ASAN QUO, GUARDIÕES REAIS: TE...

By mitch_prieto

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Rick seguia uma vida monótona trabalhando em uma empresa convencional após sua separação conjugal, quando fat... More

Nota do Autor
Um: Uma Mensagem do Além
Dois: Estamos Ficando Sem Tempo!
Três: Let's Rollets
Quatro: Antigo Futuro?!
Cinco: Viemos da Terra
Seis: O Kancarô
Sete: Vamos para a montanha!
Oito: Tatô, Tatô?
Nove: O que há em Trezerg, Glenzer?
Dez: Anza, o desalmado.
Onze: Arkeris terum trarfyka
Doze: Danton e Naara
Treze: O planeta Hoag
Quatorze: O exílio de Otiron
Quinze: Martague, Martagos
Dezessete: Está feito
Dezoito: É Zalek!

Dezesseis: Estrag sa urgh, deden cotrun

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By mitch_prieto

Relâmpagos rolavam nos céus enquanto sons de trovões arrepiavam-me e raios me intimidavam com sua força. Entre o som das gotas da chuva e os trovões, ouvia aquela conversa que afetava não só meus ouvidos, mas a alma. Ela falava de nós como se fossemos meros animais irracionais sem destino, sem propósito, sem um objetivo, apenas animais... O céu escuro sempre trazia com ele a chuva, a esperança de que o amanhã seria diferente. Esperança de que amanhã eu me sentiria melhor ou que, de algum modo aquelas palavras ofensivas, sem cuidado ou sentimentos, pudessem não me ferir novamente. Ela tinha um papel insistente e maligno de tornar nossos amanhãs sempre piores do que o ontem. Ela dilacerava a carne de um menino, mas nele crescia um homem destemido, com destinos inimagináveis e inexplorados. Mas ele era ainda, apenas um menino.

— Esse é o líder — avisou Anza.

— Ham, baixo também — comentei.

— Observe — disse Anza gerando suspense.

Aquele pequeno ser se pôs à minha frente e foi crescendo aos poucos, até ficar um pouco mais alto que eu.

— Karifá Flem al Aroguir Martágue — disse o ser estranho tentando portar-se como realeza.

— Anza, você os entende? Não entendi uma só palavra! — disse completamente perdido.

— Claro. Vamos lá — respondeu Anza gentilmente. — Ele disse: "Líder Flem de Aroguir Martágue". Ele está se apresentando... — disse Anza disfarçadamente.

— Ah! Certo! Diga que me chamo Rick, e que sou o líder do grupo — solicitei, atento desta vez.

— Certo — Anza se virou para Flem e traduziu: — Karifá Rick al'sa Asan Quo.

— O que mais devo dizer? — questionou Anza.

— Que estamos a caminho de Belácia, mas que a energia de nossa nave acabou e pousamos forçado em Martágue, e que temos oans para trocar com eles — respondi ligeiramente.

— Certo — traduziu então Anza novamente:

— Erq sa ledum al Belácia, treg sa cirae al droki teredák zií lo arken arrúm sa'lo Martágue. Êstri oans el'sa cotrûn sa'lo iíe.

— Huum... Iíe aer skrôôngue? — perguntou Flem.

— Ele perguntou se somos guerreiros — disse Anza.

— Diga a ele que sim — instruí-o.

— Arrúm! — disse Anza.

— Aaaaaah! — disse Flem diminuindo seu tamanho inesperadamente. Debaixo de sua capa saem mais dois martágos e se retiram do local. Flem pequenino e acanhado olhando para baixo, diz:

— Estrág sa uuurrrrgh, deden cotrûn.

— O que ele disse, Anza? — perguntei curioso.

— Ele disse: "Matem o monstro, então trocamos".

— Ah, que ótimo! Estamos sendo chantageados por um anão alienígena... — resmunguei me sentindo lesado.

— Devo falar isso a ele? — perguntou Anza.

— NÃO! Espere... Você sabe que monstro é esse? — perguntei.

— Não me lembro de monstros por aqui, mas nada que seja páreo para a equipe Asan Quo — respondeu Anza confiante.

— É verdade — disse com certo orgulho. — Diga a ele que faremos.

Anza assentiu com a cabeça e disse a Flem:

— Arrúm. Iíã strág sa uuurrrrgh.

— Aaaaaah! Tatrá Zênguimimi — disse Flem.

Em seguida virou-se e foi em direção à caverna para a qual todos os outros martágos haviam se dirigido.

— Depois conversamos — traduziu Anza sua última fala.

Que criatura engraçada. Eles eram miniaturas de seres, não conseguiria chamá-los de anões, pois eram menores do que isso. Sua altura chegava pouco acima do meu joelho, muito pequeninos, pele de cor que lembrava a cor de ferrugem, pouco cabelo, suas orelhas eram diferentes, em formato cônico, repleta do que pareciam pequenas anteninhas por trás delas. Estrutura física semelhante à humana, exceto que suas mãos apresentavam seis dedos, sendo quatro acompanhando o indicador e um dedo a mais ao lado do polegar. Seus pés tinham uma articulação diferente, com dedos e extensões para frente e para trás, e os dedos dos pés pouco mais longos que os nossos, pareciam quase segundas mãos. Foi fácil entender como aqueles martágos conseguiram ficar um sobre o outro sem balançar. Além de tudo, e apesar da altura, eram fortes.

— E agora, Rick? Aonde vamos? — perguntou Danton.

— Vamos para aquela direção — respondi apontando para o caminho que anteriormente lemos ser perigoso.

— Então vamos logo! Chega de enrolação! Não gostei daqui! Quero sair logo deste planeta! Venha Volt! Vamos indo... — disse Isabela irritada.

— Concordo com você, Isabela. Nem árvores há nesse lugar! — disse Elgie com o mesmo sintoma, seguindo Isabela.

— Vamos indo, pessoal — disse seguindo as meninas.

— Como saberemos aonde temos que ir? — perguntou Baboo.

— Vamos seguir as placas — sugeriu Joel.

À frente, na trilha demarcada pelo chão vulcânico pisado e seco, avistamos algumas placas com sinais. Prosseguimos pela trilha, observando rochas grandes quase da nossa altura, piscinas vulcânicas com vapor à distância, vendo também bichos parecidos com lagartos que rapidamente passavam de um lado para o outro da trilha, temendo-nos. A primeira placa logo à frente expandia em quatro trilhas, e nos indicava mais direções.

— Por qual trilha prosseguiremos? — questionou Léa.

— Pela terceira trilha — sugeriu Anza.

— Por que, Anza? — perguntou Danton curioso.

— É fácil, é a única que diz "não vá por aqui, você morre" — replicou Anza rindo.

— Muito engraçado, Anza — comentou Isabela ainda entediada.

Seguimos pela terceira trilha que era a única que nos levava para um terreno mais baixo, em uma descida pouco íngreme.

— Porque os bichinhos correm de nós? — questionou Naara.

— Eles estão com medo do seu predador aqui — disse Joel referindo-se a Glenzer que estava fixando seu olhar nos lagartos que passavam.

Glenzer resolve voar ao invés de ficar no ombro de Joel, quando repentinamente dá um rasante e captura um dos bichinhos para se alimentar.

— É a primeira vez que o vemos caçar! Muito bem companheiro! — disse Joel o encorajando.

— Droga viu, que monstro ridículo! Fica se escondendo de nós só para nos atrasar! — disse Isabela um tanto irritada tirando o foco de Glenzer.

— Se acalme, Isabela... O encontraremos e terminaremos logo com isso — disse Léa tentando acalmá-la.

— Monstro covarde! Apareça logo!

Isabela começou a gritar trilha à frente tentando chamar a atenção do monstro que ainda não havíamos encontrado ou sabíamos como era.

— Vejam! Outra placa! — disse Danton correndo mais à frente acompanhando Isabela. — O que diz, Anza?

— Monstro lá embaixo.

— Então vamos seguir atentos... Ele pode até já estar nos observando... Não sabemos com o que estamos lidando — disse observando rapidamente à nossa volta.

Ouvimos de repente os gritos de Isabela novamente chamando pelo monstro bem à frente na trilha.

— Vamos logo! Essa menina está maluca! — disse Elgie surpresa com a coragem de Isabela.

Correndo pela ladeira extremamente íngreme que levava ao fundo de um grande cânion avistamos Isabela, Volt e Danton parados no meio daquela cratera com paredes enormes de rochas vulcânicas. Isabela ainda estava gritando para chamar a atenção do monstro que não tínhamos nenhum vestígio de onde estava.

— Isabela! Já chega, mocinha! Pode parar com esse show... Estamos todos sendo pacientes devido à situação, e você precisa aprender isso também! — disse eu mais bravo pelo falo de ela haver deixado à equipe do que por estar gritando.

— Rick... Acho que deu certo o que a...

— Baboo, agora não. Estou tentando ensinar uma lição a ela — disse interrompendo a frase de Baboo.

— Não, senhor. O senhor precisa ver aquilo! — disse Joel também me chamando a atenção.

— Joel, só um minuto! Estou tentando...

— Pai! Olhe! — grita Isabela me virando e apontando para uma caverna que havia na outra extremidade da cratera.

Então finalmente avistamos o tal do monstro, ou melhor, os monstros.

Dois bichos saíram da caverna, e dei graças por estarmos em grande número naquele momento. Os bichos eram diferentes, parecia que foram feitos para não deixar ninguém sair da cratera com vida. Atrás de nós vimos os montes de ossos pequenos empilhados nos cantos, certamente de muitos martágos, e então percebemos que estávamos num cemitério, num campo de batalha, e não apenas num cânion.

Um monstro parecido com um macaco Babuíno Anúbis cinzento com pouquíssimos pelos, de pouco menos de três metros de altura, corcunda, rosto todo deformado com cicatrizes, com mãos enormes e desproporcionais ao seu tamanho. Esse vinha pulando e se pendurando pela parede rochosa. Ele era rápido. O segundo, uma lesma enorme coberta por lava, porém movendo-se mais rápido que uma lesma, saiu seguida do macaco empoçando de lava por onde passava.

— Está bem, pessoal, vamos nos separar em dois grupos. Cada um com um monstro, ok? — sugeri ao ver que eles se aproximavam.

Melhor nos separarmos em três grupos então... — disse Léa olhando para a caverna.

Vimos sair um terceiro monstro da caverna. Um tipo de escorpião imperador preto, de quase três metros, assim como os outros, com quatro garras ao invés de duas, seis pernas não muito compridas, muitos olhos no rosto, boca grande e nojenta que terminava de despedaçar algo, e uma cauda azul com ferrão enorme na ponta.

— Isabela, Volt, Joel, Glenzer e Léa! Vocês pegam o macacão! — Ao dizer isso Volt pula do ombro de Isabela e se transforma no tigre, Isabela e Léa montam nele e eles atraem a atenção de seu inimigo.

— Anza, Elgie, Lumiá e Baboo! Vocês pegam a lesma gigante! — ordenei.

— Ah! Vai ser moleza! — disse Anza bem confiante. — Tome, Elgie, vai precisar disso! — disse Anza lhe entregando dois objetos parecidos com triângulos. — É só jogá-los contra o inimigo e apanhá-lo de volta. Você vai gostar — explicou Anza.

— Obrigado, Anza. Ia mesmo pedir algo para ajudar na batalha — disse Elgie mais segura.

— Danton e Naara! Vocês vêm comigo! — disse tendo dividido a equipe entre os inimigos para a batalha. — Vamos pegar o escorpião imperador...

— Esperem! E com o que eu fico? Com essa espadinha? — disse Naara menosprezando sua arma.

— Naara, fique com a Esfera de Elieus e veja se descobre o que ela faz! — disse Baboo lhe entregando a esfera que passara de transparente e invisível para um branco suave.

Naara recebeu a Esfera e logo saímos em direções opostas aos outros.

Glenzer já havia se transformado no grande pássaro, mas desta vez vi traços de guerreiro nele.

O macaco monstro enorme era rápido e muito forte. Ele arrancava pedregulhos das paredes e jogava-os contra Volt, que carregava Isabela e Léa tentando acertá-los, enquanto Joel com suas escopetas potentes atirava à distância. Vi Joel subindo em Glenzer que pegava com suas garras algumas pedras que o babuíno jogava, protegendo Volt e as meninas. Joel de cima de Glenzer tinha melhor posicionamento e visão. Eles trabalhavam em equipe. Aos poucos ver Volt foi se tornando mais difícil, pois Léa estava se camuflando da cor do solo.

Elgie jogava seus dois bumerangues que recém recebera de Anza, que se dividiam em três partes no ar, acertavam a lesma em seu corpo, que a perfurava, e depois se reuniam em uma só parte ao voltar para suas mãos, mas aparentemente nenhum dano causava a lesma, que envolta em lava continuava os perseguindo. Baboo atirava suas flechas, mas as flechas de energia pouco afetavam a lesma. Anza estava estudando o monstro tentando descobrir sua fragilidade enquanto fugiam dele.

E nós nos atracamos com o escorpião.

Ele era muito ágil com sua cauda e pinças. Era difícil atacar e esquivar em seguida, ou vice-versa, tamanha era a agilidade do escorpião.

Danton começou a atirar contra o bicho com as duas pistolas de três canos de Joel, com três munições distintas disparadas ao mesmo tempo, uma por cada cano, que causavam perfuração, explosão e congelamento. Era uma arma de fato muito interessante, e seus tiros davam grande dano ao escorpião imperador, ao mesmo tempo em que o irritava ainda mais.

— É isso aí, seu bicho nojento! Segure essas balas! — esbravejou Danton correndo e acertando o escorpião, desviando de seus contra-ataques, assim como eu.

Naara estava segurando a Esfera em suas mãos sem saber o que fazer, ou como fazê-la funcionar, enquanto eu e Danton tentávamos destruir aquele escorpião gigante e rápido. Até que o escorpião notou a presença inofensiva de Naara, e se voltou para ela, correndo em sua direção.

— Naara! Saia daí! — gritamos Danton e eu correndo atrás do escorpião.

Olhamos para ela, parada, apavorada, olhando para o escorpião que vinha em sua direção.

— Naara! Corra! — Danton gritava, correndo ainda mais rápido, atirando na traseira do escorpião que não se importava com os tiros, por descobrir nosso ponto fraco, Naara, ao que ele ia com sede de destruição.

A última coisa que vimos foi Naara cerrando os olhos fortemente, segurando a Esfera de Elieus com as duas mãos e abaixando a cabeça enquanto o escorpião imperador lançava um golpe extremamente mortal com suas pinças contra Naara. Foi quando um pequeno redemoinho de vento se formou onde Naara estava.

Danton e eu gritamos... Danton, com raiva e medo de ter perdido sua irmã... E eu, com raiva daquele monstro. Ele já havia tirado vida de muitos martágos, e agora da minha pequena irmã? Não... Isso não podia ser verdade. Havia eu trazido minha irmã mais nova para morrer em um planeta distante de ser nosso planeta lar? Havia eu depositado confiança demais em suas habilidades e dons? Naquele momento, querendo me livrar de qualquer culpa que minha consciência estivesse tentando me atribuir, meu ser se envolveu em raiva e intolerância, que me gerou mais força e energia.

O grande escorpião imperador estava lá parado procurando Naara após haver lançado seu pior golpe e, quando se virou Danton acertou-lhe dois tiros em seu rosto, que o deixou completamente cego... E foi nesse momento que pulei, pisando em sua cabeça, impulsionando-me até sua cauda, decepando-a junto com o ferrão. Ele estava agora cego e quase desarmado, sobrando-lhe suas quatro pinças.

— Danton! Agora! — gritei sinalizando nosso ataque.

Danton atirou nas pernas do escorpião, o que lhe tirou o equilíbrio, e eu pulei em sua cabeça novamente, fincando minha espada com a meia-lua em sua boca, e enquanto ele tentava me pegar com suas pinças, corri para trás abrindo-lhe o corpo ao meio com a espada.

— É isso aí, Rick! — gritou Danton comemorando nossa primeira vitória.

— Não comemore tão cedo irmão — apontei para os outros que ainda lutavam contra os monstros.

— Onde está Naara? — perguntou ele.

Balancei a cabeça negativamente. Ele surtou. Danton ficou profundamente triste por aquilo. Embora não soubéssemos ao certo do paradeiro de Naara, sabíamos que ela não estava mais lá. E eu apenas não conseguia sentir o mesmo que Danton sentiu ainda por estar transformado, o que lançava fora qualquer medo que um homem pudesse sentir.

Então ouvimos a voz de Naara... Sutil, doce e suave, como que nossa própria consciência falando a nós.

— "Estou bem! Estou bem aqui. Não se preocupem... Agora vão e ajudem os outros!" — disse Naara.

Onde Naara estava? Não fazíamos a mínima ideia. Mas saber que ela havia falado conosco nos deu tranquilidade para seguirmos em direção aos outros e ajudá-los.

— Danton, você ajuda no macacão e eu na lesma! — disse nos direcionando.

— Está bem! — concordou Danton.

— Vim dar apoio, Anza! Não descobriu a fraqueza deste monstro ainda? — perguntei sarcasticamente.

— Descobri sim, mas não temos meios para usar sua fraqueza — respondeu Anza. — Se colocarmos água sobre ela, ela vai virar uma estátua de pedra... Mas onde encontrar água em um planeta vulcânico? — questionou Anza, quase pedindo uma sugestão.

— Espere um pouco... Se não me engano havia uma pequena fonte de água no centro do vilarejo, lá atrás — falei comigo mesmo. — Devemos matar o babuíno e depois ir em direção à vila. Anza! Vá para o vilarejo e leve a lesma! Lá tem água! Estaremos atrás de vocês! — disse engenhosamente.

Anza concordou, avisou Elgie e Baboo e começaram a mudar seu curso para o caminho de volta ao vilarejo.

Quando consegui vê-los, Volt e Léa estavam um tanto machucados, mas nenhum deles havia deixado de lutar. Parei por alguns segundos para observar os movimentos do babuíno e descobrir em que momento eu entraria na batalha.

Vi Volt se preparando para soltar aquelas bolas de energia pela boca, e achei a oportunidade de fazermos múltiplos ataques.

— Joel, Danton! Vamos atacar juntos! — ordenei.

Enquanto eu corria em direção ao babuíno, Joel pulou de cima de Glenzer caindo em terra firme para atirar, Glenzer iniciou uma rajada de vento dificultando o babuíno de se movimentar tanto, Danton preparou suas armas e Léa se camuflou. Quando estava apenas a três metros do babuíno, que já estava com uma pedra enorme nas mãos para me acertar gritei sinalizando:

— Agora!

Uma rajada de tiros e bolas de energia vermelha foi o suficiente para destruir a rocha que o babuíno segurava sobre seu corpo, permitindo-nos acertá-lo inúmeras vezes. Aproximei-me dele e com um golpe preciso perfurei sua barriga... Ele gemeu alto pela dor, e com um soco de centenas de quilos me arremessou longe.

— Minha espada! — falei após ter caído.

De repente o babuíno inicia tentativas frenéticas de pegar algo em suas costas... E então seus olhos se arregalam e vemos uma grande quantidade de sangue escorrer por seu pescoço, onde abre um grande corte. Léa salta das costas do babuíno e corre em nossa direção.

— E fique morto, seu demônio! — disse Léa confiante.

— Muito bem! Não temos muito tempo! Vamos para o vilarejo! — disse apressadamente.

— Onde estão os outros? — questionou Isabela.

— Indo para o vilarejo! Temos que ir rápido! — respondi rapidamente.

— Mas o que estão pensando levando a lesma gigante para lá? — retrucou Isabela.

— Vamos apagá-la na fonte... Vamos rápido! Volt! Glenzer! Podem levar-nos até lá? — perguntei.

Subimos três nas costas de Glenzer e dois nas costas de Volt. Danton, Joel e eu subimos em Glenzer e Isabela e Léa em Volt, que eram menores.

— E onde está Naara, Rick? — questionou Danton preocupado.

— Ela vai nos encontrar... — respondi seguro.

— Senhor, qual é o plano? — questionou Joel.

— Vamos atrair a lesma para perto da fonte e depois vamos fazer água verter sobre ela! — respondi animado.

— Certo, senhor. Tem que dar certo da primeira vez! — disse Joel preocupado.

— Fique tranquilo, Joel. Vai dar certo! — disse transmitindo-lhe segurança.

— Vejam! Eles estão lá embaixo! — disse Danton apontando para Anza, Baboo e Elgie que estavam levando a lesma para o vilarejo, que já estava bem próximo.

— Joel, quando chegarmos lá se posicione próximo à fonte, nós cercaremos a lesma, então você vai atirar contra a fonte para quebrar a barreira e fazer a água chegar até nós! Entendido? — questionei após ter explicado o plano.

— Nossa, parece muito simples! Vamos lá! — respondeu Joel atento.

Fizemos exatamente como eu havia planejado. Chegamos até o vilarejo e a lesma foi conduzida propositalmente até a fonte. Cercamo-la que impressionantemente se sentiu presa, mesmo todos nós sendo extremamente sensíveis ao seu simples toque.

— Joel, agora! — sinalizei.

Joel então disparou até abrir uma passagem grande de água. A água foi encostando-se à lesma e foi endurecendo seu corpo aos poucos. Ela relutou para sair dali, mas já era tarde, sua parte inferior já estava toda endurecida em pedra. Por fim completamente pedra. Parecia uma estátua esculpida... Se não tivéssemos feito aquilo, eu mesmo não acreditaria que um dia ela houvesse vivido.

— Conseguimos! — ouvimos um grito feminino por trás de nós.

— Naara? Onde você esteve todo esse tempo? — perguntou Danton indo até ela preocupado.

— Estive junto com vocês o tempo todo! Vocês não me ouviram falar com vocês? — questionou ela.

— Eu ouvi, mas... — respondeu Danton.

— Eu também ouvi. Mas onde exatamente era isso? Pois não te vimos mais depois do ataque do escorpião — questionei confuso.

— Também não sei dizer... Mas estava no mesmo lugar e via todos vocês, mas o mundo estava com cores bem suaves ao invés destas cores fortes, e percebi que eu não era vista por vocês, e nem conseguia tocar nas coisas como posso agora. Era como se eu estivesse em duas dimensões ao mesmo tempo — explicava Naara, apesar de nem mesmo ela saber exatamente o que havia acontecido. — Mas a única coisa de que tenho certeza é que foi a Esfera de Elieus que fez isso comigo! — concluiu Naara.

— Excelente, garotinha! Você descobriu! — disse Elgie parabenizando-a. — Esse é o poder da Esfera de Elieus por ser sangue Real.

— Você sabia disso, Elgie? Por que não nos contou? — perguntou Baboo com pulga atrás da orelha.

— Queria confirmar a informação para ter certeza — respondeu Elgie. — Para se usar a esfera de Elieus, não basta ser sangue Real... A pessoa, além de ser sangue real, precisa possuir um coração puro, livre de ódio, raiva, rancor ou maldade. Ela tem isso, e ela conseguiu! — disse Elgie muito feliz e satisfeita.

— Eu ainda acho que você poderia ter dito isso antes... — disse Baboo um pouco incomodada.

— Calma, Baboo... Pelo menos sabemos ao certo o que houve e o porquê — disse Léa tocando em seu ombro.

Então aqueles montes de martágos começaram a nos rodear percebendo que havíamos derrotado os monstros, e seu chefe veio até mim.

— Estrággo sa uuurrrrgh! Iiã cotrûn! — disse Flem muito animado.

— O que ele disse, Anza? — questionei ansioso.

— Ele disse: Mataram o monstro! Vamos trocar!

— Diga a ele que foram três monstros, e não um só. Diga que temos pressa na viagem e que temos de carregar a energia logo na nave — instruí Anza.

— Está certo — concordou Anza.

— Strággui sa uô uô uô uuurrrrgh. Droko al cirae sa teredák.

— Arrúm — falou Flem, logo após dirigindo-se até outro martágo falando a ele baixinho. Então alguns se retiram do local a pedido de Flem.

— O que ele está fazendo, Anza? — questionei curioso.

— Eles vão pegar as oans e depois vão abastecer nossa nave completamente — explicou Anza.

— Miseráveis, ainda ficaram com as oans! Que mau negócio, Rick.. — disse para mim mesmo murmurando.

Então Flem retorna para perto de nós como que para se despedir, e diz:

— Liá serep guu cotrûn! Artatalá!

Anza sorriu, virou-se para nós e falou:

— "É sempre bom trocar! Até logo".

— Claro que é! Saindo na vantagem até eu ficaria tão feliz em trocar desse jeito! — disse um tanto transtornado.

— Vamos, pessoal! Para a nave! — Dei a direção. —Já sabem o que fazer!

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