"A pressa e desespero, realmente valem a pena ? Porquê sempre preferimos pagar caro emocionalmente, ao invés de nós polpar ?"
Dasha chegou no centro de treinamento da vez, como tradição e propaganda, a Volkswagen trás suas jogadoras e os fotógrafos, que querem ter cada imagem da chegada tiram as fotos.
Ela apenas acena e passa pela pequena cerca separando o pessoal do centro de treinamento.
A primeira coisa que vê, é a equipe técnica conversando animadamente, um bom sinal sem dúvidas, apenas acena e vai diretamente até o centro de controle.
A primeira coisa a fazer, seriam os exames rápidos da fisioterapia, apenas para que tenham certeza que nada está fora do lugar.
A segunda coisa a se fazer, é ir direto para academia.
As risadas altas são ouvidas de longe e contagiam qualquer um, apenas uma pequena parte das garotas já chegou.
Assim que a noite chegou, a equipe técnica foi para uma reunião, deixando as meninas livres no vestiário para fofocar, enquanto fingiam trabalhar.
"Meninas mal posso esperar para entregar uma coisa para vocês" Ashley comenta arrastando uma mala e a abrindo.
"Dinheiro ?" Megan pergunta interessada.
"Não bobinha, bom vocês devem se lembrar que eu estava noiva, mais a pandemia estragou meus planos, bom finalmente vai acontecer meninas" Ashley não contém seu sorriso.
"Achei que era uma coisa importante" Megan revira os olhos brincalhona.
"Continuando os roupões de madrinhas e padrinhos, ficaram prontos, todos bordados com a data, meu nome, o nome do Josh, o nome de vocês atrás e de seus companheiros" Ela avisa.
"Quantos vão ser de padrinhos e madrinhas ?" Alex questiona.
"Bom eu chamei vocês e minhas irmãs, Josh chamou os irmãos dele e alguns amigos do time, vai ser muita gente, eu esperei três anos por esse casamento quero algo grande" Ela responde.
"Tá animada para casar com seu linebacker ?" Julie pergunta com meio sorriso.
"Aí, lidar com essas Maria NFL é tão difícil" Mallory resmunga.
"Pelo menos o esporte dos nosso amados, não faz ninguém dormir igual beisebol, senhora Malllory" Julie manda a indireta colocando uma mão sobre o ombro de Dasha que encolhe.
A mulher só faz uma careta.
"Aí eu estou super animada" A garota tem os olhos brincalhantes.
Uma sequência de um sonoro hoo ecoa pelo vestiário.
"Aqui meninas, já esperimentem que eu vejo como vai ficar e se precisa de ajustes" Ela sai jogando os pacotes de acordo com os nomes.
Dasha pega o seu que quase atinge Sophia e trata de abrir, ela abre o roupão, observando os detalhes no tecido brilhante roxo, mas assim que vira para ver suas costas, ela travou, sentiu um leve pulsar nos olhos de estresse.
"Gente, acho que alguém não tá legal" uma das meninas comenta.
"O que foi ?" Ashley questiona preocupada observando a amiga.
Dasha virou o bordado para ela.
"Dasha Burrow ?" Ela questiona sem acreditar.
"Ué vocês vão casar mesmo, que mal tem ?" Ashley questiona sem entender.
"Aí ficou fofo" Julie afirma com uma voz melosa.
"Gente" Dasha tenta argumentar.
"Não vem bancar a feminista e dizer que não quer o sobrenome dele" Mallory pede.
"Gente nós terminamos, como eu vou usar isso, como eu vou entregar o dele e dizer, vamos para esse casamento ser padrinho e madrinha" Dasha questiona alterada, as meninas se entreolharam não acreditando no que ouviram.
"Puta que pariu" Sophia gritou batendo o pé no chão.
"Se eu ganhasse 1 centavo, toda vez que vocês terminassem, eu largava o futebol" Megan resmunga.
"Não é possível gente" Mallory se senta.
"Oi gente, cheguei" Rose Lavelle aparece na porta, sorridente não atoa é seu primeiro jogo desde a lesão.
"Oi" Julie responde irritada.
"Nossa gente, eu fiz alguma coisa para vocês, é assim que se recebe alguém" Rose questiona envergonhada.
"Você nada, mas a Dasha tá atrapalhando a Ashley a casar e nos rendendo mais um capítulo de términos" Julie responde.
"O quê, você terminou com meu mano Joe ?" Rose questiona jogando as malas no chão e indo em sua direção.
"Gente em três meses esses idiotas vão voltar parece até que não conhecem" Alex comenta.
"Estando juntos no meu casamento, por mim tudo bem" Ashley responde secando algumas lágrimas de desespero.
"Na verdade eu estou com outra pessoa" Dasha afirma com meio sorriso nervoso.
Elas automaticamente se engasgam ou simplesmente arregalam os olhos.
"Repete" Alex pede sem acreditar.
"Sim é isso mesmo"
"Tá, mais ele faz o que ?" Julie questiona ainda absorvendo a notícia.
"Ele joga no Chelsea também" Dasha afirma.
"Pulisic, meu Deus jura" Mallory fica empolgada.
"Mason, aquele pitelzinho ?" Sophia pergunta.
"Aí gente, prefiro aquele ucraniano parece tão meigo" Alex comenta.
"Mas já viram o irmão da Lauren James, aquela atacante, ele é um gato" Ashley comenta baixo.
"Não é nenhum deles, é o Kai" Dasha responde, tendo em mente que não precisaria de sobrenome, já que aparentemente elas já sabem quem é o rapaz.
"Aquele Kai do k-pop ?" Rose questiona confusa.
"Kai Havertz" Dasha bufa irritada.
"Quem é esse ?" Mallory questiona balançando as mãos sem entender.
"Atacante do Chelsea" Dasha responde simples.
"Dasha nós tinhamos um combinado, não acredito nisso e meu filho, como ele fica, ele mal fez dois anos e já tem que lidar com padrinhos separados, tem noção de quantos traumas vai fazer essa criança ter, quem vai pagar a terapia ?" Julie questiona chateada, não temendo exagerar no seu teatro.
"Eu sei, eu pago a terapia fica tranquila" Dasha garante, massageando o ombro da amiga.
"Joe e eu moramos na mesma cidade, eu sou amiga dele, você é minha amiga, fizemos faculdade juntos, direto ele vai na minha casa comer torta, como eu fico nessa situação ?" Rose questiona.
"Engraçado ele também vai na minha casa comer torta, não precisa de muito para fazer amizade com ele" Mallory comenta com uma careta.
"Exatamente, ele sempre vai na minha casa comer torta com o afilhado" Julie concorda.
"Espera aí, como assim ?" Dasha questiona não entendendo nada.
"Ele vai, passa a tarde e conversamos e ele vai embora, sempre que ele joga na cidade ele passa lá, desde que conheci ele, que basicamente foi quando te conheci" Mallory conta.
"Ele está indo na sua casa comer torta desde 2015 ?" Dasha pergunta, boquiaberta.
"Sim, as vezes vemos algum filme e tal" Julie comenta.
"Esse garoto é muito fácil" Megan pontua.
"Mas e esse alemão, vamos conhecer quando ?" Julie questiona a contra gosto.
"Talvez um dia antes do jogo, eu não tenho certeza" Dasha afirma.
"Meninas" um grito foi ouvido do corredor, chamando a atenção delas.
"Lindsey que animação é essa ?" Mallory questiona entediada.
A mulher exibe o dedo anelar com um diamante, automaticamente começa a rir de felicidade e pular.
"Vocês viram o que eu postei ontem ?" Ela questiona.
"Sim nós vimos e curtimos, ninguém aqui tem memória curta" Megan resmunga.
"Vou falar viu, a vida amorosa de vocês tá agitada" Sophia comenta com uma ponta de ciúme.
"Ele me pediu em casamento, ele me levou até uma montanha, fizemos uma escalada, eu nem imaginava que ele ia fazer isso, quando chegamos no topo ele me deu o anel" Lindsey conta com pulinhos.
"Sim, você postou uma foto no Instagram que mostra o topo da montanha e você suada e fedida" Rose revira os olhos.
"Vocês vão ser as madrinhas, quero que seja tudo rápido, eu odeio aquelas francesas, elas não gostam de mim porquê eu jogo na seleção, então vão ser vocês" Lindsey afirma trocando de assuntos rapidamente.
"Tô chocada, surpresa, quem diria, logo você que tem tantos amigos" Mallory debocha.
"Precisamos melhorar nosso ciclo social, definitivamente toda foto de casamento é igual, só muda a roupa" Alex pontua.
"Suas amarguradas de merda, será que dá para fingir uma felicidade ?" Lindsey bate a pé irritada.
"Estamos felizes Lindsey parabéns" Ashley dá um sorriso para garota.
"Bom então Julie e Zach, Alex e carrasco, Ashley e Josh, Mallory e Dansby, Megan e Sue Sophia e Michael, Dasha e Joe, Rose eu vou ver se encontro alguém solteiro ok, vou avisar as outras meninas" Lindsey dá as costas, mas a risada alta de Megan a faz voltar.
"Dasha e quem ?" Mallory questiona.
Dasha apenas encosta sua cabeça no armário.
"Misericórdia, não fala que vocês terminaram" Lindsey pede.
"Sim terminamos" Dasha garante já cansada de repetir.
"Eu mandei uma mensagem automática para todos os padrinhos e madrinhas, que eu escolhi a 15 minutos atrás, enquanto eu vinha para cá" Lindsey afirma colocando a mão em sua cabeça sem saber o que fazer.
"Talvez dê tempo de apagar, deixa eu ver se chegou para mim" Mallory vai atrás de sua bolsa.
"Sim, já chegou" Rose afirma com telefone em mãos.
"Caramba, a mais eu desconvido vai ser estranho, mais acontece eu arrumo alguém para ir com você" Lindsey afirma.
"Já tem" Megan sorri maliciosa.
"Kai reverso reverte" Julie tenta pronunciar.
"Quem ?" Lindsey questiona sem entender.
"Kai Havertz" Dasha corrige.
"Aquele jogador que tem depressão ?" Lindsey questiona com as sobrancelhas torcidas.
A sincronia de risadas foi alta.
"Dasha, que dedo podre é esse ?" Alex questiona.
"Acho que ela gosta de ser psicóloga de doido, só pode" Mallory resmunga.
"Gente vamos parar de rir, é errado rir de depressão" Megan pede tentando se segurar.
"Ele é uma pessoa legal" Dasha defende.
"Ele é de onde ?" Lindsey questiona curiosa.
"Alemanha" Dasha responde.
Outra sincronia de risadas sem fim começou.
"Ele deve ser muito legal" Alex ironiza.
"Sonho de namorado" Mallory debocha.
"Ele tem bigode ?" Julie questiona.
"Esse homem irritado deve ser um terror, não testa ele ein" Ashley pede.
"Isso é o que eu chamo de desespero, por isso gosto de ser solteira" Rose afirma.
"Eu vou me abster de comentar" Megan ri abafado.
"Obrigada pelo apoio meninas" Dasha agradece.
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Uma pergunta que não para de ser feita a Dasha é quando vai bater o recorde, apesar de um amistoso pré copa do mundo, os holofotes se voltaram para ela.
"Pessoal, por favor são quatro gols para passar esse recorde, se eu conseguir fazer tudo isso em dois jogos, eu mesma me presenteio" Dasha brinca.
"Acredite, você vai bater o meu recorde e então eu vou bater o recorde do terceiro lugar, faltam apenas 10 gols precisamos ser confiantes" Alex a contagia.
"Mas fala a verdade Alex, você não ta com ciúme, eu acho que só a Abby não fica com ciúme, são quase 200 gols ela não vai ser batida muito cedo" Vlatko pergunta, para surpresa de Dasha, ele ficou um pouco mais simpático e aberto com a maioria das jogadoras, explicação não tem, mas com certeza ela prefere assim.
"Não, porque se eu posso ser alcançada em um ranking de quatro, entre todas as jogadoras, a única coisa que eu posso dizer é que eu inspirei alguém" Alex responde.
"Eu prometo que quando eu bater esse recorde, eu vou fazer uma comemoração com você" Dasha afirma recebendo um abraço de Alex.
"Ultimamente passamos por tanta coisa nessa seleção, que ter a chance de comemorar o crescimento de alguém aqui e da seleção em si, é muito bom" Ela afirma deitando sua cabeça sob o ombro de Dasha.
"São os maiores talentos sem dúvidas e é muito lindo, ver que agora meninas de todo mundo tem recordes para bater, também podemos dizer que o jogo será com um fundo de descontração e comemoração, se a Dasha bater o recorde, caso contrário é guerra" Vlatko brinca.
"Sem pressão" Alex ri de Vlatko.
"Mas falando sério, agora vamos ter uma pequena cerimônia antes da copa do mundo com os troféus da seleção, o novo uniforme sendo apresentado e vocês teram um momento de autógrafos e entrevistas no estádio, está tudo sendo planejado e estamos planejando fazer anéis para esse evento, do nosso top 10 artilheiras na história da seleção, talvez até mesmo um anel das campeãs de dois mundiais seguidos, quem sabe" Vlatko comenta.
"Eu não me importo de ganhar mais anéis" Dasha garante e Alex concorda.
"Estamos esperando apenas o ok da federação, sabem como essa gente é chata" o técnico fala baixo.
"Sim nós sabemos bem, inclusive a BBC esta pedindo permissão para fazer um documentário, sobre vocês sabem o que e eles não querem deixar, porquê sabem que vão expôr os chefes" Alex afirma deixando Dasha inquieta.
"Você está brincando, querem fazer documentário ?" Vlatko arregala seus olhos.
"Vão querer que a gente fale de novo, sobre todos os abusos verbais, físicos e sexuais que os técnicos faziam e que a federação escondeu ? Eu não sei se consigo" Dasha afirma enojada.
"Mas de certo jeito, trazer os olhos do público para isso é importate, depende da forma que for abordada, acho importante saberem que nossa arquibancada manda, as mulheres voltarem para cozinha e os técnicos, obrigam elas a irem para cama com eles, enquanto somos obrigadas a sorrir para câmeras e dizer, vem jogar futebol" Alex desabafa.
"Eu sinceramente, ainda estou assombrado com tudo que ouvi vocês contarem" Vlatko confessa.
Dasha nunca detalhou o que viu ou sabe, além da polícia naqueles terríveis interrogativos sem fim e para Joe, já fazem dois anos e ela quer apenas fingir que nada aconteceu.
Seguiu Vlatko até sua sala, onde ele tratou de se sentar em sua cadeira, onde de frente duas garotas estavam.
"Essas são Alyssa Thompson e Catarina Macario, ambas com apenas 18 anos já draftadas e vão fazer suas estreias pela seleção, eu vou conversar com elas, já que acabaram de chegar, mas quero deixar algo claro entre todos aqui" Vlatko inicia meticulosamente pensando na situação.
"Bom essa pessoa, dispensa apresentações certo, eu gostaria de acima de tudo, dizer que todo técnico chega com projetos, mas o meu falhou e hoje eu reconheço que preciso de todas aqui, por isso Dasha, não duvidarei das suas capacidades, nem das de Lindsey, nem de ninguém, esse não é meu dever como técnico" Ele afirma surpreendendo Dasha.
"Eu falhei como qualquer outro e vou tentar não errar isso de novo, essas garotas como calouras vão precisar de alguém que as ensine e as deixe a vontade, um ombro amigo, alguém que as receba e que possa ajudar em seu trabalho, talvez vida pessoal, é uma tradição nossa, então Dasha, para demonstrar meu real arrependimento com você, você será responsável por elas" Ele avisa.
"São duas garotas com pouca idade, experiência e que vão descobrir esse mundo, quero que ensine tudo que sabe para elas e que cuide dessas garotas, sei que é capaz, entenderam meninas ?" Ele se vira para as duas que animadamente concordam.
Vlatko encara Dasha.
"Que honra" Dasha força um sorriso.
Dasha sorri amargurada, então é assim que ele se desculpa ? Ela se perguntou.
"Obrigado" Vlatko agradece.
Arcadia e Lisandra se hospedaram em uma casa juntas de Kai, um pequeno evento em família, que deixou Kai um pouco tenso pela pouca proximidade, mas até o momento tudo está dando certo.
Mesmo sendo apenas um amistoso, Kai ficou impressionado pela quantidade de propagandas sobre que já viu, desde o momento que chegou e claro, uma ansiedade enorme começa, ele não tem noção do que pode acontecer, de como vai ser ou até o que fazer, nunca esteve nesse lugar, ele apenas recebia as pessoas em dias de grandes jogos e ou aceitava as lamentações ou as parabenizações, mais ser o torcedor, o coadjuvante, não.
Mas de uma coisa tem certeza, não quer ninguém sabendo de nada, não quer que ninguém veja nada, ele de fato não quer lidar com Sophia, que em sua mente apareceria e brigaria com ele, causaria uma intriga e tentaria recuperar o que tinham, ele também não queria pensar em Sophia magoada, ciente que ela sabia de Dasha e que tinham o mínimo de contato, em sua cabeça Sophia foi uma vítima.
Apenas estar ciente que está com Dasha, apesar de ele perceber uma certa desconfiança e desconforto dela ainda, quando está perto dele, já é mais do que ele imaginou viver com ela.
O levando a outra questão, seu pequeno contrato com regras básicas, que aparentemente, fez a relação que apenas está começando ficar fria.
Foram autorizados a ver o treino da seleção e Kai tratou de chegar escondido e pedir para ela ir até o estacionamento falar com ele.
Ela seguiu até ele com um pequeno sorriso, feliz por ver ele, mas Kai claramente está detestando a exposição, assim que a distância ficou curta, ele colocou os braços atrás do corpo para evitar algum contato.
Dasha deu um sorriso curto envergonhada e fez o mesmo.
"Parece até encontro de traficante com usuário, porque você tá de capuz ?" Ela questiona, o observando sem entender porque Kai está de moletom no calor da Flórida e óculos escuros.
"Engraçadinha, já comprou drogas por acaso ?" Kai debocha.
"Uso maconha às vezes" Ela revela o obrigando a tirar os óculos.
"Maconha ?" Kai começa a surtar.
"Relaxa, é leve, todo mundo usa aqui" Ela tenta argumentar.
"Na Alemanha isso dá cadeia" Ele ralha.
Ela apenas revira os olhos.
"Bom eu só queria saber se você está bem, eu não posso demorar, aqui tá cheio de fotógrafos" ele olha ao redor.
"Tudo tranquilo"Ela dá um curto sorriso.
Ele vê que Dasha detestou, dever satisfação a jornais é algo que Kai odeia e ele não quer esse problema agora, viu Dasha encarar o chão sem entender nada e decidiu que não vai mais atrapalhar o treino, apenas dando um curto aceno que quase não foi respondido por ela.
Ela voltou para dentro, encontrando suas colegas na recepção.
"O que foi, que cara é essa ?"Julie perguntou.
"Ele foi babaca, precisa que eu bata nele ?" Rose questiona.
"Tá tudo bem sim, obrigada meninas" ela apenas dá um curto sorriso.
Talvez ela apenas seja mal acostumada, afinal sempre achou Joe preguento e exibido, mas a falta de carinho e de querer fazer coisas básicas como um simples beijo ao se ver, faz Dasha questionar o que Kai tem orgulho de dizer que é uma relação.
Mas não vai apelar sabe bem que as culturas são diferentes e Kai é diferente de Joe, quando se conhecerem e mostrarem o que não pode faltar, então vai melhorar, ela pensou.
O fatídico dia do jogo chegou, Kai, Arcadia, Lisandra e as crianças não escondem a animação, Kai viu que Dasha não mentiu elas são grudadas, elas combinam a roupa, só usam os acessórios mais extravagantes e não se cansam de tirar fotos, até mesmo o esmalte vermelho sangue é igual, talvez para combinar com seus cabelos lisos e vermelho, quase abaixo da bunda que ambas tem, algo que Dasha se recusa a combinar.
"Kai, você precisa fazer a Dasha pintar o cabelo, vamos virar trigêmeas" Lisandra sorri satisfeita, enquanto tira suas fotos em mil poses diferentes.
"Eu prefiro o cabelo dela do jeito que está, é lindo" ele afirma.
"Igual da sua ex, escuro com luzes claras, que surpresa" Lisandra da uma lapada em Kai, que para por minutos refletindo isso.
Decidiu que a única forma de parar de pensar nisso é ligando para Dasha, para conversar.
-Onde você está ?- Kai não perde tempo.
-No treino- Ela avisa.
-Porque não ligou a câmera ?- Ele questiona, já que a chamada de vídeo é justamente para ver o que ela está fazendo.
-Como assim eu acabei de dizer que estou no treino não posso sair ligando a câmera- Ela afirma impaciente.
-Quem tá com você para não ligar a câmera ?- Kai escuta ela bufar.
Dasha rapidamente ligou a câmera, mostrando o corredor vazio, com uma expressão desagradável.
-Você está no corredor, não tem grama, nem gol, nem bola, nem cone, nem técnico, porque disse que está treinando se você não está treinando ?- Ele questiona sério.
-Você acha que eu tô fazendo o que aqui ?- Ela começa a se irritar.
-Bom só anda até o campo, para eu ter certeza que você está no ct- Ele negocia.
-Olha eu posso fazer isso, mas você precisa entender que não é porque eu sumi alguns minutos, que eu estou te traindo- Dasha o observa ficar inquieto.
-Eu sei, mas você sabe o que aconteceu, Pulisic também está tendo amistosos, eu não sei se vocês treinam juntos- Kai se defende.
-Você treina junto da Melanie, ou da Popp, ou da Ann ?- Ela pergunta.
-Não- Kai responde confuso.
-Então porquê eu treinaria com o Christian ? Ela questiona.
Kai apenas ficou quieto.
Assim que chegou na beira do campo ela o exibiu para ele.
-É parece um campo mesmo- Ele resmunga.
"Dasha, esse é o seu Fuhrer ?" Sophia aparece espoleta.
"Fica quieta" Dasha pede, virando a câmera para o lado contrário, Kai por sorte não ouviu.
"Oi, você é o Alemão né ?" Julie de surpresa parou atrás de Dasha, acenando para Kai.
"Gente será que vocês podem deixar isso para outra hora ?" Dasha pede, já que a expressão de Kai não é das melhores.
As duas dão um sorriso malicioso e saem cochichando.
Antes que ela pudesse conversar com Kai, ele desligou.
Ele deixou o telefone sobre a cama, tratando de ir trocar de roupa precisam chegar cedo, puxou a camisa dela, ele não queria que ela tivesse falado para outras pessoas sobre esse relacionamento, não consegue engolir isso, muito menos a possibilidade de Sophia ver ou ler a respeito, Kai se sente como se tivesse assumindo uma amante, que o separou de sua namorada de infância e seus filhos cachorros que na verdade estão com ele, mas sentem falta de Sophia.
Não consegue deixar de se sentir meio podre, talvez uma moralidade que não exista nessa situação, mas a paranóia de Kai faz questão de deixar ela ali e pior é que Dasha, parece não levar a sério, já que ele pediu que ela escondesse.
Colocou a camisa pegando em seguida, o perfume que comprou sem que Dasha saiba, igual ao dela, apenas para isso, esparramou o perfume pela camisa, que inicialmente tem cheiro de flores silvestres, para em seguida, dar espaço a um cheiro doce de morangos.
Apenas não contava com a porta aberta do quarto, um costume que ele tem, lá Arcadia, Lisandra e as crianças o observavam incrédulos.
"As garotas fazem isso também, porquê estão me olhando assim" Ele tenta se defender, Lisandra pega na mão dos dois e sai sem responder.
Arcadia apenas engole a seco seguindo ela.
"Vocês me entenderam, fiquem longe dele, ele não é tio de vocês é só um peguete estranho da sua tia" Ela avisa as crianças que balançam a cabeça concordando.
"Não acredito que agora que a Dasha resolveu trazer esquisitos para casa, ela já passou da idade, meus filhos vão ficar confusos, ontem estavam chamando ele de tio contra minha vontade e hoje começo a descobrir algumas red flags" Lisandra comenta.
"Vamos ver quanto tempo dura, não se preocupe, Dasha não tem paciência com doidos, porque você acha que ela evita a gente, acha mesmo que ela vai aturar esse daí" Arcadia afirma com uma careta.
Kai desceu as escadas com uma bolsa transversal masculina, uma bermuda preta e óculos escuros junto de seu ar egocêntrico que ele mal percebe.
"Olha só que lindo meu cunhado" Lisandra abre um largo sorriso, poderia falar mal o quanto fosse, mas não iria expurgar o garoto.
Ou talvez fosse apenas os bons modos ou falsidade latina.
"Kai, não é para andar tão bonito assim na rua, não quero outras mulheres olhando para o namorado da minha filha eu sou ciumenta" Arcadia entra na onda.
Kai apenas dá um pequeno sorriso.
O jogo é quase previsível, Dasha fez um gol diminuindo a distância para gols do recorde.
Kai já está incomodado, Lisandra tirou quase mil fotos durante o jogo, filmando vídeos empinando a bunda e fazendo bico para o Instagram.
Por um momento sua paranóia que esta aparecendo em algum começou, o obrigando a monitorar os stories dela.
O jogo terminou, é o momento que o estádio finalmente ficou silencioso, os cartazes agora finalmente podem ser lidos, as fotos tiradas e camisas entregues. Ele está encantado com a quantidade de crianças presente, fora os cartazes de orgulho lgbtqia+, as escolas que levaram as garotas para ver, escolas esportivas, deficientes e mulheres ou como Kai acha apropriado, público alvo do twitter.
Dasha chegou na sala dando uma leve batida na porta, Kai percebeu que ela trocou a camisa com uma garota da Irlanda, ela varreu a sala com os olhos, dando um sorriso curto, suas mãos inquietas já conhecidas por Kai, mostram que ela está nervosa com algo.
Ela sorri timidamente aguardando que alguém diga algo.
Arcadia nunca atrapalha o encontro de seus filhos com seus companheiros, sabe bem que casais jovens gostam de abraçar dramaticamente, beijar. O que não aconteceu, Kai apenas acenou para Dasha, que o mediu sem entender, dando um sorriso nervoso, ele se virou e sentou novamente, Arcadia então bufou e foi até a filha puxou seu braço e se enroscou no pescoço dela.
"Parabéns querida, falta pouco para bater esse recorde, crianças vem, vamos ver as meninas" Arcadia os chama e eles saem correndo, obrigando a mulher a andar rapidamente nós enormes saltos de forma desajustada.
"Eu estou tão orgulhosa de você, mas eu quero esse recorde, eu vou preparar uma surpresa" Lisandra avisa, deixando um beijo em sua testa na tentativa de animar ela.
"Obrigada, eu vou ficar esperando" Ela sorri fraco.
Lisandra saiu apressada, ficando apenas Dasha e Kai.
"Tá tudo bem ?" Ela foi em sua direção se sentando ao lado dele.
"Falou o que para elas ?" Kai pergunta seco.
"Eu disse que estamos juntos, eu menti ? falei algo errado ?" Ela questiona em tom de ironia.
"Você sabe, que eu quero que ninguém saiba, isso inclui elas e as meninas do time e todo mundo" Ele afirma.
"Porquê ? Eu entendo que exposição midiática não é bom, eu odeio, mas esconder de pessoas próximas, de amigos, porquê exatamente ?" Ela questiona o fitando e Kai imediatamente quebra o contato ocular.
"Não quero que a Sophia saiba ela vai ficar magoada" Kai afirma quase em um sussurro.
Dasha se levantou brutamente indo na direção da porta na medida que seus passos se tornaram mais rápidos, Kai se virou e a chamou.
"Nós temos que estar na Alemanha amanhã precisamos ir embora" Ele fala fazendo Dasha arregalar os olhos.
"Vai se fuder, é isso que você tem para me falar ?" Ela questiona.
"Você precisa ser mais paciente, eu não posso simplesmente esquecer ela, nem ignorar os sentimentos dela" Kai se altera.
"Que bom que você é tão respeitoso e sentimental Kai, eu vou ali ligar para o Joe, ver como ele está, se ele está magoado" Ela provoca.
"Então fala aqui dentro" Ele propõe.
"Porquê" Ela bufa.
"Porquê eu não posso sair lá fora, vão me fotografar" Ele diz óbvio.
Dasha se segura para não responder, batendo a porta e saindo em passos apressados.
Kai apenas se sentou, passando a mão pelo cabelo sem saber o que fazer.
Até o amanhecer, a única palavra que Dasha pronunciou foi 'obrigada' em resposta ao bom dia de Kai.
O vôo até Munique foi longo, Dasha apenas o encara para tudo que ele fala.
"Não vai me responder mesmo, quer resolver as coisas assim ?" Ele questiona.
"Já está tudo resolvido, você está na Alemanha, vai correr atrás da sua cinderela, não precisa se preocupar eu me viro, Google tradutor serve para isso" Ela responde.
"Meu Deus, primeiro por quê eu iria atrás da Sophia, segundo você me chamou aqui só para ser tradutor ?" Ele questiona irritado.
"Olha só, então quer dizer que de fato a Sophia é sua cinderela, é isso mesmo que você ouviu, você veio para traduzir, achou o quê, que é uma viagem romântica na Alemanha, vamos beber cerveja em frente ao ninho da águia ?" Ela pergunta.
"Então é assim que você vê isso ?" Ele questiona.
"Em algum momento desses últimos dias, você acha mesmo que se comportou como um namorado ?" Ela pergunta.
"E você acha que se comportou como uma namorada ?" Ele retruca.
"Ótimo, vamos terminar, assim não vamos precisar ficar insatisfeitos" ela afirma forçando um sorriso.
"Você acha mesmo que vai se livrar de mim fácil, a gente ainda vai brigar muito, fica quieta, bebe água, vai dar uma volta no avião e volta a pensar, a altura do avião mexe com os pensamentos, viagem causa estresse" Kai começa a se embolar.
"Agora eu sou louca ?" Ela pergunta erguendo a sobrancelha.
"Eu vou te apresentar alguns amigos, já que é tão importante para você, meus pais moram longe e eu ainda não contei para eles" Kai foi cortado.
"Não contou ?" Ela pergunta.
"Não, eu preciso contar com calma" ele se defende.
Dasha apenas nega com a cabeça.
"Fica calma, eu vou dizer, mais precisa ser com calma, vamos ver como os meninos reagem mas não pode ser nada muito público" Ele sorri para ela que vira o rosto.
"Vai dizer o quê que somos amigos ?" Ela questiona desconfiada.
"Você sabe que sim" Ele resmunga.
"Então para todos, somos apenas amigos que estão de viagem na Alemanha ?" Ela quetsiona.
"Somos colegas de trabalho, que foram mandados para cá" Ele explica.
Dasha apenas abaixa seu olhar, se virando cansada.
Ela vai aprontar em Munique, quem sabe levando um susto ele entenda, ela pensou.
Oi pessoal.
O próximo capítulo será na Alemanha.
Espero que estejam bem.
Amo vcs 💙