No dia de seu nascimento eu estava lá, em pé, ao lado da mesa de cirurgia, acompanhei cada segundo de seu nascimento. Quando o médico obstetra começou a cortar a barriga de Rubi eu já filmava acompanhando tudo desde o princípio. Vi-o cortar as três camadas de pele, rasgar a bolsa e puxá-la para fora, que com um choro começou a experimentar a vida.
Ela nasceu saudável, com três quilos e trezentos gramas e quarenta e nove centímetros.
— Quer cortar o cordão, pai? — perguntou-me o médico obstetra.
— Posso? — retruquei imediatamente.
— Claro! Venha cá — disse o médico...
Ela era linda! Apaixonei-me desde a primeira vez que a vi.
Fui o primeiro a carregá-la, o primeiro a dar mamadeira, o primeiro a dar banho, o primeiro a trocar-lhe as fraldas, o primeiro a vê-la sorrir, o primeiro a acalmar seu choro...
Enfim, ela era meu tesouro. Na verdade, o único.
Havíamos dormido por todo o resto do dia e quase à noite por completa.
Levantamos e o primeiro sol ainda não havia se posto no céu, mas logo estaria lá.
— Filha, o que acha de conhecermos um pouco mais de Belácia? — sugeri animado para uma boa caminhada.
— Vamos pai! Na verdade eu estava pensando exatamente isso! Posso chamar os outros também? — perguntou Isabela contente.
— Claro que pode. Diga-lhes que vamos sair assim que o sol nascer — instruí-a.
— Ok! — retrucou Isabela, correndo avisar os outros.
Enquanto Isabela foi, deixando-me sozinho por alguns minutos, resolvi pegar aquele outro ovo misterioso e vê-lo com mais tempo. O ovo era de talvez quatorze centímetros, amarelo com finas listras pretas no sentido vertical. Enquanto manuseava o ovo em minhas mãos, uma voz por trás de mim disse:
— Outro ovo?
A voz era de Elgie.
Escondi o ovo rapidamente debaixo de uma espuma que usávamos como travesseiro e disse com um sorriso forçado:
— Ovo? Que ovo?
Ela veio até mim, agachou no chão, apoiando suas mãos em minhas pernas, e disse com um sorriso meigo:
— Mostre-me o ovo.
Fiquei um tanto sem graça, olhei para a espuma e então desencobri o ovo. Ela o pegou e o olhou duas vezes por completo.
— Nunca vi esse tipo de ovo, não sei a qual espécie ele pertence — disse intrigada. — Que estranho... Novas criaturas descobertas em nossa Belácia, talvez? — supôs Elgie.
— Não sei Elgie, você acha que Gairo saberia? — perguntei curioso.
— Acredito que não. Guarde-o bem. Vamos buscar informações sobre ele — disse Elgie pensativa.
— Tudo bem — respondi prontamente.
Guardei o ovo dentro de minha mochila e peguei minha adaga, pondo-a em minha cintura.
— Vamos, pai! O sol já nasceu e estamos todos te esperando! — disse Isabela radiante.
— Estou indo, filha. Elgie? Você vem? — perguntei.
— Não, podem ir, vou ficar por aqui, tenho coisas a fazer — disse ela com uma piscada de olho.
— Tudo bem. Como queira — respeitei.
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ASAN QUO, GUARDIÕES REAIS: TERTÚLIA
Science FictionRick seguia uma vida monótona trabalhando em uma empresa convencional após sua separação conjugal, quando fatos estranhos e misteriosos passam a acontecer. Sonhos e sensações de perseguição começam a ser constantes quando Baboo e Joel, amigos que vi...