Diário de um ex-virgem gay

By jameslocled

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Olá a todos! Meu nome é Arthur, tenho vinte e três anos e... sou virgem! Esse é meu relato de como perdi minh... More

A origem do universo
Os homens...
O primeiro beijo...
Nasce a Alice
O caso Tom: Parte I - Namoro
O caso Tom: Parte 2 - Na estação
O caso Tom: Parte 3 - Massacre
Primeira vez: Parte I - Loirinho boyzinho
Primeira vez: Parte 2 - Hipocrisia
Primeira vez: Parte 3: Depois do ano novo
Primeira vez: Parte 4: Salva-vidas (sexo a três?)
Primeira vez: Parte 5 - Quem procura... se frustra
Primeira vez: Parte 6 - O acaso vai...
Primeira vez: Parte 7 (final) - Devia ter complicado menos
O primeiro amor
O primeiro desencontro
O caso Tom: Parte final - Que o destino se encarregue
Aquela inocência
OBIs: Parte I: Quando você me pede...
OBIs: Parte II: Quando você se vai...
OBIs: Parte III: Quando a batalha está perdida
Kaori e o terremoto
Atritos e bananas
Desencontros e não-encontros
Expose I: Alerta de Segurança
Expose II: Armário de Segurança Máxima
Expose III: Quebra de Segurança
O amigo do meu amigo virtual
Pré-Virada Cultural: Homem livre
Virada Cultural: Parte I: Uma longa noite
Virada Cultural: Parte 2 - Mãos dadas
Virada Cultural: Parte Final - Varando a Virada...
Pós-Virada: Consequências catastróficas com três punhaladas...
Liberdade?
Dias de cão
Não somos amigos
Semana GLTB: Parte I: Sinta o Amor em Mim
Linha tênue do amor e do ódio
Dia dos namorados: Pegação, desapegação e sanduíche
No meio do caminho havia... dois caminhos
Dançando no mesmo ritmo
O peso do Um Anel...
Par perfeito ou perfeito se torna?
Veredito: a versão dele...
Velhas incertezas em tempos de agosto
Antes: Arthur Versus Tiago: Homofobia internalizada
Durante: Identidade, Déjavù e armadilhas do destino..
Depois: Zona de conforto perante um céu de nuvens escuras...
A psicóloga, o rapaz sem nome e a gargalhada fatal...
O Quarto: Parte I. Castelos de areia, fundações de papel
Cobaia: O grande acidente de percurso...
Revide: Enfim, aconteceu...
Uma resposta à vida...
Experiência 3.9 e 4.5
Sobre a morte
Tremhunt: Esperando que o acaso aconteça...
Por que (não) choro?
O fim: Parte I: Expectativas de Banca Final
O fim: Parte II: Momento de glória
O fim: Parte III: Ironias e superficialidades natalinas
O fim: Parte 4: Ideias suicidas em um mar de acomodações
Retrospectiva 2010 - o ano que mudou tudo, e o futuro...

Design your own universe

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By jameslocled

Aquelas férias não foram só pendências no quesito romântico. Também tive que resolver a questão da minha carta de motorista. Quando fiz aulas de motorista, conheci o filho do instrutor, que trabalha na auto escola. Plínio nunca me enganou. Seu jeito de sentar, de rir e de fazer certos comentários (como dizer exatamente o perfume que um rapaz usava assim que ele saiu da auto-escola). Meu radar logo apitou, e ele até que era bem apessoadinho.

Paguei o quebra de carro e moto (vergonha, eu sei, mas fazer o que), cujos exames fiz em dezembro. E fiquei no aguardo da minha carta de motorista (que, para alívio da sociedade, nunca cheguei a usar).

O tempo passou, às vezes ligava na auto-escola e o enteado do instrutor, que trabalha lá também (super mal educado, vivia brigando com o Plínio) me atendia dizendo que minha carta ainda não estava pronta. Nisso se passaram sete meses. Com doze, eu tinha que renovar a carta e o faria sem nem tê-la utilizado (como se eu fosse fazer isso).

Encontrei o Plinio em um site de relacionamento gay (meu radar não falha) e falei um "oi" para ele por lá, mas ele me ignorou. Devia ser reservado ou não me reconheceu, rs.

Liguei na auto-escola e perguntei ao enteado arrogante o que estava acontecendo. Ele me disse que era um problema no Demutran, onde houve uma mudança de sistema. Pedi o número de lá e ele disse que não tinha (conta outra, auto-escola sem número do Demutran). Mandei um e-mail para o Procon explicando a situação e perguntando o que eu poderia fazer. Se fosse provado que a auto-escola agiu de má fé poderia processá-los por danos morais. Podem fazer o que quiser comigo, menos me fazer de palhaço.

No dia seguinte, o enteado ligou e disse:

"O Demutran ligou, é pra você ir lá para retirar sua carta."

No dia seguinte à minha reclamação o Demutran liga. Muito cômico. Fui lá e perguntei há quanto tempo minha carta ficou lá parada esperando. Me disseram que estava lá desde dezembro, mês que eu fiz os exames. Me subiu o sangue na hora. Expliquei que me disseram que o Demutran estava com problema de sistema e o cara riu na minha cara:

—É, te disseram isso, é? Cada coisa que dizem...

Isso me estressou pelo resto do dia. Fui no Procon do meu bairro e disseram que tinha que levar isso ao fórum da minha cidade. Eles que me aguardassem, pois mexeram com a pessoa errada. Não sou de fazer barraco, desde que não brinquem comigo. Ao menos essa pendência estava quase resolvida... Bom, na verdade não me lembro de como essa história acabou, mas provavelmente em pizza. Ah, e até falei com o Plínio em uns tempos recentes, mas ele é bem enroladinho e nunca marcou nada.

Bom, na terça feira seguinte, eu e Tiago tinhamos marcado de dar um passeio no parque do Ibirapuera mas perto da hora que marcamos lembrei que teria que ir no médico e tive que desmarcar de última hora, uma pena.

Estávamos há tempos querendo ir num parque mas sempre acontecia algo pra atrapalhar. Marcamos para mais tarde em um barzinho. Por causa dos medos que ele ainda tem com relação ao que os outros pensam, não entramos no barzinho e fomos ao cinema de novo, confesso que aquilo já tinha enjoado um pouco e o que eu mais detestava é rotina.

No cinema ele perguntou se eu tinha algo a dizer a ele e eu respondi que não.

Saindo do cinema, fomos ao Mc Donald (olha a propaganda) e lá ele tirou um embrulho da bolsa. Já fiquei bravo, por que no primeiro encontro, ele tentou me dar um presente e eu avisei a ele que só era pra me dar algo quando eu pudesse dar algum em troca. Ele me deu um Cd da banda Epica, chamado Design your Universe, a melhor banda do mundo, em seu melhor cd de carreira, não tinha como ficar bravo.

—Falei que não queria presente nenhum.

—Sim, quando não houvesse motivo. Mas hoje há.

—Qual?

—Um mês que te conheci, oras.

Bom, nunca sou bom com datas. Jamais lembraria que tínhamos só um mês juntos, mesmo por que parece muito mais, considerando o número de encontros que tivemos. E percebi meu recorde. A única pessoa que durou mais de um mês comigo foi o Leonard, isso por que ele viajava para o sítio dos pais e ficava semanas longe. Agradeci o presente e fiquei feliz, ainda que preocupado. Afinal, acho que ele realmente gostava de mim...

Segunda feira marcamos um local mais reservado, longe dos olhos alheios, onde ficaremos sem ter que se esconder de todos. E as férias acabaram.

Acho que a maior pendência que tenho em minha vida é o relacionamento com alguém. Eu queria fechar as pendências, uma pena que certas coisas não podemos simplesmente querer, já que envolvem diversos fatores. Mas não estava mais pensando nisso, como fui aconselhado. Deixando a vida acontecer. É como um amigo disse: "Se dessa vez eu não namorar, será por que eu não quis, e não adiantará eu culpar ninguém."

Tenho consciência disso. Pra fechar um trecho da música tema do cd do Epica:

"So many people will idolize

While their own success is in their reach

Don't forget you're able to

Design your own universe

Find your balance, sink into rumination

Ipsum te reperies

Potire mundorum

Potire omnis mundi"

Tradução:

"Tantas pessoas idolatrarão

Enquanto o próprio sucesso está ao alcance delas

Não esqueça que você é capaz de

Desenvolver o seu próprio universo

Ache seu equilíbrio, afunde em reflexão

Descubra-se

Domine o universo

Domine todo o mundo"

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