Meu namorado é um Lobo [EM RE...

By Dudanortepelosul

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*EM REVISÃO* Ambos são diferentes. Mas os opostos se atraem. Nessa história, Katryna Thompson, com seus 16 an... More

Um
Dois
Três
Quatro
Seis
Sete
Oito
Nove
Dez
Onze
Doze
Treze
Quatorze
Quinze
Dezesseis
Dezessete
Dezoito
Dezenove
Vinte
Vinte e Um
Vinte e Dois
Vinte e Três
Vinte e Quatro

Cinco

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By Dudanortepelosul

- ai, como você é chata Maria Eduarda.- digo empurrando Madu que continua me enchendo o saco.

- você se veste parecendo um mulambo e eu sou chata por tentar ajudar? Deveria deixar de ser grossa, isso sim.- ela diz me olhando novamente.

Duas semanas se passaram desde o dia do cinema. E bem, vi Gustavo aparecer no colégio no máximo umas 2 vezes. Ele não sorriu nessas duas vezes que eu o vi, muito pelo contrário, parecia tenso ou com medo. Mandei algumas mensagens perguntando se ele estava bem, mas sem parecer que eu estava preocupada, e a única coisa que ele respondia era "estou". Eu sei que há algo de errado, mas sozinha eu nunca vou encontrar minha resposta, e ele também não me ajuda. Gustavo não ficaria esse tempo todo sem ir ao colégio se não tivesse um bom motivo e uma bela desculpa pra faltar tanto. Talvez estivesse doente. Ou talvez só não está tendo vontade de ir para a aula e eu fico aqui pensando se ele deve ou não estar precisando de alguém nesse momento. E sobre o gigantesco lobo? Ele não me visitou mais, e eu achei até bom, eu não preciso ficar com tanto medo de sair de a pé assim.

- o certo seria você deixar eu te arrumar.- Madu diz por fim e bebe um pouco do seu refrigerante. Estávamos almoçando, e por acaso essa folgada veio para me atormentar a tarde inteira.

- Maria Eduarda, eu não enlouqueci ainda.- sorrio para Madu que faz cara feia por eu não querer a ajuda dela com a "moda".- você ouviu alguma notícia sobre o Gustavo?

- não quero falar desse ser que tentou arrancar sua vida.- ela diz e eu começo rir alto. Que exagero. A verdade é que, Madu não suporta a ideia de me ver sofrer novamente. Não por amor, e sim por apego. Eu não sofri com o tal Augusto, na verdade, não sofri nenhum pouco. Mas sofri muito com a morte do meu pai, sofri muito mesmo. Hoje em dia convivo com a dor, mas não ligo tanto pra ela.

- vamos, preciso de nota em química.- digo colocando meu prato na pia e subindo para o quarto.

(...)

- acho que devemos sair, Katryna. Shopping, que tal?- Madu sorri arrumando seu cabelo pela última vez no espelho.

- eu prefiro ir ao parque. Que tal?- digo arrumando a gola da minha blusa de frio e Madu apenas concorda com a cabeça. Esses últimos dias aqui andam congelando e bem, eu gosto muito de dias frios.

Desço as escadas e encaro a janela por um momento e meus olhos se encontram com o lobo branco. Por impulso eu abro a porta da frente, e caminho devagar até a varanda. O lobo olhava fixamente para mim e piscava devagar, exibindo seus lindos e chamativos olhos azuis. Eu sentia que eu o conhecia. Sim, eu conhecia aquele lobo, é engraçado eu dizer isso, mas seus olhos me eram familiar. Ele se levantou e meu coração disparou automaticamente. Cada passo que ele dava para se aproximar de mim, fazia meu coração se acelerar mais e mais. Estávamos tão perto que eu poderia encostar no seu pelo branquinho.

Ele se abaixou para que eu pudesse toca-lo, mas eu não consegui me mover. Sua cabeça tocou a minha, e então ele se virou e caminhou até sumir no meio das árvores.

- estou pronta.- diz Madu aparecendo com sua mochila nas costas. Minhas pernas estavam bambas e eu caí sentada assim que meu cérebro acaba de processar tudo o que havia acontecido.- o que houve?- a expressão de Madu muda, para uma totalmente preocupada.

- você não o viu?- pergunto apontando para as árvores. Ela olha por alguns segundos na direção que eu apontava e volta a me encarar.

- não vi o que?

- Maria, o lobo branco.- passo as mãos pelos cabelos e volto a olhar pra ela.

- isso é efeito do remédio? Tipo, delírios?- ela pergunta e me ajuda a levantar.

- ele encostou em mim, Maria Eduarda.- digo indignada.- eu não estou louca, ele é real.- olho novamente para as árvores e as folhas balançavam lentamente.- eu estou louca?- pergunto para mim mesma e balanço a cabeça várias vezes.

- eu acho que isso pode ser efeito do remédio, Katryna.- Madu diz e começa andar.

- vá se foder.- resmungo.- eu juro que era real.- completo e encerro o assunto ali.

(...)

Pego meu sorvete de casquinha, pago o rapaz e dou uma lambida, logo em seguida me sentando no banquinho de madeira, ao lado de Madu.

- certeza mesmo, que viu um lobo branco de olhos azuis?- Madu pergunta pela milésima vez. Madu sempre foi dessas, que faz a mesma pergunta mais de mil vezes só pra ter certeza da resposta.

- Maria Eduarda, vai se lascar.- faço cara feia e continuo tomando meu sorvete.- eu já disse pra você que eu vi e que ele encostou em mim e...- o celular de Madu começa tocar e ela sai pra atender.

- é, eu preciso ir, minha mãe enchendo o saco aqui.- Madu diz voltando depois de alguns minutos falando ao celular. Ela beija minha bochecha e sai.

- achei que ela não fosse embora. Já estava vindo aqui falar contigo sem dar atenção para ela.- uma voz rouca que eu reconheceria de longe diz e eu viro minha cabeça um pouco para o lado para encarar seu par de olhos azuis. Solto uma risadinha e ele se senta ao meu lado.- tudo bem?

- ah, eu estou bem.- falo dando outra lambida em meu sorvete que já estava quase acabando.- e você, Gustavo?- pergunto e ele fica parado olhando para suas mãos como se procurasse uma resposta.

- estou bem.- ele diz por fim. Eu até acreditaria na resposta dele, se ele não estivesse com o rosto tão abatido e nos seus lábios não tinha nenhuma sombra de sorriso.

- certeza disso?- pergunto e ele sorri, eu percebi que o sorriso era falso, então sorri de volta, na tentativa de fazê-lo sorrir de verdade. Ficamos encarando o nada, e as gotas da chuva começaram a cair lentamente sobre a minha face. Me levantei para seguir meu caminho, mas senti uma mão segurar meu pulso.

- fica aqui comigo, por favor.- Gustavo disse baixinho e eu sorri involuntariamente e me sentei ao seu lado de novo. Senti sua mão segurar a minha e entrelaçar nossos dedos lentamente, e apenas fiquei observando o rostinho dele. Ele parecia aflito, com medo, agitado.

- quer conversar?- pergunto me aproximando um pouco mais dele, enquanto sinto minha roupa começar a se encharcar.

- estou passando por um problema.- ele diz e olha nos meus olhos.- mas você não entenderia e mesmo que entendesse, não poderia me ajudar, isso me acompanha desde que nasci.- ele diz e me puxa um pouco mais para perto, rodeando seu braço pelo meu ombro. Eu poderia me esquivar, ou mandar ele não encostar em mim, mas eu gostei da sensação de proteção que eu havia sentido, e não era hora para começar uma briga infantil.

- vai ficar tudo bem, Gustavo.

- eu sei que vai.- ele diz bem perto do meu rosto. Gustavo encarava meus olhos, mas desce a atenção para meus lábios e por um descuido, ou vontade própria, nossos lábios se encostam e começamos um beijo devagar e calmo. A vontade de beija-lo já existia na minha mente, mas eu não sabia que poderia acontecer assim do nada. Uma de suas mãos subiram para minha nuca, enquanto a outra permanecia na minha cintura. O beijo era bom, na verdade, era excelente, e isso só me fez querer mais. Encerramos o beijo e só depois me dei conta do que havia acontecido, nossas testas estavam coladas e Gustavo permanecia de olhos fechados.

- olha só, parece que a esquentadinha é muito boa no que faz.- Gustavo sussurra baixinho e ainda ofegante, e eu apenas sorrio.

(...)

- para onde você está me levando, Gustavo?- pergunto depois de vê-lo virar na 5° esquina.

- você sempre faz tantas perguntas assim?- ele pergunta e continua se concentrando na rua enquanto dirigia.

- só quando a pessoa praticamente me sequestra.- digo e ele começa rir. Tiro minha blusa de frio que estava encharcada e percebo que a minha blusa branca estava colada no meu corpo, praticamente invisível já que dava pra ver tudo que havia por baixo. Gustavo olha para mim e volta a atenção para a rua, e novamente ele olha pra mim e sua atenção tem que voltar pra rua para não bater o carro.

- você não devia ficar assim, desse jeito, perto de mim.- ele diz e eu sinto minhas bochechas queimarem de vergonha. O carro para no semáforo e ele dá uma boa olhada para o meu corpo e eu tento cobrir com as mãos.- aliás, reconsiderando o que eu disse, pode ficar assim quantas vezes quiser.- ele gargalha alto e volta atenção para a rua já que o semáforo havia ficado verde.

(...)

- chegamos.- Gustavo diz descendo do carro e abrindo minha porta para que eu saísse. Desci do carro encarando as árvores que existiam naquele lugar, todas bem verdes e com as folhas molhadas por causa da chuva que havia acabado de parar. Uma pequena casa de madeira, um pouco antiga, mas com uma cara bem aconchegante, estava na nossa frente.

- onde estamos?

- no meio da floresta. Minha casa.- ele sorri e abre a porta para que eu entrasse.

- você não é um tipo de assassino em série não né?- pergunto e ele ri.

- eu nunca te machucaria.- ele diz sorrindo e me olhando de um jeito sincero. Sorrio para ele e entro.

- preciso voltar para casa antes das 21, ok?- digo tirando meu tênis que estava totalmente molhado. Gustavo entra em um cômodo e eu permaneço em pé, ao lado da porta.

Depois de longos 15 minutos, Gustavo saiu do cômodo com roupas secas e seu cabelo com os fios espetados totalmente molhados. Soltei um espirro e olhei para Gustavo enquanto segurava um braço com uma mão.

- como eu sou insensível.- ele nega com a cabeça, se aproxima de mim, segura minha mão e me leva até o cômodo de onde ele saiu. Era um quarto. Para ser mais exata, o quarto dele.- tome.- ele estica uma blusa de frio imensa para mim.- será que isso te serve?- Gustavo olhava uma bermuda vermelha grandona e eu apenas a peguei. Entrei no banheiro do quarto e coloquei a roupa que havia ficado imensa em mim, e saí dando de cara com Gustavo que segurava um edredom embaixo dos braços. Meu corpo inteiro estava frio, e eu sentia que estava congelando a cada passo que dava na casa. Gustavo se sentou no sofá, e eu me sentei do lado.

- cadê seus pais?- pergunto olhando em volta.

- essa é minha casa. Ou melhor, era a casa onde meu falecido avô morava.- ele diz e abre o cobertor. Eu tentava esquentar minhas mãos quando senti os braços fortes de Gustavo me puxarem pra si e e ele se deita, bem aconchegado no sofá, se abraçando em mim. Meu coração disparou e um sorriso largo surgiu nos lábios de Gustavo, como se ele soubesse que eu estava nervosa.- tudo bem, Katryna Thompson?- ele pergunta sorrindo e eu finjo que não ouvi. Seu corpo quentinho foi aos poucos me fazendo sentir um sono pesado e eu adormeci num piscar de olhos.

Sonho on...

Um casal caminhava sobre um campo, de mãos dadas e os dois sorriam, sorriam muito, como se transbordassem alegria. O garoto tinha um lindo sorriso, e quando finalmente pude vê-lo direito, encarei seus olhos azuis. Gustavo...

Ele beijou a face dela enquanto ela soltou uma gargalhada que eu reconheço muito bem. Essa gargalhada é minha. Eu odeio minha gargalhada por parecer uma hiena com dor de barriga. E lá estava eu, com um Deus grego, lindo e gostoso, segurando na minha mão.

- vamos cuidar bem dessa criança, Katryna.- ele diz e desce até a minha barriga.- tudo bem aí, bebê? Aqui fora está uma bagunça, e sua mãe é uma chata que briga comigo 24 horas por dia.- ele diz ainda de frente para a barriga.- estamos ansiosos para ver você. Papai já te ama, sem ao menos te conhecer.- ele deixa um beijo sobre a barriga dela e se levanta sorrindo.

Sonho off.

Acordei sorrindo feito idiota e encarei o cara que me prendia em seus braços.

- o que foi?- ele sorri e me aperta um pouco mais.

- um sonho bom. Muito bom.- digo e sorrio de volta. Maldita hora que eu conheci esse cara, meu Deus.

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