Laço de cetim

By Margarethhale

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A história se passa na Inglaterra de 1875 e conta a história de duas famílias intimamente ligadas, os Woody e... More

Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27

Capítulo 1

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By Margarethhale


Capítulo 1.

Inglaterra -1875


- Um, dois, três. - Os sons musicais ecoaram para fora das teclas do grande piano de calda da sala de estar da família Woody. Em um torrencial chuvoso, se espalhou ainda pelas grandes árvores além atingindo um por do sol magistral que circulava o teto. Era a grande sinfonia número 5 de Beethoven tocada em sua emoção mais singular. Passos apressados soaram por entre os corredores, e se aproximaram vivamente.

- Querida. - Disse a mulher de olhos de trigo. Margareth largou o piano no mesmo instante e correu para os braços da mãe. Sophie deixava escorrer pela bonita face que pouco perdera a beleza da juventude, doces lágrimas cristalinas. - Senti tanta saudade, queria que não se ausentasse por tanto tempo. - E beijou seu rosto. - Ora, mas ao que vejo não irá tirar um segundo de férias verdadeiro, já esta debruçada ao piano. - E olhou para frente. Um homem pequeno e magro se apoiava junto ao órgão olhando as duas mulheres com grandes olhos apreensivos. Seu nome era Johann, um professor de música muito popular em Londres que a nobre senhorita Margareth Anne Woody acabara de contratar para ter aulas particulares enquanto estivesse em férias.

- Viscondessa Woody. - Ele fez um breve cumprimento.

- Este é Johann meu mais novo professor.

- Ora, ficaremos muito felizes em recebê-lo senhor Johann, sinta-se como em casa e, por favor, não sobrecarregue muito minha filhinha, ela não sabe compreender muito os próprios limites.

- Oh mamãe, eu preciso trabalhar duro se quiser ser uma grande pianista. Mozart por exemplo na adolescência já tocava para realeza, e olhe eu aqui com meus 21 anos tocando para as paredes e casualmente para alguns poucos nobres quando me permitem.

- Você é incrível meu bem.

- Onde estão papai e meu irmão?

- Seu pai está defendendo um caso muito importante em Londres por isso se ausentou, mas dentro de alguns dias está de volta, ele sente muito a sua falta também, e Heath chegou ontem de viajem deve estar dando uma volta pelo lago. Esse menino. - Margareth se preparou para dar outro muito apertado abraço na mãe antes de se por novamente em frente ao piano, sua mais profunda paixão. De fato a pequena criança que Sophie segurara ternamente entre os braços acabara por se tornar uma majestosa mulher. Seus longos cabelos ruivos circulavam o topo da cabeça em um coque muito bem preso, os grandes olhos azuis tão inteligentes que despertavam surpresas desde pequena, e a cintura fina em um longo vestido belíssimo todo em tafetá de uma cor muito peculiar areia, frutos de uma elegância muito aquém dos outros. Nos últimos anos esteve em uma maravilhosa escola de música em Paris internada para aprimorar melhor todo o seu talento, e se destacara como uma das melhores alunas da classe. Se tudo resumisse em beleza, de fato já seria muito, mas sua seriedade e dedicação a distinguiam tornando-a única.

Ao lago do lado leste, Heath Andrew, futuro visconde Woody se encostava a uma árvore olhando o reflexo do céu avermelhado sobre a superfície da água. Era muito quieto e soturno, normalmente tinha o rosto fechado e muito sério, enquanto Margareth emanava agito, vivacidade, ele se mantinha preso a um poço de calma invejável e muito se orgulhava do controle emocional que sempre tivera, nunca fora dado mesmo a grandes demonstrações afetivas, nem grandes rompantes tempestivos e efusivos de alegria. Com seus vinte anos, cursava direito em Londres e era apaixonadíssimo por política, sendo assim mantinha uma relação muito próxima com a realeza inglesa, e alguns ministros. Seus cabelos tão escuros quanto à noite reluziam de um modo bastante diferente, e seus olhos azuis, quase cinzentos transmitiam um mistério encoberto jamais decifrado até então, se assemelhavam a espuma do mar. Assim estava ele muito centrado em pensamentos longínquos quando duas mãos circularam seus ombros e a suas costas, e então não pode ver a figura.

- Quem é você? - Perguntou desperto do susto virando-se em um salto. Olhou para uma pequena cinturinha feminina, e longos cabelos escuros, e olhos tão mais escuros ainda em uma pele levemente queimada. Os braços atiraram-se mais uma vez sobre ele, agora a pequena esmagava o peito contra o dele de um modo que o deixou sem reação, as bochechas coraram sob a pele pálida quase marmórea.

- Heath, senti saudades. Porque não veio para casa nos últimos três verões? Eu quase acreditei que houvesse morrido e me estavam escondendo para me poupar. - E riu não desgrudando dele. As pequenas mãos tocaram o rosto muito expressivo sentindo a aspereza de uma barba mal feita, olhou para dentro dos grandes olhos azuis e viu uma expressão estranha muito nublada e se afastou finalmente diante da ameaça de nenhum sorriso ou beijos carinhosos. De fato Heath estava muito maior do que se lembrava, ganhara no mínimo 15 centímetros desde a última vez que o havia visto, media 1,90 agora e seus braços e ombros pareciam ter o dobro do tamanho, também agora o peito estava amplo de um modo que transmitia uma segurança que antes aquele bobo menino que conhecia não tinha. Não poderia ser.

- Sou eu, Amy, Amy Sales. - Disse surpresa o olhando, mas ele não mudou muito. Logo surgiram dois homens grandes e de pele igualmente queimada e olhos grandes, um de olhos azuis e outro de olhos muito escuros.

- Olho só o pequeno Heath. Já disse para manter-se afastado de nossa Amy. - Proferiu o de olhos escuros que se chamava Lucas Sales, e gargalhou abraçando-o junto ao outro que se chamava Augusto Sales, os gêmeos irmãos da menina.

- Os irmãos Sales? - Questionou ainda com uma expressão demasiado séria. A pequena Amy a essa altura desaparecerá por entre algumas árvores sem que alguém se desse conta.

- Os únicos. - Riram-se os dois.

Um grande banquete fora preparado. Todos os anos Sophie se apressava em organizar junto com Céu, sua irmã de consideração por algumas razões da vida, para a recepção dos tão adorados filhos, porém desta vez era muito mais especial, pois todos estariam presentes, ou quase todos. Os pequenos já não eram tão pequenos, mas a alegria que traziam consigo era a mesma de sempre, e de verdade que sempre seriam crianças para suas doces mães. A casa estava sendo preparada com muita antecedência, encomendaram bebidas, massas que Juan adorava, fizeram os doces preferidos das crianças, compraram presentes lindíssimos. Os gramados foram totalmente iluminados e a grande mesa da casa Woody finalmente seria usada novamente. Infelizmente Ian, pai de Margareth e Heath não poderia estar, mas mesmo assim ele não esquecera de deixar alguma coisinha para os dois e sua mais que linda esposa por demais amada. Sophie tinha tido apenas dois filhos, o casal Woody. Céu, no entanto tivera uma penca, 6 crianças, eram meninos 5, 3 deles já na idade adolescente ou jovem e uma linda menina de 15 anos, além de uma filha adotiva que era a mais velha. Quase todos já estavam na sala trocando abraços de saudade e apertões emocionados.

- Meu doce. - Disse Céu Sales abraçando Margareth Anne.

- Titia, senti tanta saudade. - Murmurou ela. No outro canto da sala uma parte dos irmãos Sales estava, os inseparáveis gêmeos não idênticos, Lucas e Augusto que com suas vozes graves e altas enchiam a sala de histórias absurdas sobre a faculdade que cursavam, ambos futuros médicos.

- E então escutei gritos assustados e corri, quando vi uma moça se afogava na piscina, saltei sobre a moça a segurei pelos ombros puxando-a para fora, coloquei-a na beirada, e comecei a aplicar os primeiros socorros, pois ela estava desacordada, fiz um boca a boca até que finalmente ela cuspiu água para fora ao que todos bateram palmas entusiasmadas. A mocinha muito agradecida que mais parecia uma boneca de tanta beleza me agradeceu com beijos ferozes e quentes, mas eu dizia, estou apenas fazendo o meu dever como cavalheiro. - Contava Lucas.

- Isso é mentira. Deixe-me contar. Tiraram à moça da água, nem lembro quem foi, então Lucas pulou mesmo em cima dela, quase que cai em cima da coitada, e começou a fazer um boca a boca mal feito, até que ela cuspiu toda a água no olho dele. - E riu muito animado Augusto. - Foi ridículo! - Todos gargalharam olhando o jovem com sua cara mais zangada.

- Augustinho, Lucas. - Gritou Margareth abraçando-os e beijando-os com um de cada lado de seus braços. - Que mentirosos mais lindos vocês estão. - Gargalhou.

- Mentirosos? - Disseram os dois juntos e se atiraram sobre ela fazendo-lhe cócegas. Heath a essa altura caminhava para longe apenas sendo detido por Juan que o seguiu.

- Heath, pequeno Heath, onde pensa que vai?

- A apenas ali.

- Escute, você sabe onde está Diego? Ele disse que estaria aqui hoje, mas até agora... Céu vai matá-lo se ele não estiver entende? - Diego era o filho mais velho dos Sales e cursava direito junto com Heath.

- Quando vim ele disse que tinha mais alguns trabalhos a entregar de última hora. Ele estará aqui, não se preocupe.

- Ora, estará? Você e ele não vêm para cá há três anos, não entendo o motim, você finalmente veio para alegria geral da sua mãe, já Diego, ele sempre diz que vem e não aparece. Se ele não aparecer desta vez vou esfolá-lo. - Uma centelha raivosa brilhou nos olhos de Juan. O outro sabia o que se passava. Diego e o pai sempre tiveram atritos ferozes, talvez por se parecerem em demasiado, toda a inconsequência que o pai nutrira em juventude também o filho nutria, quase reprovara o ano passado por simplesmente ter desaparecido da faculdade por meses sem dar qualquer satisfação, quando voltou não disse muito, talvez mais pelo charme e simpatia tudo ocorresse bem depois. O charme que ele emanava em sentidos muito diferentes parecia tentador demais.

Sophie que colocava algum enfeite na mesa parou olhando o barulho que vinha da saída. Ian parado a olhava com os olhos mais ternos que tinha, de fato não parecia que tantos anos houvessem passado, não eram os mesmos, agora eram mais maduros desde a primeira vez em que se viram, mas o sentimento visceral que não os abandonava permanecia ali intacto. Ela correu até ele atirando os braços em torno do pescoço com beijos e carinhos. Ian Woody tinha umas pequenas mechas grisalhas no topo da cabeça agora que pareciam ter aumentado sua atratividade aos olhos femininos mais que antes, o que de fato a esposa considerava uma injustiça completa.

- Querido, não disse que não poderia vir?

- Senti sua falta demais para manter-me afastado por mais tempo. - Sorriu doce olhando sua esposa e depois seus olhos brilharam ao ver Margareth vindo em sua direção, sua pequena Marg.

- Vocês dois ainda parecem adolescentes. - Riu abraçando o pai.

- Como envelheceu tanto neste tempo de ausência? - Brincou ele e olhou os gêmeos Sales, que agora tinham uma barba farta que nutriam com orgulho exacerbado.

- Tio Ian. - Os grandes homens se aproximaram e quase eram tão grandes quanto ele.

- Acho que algumas coisas mudaram aqui. - Cochichou e foi se juntar a Juan.

- Escute Juan, não acha que está na hora de parar de ter filhos? - Zombou. - Deste jeito não sobrarão mulheres intactas na Inglaterra. - Riu, uma risada espaçosa que Juan retribuiu com uma cara amarrada.

- Cale-se. - E deu um murrinho no ombro do amigo.

- O que está acontecendo, costumavas ser bem mais engraçado agora se tornou um velho emburrado.

- Diego. Diego aconteceu, e é claro como sempre. Esqueçamos isso por um momento. Onde está nossa Alicia que não trouxe consigo?

- Nossa querida Alicia que por acaso largou o quarto noivo está agora mesmo em busca de um quinto pelo visto. - E apontou pra uma pequena criatura super feminina segurando o braço de Lucas. O vestido que usava deslizou junto ao chão, uma pequena mãozinha no auto acenou com um piscar de olhos muito malicioso e se moveu para os homens mais velhos da casa. Ela era uma amiga de longa data, tinha pelo menos 38 anos.

- Meu Juanzinho espero que siga sendo um bom marido para Céu e continuem sim fabricando essas coisinhas tão maravilhosas. - E olhou o desfile de belas figuras. - Me desculpe não pude evitar escutar a má criação que Ian dizia.

- Alicia espero que se lembre que eles são apenas crianças. - Zuniu Juan.

- Onde está seu humor Juan? Na verdade estou apenas esperando que Heath termine de brincar de esconde-esconde para que possamos conversar como adultos.

- Oh Alicia.

- Mas é claro que me contentaria com um gemeozinho. - Sorriu com uma fileira de dentes impecáveis.

- Nem pense Alicia. - Céu se empertigou nos ombros do marido sorrindo.

Dentro do quarto Heath finalmente pode encontrar um pouco de silencio tão comum a ele e quem sabe assim poderia ler algum livro, Maquiavel parecia a melhor escolha. Olhou para a escuridão de fora da casa além das janelas do quarto com um suspiro cansado. Segurou a parte de baixo e puxou para cima tentando abrir, uma corrente de ar passou pelo corpo. O som do trinco o fez parar o que fazia e se virar. Uma silhueta magra deslizou e seu corpinho sentou na beira da cama segurando um dossel. Vestia um lindo vestido de tons escuros, um ligeiro decote a mostra e mangas de renda. Ele a fitou por alguns instantes em silencio e se moveu um pouco pelo quarto com passos longos, porém lentos. Como ela não dizia nada, tão pouco ele. Os grandes olhos castanhos fitavam cada um de seus passos, tentou pegar um livro da estante e até leu algumas de suas primeiras linhas encostado a parede, mas deteve-se e fechou-o atirando a um lado, coçou a testa e puxou a gravata arrancando e colocando em cima da escrivaninha, soltou alguns pequenos botões do colarinho e respirou fundo. A pequena menina Sales não se movia. Puxou a blusa de linho de dentro da calça, e um a um dos botões foi abrindo fingindo não se dar conta da existência de outra criatura. Parou virado para a parede. Amy soltou o longo cabelo escuro como piche que caiu largamente pelos ombros e costas.

- Não sou um fantasma Heath Andrew Woody. - E moveu para mais perto dele.

- Amy, por favor. - Pediu ele com impaciência. A memória o levou a aquelas pequenas vezes em um passado infantil com aquela garotinha que não o deixava em paz mesmo quando queria o que era quase sempre e a última vez quando ela disse... Deus, ele queria esquecer aquele episódio, mas porque ela não poderia, pois então deixar morrer no fundo de sua memória?

- Não diga, por favor, Amy. Pelo visto lembrou que tenho um nome não é?

- Vá embora Amy. - Suplicou. Os olhos dela lagrimejaram. Tudo o que tinha tentado esquecer regrediu como um soco no estomago. Céu e Juan em uma dada altura adotaram uma menina, seu nome era Aurora. Ela existira muito antes de Amy, ela existira junto com ele por muito tempo, em sua afeição mais profunda, pois sentia que ela sim tinha direito a isso, era dona de seus mais pequenos momentos. Amava-a sim, era factual como a própria carne do corpo. Dentro sabiam que todos iriam recriminá-los por aquilo, criados tão juntos... Não contaram a mais ninguém. A mais de três anos atrás Amy os viu escondidos na mata, os braços nus dela em volta de seu pescoço, o peito em pele roçando o seu próprio, os lábios nos lábios, na entrega mais total que poderiam. O som estridente que escapou da garganta assustada da menininha que de fato era com seus 12 anos os fez estremecer. Tentou correr atrás dela com suplicas. Quando viu, lá estava ela sendo arrastada pelo rio, pois de distração escorregara na beira e o chão barroso cedeu. Tia Céu jamais os perdoaria se algo acontece a aquela pequena. Atirou-se na água gelada, não à via mergulhou olhando de baixo da água quase turva, viu pequenos dedos distanciarem, fez força e com rapidez alcançou seu braço puxando e lutando contra a correnteza. Lugar traiçoeiro. Lembrou do medo nos olhos dela, os cabelos ensopados, o corpo tremulo arrasado pela adrenalina. Abraçou-a por alguns curtos instantes até ela o afastar.

- Amy não conte a ninguém entendeu? Não conte. - Mas ela parecia em estado de choque com seus olhos escuros projetados. Aurora fingiu que nada acontecera porque era muito típico dela, mas tinha um pensamento obsessivo que não a deixaria. A irmã contaria, sabia disso, mas sabia de algo que seria pior que uma facada em seus pulmões e talvez a deixa-se imobilizada por algum tempo. Uma manhã chamou Amy para conversar com Heath, os três juntos. Com uma mão balançou um caderninho preto de couro no ar.

- Não Aurora, não. Você não pode.

- Isto é pela sua curiosidade, eu não mandei ficar nos observando com esses seus olhinhos de águia.

- Dear Heath... - Abriu o caderninho lendo.

- Não!

- Espero o dia em que possa finalmente se dar conta da minha frágil existência, pois estou em suas mãos ainda que não te tenha nas minhas. Escute minhas suplicas bobas quando toca minhas mãos, tal qual não deveria tocar a outra. O amo. - Fechou o caderninho com um barulho. No canto a irmã ofegava quase em falta de ar e algumas lágrimas lhe escorriam quentes pelo rosto gélido.

- Amy, isso é verdade? Amy?

- Não passa de uma invejosa. - Grunhiu Aurora. - Mas jamais o terá porque ele jamais deixará de pertencer a mim. - O barulho perturbador da respiração de Amy cortando todo e qualquer som.

- Chega Aurora. - Gritou ele. - Amy eu sinto muito. - A partir deste dia os dias com Aurora se tornaram pesados, o dia em qualquer lugar ali se tornara. A culpa o atormentando. Decidiu se afastar. Aurora desapareceu e ninguém tinha noticias dela a um bom tempo, mas como não poderia fugir para sempre ali estava outra vez. De fato estava tentando.

Uma pequena mão tocou sua pele. Virou.

- Não, eu não sou um fantasma Heath.

Na sala de estar Alicia e Céu cantarolavam alguma canção que Margareth tocava entusiasmada. Já era óbvio que o vinho que Alicia tomava já lhe tinha subido a cabeça e agora sua voz parecia ligeiramente desafinada e arrastada. Sophie não se desgrudara do pescoço de Ian e sorria vendo a cena. Algumas pequenas crianças Sales corriam de lá para cá. Tudo terminou com alguma salva de palmas e longas risadas felizes.

- Bravo, agora vamos dormir Céu temos alguns pequenos assuntos a tratar. Com licença. Juan estendeu a mão para Céu com um sorriso insinuante.

- Deus, eles ainda pensam que estão na lua de mel. - Comentou Lucas com cara de nojo ao que todos riram.

Uma alta lua cruzava o céu salpicado por vaga-lumes fixos, o friozinho da noite se espalhando em uma nuvem serena e silenciosa. Todos dormiam, mais pelo efeito das bebidas que quaisquer outras coisas, no andar de cima onde ficavam os quartos, poderia se ouvir claramente alguns roncos finos. Do lado de fora na varanda Margareth, a única pessoa acordada observava a serenidade com um bocejar. Encolhia-se com algum frio em sua camisola de seda branca abraçando os próprios braços. Ouviu um pouco longe barulhos de cascos de cavalo a aproximarem-se, o coração deu um salto pulou pensando em entrar e trancar a porta, mas é claro se gritasse todos acordariam, e iriam vir em seu salvamento, agora com coragem moveu-se para frente descendo os degraus e tocando os dedos e a sola do pé a grama gelada. Viu uma figura escura movendo-se com rapidez excessiva, toda a coragem reunida se esvaiu quando ele estava ali tão perto, correu para a entrada, alcançou a porta. O cavaleiro desmontou um grande alazão negro que mais parecia qualquer outra coisa de tão gigantesco, algo que só poderia ter saído das profundezas. A figura com uma capa também escura correu até ela e antes que pudesse fechar a porta ele se meteu na frente das duas partes de madeira. Um grito agoniado se formou no interior de sua garganta, quando uma mão muito grande pousou em seus lábios.

- Margh. - Murmurou ele



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Espero que gostem desta história, na verdade é uma série que conta a história destas famílias e não se assustem com tantos personagens neste primeiro capítulo, pq é só para situa-los já que a história vai focar mais em alguns e espero que estejam curiosos pra conhecer Diego, pois garanto que ele é apaixonante apesar de tudo.

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