What Could Have Been

Par ellebrocca

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Alcina Dimitrescu teve a infelicidade, ou talvez não, de sobreviver após a luta contra Ethan Winters sendo re... Plus

TEMPORADA 1 - O Corpo
Desconfianças
O Vilarejo
Dentro do Castelo
Primeiro Dia
Seguidas por Sombras
Descobertas
A Queda
Pistas e Suspeitas
Uma Boa Desculpa
A Máscara de Chris
O Plano de Miranda
Uma Verdade Dolorosa
Quem Sou Eu?
Um Recomeço
TEMPORADA 2 - Fragmentada
Lado Sombrio
Alianças
Fuga
No Meio da Noite
Última Chance
Adeus, Rosemary
TEMPORADA 3 - De Volta ao Lar
O Badalar dos Sinos
A Colheita
Donzela
Um Leve Deslize
Incertezas
O Beijo do Dragão
Conexões
Deixe-me Ficar
A Escolha de Rose
A Sua Mercê
Segundas Impressões
Os Bons Filhos A Casa Retornam
Tormenta
Mãe
TEMPORADA 4 - Apresentações
Corra
Conquistas
Pobre Daniela
Profundas Cicatrizes
A Herdeira
Miss D and The Pallboys
A Monarca da Casa Dimitrescu
Mente Estilhaçada
Megamiceto
O Parasita e a Hospedeira
Uma Dádiva
Domínio
O Dansă, Domnișoară?
A Chave

Bela, Daniela e Cassandra

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Par ellebrocca

Genteeee, aviso importante!!! A fanfic aqui no wattpad e no Spirit finalmente estão com todos os capítulos atualizados (este é o ultimo em que lancei até gora, e o capítulo 40 está em desenvolvimento) Geralmente eu atualizo a fanfic todos mês, consigo lançar entre 2 ou 3 caps ao todo.

Sempre irei me esforçar para atualizar o quanto antes, e caso ocorra atrasos já peço paciência da parte de vcs s2 Estamos na reta final, o que significa q essa última temporada será repleta de emoções... E muito caos! hahahaahahah

Desde já, agradeço os comentários e vou avisando q estou de olho na teoria de vcs (alguns passaram bem perto ein... hehehe) e não se esqueçam de cuidar os detalhes!

Uma boa noite, e uma boa leituraaaa s2

***

Bela, Daniela e Cassandra

Seguindo pelos corredores rústicos, na qual as paredes em mogno eram substituídas por pedras acinzentadas cada vez que Becca chegava a torre das empregadas, a mesma não tivera percepção do quão próxima estava do seu quarto. Repassava a conversa que tivera com Alcina dentro de sua cabeça, e de seu primeiro encontro travesso com as irmãs Dimitrescu, ambos se misturando na sua consciência desorganizada por ter sido uma manhã de experiências radicais. Não bastando ter que assimilar a chegada de Bela, Daniela e Cassandra — adicionando a verdade que descobrira sobre o futuro trágico de Alcina —, que por si só lhe arrebatavam um gelo no estômago, a exaltação pelo consentimento de que Lady Dimitrescu lhe preparou um encontro fervilhava em seu peito.

Becca recuperou o controle de sua mente, e corpo, ao avistar a porta dupla do quarto das empregadas, mas não entrou diretamente. Permaneceu parada a poucos centímetros da entrada, até ter a afirmação de si mesma de que estava pronta para agir como se tudo estivesse "normal", e com antecedência, formulou respostas para dar a Penélope e Willow referente ao incidente do festival. Becca as conhecia perfeitamente para suspeitar de que receberá perguntas frequentes de suas amigas.

Talvez a única coisa em que não previra era tornar-se uma "celebridade" entre as garotas ao cruzar a porta, sendo o centro das atenções — algo que Becca abominava, tão quanto seu antigo ódio pela casa Dimitrescu —. Ter tantos olhares centrados apenas nela, perguntas sendo feitas por mais de uma boca e sem pausas entre elas, mais o muro de cabeças a cercando de todos os lados a rendia uma pressão sufocante.

— Você voltou! — Alyssa grita nos ouvidos de Becca. — Esteve nas masmorras esse tempo todo?!

Becca esquecera desse pequeno detalhe que fora dito pela própria condessa.

— A bala chegou a entrar dentro do seu crânio?! — Gwen pergunta, quase empurrando suas colegas para chegar mais próxima de Becca.

— Por que você ficou parada igual uma mula no meio do tiroteio?! — Ruth a interroga, os cabelos cacheados mais armados do que o habitual pela falta de escova após acordar.

Mais perguntas surgiam de cada uma, a maioria curiosa por querer saber como a loira havia sobrevivido e qual era a sensação de levar um tiro na cabeça, e ainda sair intacta. Becca estava prestes a ter um surto de raiva pelas vozes excessivas, e que quase estouravam seus tímpanos, quando Penélope interferiu com a ajuda de Willow.

— Deixem ela respirar! — Penny empurra Gemma e Delilah, conquistando a visão de Becca. — Ela ainda deve estar se recuperando, respeitem o espaço dela!

— Obrigada. — Becca cochicha.

— Precisa vestir seu uniforme. — Penélope segura na mão dela, a guiando até sua cama e ainda sob os olhares curiosos das demais garotas.

Willow pula na sua cama, do lado direito da que pertencia a Becca. A ruiva já estava com seu uniforme, os cabelos presos em um coque de tranças, apenas com a falta de seus sapatos.

— Ficamos tão felizes de te ver bem! E com os miolos ainda na cabeça! — Suspira Willow.

— Isso se a Becca tiver algum. — Penélope brinca. — Do jeito que essa garota é estabanada.

— Também senti saudades. — Becca ri, já tirando sua camisola e cobrindo seu corpo com as vestimentas de empregada. Em segundo, pôs a cinta-liga, deixando os cabelos por último e cogitando em fazer um coque semelhante a de Willow.

— Falando sério agora, você assustou a gente. — Diz Penélope, com um semblante sincero de preocupação. — Eu ouvi o tiro quando cruzei o portão, e quando olhei para trás você estava caída na praça, sangrando.

— Foi só um susto. Eu estou bem. — Assegura Becca, tendo dificuldade em realizar o penteado por preferir seu rabo de tranças.

— Vem cá, eu te ajudo. — Willow abre espaço em sua cama para Becca sentar-se de costas a ela, e na mesma hora a loira aceita o apoio.

— Quem cuidou da sua ferida? — Pergunta Penélope, seus olhos pretos encontrando a pequena casca do machucado na cabeça de Becca, o mesmo sendo só percebido depois de Willow puxar algumas das madeixas para formar o coque rebaixado.

— A Margaret. — Becca omite. — A mando da condessa.

— O que ela fez com você naquela noite? — Willow pergunta, terminando o penteado.

— Só fui humilhada pelo vocabulário comportado da condessa, nada além de reclamações pela minha irresponsabilidade.

— Pelo menos você está com os membros intactos no corpo. — Comenta Penélope.

"E quase os perdi hoje mais cedo." pensa Becca, contendo um sorriso de escapar. O assunto a fez lembrar-se do retorno das três filhas de Alcina, e até o presente momento, nenhuma de suas colegas sabia delas. Como que será anunciado? Margaret irá informa-las em breve? A própria Lady Dimitrescu se encarregará disso? Como se as vozes de sua cabeça tivessem sido escutadas — por mais sobrenatural que fosse —, o quarto é invadido bruscamente por grossas nuvens de moscas causando o maior escândalo das garotas.

Penelope se estapeou por conta do enxame pinicando seu rosto, Willow pegou um travesseiro para espanta-las, e o restante das empregadas gritavam loucamente e corriam por todas as direções em busca de escapar das irmãs. Um, dos milhares de insetos, sussurrou no ouvido de Becca.

"Como vai, bichinho da mãe?"

A voz sarcástica era a de Bela, e Becca a reconheceu pelo evento de mais cedo ainda estar cutucando sua memória, lembrando-se cada detalhe dos rostos e vozes das irmãs. As pequenas asas das moscas de Bela colidem em sua bochecha, proporcionando uma leve ardência em Becca, mas que não fora prejudicial. As meninas foram alertadas pela condessa de que a jovem pertencia a ela, e não ousariam dar qualquer arranhão por nutrirem um forte respeito a sua mãe. Em meio ao tumulto, a névoa de moscas se fundem diante das empregadas, que durante o fenômeno se juntaram em um único grupo temendo as três figuras tomando a forma humana, até Bela, Daniela e Cassandra revelarem suas identidades.

Oa gritos de horror das empregadas se misturam com as risadas escandalosas das três irmãs, criando um ambiente de puro terror. Somente Becca não demonstrou o mesmo espanto por já ter conhecido as filhas de Alcina, mas suas colegas estavam mais preocupadas com a chegada das irmãs do que perder tempo em julgar as reações de cada empregada.

— Quantos rostos novos! — Comemora Daniela, com uma foice em sua posse na mão direita. — Teremos carne humana o suficiente para o resto da estação!

— Vá devagar, maninha. — Diz Bela, também com a mesma arma em mãos, assim como Cassandra. — Lembre-se do que a mãe disse.

— Todas vocês! — Cassandra aponta sua adaga para cada uma, decorando seus rostos sem desfazer seu sorriso psicótico para intimida-las. — A mãe as quer no salão principal agora! E sem atrasos!

— Vocês estavam mortas! — Exclama Ruth, segurando na mão de Alyssa, as pupilas de seus olhos claros dilatando em horror.

Cassandra se aborrece, e em uma velocidade incapaz de se acompanhar, ela encurrala Ruth contra as outras meninas, pressionando a ponta da foice bem abaixo de sua mandíbula. Todas sobressaltam em pânico com a aproximação de Cassandra, os queixos vibrando concluindo no bater de dentes pelo profundo medo se apoderando dentro delas.

— Parecemos mortas? — Cassandra pergunta a Ruth, com um tom de voz baixo, entre tanto, ameaçador, tão quanto o de sua mãe. Ruth balança a cabeça em negação, vagamente, por temer da lâmina fazer um único corte em sua pele. — Não interessa a maneira em que voltamos, já estamos aqui. E nenhuma de vocês tem permissão para se dirigir ao tom da palavra comigo, ou com as minhas irmãs. Fui clara? — Ruth afirma em silêncio, seus olhos marejados profundamente arrependidos de ter levantado a voz para uma das três. — Ótimo.

Todos os olhares estavam voltados para Cassandra, uma brecha para Daniela se aproximar sorrateiramente de Delilah e gritar um "boo" em seu ouvido, propositalmente para assusta-la. E a ruiva consegue garantir suas diversão com os gritos de Delilah e Gemma — que estava ao lado dela —. As demais apenas pularam e centraram seus olhares em Daniela e Bela, e Cassandra retorna para o lado de suas irmãs.

— Mas que porra. — Cochicha Penélope, grudada em Becca e envolvendo o braço de Willow no dela.

— A mãe as aguarda no salão, então se apressem, suas lesmas! — Pressiona Bela, e em seguida ela olha para Becca, lhe revelando um sorriso malicioso. — Especificamente você, bichinho da mãe.

Becca preferiu que uma parte do teto tivesse caído por cima dela, desta forma o desmaio pela pancada teria a livrado do intenso constrangimento diante de suas colegas ao ser mencionada como o "bichinho" de Lady Dimitrescu. Tudo fora por água abaixo. As irmãs abandonam a torre, intensificando o clima desconfortável que estendeu-se a volta de Becca. Todas as donzelas, incluindo suas amigas, a olharam com perplexidade. Era como se a presença das irmãs a pouco menos de dez segundos atrás nunca tivesse ocorrido, pois agora, Becca voltara a ser o assunto principal da manhã. Havia olhares de julgamento — por parte de Gwendolyn, Ruth e Alyssa —, outros envolvendo repulsa e até mesmo algo que poderia ser considerado "decepção." O único a ser destacado pela indiferença, em comparação as demais, era a aura pesada vindo de Elloy, a empregada que nutria uma certa obsessão por Lady Dimitrescu e servira suas vontades desde o momento em que pisara os pés no castelo. O olhar dela assustou Becca, o ciúmes fervente de Elloy lhe atingira com mais força. Nem conseguira olhar para suas amigas, já suspeitando que as reações delas não deva ser diferente das de suas colegas.

Bichinho. — Gwendolyn repete o apelido dito por Bela, em tom de sarcasmo. — Isso explica muita coisa.

Todas tinham tamanha noção de quando uma empregada era considerada o "brinquedo" da condessa, houve muitos boatos que percorreram por todo o vilarejo a décadas, todos relacionados ao desejo de Lady Dimitrescu por mulheres e das supostas relações de abuso que as donzelas sofriam em suas mãos. Becca sabia da verdade, de que os boatos maldosos eram falsos, e que Alcina jamais abusou sexualmente de alguém. Mas suas colegas não sabiam. E mesmo que tentasse se explicar, sabia que ninguém irá acreditar tão facilmente, ou até mesmo poderia causar mais baderna.

Becca as ignora, e se adianta em sair do quarto, deixando a situação mais entendível e com um peso na consciência por não ter dito a verdade para Penélope e Willow. Ela apenas não contara a elas sobre seu relacionamento secreto com a condessa a pedido da própria, por alguma causa que até então, Becca nunca recebera uma explicação justa. Não até agora. Fora no salão que seus pensamentos se puseram no lugar e o constrangimento exauriu de si ao deparar-se com Alcina, impecavelmente linda, em um elegante vestido branco com mangas tomara-que-caia, e um corpete bem apertando complementando seu visual sofisticado. O chapéu, também branco, lhe rendeu mais charme, e mesmo que esteja em transe pela tamanha admiração com o estilo de Lady Dimitrescu para aquela manhã, Becca perguntou-se a si mesma se a calcinha dela também era branca. "Céus, eu sou muito suja."

Alcina teria sorrido por ver Becca, se não fosse pela chegada das outras empregadas ao salão, e apenas olhares discretos fora trocado entre elas. Só a curta conexão visual deixou explícito para Alcina que algo estava incomodando Becca, ou que talvez, outra coisa tenha acontecido no quarto e suas filhas poderiam estar envolvidas. Ou quem sabe ambas as partes. Falando nas irmãs, as três surgiram no salão durante a chegada das empregadas, deslizando pela escadaria em suas nuvens de moscas antes de se tornarem humanas outra vez. As três se puseram ao lado da mãe, observando as garotas se alinharem em uma única fileira diante da família Dimitrescu. Becca ficara no centro, entre Mila e Eden, sentindo falta de suas amigas que preferiram ficar em cada ponta da fileira.

— Eu as convoquei esta manhã para impor novas regras, e todas deverão cumprir com extrema prudência. — Diz Alcina, penetrando os olhares de cada empregada, deixando claro o suficiente de que as futuras exigências serão de suma importância. Becca não recebeu sua atenção. — As vontades de minhas filhas deverão ser cumpridas, e a partir de hoje, qualquer sinal de tempestade, mesmo que seja uma mísera chuva de primavera, o castelo deve ser trancafiado e mantido aquecido. Nenhuma fresta pode estar aberta, e se eu descobrir que deixaram passar esse detalhe... Eu não digo por mim mesma.

Lady Dimitrescu estava mais afiada, uma mudança que Becca notara através do seu tom de voz; comportamento e atitudes. Ela seria capaz de fazer qualquer coisa para não perder suas filhas outra vez.

— Era apenas isto. Iniciem suas tarefas, menos você, Rebecca. — O tom de voz de Alcina era severo, mas como todas descobriram seu segredo, nenhuma delas foram enganadas desta vez.

Cada uma espalhou-se pelo castelo, até restar Becca como única empregada no salão. As irmãs lhe lançavam olhares de cima a abaixo, se acostumando com a presença da nova parceira de sua mãe. Havia um pouco de julgamento, mas o real propósito de suas análises se devia a curiosidade; a vontade de descobrir como que uma mulher como Rebecca Walker conseguiu agradar Lady Dimitrescu. O que tinha em Becca que a tornou "especial?". Alcina sempre fora seletiva, apesar de se atrair pelas empregadas, geralmente escolhia aquela que nutrisse algo em específico, uma certa essência que a diferenciasse das outras. A escolha perfeita para tornar-se seu "bichinho de estimação" e lhe proporcionar o maior dos agrados. E caso se desapontasse com a escolha, no dia seguinte o sangue da donzela seria vendido dentro de uma garrafa de Sanguis Virgines. Becca ainda estava intacta, provando ser importante para Alcina, e estimulando mais a diligência das irmãs.

A troca de olhares fora percebido pela condessa, assim como a tentativa de Becca para se comunicar através das expressões faciais, apertando as sobrancelhas longas como um sinal de exclamação. Alcina ergue uma das suas em resposta, concebendo seu semblante atordoado. Realmente, acontecera algo na torre das empregadas.

Margaret chega ao salão, carregando uma cesta de piquenique no braço direito.

— Aqui está, minha senhora. — Margaret entrega a cesta para Alcina.

— Obrigada, Margaret. As garotas já foram notificadas sobre as novas regras, agora, deixarei o castelo e minhas filhas em suas mãos.

— Podemos ir com a senhora, mãe?! — Daniela tenta convencê-la, unindo a palma das mãos e admirando o luxuoso visual de Alcina.

— Eu quero vocês no castelo, por enquanto. — Diz Alcina, alisando o queixo de Daniela, e fazendo o mesmo com Bela e Cassandra em seguida. — Prometo que faremos uma caminhada outro dia.

— E quanto as caçadas? — Pergunta Cassandra.

— Faremos isso também, mas não agora. Paciência, meus anjos.

— Sim, mãe. — As três afirmam.

— Vamos, Becca.

As irmãs dão passagem para Becca seguir a condessa, cada passo seu sendo acompanhado pelas três. Precisaria de um longo tempo para se acostumar com Bela, Daniela e Cassandra, e não apenas pegar intimidade, mas também adquirir suas confianças. Quando cruzaram o profundo corredor de acesso ao Saguão de Entrada, Becca se pronunciou pela primeira vez desde a chegada no Salão Principal.

— Elas sabem.

— O que? — Alcina não capta de primeira.

— Minhas colegas sabem do nosso segredo. Bela me chamou de seu bichinho na frente de todas. Foi muito constrangedor.

Alcina suspira, e segura na aba de seu chapéu para atravessar agachada pelas portas duplas, recebendo a brisa fresca da primavera em seus cachos ao reergue-se.

— Não me dei conta de que esqueci de falar sobre esse detalhe. — Diz Alcina, já rendida pelo seu descuido. — Bom, agora não há mais volta.

— O que faremos agora?

— Simples, você de fato, se torna meu bichinho. Você terá a vantagem de andar ao meu lado a todo momento, e receberá privilégios.

— Minhas colegas podem me ver como rival, e eu não gosto disso.

Ex-colegas. — Corrige Alcina, ambas andando ao lado do vinhedo em direção a ponte. — Você deixará de ser uma empregada, e pode ter liberdade para fazer o que bem entender no castelo. Claro, sem nenhum intuito de arremessar um machado em mim de novo.

Becca tranca uma risada, o evento da colheita tornou-se um fenômeno na qual ela, e nem Alcina, irão esquecer.

— Se eu não serei mais a sua empregada, o que vou ser, então?

Alcina centraliza a dúvida, sem esperar receber uma pergunta do tipo tão imprevista. O que Rebecca era para ela? Ambas dormem juntas, compartilham do dia a dia, buscam conhecer uma da outra sempre que surge a oportunidade, e até então... Não parou para pensar no papel de Becca em sua vida. Chegando a ponte, Erick adentra a propriedade salvando Alcina por pura coincidência. O antigo jardineiro estava com uma enorme mochila nas costas, e apoiava uma pá nos ombros.

— Erick, veio salvar meu vinhedo? — Alcina o recebe com um sorriso no rosto.

— Recebi o telefonema da Margaret, então vim fazer a manutenção. — Assente Erick, fazendo uma breve reverência. — Perdão por não ter vindo antes...

— O ataque do festival assustou a todos, eu compreendo. — Alcina se apressa, e entrega a cesta para Becca. — Me espere na praça.

Becca segue adiante, cumprimentando seu velho conhecido ao passar por ele pela ponte.

— Erick.

— Garota do machado.

— Não mais. — Chia Becca, sem saber que Erick sorriu pela sua ilusão de que jamais voltará a segurar um machado em sua vida.

Alcina aguardou a Walker estar distante, para então ter mais liberdade de conversar com Erick.

— Como está o machado que lhe pedi?

— O cabo está pronto. — Informa Erick, ajeitando a pá em seus ombros para melhor conforto. — Semana que vem ele fica pronto. Não se preocupe com o design, lhe garanto que será do agrado da Becca.

Erick era um garoto muito astuto, e sabia que o machado seria um presente para Becca, mesmo que Alcina tenha feito o possível para disfarçar sua real intensão com a demanda da ferramenta.

Alcina apenas aceitou.

— Obrigada.

A condessa acena em despedida, abrindo caminho para Erick prosseguir até seu vinhedo, assim como ela também continua seu trajeto para encontrar-se com Becca na praça. Havia poucos aldeões circulando o centro, menos do que o esperado. Desde a invasão da BSAA, há famílias que ainda estão com descrença em saírem do conforto de suas casas. Embora Becca estivesse a vontade pela falta da multidão na praça, isso não impediu de ocorrer um pequeno encontro entre ela e sua ex namorada, Greta. Para a contribuição da sua ânsia de vômito, Tyler estava com ela, e não demorou para o casal infeliz enxergar Becca do outro lado da estátua da donzela de guerra. Greta não parecia satisfeita com seu casamento arranjado, o brilho de seus olhos deixou de existir quando terminou seu relacionamento com Becca, para tornar-se a esposa de Tyler — exigência de seus pais conservadores — e como se não bastasse, ainda era abusada pelo marido infiel até mesmo nas ruas. Tyler a toca possessivamente, se esfregando nas costas de Greta para deixar Becca mais enojada. Greta não podia fazer nada, caso tentasse, apanharia em casa.

Finalmente, Alcina chega a praça, mas Becca não estava prestando a atenção nela.

— Draga?

Becca pisca algumas vezes, virando a cabeça na direção de Alcina, ainda se recuperando da cena desconfortável que presenciou.

— Vamos ir embora logo? — Becca tenta apressar a condessa, desejando sumir da praça o quanto antes.

— Aconteceu algo que te chateou?

— Besteira, é só a minha ex que deu o ar da graça. Não olha, vamos ir embora...

Alcina não se conforma com o pedido de Becca, e ao invés de acompanhá-la para a floresta, olhou na direção do casal do outro lado da praça. Encarou Greta agudamente, o amarelo de seus olhos vibrando em selvageria, como uma predadora ansiosa em rasgar a garganta de sua presa. Ela conhecera a tal ex de Becca, o desgosto bem perceptível em seus lábios vermelhos que se apertaram.

— Então, ela é a tal Greta.

— Não quero ficar mais aqui. — Murmura Becca, não suportando estar no mesmo lugar de sua ex.

Becca não sustentava qualquer sentimento por Greta, e sua desconsolação vinha do ferimento em seu coração que a mulher deixara após o término, e tornou-se uma profunda cicatriz. A presença da condessa conteve Tyler de prosseguir com o abuso, entre tanto, o casal não desgrudava os olhos em Becca. Alcina sabia sobre a história, Becca contara a ela em sua primeira noite de amor, e por não aceitar que a Walker se rebaixe ao seu passado trágico — ao lado de uma mulher que destruiu seus sonhos — segurou-a pelo queixo concluindo no encontro visual.

— Ela nunca te mereceu. — Diz Alcina, em um tom equilibrado para que Becca a ouça, unicamente. — Não esqueça do que lhe disse em nossa primeira noite, jamais se rebaixe ao passado.

— Eu sei, mas as vezes...

Becca é interrompida por um beijo espreito, e a condessa não se importou de cumpri-lo em público, chocando os poucos aldeões que rondavam a praça — mas particularmente, a própria Becca —. Quando Alcina afastou, raspando a ponta do polegar para limpar a mancha de seu batom acima do lábio superior de Becca, a mesma apresentava uma reação de espanto similar de quando tivera seu primeiro beijo com Lady Dimitrescu. Desta vez, sendo testemunhado por um pequeno público.

— Por que fez isso? — Sussurra Becca, o coração disparado pelo impulso da pequena adrenalina.

— Para mostrar aquela fedelha de que você está bem melhor comigo.

Nenhuma delas precisava olhar para Greta e checar seu assombro, o clima denso composto pelo choque — vindo dela e de Tyler —, assoprava contra o rosto de ambas em confirmação.

— Agora, vamos. Já perdemos tempo demais nessa praça imunda.

Um sorriso maroto brotou nos lábios de Becca, e sua vontade era de acompanhar Alcina saltitando igual uma lebre, mas conteve seus pés firmes no solo, embora seu sorriso ainda resista. Caminharam em direção a floresta do norte, região considerada a mais perigosa por conta dos animais selvagens e do excesso de licanos que frequentam o ambiente. Enquanto atravessavam os corredores de pinheiros, Becca deu uma espiada na cesta em que carregava, enxergando de relance uma garrafa de vinho e pães frescos. Este era o seu encontro.

— Essa era a sua ideia? Fazer um piquenique? — Pergunta Becca, pulando por cima de algumas pedras úmidas durante o caminho.

— Achei que a floresta lhe agradaria.

— Com toda a certeza! — Assente Becca, um pouco ofegante por não conseguir acompanhar Alcina. — Mas achei que a Miranda havia lhe proibido de sair do castelo.

— Recebi um telefonema dela depois da nossa conversa, e agora estou liberada para ir a onde me der vontade. A chegada das minhas filhas contribuiu para a permissão dela. — Assegura Alcina, sem perceber que Becca estava alguns passos mais atrás.

— Alci, vai mais devagar! Você é um poste ambulante em comparação a mim! — Reclama Becca, acelerando mais seus passos para alcançá-la.

Alcina acaba por achar engraçado a curta corrida de sua companheira, e por estarem mais adentro da floresta de pinheiros não haviam qualquer chance dos aldeões avista-las.

— Aqui está bom. — Alcina para, aguardando Becca recuperar o fôlego. — Me dê a cesta.

No momento em que Becca a erguera, Alcina toma posse da cesta com um dos braços e envolve a cintura da loira com o outro livre, trazendo-a para o seu colo. Um fraco gemido escapa de Becca, e seus braços apertam os ombros de Alcina para buscar segurança. Em seguida, suas asas pálidas se esticam para fora de seu corpo, bem como um anjo celestial. Becca nunca se cansaria de acompanhar o abrir de suas asas. Alcina avança dois passos para frente, o suficiente para suas asas ter o devido preparo e levá-las por cima das árvores, entregando uma vista esplêndida para ambas. O céu azul não continha nenhuma nuvem, zero chances de houver chuva até o final do dia, e o verde das árvores era absurdamente forte, um belo exemplo de como a primavera entrega vida.

Voaram para o fundo da floresta do norte, um território afastado das terras que pertencem a Casa Dimitrescu, sendo uma área isolada e sem as chances de qualquer aldeão — ou até mesmo Miranda — as encontrarem. Por ser um local onde os galhos criavam uma espécie de "telha", entrelaçados devido o aperto das árvores, Alcina desce para uma área mais aberta e põe Becca cuidadosamente no chão ao atingirem o solo de terra.

— Chegamos?

— Ainda não, mas estamos perto. — Diz Alcina, seguindo a trilha de rochas com musgos da cor verde-oliva, e seu andar era tão elegante que nem parecia estar usando saltos altos.

— Tem licanos aqui? — Pergunta Becca, um pouco receosa de uma daquelas criaturas grotescas aparecer de supetão.

— A última vez em que estive aqui não havia licanos.

— E quando foi sua última vez?

— Acho que era 1940.

Becca quase engasga. Seu espanto com a descoberta a fez escorregar ao pisar em uma pedra coberta de musgo, que se fundia a grama verde deixando-a praticamente invisível, e Alcina a segura pelo pulso evitando de um acidente acontecer. Ela fora salva, e a cesta também.

— Você e suas distrações. — Comenta Alcina, ajudando Becca a se equilibrar antes de prosseguir a caminhada.

A condessa se divertiu com a expressão pasma de Becca, a garota sempre fora muito expressiva e suas reações lhe rendiam um bom entretenimento. Alcina gostaria de ter seu antigo celular para registrar fotos das caras e bocas que Becca deixava escapar em momentos conturbados, como acontecera recentemente.

Caminharam por mais dois minutos, e então, Becca se surpreendeu com o cenário a sua frente. O espaço aberto, com faixas solares iluminado cada pedaço da natureza, e a linda fonte preenchida por água cristalina fez um suspiro de encanto eludir dos lábios de Becca. Alguns troncos caídos, que poderiam ser considerados bancos de assento, complementava o cenário encantado.

— Chegamos. — Apresenta Alcina.

— Que lugar lindo! — Admira Becca, se aproximando da fonte para encontrar seu reflexo na água limpa e com algumas folhas boiando em sua superfície. — Eu nunca poderia me imaginar que um lugar assim existisse no vilarejo.

— Eu chamo esse local de "Santuário". — Diz Alcina, seu olhar estudando o ambiente, que a séculos, não visitara. Desde a sua transformação. — Eu costumava vir aqui na juventude, descobri por um acaso.

— Você não tinha medo dos licanos?

— Na época não existia licanos ainda. Miranda os criou depois da minha transformação. — Murmura Alcina, e percebe Becca a olhando ansiosa, aguardando o resto de sua história. — Há uma toalha dentro da cesta, seria uma boa estendê-la na grama.

Becca não se queixa da pausa, Alcina parecia estar equilibrando seus sentimentos pelo retorno ao bosque, e havia muito mais do que seus olhos transpareciam. Além da toalha de um tom creme, pães frescos e uma tigela de geleia foram retirados da cesta, acompanhados de uma taça vermelha com o emblema Dimitrescu e a garrafa de Sanguis Virgines. Havia também uma garrafa com suco de laranja, com a temperatura gelada ainda conservada e um pote com bluebarrys.

— Você pediu para a Margaret fazer tudo isso? — Pergunta Becca, um sorriso tímido presente em seu rosto ao acomodar-se na toalha exposta ao lado da fonte.

— Presumi que você não tivesse feito seu café da manhã, então pedi a ela que preparasse algo especial. — Afirma Alcina, sentando com elegância e com as pernas viradas de lado. Seu chapéu fora posto em cima da rocha do seu lado esquerdo. — Acha que isso pode saciar sua fome?

— Com certeza! — Becca enfia dois bluebarry de uma vez na boca.

— Vá devagar, temos a manhã toda, draga. — Alcina retira as luvas de couro, as pondo em seu colo. — Me alcance o vinho. — Becca fez menção de servi-la, mas Alcina a interrompe. — Eu me sirvo, você não é mais a minha empregada, lembra?

Becca ruboriza, e lhe entrega a taça junto da garrafa. Enquanto Alcina se servia, a loira desfaz o coque, libertando suas cascatas onduladas e desenrola os nós do avental para livrar-se dele.

— Há chances de alguém ver a gente aqui? — Pergunta Becca, olhando a sua volta.

— Esta área é isolada, ninguém além de nós sabe que ela existe. — Responde Alcina, ingerindo os primeiros goles do vinho.

— Nem mesmo as suas filhas?

— Nem mesmo elas, o bosque é um lugar mais... Reservado.

— Então, você nunca trouxe alguém pra cá?

— Sim. — Alcina encara a fonte, os pensamentos se voltando para o passado. — Mas ela está morta.

— Amélia?

Becca estava com um pouco de medo por estar se aprofundando no passado de Alcina, mas a razão delas estarem, justamente, realizando aquele encontro era para esclarecem de uma vez por todas a guerra que está prevista para acontecer. E Alcina sabia que precisava ser verdadeira.

— Não. Pyetra. — Ela finalmente revela. — Foi antes da Amélia, e antes da Miranda me tornar... Isto. — Alcina olha pra si mesma, lamentando sua aparência. — Mas isso é irrelevante agora. Creio que você esteja se perguntando o que a Miranda quer comigo?

— Por favor, me diga.

Durante a refeição de Becca, uma conversa longa e detalhada fora exposta envolvendo a futura cerimônia e a conexão da BSAA. Em seguida, seu plano de enfrentar Miranda também fora esclarecido, justificando o retorno dos Lordes ao vilarejo alguns dias atrás. Sua história com Amélia não fora poupada, até porque, Alcina queria que Becca entendesse o motivo de ter preferido assegurar seu relacionamento secreto, sem qualquer chance de Miranda desconfiar de algo.

— Foi a Miranda que matou a Amélia. — Becca assente, logo após de Alcina chegar no dia do primeiro ataque.

— Consegue entender por que eu lhe pedi para manter segredo?

Becca sentiu-se envergonhada por ter brigado com Alcina quando Margaret pegou ambas dormindo juntas, julgando a condessa e acreditando de que a própria nutria alguma "vergonha" de se relacionar com ela. Tudo fora apenas cenários falsos, arquitetados pela sua mente atormentada.

— Eu me sinto uma idiota agora. — Desabafa Becca.

Alcina compreende seus sentimentos.

— Está tudo bem, minha joia. — Ela ajeita as madeixas loira para longe do rosto de Becca, pendendo-as atrás da orelha. Alcina não gostava de quando seu rosto era coberto pelos cabelos bagunçados. — Eu não a odeio por isso. E nunca me senti envergonhada com você. Você me encantou com suas habilidades, e me mostrou ser uma mulher com um grande potencial.

— Potencial? — Becca dúvida de suas palavras. — Eu sou uma mera humana no meio de seres cientificamente modificados e repletos de poder. O que uma lenhadora como eu pode fazer?

— Talvez você não saiba mas, Miranda não consegue usar os poderes dela em você.

Becca arqueia uma das sobrancelhas.

— Do que você está falando?

— Miranda consegue manipular a mente de qualquer pessoa. — Explica Alcina, disposta a entregar os segredos da sacerdotisa. — Cada aldeão tem sua cabeça invadida por ela, é assim que Miranda consegue alienar a todos, os fazendo acreditar de que é a "salvadora" deles. Você, Rebecca, é a única, do vilarejo inteiro, na qual Miranda não consegue controlar. Acredite, ela já tentou mais de uma vez.

— Mas eu ainda não entendi! Eu não sou como você, eu não fui infectada nem nada do tipo!

— Você tem certeza? Não lembra se alguma vez teve contato com o mofo? — Investiga Alcina.

— Não. — Garante Becca. — Eu sempre tive uma vida normal, aparentemente.

— Bem... — Alcina avalia Becca, buscando por qualquer coisa que possa comprovar de que há alguma infecção nela. Mas não encontrara nada. — Existe algo em você, não há como negar. Tentaremos descobrir algo de qualquer forma, talvez a Umbrella possa ajudar, por mais que eu não goste deles.

— Eu devo me preocupar com isso? — Becca refere-se ao suposto "dom" dentro dela.

— Por ora, não. Há outra coisa que devemos conversar. — Alcina deixa sua taça, agora vazia, de lado. — Você sabe de toda a verdade, o que significa de que está correndo perigo. Qualquer pessoa que tenha envolvimento comigo não está seguro, até mesmo Margaret está sofrendo a risca por ser leal a mim. Você ainda quer continuar com o que construímos?

— Se refere... A nós?

Eu não quero te prender comigo, e também sei que isso pode envolver a sua irmã também. Se deseja terminar tudo, e seguir uma vida longe de problemas, posso ajudar você e sua irmã a saírem do vilarejo...

— Não! — Becca exclama, até mesmo um pouco ofendida. Alcina não esperava uma resposta tão rápida. — Eu vou ficar aqui! Não posso deixar essa gente inocente nas mãos daquela bruxa! Minhas amigas estão aqui, o casal Morris fez de tudo por nós e também tem a Margaret! E tem você, as suas filhas, o castelo... Seria injusto abandoná-las e deixar com que se virem sozinhas para acabar com a Miranda! Eu vou ficar pra ajudar!

— Tenha em mente do quanto é arriscado...

— Eu me arrisquei quando tentei te matar, duas vezes, inclusive. Por mais que eu não me orgulhe disso, já é uma prova do que sou capaz de fazer quando mexem com pessoas que são importantes pra mim!

Os olhos de Alcina se enchem de esperança, e sua aposta na garota Walker valeu a pena. Desde que a vira na colheita, sua determinação a conquistara no segundo em que o machado cruzou o caminho até sua cabeça, e suas expectativas em relação a Becca expandiu-se.

— Você é mais corajosa do que pensei. — Elogia Alcina, um sorriso de lado formando-se em seu rosto. — Está disposta a se aliar a mim nessa guerra?

— Estou.

Os dedos de Alcina alcançam o queixo de Becca, se arrastando por sua mandíbula e descansando em sua bochecha corada. Os olhos estavam penetrantes, inalando admiração e luxúria, estendendo intensamente o contato visual. A condessa se inclina, fascinada pela lenhadora e de sua bravura, e orgulhosa de si mesma por ter conhecido alguém como Rebecca Walker.

— Você me fascina. — Sussurra a condessa, um pouco impulsiva por causa do álcool, mas ainda sóbria.

Becca abusou da aproximação para erguer-se com os joelhos e enlaçar o pescoço de Alcina, iniciando um beijo mais profundo em comparação ao que tiveram na praça. Talvez fosse pela confiança durante a conversa, ou o quanto Alcina demonstrou estar extasiada com sua pessoa, mas Becca começara a sentir seus hormônios aquecendo, assim como um calor provocando sua pele por debaixo do uniforme. Aquele bosque era muito convidativo, e se tinha algo que Becca sempre quis experimentar, era um delicioso sexo ao ar livre. Alcina aceitaria? Ela já fizera algo com outra pessoa entre as árvores? Só havia uma maneira de saber.

Enquanto suas línguas cruzam uma brusca batalha, Becca libera seu braço direito e puxa o decote de Alcina para baixo, pondo um de seus grandes seios para fora. A ousadia alertou a condessa, mas ela não protestou. Permitiu de Becca prosseguir, querendo ver até onde sua audácia a levaria. Seus lábios se afastam, possibilitando de Becca se aventurar em seu pescoço, com a mão instigando seu seio esquerdo, apalpando o quanto podia e buscando meios de agregar prazeres. Chupou a pele de Alcina com vontade, conquistando um gemido fraco dela, retornando com beijos e mordiscadas para provocá-la. A posição ainda não estava favorecendo, e Becca queria muito mais.

— Abra as pernas para mim, M'Lady. — Sussurra no ouvido da condessa.

— Garota levada. — Alcina sorri, maliciosa com o pedido.

Elas se afastam, e a condessa se põe diante de Becca com suas pernas abertas e mãos apoiadas em cada lado da toalha. Aproveitando o curto intervalo, Becca puxa a saia de seu uniforme para o topo de sua cabeça, jogando a peça para longe, e permanecendo com a cinta-liga junto das meias. Os seios expostos foram um deleite para Alcina, admirando sua donzela seminua entre suas pernas, e acompanhando suas mãos bobas empurrarem a saia de seu vestido até o quadril. Um sorriso travesso marca presença em Becca ao ver a calcinha da condessa. É branca.

Ao encaixar-se melhor entre as coxas volumosas de Alcina, Becca lhe toma o seio a boca, e uma de suas mãos desce para o colo de seu ventre até alcançar seu objetivo: sua boceta.

Com os dedos ela puxa o tecido de renda para o lado, persistindo no seu trabalho de brincar com o bico de seu seio, e passa a lhe masturbar ao mesmo tempo. Uma risada pecaminosa é feita pela condessa, despertando um instinto selvagem — e escondido desde então — dentro de Becca. Os gemidos baixos de Alcina eram gloriosos, e seu quadril correspondendo a masturbação a incentiva em ir mais além. A cabeça da loira é pressionada contra seu seio, com Alcina a movimentando a favor de sua vontade.

— Me dê mais, Becca. Eu quero mais!

Becca acelera suas investidas em seu clitoris inchado, deslizando ora ou outra os dedos pelas dobras — já úmidas — de Alcina, pressionando para dentro lentamente, sem intensão de penetra-la. Mas uma curiosidade crescera com o pensamento. Como seria o interior de Lady Dimitrescu? Seus dedos seriam o suficiente? Afinal, Alcina dissera que necessitava de mais, e Becca gostaria de cumprir com sua ordem. A condessa abre mais suas pernas, levada pelo seu instinto selvagem e ansiosa para receber a língua de Becca em sua boceta, e então solta sua cabeça para apoiar ambas as mãos no solo.

Por entender a linguagem de seu corpo, Becca beija seu bico antes de deixá-lo, agachando-se para mais perto de sua grande fenda molhada. Com os joelhos separados, ela empina sua bunda, ficando de quatro para saborear o clitoris de Alcina, lhe chupando com vontade e matando a sede pelo seu gosto. A condessa geme alto, mordendo os lábios escarlate e arranhando a grama com suas unhas longas.

— Draga... Mea...

Os dedos de Becca voltam a se aventurar entre os lábios de sua boceta, sem pausar suas chupadas, isso até dois de seus dedos separar suas dobras e lhe dar a noção da profundidade de Alcina. Só os dedos, talvez, não poderia dar muito prazer. E se...

Becca realiza uma última chupada, antes de afastar sua cabeça.

— Quer mais, M'Lady? — Com os dedos, Becca esfrega a boceta de Alcina, morosamente.

— Me faça gozar. — Ronrona Alcina, com os olhos fechados e queixo erguido.

E com sua súplica, Becca soca sua boceta com o punho, fazendo Alcina gemer tão alto capaz do eco espalhar-se por todo o bosque. As asas saltam de suas costas, eretas com a falta de controle da própria. Ela não esperava por essa investida. O punho de Becca estava dentro dela, seu interior apertando-a com a penetração bruta. A loira estava imóvel, assustada com a presença das asas, e Alcina ainda mais pelo o que acabara de acontecer. Era a primeira vez que Becca enxergou uma tonalidade rosada das bochechas da condessa, um fenômeno que em sua mente era considerado impossível. Becca tenta remover seu punho, mas Alcina estremece manhosa, e a mão continua dentro dela.

— Quer que eu continue?

Alcina assente com a cabeça, sem capacidade para dizer qualquer palavra. Lentamente, Becca afunda seu braço dentro de seu interior, e o corpo da condessa arqueia em resposta. As asas vibram, e suspiros driblam a boca dela cada vez que o punho a penetra. Seu interior era quente, e encharcado pela sua lubrificação, e Becca sentia seu braço ser consumido por ela. Fora estranho no início, mas na medida que movimentava seu punho, criando idas e vindas, começara a se excitar em ver Alcina a sua mercê. Ela estava com Lady Dimitrescu em suas mãos — ou melhor, em seu punho —, e agora era sua vez de domá-la. Começara a mover-se com mais força, girando seu punho para encontrar o ponto certo, e ao pressionar uma área em específico recebe outro gemido ardente, e Alcina tenta fechar suas pernas em torna dela. Mas Becca não a permite de tal ato, e se inclina para frente, ficando de quatro em cima dela, o braço livre apoiando ao lado de sua cintura para manter o equilíbrio.

— Minha vez de te foder com força, M'Lady.

Becca a soca, repetidas vezes, penetrações bruscas e sempre cutucando seu ponto sensível. Seus olhos âmbares não desgrudam da condessa, se deliciando com a boca vermelha aberta; os olhos preenchidos por sombra se espremendo; o suor fazendo presença em sua testa. As asas de Alcina palpitam com violência, e nem mesma ela conseguia ter controle de suas habilidades, não com Becca a fodendo daquele jeito. A floresta recebia seus gemidos, seus dedos afundam na terra para esconder as lâminas, o orgasmo próximo de vir como uma bomba. Becca sentia seu braço dormente, mas não podia parar, precisava ver Alcina gozando loucamente mesmo que a dor em seu ombro lhe implorasse para desistir. Que privilégio era ver a condessa do castelo naquela cena; de pernas abertas, com o vestido amassado e gemendo aos quatro ventos.

— Precisa ver a sua cara... — Arfa Becca, com um sorriso traiçoeiro escancarado no rosto. — Está tão entregue a mim, Alcina. O bosque te deixou bem assanhada.

— Becca, eu juro que... OOH! — Alcina é golpeada outra vez, a cabeça pendendo para trás. Becca alcança seu seio, engolindo seu bico e enterrando seu braço mais afundo dela. — Becca!

Ela está chegando. Mais três socos bruscos em sua boceta era tudo de que Alcina precisava para gozar, as asas esticando para cima em sincronia com seu orgasmo. O braço de Becca é sugado pelo seu interior, a fazendo ficar imóvel no aguardo de seu relaxamento. As pernas de Alcina lhe apertam, mas não a machucam. Becca só se afastou quando as paredes da condessa se abriram, e suas asas descansaram no chão. Puxou seu braço devagar, suas narinas sendo invadias pela fragrância do sexo, e estudou a umidade em sua pele causada pelo gozo de Alcina. Era um pouco grudento, mas o esforço valera a pena.

A condessa ainda se recuperava, o peito subindo e descendo com frequência, e olhos ainda fechados.

— Como se sente? — Pergunta Becca, seu braço formigando pela dormência.

— Muito bem. Só preciso de uns minutos.

Becca sorri, orgulhosa pela seu esforço. A fonte a chamava, e por já estar sem roupa — tendo que tirar só a cinta-liga em par com a calcinha —, não pensou duas vezes e saltou para dentro dela. Alguns respingos alcançaram o vestido de Alcina, entre tanto, a mesma continuou na mesma posição e sem reclamar. A temperatura da fonte estava morna, e Becca subiu a superfície completamente risonha, para em seguida mergulhar mais alguma vezes. Ela já nadou no riacho, mas em uma fonte era sua primeira vez. A sensação era de se estar em uma fonte termal, mas sem a água estar excessivamente quente. Estava no ponto certo. Também não era tão funda, seus pés alcançavam a areia no fundo, e a água batia em seu queixo.

— Você não vai entrar?

— Não quero tirar meu vestido.

Becca morde os lábios, não aceitando que Alcina ficasse a observando tomar banho. De forma traiçoeira, ela usa os braços para jogar uma onda de água em cima da condessa, molhando todo o seu vestido e evocando uma reação frustrada da mesma.

— Agora você vai ter que tirar.

"Mas que peste!", xinga Alcina dentro de sua cabeça, embora sua indignação não tenha durado ao ver o sorriso trapaceiro sendo exibido por Becca. Sem ter outra escolha, e rendida as vontades dela, Alcina se levanta para tirar sua vestimenta e unir-se a jovem na fonte. Seus braços enrolam o quadril de Becca, lhe puxando contra seu peito e capturando sua boca.

— O que será que faço com você? — Suspira Alcina entre os beijos.

— Me devolver o favor, quem sabe? — Becca geme contra seus lábios.

Era justo. Alcina a permite de enlaçar as pernas em volta de sua cintura, segurando em sua bunda para que Becca esfregue sua boceta contra ela. A favor da água, a loira abraça o pescoço de Alcina para manter seus lábios unidos, rebolando seu quadril com mais rapidez em contato com o abdômen dela. Alcina aperta sua bunda, motivando sua esfregação para ajudar Becca a se saciar com mais facilidade. Os gemidos se misturam, as respirações ficam presas e o quadril de Becca se movimenta em desespero, aclamando pelo clímax. A água da fonte se agita entre elas, e Alcina morde o lábio de Becca ao sentir suas unhas fincarem sua nuca.

— Al... Cina!

Becca estava a beira do delírio, e sua boca é invadida pela língua de serpente, quase a engasgando em meio ao ato. Os olhos caramelizados lacrimejam pela falta de ar, e as unhas de Alcina penetram a pele de bunda para força-la a esfregar sua boceta com mais precisão contra sua barriga. Manchas de sangue contaminam a água, e Becca não sentira a dor por ter sido ao mesmo tempo de seu orgasmo, e seu corpo oscila em satisfação. Agora, quem não sentira a pernas era Becca, e fora a vez de Alcina contemplar sua vitória.

A cabeça de Becca descansa em seu ombro, apreciando a massagem em suas costas pela condessa, e aos poucos seu coração bombardeava com mais tranquilidade.

— Podemos vir aqui de novo? — Sussurra Becca, com uma preguiça se apoderando se seus músculos.

— Sempre que quiser, minha joia.

***

O pouso ocorrera no jardim dos fundos, e o sol encontrava-se perfeitamente no centro, indicando o meio-dia. Becca estava com os cabelos úmidos presos em coque desajeitado, mas ao menos sua roupa não estava molhada. Ao contrário de Alcina, que como consequência pela brincadeira malandra de Becca, seu vestido ainda estava encharcado e necessitava de uma secagem.

— Que estranho. — Avalia Alcina.

— O que? — Questiona Becca.

— Há muito silêncio.

— E o que tem de errado nisso?

— Minhas filhas estão aprontando. — Deduz Alcina.

A condessa se apressa a entrar no castelo, e a calmaria era evidente. Não encontraram nenhum empregada, mas os sermões de Margaret davam para serem ouvidos do outra ala. Ela parecia estar se dirigindo a uma de suas filhas, e Becca ultrapassa Alcina para abrir as portas e facilitando sua entrada no Salão Principal. As três irmãs estavam presentes, e com caras fechadas, exclusivamente Daniela. A ruiva fazia beiço como uma criança que recém aprontara algo, e Margaret estava bastante aborrecida.

— O que aconteceu? — Interroga Alcina.

— Daniela quebrou outro vaso. — Responde Cassandra.

— Eu a alertei de que deveria parar de correr... Voar... Enfim, não fazer pirraça nos corredores! — Exclama Margaret, alterada pelo desastre. — Mas essa garota não obedeceu ordens de nenhuma maneira!

— Eu só estava me divertindo pelo castelo! — Daniela tenta se defender. — A culpa não é minha se o vaso estava no meu caminho!

— Era só ter desviado, sua anta. — Diz Cassandra.

— Cassandra, mais respeito com a sua irmã! — Exige Alcina. — Eu disse para vocês obedecerem a Margaret, e não vou tolerar que essa desobediência se repita.

— Desculpa, mãe. — Murmura Daniela.

— Margaret, peça para uma das empregadas limpar a bagunça.

— Imediatamente, senhora.

Com a saída da governanta, Alcina se aproxima de suas garotas, agora mais serena do que antes.

— Não me importo de se aventurarem pelo castelo, mas há relíquias aqui que devem ser preservadas. Então, por mim, cuidem do castelo e respeitem a Margaret.

— Vamos melhorar, mãe. — Bela diz por todas.

— Por que seu vestido está molhado, mãe? — Pergunta Daniela. — Choveu e eu não vi?!

— Do jeito que é lerda, é capaz de morrer pra uma tempestade. — Caçoa Cassandra, sempre pegando no pé de sua irmã caçula.

— Não enche, Cass! — Daniela se emburra.

— Meninas, nada de brigas. — Solicita Alcina. — Eu quero cada uma ficando em alas separadas até as três da tarde. No final do dia podemos ter uma noite de literatura.

— Leitura! — Daniela comemora, se transformando em uma nuvem de moscas e partindo para o segundo andar.

Suas irmãs se espalham em seguida, restando apenas Alcina e Becca no salão. O som do telefone soa por todo o ambiente, arruinando com o dia feliz da condessa. Só poderia ser Miranda outra vez. Com pressa em atender o telefonema e trocar de roupa com urgência, Alcina chega ao seu escritório atendendo a ligação.

— Sim, Mãe Miranda?

Não precisa ofender também! — Reclama Karl, do outro lado da linha.

— Heisenberg?! — Exclama Alcina, estupefata com a ligação vindo da casa de Donna. — O que deu em você em me ligar a uma hora dessas?!

Teve perda de memória de novo? — Zomba o Lorde. — Eu disse essa manhã que iria dar um jeito de concertar o telefone da Donna para ter contato com você, e consegui. De nada.

Deixa eu falar com ela! — A voz de Rose surge próxima de Heisenberg.

A sua pirralha quer falar com você.

Alcina aguarda a troca de lugares, e Becca entra no escritório pacificamente. Rose surge na linha em poucos segundos.

— Oi, mãe. Você chegou bem? A Miranda suspeitou de algo?

— Todas estão bem, meu amor. Eu tive um pequeno encontro com a Miranda, e ela acreditou na minha história. Agora precisamos ser cautelosos.

Hã... Eu estive pensando. Teria como eu ir no castelo te ver?

Vir pra cá?

Becca se atenta mais na chamada.

Eu queria te entregar algo, se houver alguma chance de eu ir aí.

— Rose, é muito arriscado você vir.

O Chris ou o Karl podem me acompanhar.

Eu não quero nenhum de vocês se arriscando em vir, é demais.

— Eu posso buscar ela. — Becca se oferece, e Alcina lhe fita, ainda em dúvida. — Seria bom a Rose passar um pouco de tempo aqui, a Miranda vem poucas vezes pra cá.

— Ela pode aparecer a qualquer momento, Becca.

— A gente avisa a Margaret para vigiar, e o mesmo pode ser exigido das garotas. Deixe a Rose vir e passar um tempo com as garotas também, seria uma iniciativa dela se dar bem com as meninas.

A proposta de Becca era boa, e fazia sentido. Com a contribuição de Margaret e da colaboração das empregadas seria mais fácil de se esquivar da Miranda durante suas visitas, e Rose poderia passar um tempo com elas no castelo para criar laços com suas filhas.

Eu ainda posso ir? — Rose volta a perguntar.

— A Becca vai buscar você. — Permite Alcina. — E fala pro Heisenberg não me ligar mais.

Pode deixar. Até daqui a pouco, mãe.

Até, Rose.

— Ela parece ser bem apegada em você. — Percebe Becca.

— Fico me perguntando quem é a mais grudenta: Rose ou Daniela. — Alcina sorri, posicionando o telefone para perto da ponta da mesa. — Antes de você ir buscá-la, pegue suas coisas e leve para o meu quarto. Se estiver insegura de ver as outras garotas peça para Margaret te acompanhar na mudança.

— Certo.

Becca queria ao máximo evitar de se encontrar com suas amigas, e mesmo que o quarto das empregadas estivesse vazio devido o horário, havia a probabilidade de se encontrar com uma das garotas pelo corredores, e só por esses pensamentos a ansiedade lhe assombrava. Tentaria organizar suas coisas na maior velocidade que poderia, tendo em mente de que, dali em diante, ela será a preferida de Lady Dimitrescu.

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