Hero of The Story - Tradução

By r_zoldyck1

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Talvez o destino não quisesse que Hermione Granger fugisse. Talvez o destino quisesse que Hermione Granger mu... More

Introdução
Sinopse
Main Cast
Aesthetics
Playlist
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Extra 1
Extra 2
Extra 3
Extra 4

Epílogo

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By r_zoldyck1

Epílogo

Quão raro e lindo é que existimos

(Saturn by Sleeping at Last)

~*~

31 de julho de 1991

— Você tem certeza disso, Hermione?

A preocupação em sua voz era espessa e, apesar do enorme nervosismo que estava sentindo, Hermione conseguiu esboçar um pequeno sorriso. — Sério? Você está perguntando isso agora, quando já estamos praticamente a alguns quarteirões de distância?

Peter lançou um olhar fulminante.

O sorriso de Hermione vacilou, seu coração batendo forte dentro do peito enquanto as várias casas familiares alinhadas na pitoresca rua de Heathgate passavam por eles. Sua língua ficava mais grossa a cada passo que dava e, embora uma parte dela ainda duvidasse que fosse uma boa ideia, sua curiosidade venceu o nervosismo que estava sentindo.

— Harry acabou de receber sua carta de Hogwarts, — ela explicou suavemente. — Eu só pensei... bem, fiquei muito curioso. — Ela suspirou e estendeu a mão para Peter, enganchando o braço ao redor dele. — Eu queria ver por mim mesmo. Eu me perguntei sobre isso há anos e hoje parecia um bom dia para finalmente ver por mim mesmo.

— É o aniversário do meu afilhado, caramba, — Peter choramingou. — Há muitos outros dias para fazer isso, Hermione.

Ela o beliscou levemente em seu braço, ganhando uma carranca irritada de seu irmão mais velho.

— Estávamos a caminho, — ressaltou ela. — Só... pare de fazer barulho. Não vai demorar nem uma hora.

Abençoadamente, Pedro cedeu, embora ainda exibisse sua carranca petulante. Por baixo de seu aborrecimento, entretanto, Hermione podia ver a profunda preocupação que ele sentia por sua irmã. Ela apertou seu braço em agradecimento, silenciosamente retransmitindo sua gratidão por ele a estar acompanhando hoje.

Enquanto eles continuavam a caminhar por uma das lindas ruas do subúrbio Hampstead Garden, Hermione aproveitou para observar os arredores. Era um lindo dia de verão, com o sol alto no céu e sem nuvens à vista. Seus olhos lacrimejaram ligeiramente ao espiar o parquinho familiar que ela costumava frequentar como Hermione Granger, o lugar cheio de crianças rindo sendo perseguidas por seus pais exasperados. Eles passaram pelo banco do parque em que Harold Granger costumava sentar-se com ela, e o par de pai e filha observava os transeuntes em um silêncio satisfeito. Mais à frente, na encruzilhada, ficava a imponente igreja que os Grangers costumavam frequentar, antes de descobrirem que sua filha era uma bruxa.

Todo o lugar era exatamente como ela se lembrava. Embora as memórias de Hermione Granger estivessem agora incrivelmente borradas na mente da morena, ela ficou muito confusa como ela ainda conseguia se lembrar do lugar que ela chamava de lar.

Seu coração saltou em sua garganta quando ela finalmente parou, parada na frente de um belo gramado cheio de fileiras e mais fileiras de arbustos floridos. Uma risada suave escapou de seus lábios, espiando o gnomo ridiculamente feio de quem Harold Granger gostava muito, aninhado entre arbustos floridos de girassóis.

— Tudo está... tudo igual, — ela disse sem fôlego, seus olhos lacrimejantes observando as paredes de tijolos marrons da casa.

— Você está bem? — Peter perguntou preocupado, apertando seu cotovelo para chamar sua atenção.

Hermione desviou o olhar da casa e olhou para o irmão.

— E-eu não sei, — ela gaguejou levemente. Seu coração estava pesado, oprimido por um ataque de emoções que ela nunca poderia entender. Lágrimas escorreram de seus olhos enquanto ela voltava o olhar para a casa, relembrando sobre memórias insignificantes de Hermione Granger passeando por esta casa.

Um suspiro escapou de seus lábios quando a porta da frente de repente se abriu. Hermione agarrou-se firmemente a Peter quando um homem de quase trinta anos, com cabelos rebeldes que quase rivalizavam com os de Selwyn, saiu de casa. Seus familiares olhos castanhos piscaram para os Pettigrews surpresos, antes que um sorriso incerto se estendesse em seu rosto.

— Posso ajudar? — Harold Granger perguntou. Os olhos de Hermione viajaram para a caixa pesada em seus braços, antes de olhar para o pequeno carro suburbano estacionado na frente da casa.

— Um... E-eu, bem, — ela começou sem fôlego.

— Nós conhecíamos alguém que morava aqui, — Peter deixou escapar, salvando Hermione de sua gordura embaraçosa.

As sobrancelhas do homem mais velho franziram em confusão.

— Oh? — ele perguntou, agora olhando desconfiado para os dois. — Pelo que eu sei, estou morando aqui há quase trinta e nove anos.

— Certo, — disse Hermione, querendo se bater por não ter pensado nisso. Agora, certamente Harold Granger achava que eles eram muito suspeitos. — Certo... hum, desculpe. — Ela inclinou a cabeça para a caixa em seus braços, que ele então depositou no porta-malas de seu carro. — Indo para algum lugar?

Estava claro que Harold estava debatendo se deveria continuar conversando com os estranhos. A forma como seus ombros ficaram tensos significava que ele se sentia muito desconfortável com a presença deles. Hermione deu a ele um sorriso apaziguador, tentando retransmitir que eles não queriam fazer mal. Harold piscou os olhos para ela, antes que um pequeno e quase hesitante sorriso surgisse em seu rosto.

— A senhora e eu finalmente decidimos nos mudar para a Austrália, — ele respondeu lentamente. — Já era hora, se quer saber. Embora a Inglaterra seja o nosso lar, decidimos que é hora de descobrir outros lugares bonitos do mundo.

Seu coração doeu ao se lembrar da história de Harold quando Hermione Granger era mais jovem. Ele e Jean Granger sempre sonharam em se mudar para a Austrália para continuar sua prática odontológica, mas com o nascimento repentino de Hermione e a consequente aceitação em Hogwarts, eles decidiram continuar na Inglaterra. Razão pela qual Hermione Granger soube instantaneamente que, uma vez que tivesse obliviado seus pais, ela os enviaria para a Austrália.

— Tenho certeza que a Austrália será maravilhosa, — ela sussurrou, tentando ao máximo manter suas emoções sob controle. Seu aperto no braço de Peter era muito forte, a julgar pela maneira como seu irmão fez uma careta de dor. Felizmente, porém, Peter não protestou.

A porta se abriu mais uma vez e saiu uma mulher com cabelos castanhos escuros lisos e olhos castanhos.

— Oh, — disse Jean Granger, seus olhos se voltando para os estranhos. — Temos visitas, Harold?

— Estamos apenas de passagem, — assegurou Hermione, um sorriso vacilante aparecendo em seu rosto. — Conhecíamos alguém que morava aqui.

— Oh, — Jean repetiu, desta vez um sorriso adorável agora aparecendo em seu rosto. — Bem, você passou em um momento terrível. Meu marido e eu estamos nos mudando para fora do país.

Uma pergunta estava na ponta da língua de Hermione, e por mais que tentasse, ela não conseguia formar as palavras adequadas. Ela não sabia como perguntar sobre... sobre ela sem soar muito intrusiva e estranha. Sua cabeça já estava confusa com a visão das duas pessoas que ela uma vez chamou de pais.

— Apenas vocês dois? — Peter deixou escapar de repente. — Nenhuma criança protestando contra a grande mudança?

Olhares tristes idênticos apareceram nos Grangers, com Jean parecendo o mais desamparado, mas havia um pequeno sorriso hesitante no rosto de Harold.

— Não. Oh não, sem filhos, — explicou ele. — Somos apenas nós dois.

A respiração de Hermione engatou, sem saber como se sentir sobre o fato de que Hermione Granger não existia no momento. De alguma forma, ela já tinha um pressentimento de que era esse o caso. Hermione Pettigrew não deveria existir durante a linha do tempo de Hermione Granger. Fazia sentido que um não pudesse existir enquanto o outro estivesse vivo. Isso criaria muitas fendas complicadas na linha do tempo.

— Oh, — ela se encontrou expirando. — M-me desculpe.

Jean riu e discretamente enxugou uma lágrima errante.

— Não precisa se desculpar, — disse ela com uma risada adorável.

— Provavelmente deveríamos ir andando, — disse Harold então, esticando o braço para segurar com força a mão de Jean. — Nosso voo é em algumas horas e não podemos perder isso.

— Certo, é claro, — disse Peter com um aceno vigoroso. — Vamos, Hermione. Devíamos... provavelmente deveríamos ir.

Os olhos azuis de Hermione se suavizaram com o casal que ela considerava sua família.

— Sinceramente, desejo a vocês dois uma vida maravilhosa, — ela sussurrou, incapaz de impedir que algumas lágrimas escapassem de seus olhos azuis. — Vocês dois... vocês dois merecem.

Eles olharam para ela de forma estranha, mas havia sorrisos hesitantes em seus rostos.

— Obrigado, — disse Harold.

Peter murmurou um adeus rápido e puxou-a para longe. Em vez de aparatar, seu irmão a sentou no banco do parque próximo e segurou sua mão.

— Você está bem? — ele perguntou, olhando para o rosto choroso dela com olhos preocupados.

Hermione bufou uma risada enquanto erguia a mão e enxugava as lágrimas.

— Sim, — ela murmurou. — Sim. Só... me dê alguns minutos, Petey.

Seu irmão acenou com a cabeça e resolutamente segurou a mão dela enquanto Hermione chorava baixinho. Ela não tinha certeza de como realmente se sentia, talvez tristeza, por uma garota nascida trouxa que nunca teve a chance de experimentar magia pela primeira vez, ou culpa por ser a razão pela qual Jean Granger nunca teve um filho. Havia um estranho alívio em seu coração também, mas Hermione não conseguia entender o que realmente significava.

Demorou alguns minutos para se recompor.

— Nós provavelmente deveríamos ir, — disse ela, virando-se para Peter para lhe dar um sorriso trêmulo. — Merlin, é o aniversário do meu Harry! Não posso me dar ao luxo de me sentir assim hoje.

Peter sorriu tristemente e colocou um braço sobre o ombro dela.

— Vamos voltar para nossa família, — disse ele.

Seu sorriso cresceu. Família. Mesmo que ela tivesse que desistir de sua vida como Hermione Granger apenas para tornar este mundo um lugar melhor, Hermione Pettigrew, agora Potter, não se arrependia, porque no final, ela ainda tinha encontrado um grupo de pessoas que agora a considerava família.

— Vamos para casa, — disse ela.

~*~

Os irmãos Pettigrew rematerializados no ponto de aparatação em Godric's Hollow. Hermione, a essa altura, havia se acalmado de suas emoções opressivas após a visita deles aos Grangers e estendeu a mão para Peter para dar o braço a ele novamente.

— Como está Mary? — ela perguntou, inclinando a cabeça para cima para olhar para o rosto de seu irmão.

— Ela está... administrando. — Ela bufou com a careta dele, fazendo-o sorrir timidamente. — Esta gravidez está pior do que quando ela estava grávida de Annie. Ela agora está ainda mais convencida de que o bebê nº 2 é um menino. — Um sorriso malicioso então apareceu em seu rosto, seus olhos azuis brilhando intensamente enquanto eles continuavam a caminhar pelas ruas estreitas de Godric's Hollow. — E você? Estou esperando outra sobrinha ou sobrinho?

Desta vez, foi Hermione quem fez uma careta.

Por favor. Chega, — ela gritou exasperada. — Não acho que meu pobre corpo aguente mais um.

Peter riu alegremente, então continuou a contar a ela sobre sua missão anterior de auror. Hermione o satisfez respondendo na hora certa, rindo como uma boba das piadas ridículas que ele brincava.

Enquanto eles continuavam sua jornada de volta para casa, Hermione soltou um suspiro de satisfação. Era raro para ela ver seu irmão hoje em dia, visto que ele estava sobrecarregado com seu trabalho de auror. Hermione, como a professora de Aritmancia indicada, já estava se preparando para o próximo ano letivo. Somado a isso, estava o iminente primeiro ano de Harry em Hogwarts. As coisas estavam bem ocupadas no chalé Potter, já que Hermione havia afirmado que Harry teria tudo de que precisava assim que começasse a ir para a escola.

Sua atenção foi trazida de volta para Peter quando ele soltou um gemido alto.

Sério, — ele choramingou. — Por que eles não removem essa coisa estúpida, estúpida?

Hermione sorriu amplamente, já sabendo o motivo do descontentamento de Peter. O obelisco com os diferentes nomes das vítimas da Segunda Guerra Mundial apareceu e conforme elas se aproximavam, o monumento mudou para mostrar uma estátua imponente de Peter Pettigrew, elevando-se sobre uma cobra enrolada em um crânio, com a ponta da varinha apontada para o símbolo de a Marca Negra. Uma pequena inscrição foi rabiscada abaixo:

Para se esforçar e triunfar em face do medo é o que significa ser um herói

Era terrivelmente extravagante e magnífico ao mesmo tempo. A estátua de Peter parecia formidável, o que era totalmente ridículo para Hermione porque seu irmão era um homem doce, doce. Certo, a estátua parecia quase exatamente com Peter, mas a expressão em seu rosto parecia tão fora do lugar.

— Eu acho que é brilhante, oh Grande Salvador, — ela provocou. Hermione gritou quando Peter beliscou seu lado.

— Não me chame assim, — ele choramingou, as bochechas ficando vermelhas enquanto puxava Hermione para longe de sua estátua embaraçosa. — Já se passaram onze anos desde aquele dia. Por que eles não podem simplesmente... deixar tudo ir?

— Bem, você foi brilhante naquele dia, — ela o lembrou. — Claro que as pessoas gostariam de se alegrar, porque você conseguiu matar o mago mais vil que o Mundo Bruxo já conheceu.

— Se as pessoas deveriam saudar um maldito herói, deveria ser você.

O canto dos lábios de Hermione se curvou em um pequeno sorriso. Este não era um argumento desconhecido; Peter constantemente insistia que ele apenas seguiu os planos de Hermione. Ele achava que alguém que havia jogado um Avada não deveria ser considerado um herói. Claro que eles tinham permissão para usar uma Imperdoável se a necessidade surgisse como Auror, mas Peter ainda achava que era muito estranho todo mundo aceitar isso.

— Estou cansada demais dos holofotes, — ela finalmente respondeu, ecoando suas palavras habituais para rejeitar a insistência de Peter de que seu envolvimento na queda de Voldemort deveria ser reconhecido mais do que seu feitiço de última hora. — Apenas me deixe viver em paz.

Ele bufou, mas felizmente abandonou o assunto assim que chegaram ao chalé Potter.

Por um breve momento, seus olhos pousaram na janela conectada ao quarto onde o quarto de Harry costumava ser. James sugeriu que eles se mudassem alguns dias após a derrota de Voldemort, mas Hermione insistiu que eles não deveriam se incomodar. Em vez disso, eles passaram o ano restante destruindo a mesma sala onde Voldemort foi morto. Atualmente, a sala estava vazia de qualquer coisa em vez de uma penseira e as memórias de Hermione Granger. Nenhum deles frequentava aquela sala, entretanto, mas Hermione ainda se encontrava parada na frente da porta, constantemente se lembrando de que eles finalmente triunfaram e Voldemort estava morto.

— Hermione? — Peter chamou, interrompendo seus pensamentos.

— Certo, desculpe, — disse ela apressadamente, lançando lhe um sorriso bem-humorado. — Vamos.

Mesmo antes de Hermione cruzar a soleira, ela podia ouvir o barulho vindo de dentro. Seu sorriso se alargou em seu rosto quando Peter a conduziu para dentro de sua casa. Eles passaram pela sala de estar vazia e entraram no enorme quintal atrás.

Foi um pandemônio, com crianças correndo atrás umas das outras pelo vasto jardim. Os adultos estavam amontoados em um canto, trocando várias conversas durante um jogo de Xadrez Mago.

Para o décimo primeiro aniversário de Harry, James insistiu que eles convidassem muitas pessoas para o chalé Potter para comemorar esse marco com eles. O primogênito deles ficou encantado, é claro, porque isso significava que ele veria seus amigos todos reunidos em sua casa. Hermione estava temendo esse dia, entretanto, porque ela sabia que seria exaustivo, preparando tudo para o aniversário de Harry, ao mesmo tempo, certificando-se de que todos estivessem entretidos e que nenhuma das crianças fizesse algo bobo e se machucasse.

— Estou indo para a cozinha para ver se posso ajudar, — disse Hermione, seus olhos azuis examinando brevemente a massa de pessoas para ver se algo estava errado. Ela então perfurou Peter com um olhar severo. — Certifique-se de que ninguém se machuque, especialmente meus filhos, Merlin Todo-Poderoso. Sempre fico nervoso toda vez que Sirius e os filhos Weasley mais velhos estão juntos.

Peter bufou, sem dúvida se lembrando do desastroso jantar mensal de domingo na Toca dos Weasleys que acabou em uma briga de comida, que definitivamente tinha sido instigada por Sirius e os filhos mais velhos Weasley. — Vou tentar o meu melhor, mas sem promessas, Mione, — disse ele.

— Isso é bom o suficiente, — disse ela com um suspiro. Hermione se despediu dele e voltou para dentro de sua adorável casa, em direção à cozinha.

Seu nariz logo foi atacado por vários cheiros cheirosos, levando sua boca a se encher de água de fome. Ela não tinha tomado o café da manhã ainda, a mente muito consumida pelo nervosismo antes de visitar a casa dos Granger.

Ela sorriu ao ver Anya e Molly Weasley contornando a cozinha, várias panelas e frigideiras, espátulas e tigelas dançando no ar enquanto preparavam a refeição de aniversário de Harry. Fleamont e Euphemia estavam lá para ajudar, e entre as ações agitadas das bruxas mais velhas, James estava de pé sobre uma panela fumegante, levando uma pequena colher aos lábios para provar um pouco. James fez uma careta, pegou um pouco de sal e pimenta e começou a colocar mais na panela.

— Olá, — foi à saudação de Hermione.

Todos os olhos deles instantaneamente se voltaram para Hermione.

— Você voltou! — James exclamou, radiante como o mais brilhante do grupo.

— Peter e eu fizemos um breve desvio, — disse ela timidamente, acomodando os sacos de papel na bancada. — O que posso fazer para ajudar?

— O bolo de aniversário de Harry ainda não foi feito, querida, — disse Anya. Hermione bufou ao ver como seu cabelo crespo tinha crescido com a umidade dentro da cozinha. — Molly e eu precisamos de ajuda para fazer isso.

— Só não deixe ela desenhar o bolo, — James murmurou de seu lugar perto das panelas fumegantes.

As bochechas de Hermione ficaram vermelhas.

— O que foi isso, Potter? — ela cortou.

Seu marido lhe lançou um sorriso inocente.

— Nada, amor, — ele aplacou.

A morena revirou os olhos e caminhou em direção aos ingredientes espalhados do bolo de aniversário.

— Deixe-me ajudá-la com isso, Hermione, — Euphemia se ofereceu, ficando ao lado de Hermione. — Na verdade, sou muito bom com panificação.

Fleamont, que estava ajudando Molly a misturar um pouco do molho de macarrão para a lasanha, bufou ruidosamente.

— Bom para assar, sim. Mas preparar macarrão, no entanto...

— O que foi isso, Potter? — sua esposa disparou, trazendo uma gargalhada ruidosa dos lábios de James. Hermione sorriu divertida quando Eufêmia lançou outra réplica sarcástica de volta para seu marido, que Fleamont respondeu de todo o coração com uma resposta objetiva.

— Sinto tanto a falta de conversar com adultos, — lamentou Molly, com um suspiro de alívio cômico escapando de seus lábios. — Estar constantemente cercado por crianças todos os dias quase me deixava louco.

— Você é incrível, Molly. De verdade, — disse Hermione. — Eu não sei como você faz isso.

— Ouça, ouça, — Anya acrescentou com uma risada. — Cuidar de apenas duas das crianças mais teimosas do mundo me deu dor de cabeça.

A bruxa mais jovem do grupo sorriu timidamente para sua mãe, enquanto Molly apenas riu e felizmente continuou a preparar a lasanha para o grupo. Os olhos de Hermione desviaram-se para a pequena bruxa ruiva, seu coração palpitando com boas lembranças de sua versão mais velha. Embora admitisse que ela desconfiava de Molly Weasley por causa de alguns momentos na vida de Hermione Granger, o amor que ela dava aos filhos era incondicional. Agora que ela tinha seus próprios filhos, Hermione entendeu o quão ferozmente protetora Molly tinha sido com seus filhos e estendeu a mão para ela assim que Voldemort morreu. Além disso, ela estava curiosa para conhecer as versões mais novas dos Weasleys, especialmente Ron. Não surpreendeu Hermione quando Harry e Ron imediatamente forjaram uma amizade que ela definitivamente sabia que transcenderia o tempo.

Seus olhos então se desviaram de Molly quando um novo conjunto de passos chegou na cozinha.

— Pai, — Stella Potter de oito anos chamou, indo em linha reta em direção a seu pai. — Pai, por favor. Você é necessário lá fora! Todo mundo está jogando Quadribol.

Hermione foi incapaz de reprimir um bufo quando o rosto de James iluminou-se apenas com a visão de sua filha. Ela ainda se lembrava, claro como o dia, de como James chorou sem vergonha, lágrimas de felicidade quando a bebê Stella foi colocada em seus braços. Embora Stella tivesse herdado o cabelo rebelde de Selwyn, seus olhos eram castanhos como os de seu pai. E, ela soube naquele momento, que enquanto Hermione havia estragado Harry muito, Stella seria a menina dos olhos de seu pai.

— Stella, princesa, você sabe que estou fazendo uma refeição para o seu irmão, — James suspirou, gesticulando na direção da panela fumegante em que esteve trabalhando desde que Hermione chegou.

A menina de oito anos puxou petulantemente seus cachos.

— O tio Almofadinhas sabia que você recusaria e me disse para lhe dizer que o tio Reggie está jogando como apanhador para o outro time, — ela continuou.

Previsivelmente, James enrijeceu, seus olhos castanhos brilhando com uma resolução ridícula.

— Sério agora, — ele disse, disfarçadamente olhando para Hermione.

Bem, eu costumava jogar como artilheiro do time de quadribol da Grifinória, mas também sou um apanhador decente.

Hermione revirou os olhos.

— Sério, James? — ela bufou. — Essa rivalidade ridícula com Regulus está ficando fora de controle. Já se passaram anos, caramba.

Ele ergueu o queixo no ar.

— Eu sou um jogador de quadribol melhor do que ele, — ele apontou com uma pequena carranca. — Na verdade, eu vou te mostrar. — James então se virou para Molly e deu a ela seu sorriso mais charmoso. — Molly, minha querida, sinto muito por não ter terminado esta sopa, mas sou muito necessária lá fora. Defender a honra de minha amada é a maior prioridade, afinal.

— Oh, Merlin, — a morena suspirou, se impedindo de bater na testa com a palma da mão. Molly enxotou James, rindo, que então deu uma piscadela vencedora para Hermione, e agarrou a mão de Stella para conduzi-la para fora da cozinha.

Assim que eles saíram, os que permaneceram na cozinha começaram uma conversa fácil enquanto terminavam de se preparar para a refeição de aniversário de Harry. Hermione ficou quieta principalmente, contente em ouvir as anedotas contadas pelas bruxas mais velhas lá dentro.

Isso durou mais ou menos uma hora e assim que terminaram, Hermione se ofereceu para anunciar aos outros que o almoço seria servido em breve.

Assim que ela entrou no jardim dos fundos, no entanto, um suspiro alto escapou de seus lábios.

— Sirius Black, coloque meu filho de volta no chão agora mesmo! — ela gritou, o coração batendo forte ao ver seu filho mais novo de cabelo bagunçado sentado na frente de Sirius em sua vassoura. Seus olhos trovejantes varreram as várias figuras pairando no céu e ela olhou para seu marido envergonhado. — Eu disse a você sem quadribol até eles terem dez anos, James Potter!

— Sinto muito, sinto muito, isso não vai acontecer de novo! — James gritou lá de cima, um pouco em pânico a julgar pelo seu tom de voz.

Sirius, por outro lado, suspirou ruidosamente.

— Merlin, gatinha, acalme-se, — ele chamou com petulância, embora ele e o filho dela estivessem descendo de uma grande altura. Mesmo antes de a vassoura de Sirius pousar no chão, Hermione arrancou seu filho de cinco anos da vassoura e o abraçou com força contra o peito. — Pontas nº 2 estava se divertindo muito! — Ele estendeu a mão e beliscou sua bochecha. — Não era, leãozinho?

— Sim! — Leon Potter, de cinco anos, brincou alegremente, seus olhos azuis de Selwyn iluminados com entusiasmo genuíno. — Por favor, mamãe, de novo? — Ele fez aquela coisa com os olhos que sempre derreteu o coração dela, mas os instintos maternais de Hermione anularam qualquer agitação em seu coração que fosse causada por seu rosto adorável.

— Quando você tiver dez anos, será capaz de voar muito alto, Leon, — Hermione suspirou, dando um beijo nos cachos castanhos e bagunçados de seu decepcionado filho. — Eu sei que você quer voar com seu pai e Harry, mas por enquanto, fique no chão para a mamãe, ok?

Seu filho mais novo tinha um rosto abatido, mas soltou um grande suspiro.

— Ok, — ele suspirou. Hermione sorriu calorosamente e o colocou de pé, e ele correu em direção aos Weasleys mais jovens e começou a brincar com eles.

Harry foi definitivamente um acidente feliz, enquanto Stella foi planejada. O que James e Hermione não esperavam era a concepção de Leon. No entanto, eles receberam bem seu nascimento, seus pais simplesmente felizes que sua pequena família estava crescendo. Hermione já havia colocado o pé no chão e se recusado a ter outro filho depois de Leon, o que James aceitou.

— O almoço estará pronto em breve! — Hermione então ligou. As várias vassouras pairando sobre o jardim foram pousar enquanto Hermione se voltava para a cozinha para ajudar a se preparar.

Lily, cujo rosto estava vermelho por causa do voo, correu imediatamente em direção a Hermione e deu o braço a sua melhor amiga.

— Você está bem, Hermione? — ela perguntou enquanto Hermione os levava de volta para dentro. — Você sabe, com a carta de Hogwarts de Harry e tudo mais?

Um lindo sorriso escapou dos lábios de Hermione.

— Claro, estou bem, — disse ela. Quando Lily a perfurou com um olhar, Hermione desinflou, seu sorriso se tornando desamparado. — Estou um pouco triste, sim, mas sempre soube que Harry iria crescer de uma forma ou de outra. Eu só... estou feliz por ele estar seguro e cercado por pessoas que fariam qualquer coisa por ele. Eu tenho certeza que ele será brilhante em Hogwarts.

Lily suspirou, apertando o braço de Hermione em resposta.

— Eu não acho que meu coração aguentará quando Iris começar a ir para Hogwarts, — ela reclamou. — Pelo menos meu rabugento estará com minhas filhas constantemente. Sev sempre aponta isso para mim e eu estou com ciúme.

Hermione bufou.

— Iris e Ivy vão deixar Sev louco, tenho certeza, — ela apontou descaradamente. — Especialmente porque suas duas filhas se parecem muito com você. Eu me pergunto como Sev vai lidar com isso quando perceber que suas flores preciosas estão crescendo e começando a mostrar interesse por meninos.

Os olhos esmeralda de Lily brilharam em diversão.

Você tem que me contar sobre a expressão dele quando isso acontecer, Hermione, — ela insistiu. — Já que você estará em Hogwarts com ele.

A bruxa mais jovem riu e garantiu a sua melhor amiga que faria isso.

Quando chegaram à cozinha para ajudar, os outros já carregavam as tigelas com as várias refeições para fora e para os jardins. Fleamont e os Marotos prepararam a mesa comprida e organizaram os pratos de comida. James reuniu todos ao redor e puxou Harry com ele para a frente da mesa.

Foi Hermione quem trouxe o bolo de chocolate, sorrindo brilhantemente quando as bochechas de Harry coraram com a quantidade de atenção que ele estava recebendo. Harry Potter, passado e presente, ainda odiava os holofotes, mas seus olhos azuis brilhavam impossivelmente e era sem dúvida que ele estava feliz, embora um pouco envergonhado.

Hermione liderou a cantoria de 'Parabéns pra você' e colocou o bolo na frente de seu primogênito. Harry olhou para ela e sorriu brilhantemente. James se esgueirou ao lado de Harry, com Leon empoleirado em seus braços, enquanto Stella obstinadamente tentava empurrar seu irmão mais velho para soprar as velas ela mesma.

— Princesa, por favor, hoje não é seu aniversário, — James advertiu levemente. — O que eu disse a você sobre esperar sua vez?

O lábio inferior de Stella se projetou, os sinais reveladores de um ataque de raiva já apareciam. Hermione lançou um olhar furioso para James, sabendo muito bem que era sua culpa por mimar sua única filha. James sorriu timidamente de volta, também sabendo que era sua culpa.

Mas Harry, doce, doce Harry apenas riu e segurou a mão de sua irmã e disse:

— Vamos soprar as velas juntos, certo?

Hermione e James trocaram um olhar divertido enquanto Stella acenava vigorosamente com a cabeça.

— Faça um desejo primeiro, querida, — Hermione sorriu, estendendo a mão para beliscar levemente a bochecha de Stella. Os olhos de sua filha se fecharam, profunda concentração em seu rosto. Mas os olhos azuis de Harry permaneceram abertos, sorrindo amplamente para sua irmã. Quando os olhos de Stella se abriram, ela silenciosamente olhou para o irmão mais velho e, com o aceno firme de Harry, os dois apagaram as velas juntos.

Os convidados irromperam em fortes aplausos, tons diferentes de 'Feliz Aniversário' escapando de suas bocas. As bochechas de Harry ficaram vermelhas com a combinação de vergonha e felicidade.

Hermione sorriu, lembrando-se da história de seu velho Harry Potter sobre seu décimo primeiro aniversário e a tentativa desastrosa de Hagrid de roubá-lo dos Dursley. Agora, ela tinha certeza de que esse Harry teria boas lembranças de seu décimo primeiro aniversário.

Harry encontrou o olhar dela, sorrindo amplamente em troca. O moreno estendeu a mão e tentou domar seu cabelo bagunçado, mas como ele havia herdado o esfregão desgrenhado do pai, foi uma tentativa inútil.

— Feliz aniversário Harry.

~*~

Hermione estava perto da mesa de refrescos, olhos azuis observando satisfeita enquanto os numerosos convidados em sua casa interagiam. Ela avistou Sirius, com Iris Snape de nove anos e Ivy Snape de sete anos, se esgueirando atrás de um Severus alheio, que estava ocupado conversando com Arthur Weasley. A travessura estava acesa nos olhos do trio e se não fosse por Marlene, que rapidamente interveio e parou sua noiva e os pequenos Snapes, Sev teria ficado encharcado de suco de laranja.

Remus estava conjurando vários truques, para o deleite dos Weasleys mais velhos, enquanto James, junto com os Longbottoms, contava em voz alta sua missão anterior de Auror para as bruxas e bruxos mais velhos do grupo. A pequena Anastasia Pettigrew, de seis anos, carinhosamente apelidada de Annie por seu pai, estava correndo com seus primos Stella e Leon, enquanto uma grávida Mary cuidava deles. Peter estava ajudando Neville, Ron e os outros Weasleys restantes a terminar a pequena casa da árvore que se tornou um grande projeto na Casa dos Potter.

Para onde quer que ela olhasse, seu coração se encheu de felicidade e paz. As crianças agora não tinham sido tocadas pelo reinado de terror de Voldemort, e o pensamento de que Ron e Harry e seus colegas só ouviriam sobre o bruxo vil por meio de histórias de seus pais na hora de dormir, acalmou seu coração.

— Por que você não está entrando na diversão, Pettigrew?

Sem querer, um bufo saiu de sua boca quando Regulus se esgueirou ao lado dela.

Merlin, por favor, me chame de 'Hermione', — ela implorou, mas Regulus apenas sorriu e deu de ombros indiferente.

— Velhos hábitos são difíceis de morrer, — ele apontou, fazendo Hermione suspirar e balançar a cabeça em leve exasperação. — Você está bem?

— Oh, maravilhosamente, — ela respondeu com um sorriso. — Há muito tempo terminei meus planos de aula para o próximo ano letivo, então não tenho mais nada a fazer a não ser me preparar para a partida iminente de Harry.

O sorriso malicioso de Regulus se transformou em um pequeno sorriso afetuoso.

— Você fez vários planos de aula com códigos de cores para seus alunos novamente, não fez? — ele perguntou.

Hermione sorriu timidamente.

— Bem, se isso pode ajudá-los com as aulas, por que não? — ela perguntou. — O diretor Dumbledore ainda acha que sou muito excêntrico e rígido, mas eu disse explicitamente aos meus alunos que eles não precisam seguir meus horários codificados por cores.

— Você sabe que nenhum deles vai aderir à sua agenda ridícula, certo?

— Claro, — ela riu. — No entanto, eu me divirto muito fazendo-os. Tenho certeza de que pelo menos um ou dois deles apreciam o esforço.

— Merlin, você é maluco, — Regulus suspirou. — Eu não posso acreditar que uma vez tentei seguir sua agenda estúpida.

— Bem, minha agenda estúpida deu a você nove NOM's, seu idiota, — ela lembrou.

Ele encolheu os ombros.

— Uma feliz coincidência, — ele brincou. — Eu tenho cérebro para acompanhar você, você sabe.

Hermione riu mais uma vez. Parecia que fazia muito tempo que ela não falava com Regulus desse jeito. Desde que ele se tornou o novo Chefe da Antiga e Nobre Casa Negra, Regulus tinha sido inundado com merda burocrática. Ele uma vez tentou perguntar a Sirius se ele queria assumir a posição quando o título fosse passado para ele, mas seu irmão mais velho disse que ele seria apenas metade do que era. Mesmo assim, Sirius apoiou totalmente Regulus, tentando dar à família Black uma reputação melhor agora que seus parentes mais velhos e fanáticos estavam enterrados a quase dois metros de profundidade.

— Você está bem, Regulus? — ela perguntou, seus olhos olhando para as manchas escuras sob os olhos prateados.

— Estou bem, sim, — ele suspirou, levantando a mão para esfregar os olhos, cansado. Ao mesmo tempo, o anel da família Black brilhou em seu dedo, cegando Hermione momentaneamente. — Ainda estou conseguindo. Odeio toda a papelada, mas sim... sim, estou bem. — Ele deu a ela um olhar de soslaio, erguendo uma sobrancelha sugestiva. — Você já pensou na minha proposta?

A morena revirou os olhos.

— Eu ainda amo James, me desculpe, — ela brincou em retorno. — E meus três filhos ficariam terrivelmente tristes se eu fugisse com seu tio Reggie.

— Vergonha, — Regulus disse, o canto dos lábios se contraindo em um sorriso divertido. — Eu sou muito mais rico do que Potter, você sabe. Agora que sou o chefe de uma família muito antiga de sangue puro.

— Não tenho dúvidas disso, — respondeu ela. — E tenho certeza de que muitas bruxas estão agora piscando seus cílios na sua direção, apenas para pegar sua imaginação.

Regulus fez uma careta.

— A mídia terá um dia de campo assim que eu finalmente encontrar uma esposa Black adequada, — ele suspirou cansado. Seus olhos prateados brilharam provocadoramente mais uma vez. — Tem certeza que não quer fugir comigo, Pettigrew?

Os olhos de Hermione encontraram os castanhos de James de onde ele estava e ela sentiu seu coração palpitar, mesmo depois de todos esses anos. Ela já tinha a sensação de que James iria evocar esses sentimentos dela, mesmo quando eles fossem velhos, enrugados e grisalhos.

— Tenho certeza, — ela disse, os olhos se tornando carinhosos quando James murmurou um suave 'eu te amo' antes de voltar para sua conversa com Anya e os Potter mais velhos.

Ainda havia uma certa tristeza resignada nos olhos de Regulus. Hermione deu a ele um sorriso de desculpas, desejando que ele encontrasse alguém que o amasse incondicionalmente.

— Sinto muito, Regulus, — ela sussurrou.

As bochechas de Regulus ficaram vermelhas quando um escárnio escapou de seus lábios.

— Por favor, Pettigrew, não se desculpe, porra, — ele advertiu.

— Mesmo assim, — disse ela com um sorriso tímido.

Ele revirou os olhos e puxou um de seus cachos.

— Merlin, não me olhe assim, — ele suspirou.

Hermione riu e pegou a mão dele, dando um leve aperto. Ao mesmo tempo, ela avistou Harry sentado em um dos bancos do jardim, aparentemente contente em observar a todos e não participar de nenhuma das atividades.

— Oh, Merlin, por que Harry não está se divertindo? — ela perguntou preocupada, se perguntando se algo tinha dado errado, quando ela trabalhou duro para fazê-lo se sentir especial hoje.

— Vá em frente, — Regulus disse, empurrando-a levemente para longe.

A morena sorriu para ele e deu-lhe um breve abraço, antes de se desculpar e vagar pela multidão para chegar até seu primogênito.

— Por que você não está brincando com Ron e Neville? — Hermione perguntou, sentando no banco ao lado de Harry. Ela percebeu o brilho de tristeza em seus olhos azuis antes que ele desviasse o olhar de sua mãe. — Está tudo bem, querida?

Harry, de onze anos, soltou um grande suspiro.

— Vou sentir saudades de casa, mãe, — disse ele. — Eu vou sentir falta de todos.

Seu olhar se suavizou.

— Oh, Harry, você vai me ver todos os dias em Hogwarts, — ela apontou.

— Mas não é a mesma coisa, — ele raciocinou. — Você pode ir para casa, para papai, Stella e Leon, enquanto eu estou preso em Hogwarts.

— Você vai se divertir muito em Hogwarts, eu prometo, — Hermione respondeu. — Você vai encontrar muitos amigos e se envolver em muitas travessuras, visto que você é filho do seu pai.

Harry sorriu tristemente e encontrou o olhar de sua mãe.

— Eu sei, — disse ele. — Mas não é minha casa.

Hermione sentiu seu coração inchar com a declaração sincera dele. Desde que Voldemort fora derrotado, Hermione, com a ajuda de James, havia trabalhado muito para encher a casa de amor e felicidade abundantes. Não foi uma coisa difícil de fazer, especialmente porque sua pequena família trouxe alegria infinita para a vida de Hermione. Ela estava feliz que Harry, que uma vez nunca teve uma família verdadeira com quem pudesse construir uma casa, estava relutante em deixar sua própria casa aqui, onde ela estava com James e seus dois irmãos mais novos.

— Eu posso te esgueirar algumas vezes, — ela sugeriu.

Os olhos de Harry se arregalaram.

— Mãe! — ele exclamou. — Mas isso é contra as regras.

Hermione riu com vontade.

— Eu já te disse que era o Maroto mais verdadeiro de todos nós? — ela perguntou atrevidamente.

O jovem bruxo bufou, sem dúvida se lembrando das histórias de seu pai sobre as aventuras dos grandes brincalhões de Hogwarts.

— Mas, sério, Harry, eu prometo a você. Hogwarts será muito divertida, — disse ela.

Ele finalmente suspirou.

— Ok, — disse ele, distraidamente empurrando seus óculos deslizantes até a ponta do nariz.

— Então, não fique apenas sentado aqui, vá brincar com seus amigos, — ela pediu.

— Não, estou feliz apenas em assistir a todos, — disse ele com um suspiro, encostando-se no banco para olhar calorosamente a confusão que se desenrolava diante deles.

Hermione também se viu observando as pessoas em sua casa, contente em saber que estava cercada por pessoas que se tornaram muito importantes em sua vida. Ela lançou um olhar de soslaio para o filho, notando a expressão feliz pintada em seu rosto também.

— O que você desejou há um tempo atrás, Harry? — ela perguntou.

Harry piscou antes que um sorriso tímido surgisse em seu rosto.

— Honestamente? — ele começou. — Nada, mãe.

— O quê? Sério? Nem mesmo um Nimbus 2000? — ela brincou.

O menino de óculos bufou.

— Por favor. Eu peguei papai se esgueirando na vassoura semana passada, — disse ele. Ele então projetou o queixo em direção à mesa onde seus diversos presentes embrulhados estavam. — Além disso, esse presente é sem dúvida um cabo de vassoura. Então eu acho que sabia que não poderia desejar isso. E, além disso... — Ele parou de falar e fechou os olhos, um sorriso sereno floresceu em seu rosto. — Já tenho tudo o que quero.

Foi uma coisa terrivelmente madura para um menino a dizer, mas Hermione tinha esquecido isso era Harry Potter. Embora os olhos fossem diferentes, e talvez seu cabelo fosse um pouco mais encaracolado devido aos genes Selwyn, ele ainda era o melhor amigo em espírito de Hermione Granger, que não queria nada mais neste mundo além de felicidade genuína para aqueles que amava.

Lágrimas pinicaram os olhos de Hermione enquanto seu olhar voou em direção à testa sem marcas. Aliviou-a imensamente quando ela começou a esquecer como a cicatriz de Harry Potter de olhos esmeralda parecia, depois de olhar para seu Harry Potter de olhos azuis por onze anos.

— Então, talvez você permita que sua mãe faça um pedido para você em vez disso? — ela perguntou.

Harry riu, seus olhos azuis dançando em diversão.

— Mãe, eu já sei o que você vai dizer, — ele apontou descaradamente. — Você sempre me diz no meu aniversário.

— Ainda assim, conceda a sua mãe, — Hermione disse, os lábios se alargando em um sorriso enquanto ela estendia a mão e afastava o cabelo bagunçado dele. Hermione teve uma visão mais clara da testa lisa de Harry.

Por um breve momento, ela sentiu como se estivesse olhando para uma versão diferente desse menino, olhos esmeralda brilhando com malícia e inocência. Quando ela piscou mais uma vez, era seu filho de olhos azuis agora olhando para ela.

Uma lágrima escorregou dos olhos de Hermione quando ela se inclinou e beijou sua testa sem cicatrizes.

— Viva uma vida feliz, Harry.

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