Oito

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- tem algo errado.- Madu diz assim que eu passo pelo portão do colégio.- você nunca chega sorrindo.- ela diz se aproximando de mim.- o que houve??- ela pergunta e eu guardo meu sorriso pra mim. Eu estava tão feliz, pelo que Gustavo acabara de me falar por ligação.

"Quero que você conheça meus pais"

Essa frase estava ecoando na minha cabeça me fazendo explodir de felicidade.

- vai logo, fala.- Madu diz e eu sabia que se eu dissesse o que era ela ia me xingar e sair furiosa dali. Mas mentir não me parecia muito conveniente, então abri minha boca e por um instante eu fechei.

- eu beijei o Gustavo, ele me abraçou, fez carinho no meu cabelo, me levou pra sair, me alimentou, pegamos chuva, ele cuidou de mim e agora ele quer que eu conheça os pais dele.- digo rápido sem respirar, embolando as palavras para que ela não entendesse. Mas ela entendeu.

- quando você quebrar a cara eu vou olhar pra você e dizer "eu te avisei".- ela diz e se vira começando andar.

- Madu, uma vez na vida, eu vou fazer o que meu coração manda.- digo andando em sentido contrário ao dela.- e não vai ser você que vai me impedir de ser feliz.- finalizo a conversa com a certeza de que ela tenha escutado. Não entendo a implicância dos dois.

(...)

- você sabe que isso é ciúmes dela né?- Gabriel diz enquanto a gente pega nossos lanches no refeitório.

- ela devia entender né?- digo encarando o novo aluno que havia entrado na escola. Ouvi dizer que o nome dele é Rafael, e pelo que eu sei, ele é muito amigo do Gustavo.
Gustavo faltou novamente, e por um momento eu cheguei a pensar que ele não quer mais vir para o colégio.

- vai ficar tudo bem. Vocês sempre ficam bem.- ele diz e eu dou uma mordida no meu sanduíche.

Encaro Madu que estava sentada numa mesa sozinha. Eu queria ir até ela, e dizer o quão importante ela é para mim, mas o orgulho não deixou.

(...)

Saio do colégio e lá estava o Bugatti estacionado, com o "garanhão" encostado, passeando os olhos azuis pelos alunos.

- vai vir me buscar todo dia?- eu digo e ele sorri.

- vou te manter em segurança.- ele puxa meus braços e me abraça. As alunas encaravam e apontavam o dedo para nós, assim como os meninos encaravam o carro com brilho nos olhos. Gustavo repara que todos estavam olhando, inclusive Madu que fazia uma cara muito feia, com as sobrancelhas arqueadas. Ele segura minha cintura e deixa um selinho nos meus lábios. Escuto cochichos e Gustavo abre a porta para que eu entre. Entro e arrumo minha blusa de frio, me aconchego no banco do carro enquanto o ar condicionado estava congelando minhas mãos.

- como foi a aula?- Gustavo pergunta fechando a porta e dando partida no carro.

- não quero mais conversa com a Madu.

- ela não é sua melhor amiga de infância?- ele pergunta e eu viro o rosto.- tudo bem, deixe esse assunto pra lá.- ficamos calados por longos segundos, até ele puxar assunto novamente.- eu estava com saudades.- ele diz suavemente e sinto sua mão sobre minha coxa.

- eu te vi ontem.- sorrio para ele e ele sorri de olho na estrada.

- nossa, parece que fazem dois anos.- ele estaciona o carro em frente ao restaurante.- vem, você precisa se alimentar.- ele diz saindo do carro.

(...)

- eu acho melhor eu voltar outro dia, Gustavo.- digo em frente a porta da casa dos pais de Gustavo. Meu coração acelerado e meu estômago revirado demonstravam o quanto eu estava nervosa.

Meu namorado é um Lobo [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now