Três

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Acordei com meu despertador gritando a música In My Mind sem parar numa altura inexplicável. Apertei o botão para finalizar o despertador e me levantei. Me arrumei e desci com a mochila já nas costas.

- bom dia, querida.- disse minha mãe e leva a xícara de café nos lábios.

- bom dia.- sorrio e pego uma torrada. Saio de casa comendo e o lobo branco se passou pela minha cabeça, apertei o passo o mais rápido possível até chegar no colégio.

Subo as escadas rápido e sinto que estou sendo observada. Olho para trás, mas não tinha ninguém além de um casal se beijando. Viro para continuar andando mas dou de frente com um "muro". Desço escada abaixo rolando feito uma bola de futebol e assim que paro, vejo tudo girar.

- mas que inferno.- digo tentando me levantar mas minha perna doía muito. Comecei ser rodeada por vários alunos e foi me faltando ar. Alguém segura meus braços e eu encaro aquele par de olhos azuis perfeitos.

- saíam de cima dela.- ele grita raivoso e me pega no colo. Minha visão estava totalmente embaçada e eu sentia o perfume delicioso que vinha dele.

- eu já te achava um completo idiota, agora acertar minha melhor amiga é demais.- escuto a voz de Madu gritar isso.- pra onde está levando ela?- e eu não ouço mais nada, caí dentro da escuridão imensa e apaguei.

(...)

- ela está acordando.- escuto uma voz feminina dizer isso. Abro meus olhos lentamente e me acostumo com a claridade.- bem vinda, bela adormecida.- a moça diz e eu presumo que é uma enfermeira. Seus cabelos estavam presos em um coque bem alinhado e ela usava uma roupa totalmente branca.

- onde estou?- minha voz saiu falha e eu levei minha mão até meus cabelos. Percebo o tanto de fio que estão conectados a mim.- o que é isso?- pergunto me referindo ao soro que estava injetado em mim.

- bem, isso aqui é um hospital. E mocinha, você está com suspeita de anemia.- ela diz e eu tento me levantar e vejo uma faixa enrolada em minha perna.- você também machucou alguns tendões. Quase quebrou a tíbia, querida.- ela diz e injeta alguma coisa no soro.- descanse.

- olha, eu não vou dormir. Eu quero saber cadê minha mãe e eu nem sei ao certo o que estou fazendo aqui, e...- sinto meus músculos relaxarem.- uooou, acho que vou mesmo dormir.- sorrio e me escoro na cama novamente.- eu não acabei com você. Ao menos preciso de respostas mas...- minhas pálpebras pesam.- deixe pra lá.- eu digo e sinto meus olhos se fecharem sozinhos. Novamente apago.

(...)

- ISTO É CULPA SUA.- escuto a doce voz de Madu que estava extremamente irritada.- parece que é cego e não olha por onde anda.

- olha quem fala né.- a voz de Gustavo ecoou em minha mente. Eu reconheci sua voz, por que ela realmente mexe muito comigo.- você derrubou seu suco de uva em mim no meu primeiro dia de aula, Maria Eduarda.

- e você mal chegou no colégio e derrubou minha amiga da escada.- ela diz com a voz um pouco mais alterada.

- eu já disse que foi sem querer.

- EU NÃO QUERO SABER.- ela grita novamente.

- tem como ficarem calados? Estou tentando descansar aqui.- digo baixo, em um tom totalmente calmo.

- Katryna...- a voz de Madu se suavizou enquanto ela chamou meu nome.- graças a Deus, você está bem.

- bem, bem, eu não estou. Estou bastante cansada e dois babacas não param de gritar no meu quarto.- digo e dou um sorriso e abro meus olhos.

- como é bom ver seus lindos olhos azuis.- escuto a voz de Gabriel dizer isso e olho devagarinho para a porta do quarto. Lá estava ele, escorado com um sorriso e um olhar preocupado sobre mim. Gustavo ainda não havia pronunciado nada, e algo me dizia que ele nem ia.

Meu namorado é um Lobo [EM REVISÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora