Dezoito: É Zalek!

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O quê? Acordei na minha cama? Na minha casa, na Terra?

Levantei rapidamente e fui até os outros cômodos da pequena casa e não vi ninguém... Onde estavam os outros? Onde eu estava? Quis sair dali imediatamente... Procurei minha adaga e encontrei-a pendurada na parede como um suvenir. Seria possível? Tudo aquilo apenas um sonho? Eu não podia acreditar que fora apenas fantasia!

Confuso e desesperado corri para fora, e olhei para o céu... Estava totalmente coberto por uma névoa ou algo muito próximo disso. Subi pela mesma rua que subira por meses para ir ao trabalho e ao virar para a avenida principal duas quadras acima de casa, me deparei com pilhas e pilhas de corpos de pessoas mortas. Mortons. Eles eram o motivo das pilhas de corpos, e extraiam algo dos cadáveres. De repente um morton que tinha asas e voava como que guardando o local, me avistou e veio rapidamente em minha direção... Corri contra ele com a adaga nas mãos, aproveitei uma pilha de corpos e saltei dela para ataca-lo. Quando estava perto de acertá-lo, acordei.

Na verdade, Baboo quem me acordou. Estava suando como se estivesse em uma sauna.

— Você está bem, Rick? — perguntou ela ao sentar-se na minha frente.

— Sim, estou Baboo. Eu quem estava aqui para te ver despertar, mas parece que deu errado — disse coçando a cabeça com vergonha de ter adormecido. — E você? Como está? — perguntei curioso.

Ela me olhou calma e tranquila, com doce sorriso no rosto, e disse:

— Agora sei de tudo.

— E aí! Conte-me! Quem era aquele tal Céros? O que ele tem a ver com você? — perguntei extremamente ansioso.

Baboo coçou a garganta, engoliu a saliva e disse:

— Ele é simplesmente o responsável por eu crescer sozinha. Mas agora entendo tudo! Obrigada por ter me apoiado! Admiro você muito mais por isso!

Eu realmente não sabia o que dizer, nem o que pensar. Ela não havia dito praticamente nada do que havia visto, agradeceu, levantou e saiu. E eu, fiquei ali sentado com todas as questões sem respostas. De qualquer forma foi bom vê-la de volta e bem.

Fui para a cabine e todos já estavam reunidos novamente.

— Nossa! Por quanto tempo cochilei? — perguntei espantado.

— Por mais tempo do que nós, isso eu sei! — disse Isabela.

— Rick, Baboo estava prestes a nos contar o que ela descobriu por Céros... — disse Joel retomando a conversa. — Prossiga Baboo.

— Vi tudo. Desde o início. Vi quem eram meus pais. Vi quem me tirou deles, vi que não fui abandonada, mas na verdade fui protegida da morte, e devo tudo a Céros que me acolheu e cuidou até que eu pudesse me virar sozinha.

— Que legal, Baboo! E você está feliz por isso? — perguntou Léa.

— Sim, estou muito feliz! Tenho me perguntado a vida inteira por que meus pais me abandonaram em um planeta tão perigoso, sozinha! Mas agora sei a verdade, e isso me confortou.

— Baboo, por que mesmo Céros te levou embora? — perguntei desconfiado.

— O Governador... Não me lembro do nome agora. Mas ele queria exterminar toda a linhagem do senhor Kerolat na época.

— Espere um pouco... Mas você é...? — intrometi-me interrompendo-a.

— Não, Rick... Até onde eu sei não sou sangue Real. Não entendi por que também, mas vi que meus pais eram cultivadores de oans, como os que vimos nos campos do Governador Gairo — explicou Baboo um tanto decepcionada.

ASAN QUO, GUARDIÕES REAIS: TERTÚLIAWhere stories live. Discover now