrimas nos olhos quando escutei batidas rápidas porém fracas na porta.

- por favor Gustavo, abre.- eu reconheceria bem aquela voz angelical. Era a voz da Katryna, abri a porta o mais rápido que pude e olhei para ela. Um aperto em meu coração surgiu, ao ver a situação dela. Ela ia dizer algo, mas as pernas ficaram fracas e eu a segurei.- eu sinto muito.- ela diz e os olhinhos dela se fecham. Levo ela para dentro e chamo Rafael, eu não sabia o que fazer, eu só queria chorar.

E foi isso que eu fiz, chorei. Chorei por não conseguir salva-la, mas chorei ainda mais por ver o quanto ela estava machucada. Chorei por ver as mãozinhas pequenas dela totalmente cortadas, chorei ao ver as bochechas dela arranhadas, e o seu supercílio aberto em um corte gigantesco. Segurei na mão dela e comecei remover sua dor. E era muita dor, muita mesmo. Ela abriu os olhos e me encarou com seus olhinhos cansados.

- acho que minha anemia piorou.- ela sorri e eu só consigo pensar no que eu faria se ela tivesse morrido.- não chore.- ela tenta levantar a mão, mas a dor aparece novamente e ela apenas fecha os olhos.

- irmão, abre aqui.- Rafael diz e abro a porta correndo.

- eu não sei o que fazer.- limpo as lágrimas dos meus olhos e ele entra. Os olhos dele percorrem o corpo de Katryna que estava deitado no sofá. Ele parecia surpreso e ao mesmo tempo com dó.

- onde você encontrou ela?- ele pergunta.

- foi ela quem me encontrou...- digo e cai a ficha pra mim.- foi ela quem me encontrou...- repito e novamente meus olhos se enchem de lágrimas. Não foi eu quem encontrei a Katryna. Foi ela que me encontrou, o sorriso dela fez com que eu perdesse a noção da distância e batesse nela sem querer.

- pega a caixinha de primeiro socorros, vai.- Rafael diz tirando a blusa de frio e indo para o banheiro. Subo para o meu quarto e pego a caixinha azul, desço com ela em meus braços. Rafael pega um algodão com álcool e eu seguro na mão dela, pronto para tirar toda a dor que ela fosse sentir. Ele passa no corte do supercílio e eu vejo os olhos dela se abrirem rapidamente. Antes dela gritar, eu já estava pegando toda sua dor, e rosnando por doer muito em mim.

Parei de pegar sua dor, quando ela desmaiou por completo e Rafael continuo limpando os ferimentos. Ele tirou os cacos de vidro, mas os cortes eram muito fundos.

- vamos ter que leva-la para o hospital.- Rafael diz vestindo a blusa de frio e caminhando até a porta.- fico muito surpreso por ela ter conseguido chegar aqui, consciente. Ela está fraca e desidratada, e pelo que eu percebi, perdeu muito sangue.- ele diz abrindo a porta. Pego Katryna no colo e a levo até meu carro. Coloco ela sobre o banco e dirijo até o hospital seguido por Rafael.

- POR FAVOR, AJUDA.- grito chegando com ela no colo, enquanto o corte de perna dela ainda sangrava muito.

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