Hero of The Story - Tradução

By r_zoldyck1

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Talvez o destino não quisesse que Hermione Granger fugisse. Talvez o destino quisesse que Hermione Granger mu... More

Introdução
Sinopse
Main Cast
Aesthetics
Playlist
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Epílogo
Extra 1
Extra 2
Extra 3
Extra 4

Capítulo 41

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By r_zoldyck1

XL

No meio de tudo isso, não é culpa de ninguém

(Uncharted by Sara Bareilles)

~*~

1 de julho de 1979

O café da manhã no dia seguinte foi silencioso na casa dos Pettigrew. Com Peter ainda longe, resolvendo todo o fiasco em Hogsmeade, Hermione encontrou sua mãe preparando o café da manhã para os dois, tensa. Anya abraçou Hermione com força quando ela entrou, obviamente com medo do que acontecera ontem e aliviada ao mesmo tempo que sua filha estava bem.

— Estou bem, mãe, — ela assegurou, acariciando seus ricos cachos castanhos dourados com um pequeno sorriso. — E você? — Ela se afastou levemente para olhar para sua mãe, olhos azuis vagando ao redor em busca de ferimentos que Madame Pomfrey pode ter perdido ontem.

— Estou bem, querida, — Anya repetiu. Hermione notou que havia lágrimas se formando nos olhos de sua mãe enquanto a bruxa mais velha colocava um cacho atrás da orelha. — Que maneira horrível de se formar, — ela disse, direcionando Hermione para uma das cadeiras para sentá-la. — Meu coração está com aquela pobre, pobre família.

Seu sorriso caiu quando ela olhou para a nova edição do Profeta Diário. Salpicada na primeira página estava a imagem da Marca Negra pairando ameaçadoramente sobre Hogsmeade. Explosões de lojas próximas e a chuva de destroços decoraram a pitoresca cidadezinha. Foi desconcertante de ver porque Hogsmeade ficava fora dos terrenos de Hogwarts, um lugar supostamente seguro para todos. Hermione ainda não tinha lido o artigo inteiro, mas ela foi capaz de reconhecer a consternação, desconfiança e decepção de pais aterrorizados, perguntando como, em nome de Merlin, os Comensais da Morte foram capazes de se infiltrar em Hogsmeade. Havia uma pequena foto de Dumbledore ao lado da foto, piscando solenemente para a câmera, seus lábios tensos com a gravidade.

Felizmente, o Profeta Diário não mostrou a morte de Elias Somerhalder, o grifinório do sétimo ano que foi a única pessoa que morreu durante o ataque a Hogsmeade. A memória dos gritos angustiados de sua mãe ecoou nos ouvidos de Hermione e ela foi incapaz de suprimir um arrepio de horror.

Seus olhos lacrimejaram quando ela olhou para a Marca Negra mais uma vez, aparentemente zombando dela no auge da Primeira Guerra Bruxa.

— Ninguém deveria morrer, — ela sussurrou, seus dedos roçando a Marca Negra, antes de fechar as mãos em um punho apertado. — Ninguém vai morrer mais.

Anya estendeu a mão para desenhar círculos suaves nos nós dos dedos até que Hermione desenrolou o punho.

— Obrigada, mãe, — ela murmurou, extraindo o máximo de conforto que podia da mulher que não fazia nada além de amá-la.

— Nada disso agora, — Anya decidiu, agarrando o jornal e escondendo-o de vista. — Devemos tomar o café da manhã!

Hermione sorriu levemente e se levantou do banquinho em que estava sentada, apenas para correr para o outro lado para que pudesse se sentar ao lado de Anya.

— Peter ainda não disse se ele vai voltar para casa esta noite? — Anya perguntou, já colocando ovos mexidos, tiras de bacon e pão no prato de Hermione.

Ela balançou a cabeça tristemente.

— Eu não tenho notícias dele desde que ele saiu para seus deveres de auror ontem, — ela respondeu. Quando Anya franziu a testa de preocupação, Hermione deu um tapinha em sua mão de modo tranquilizador. — Tenho certeza que ele vai ficar bem, mãe. Peter sempre volta para casa.

Anya suspirou.

— Claro, amor, — disse ela.

~*~

Mais tarde naquela noite, enquanto Hermione desejava boa noite à sua mãe, ela se sentou em sua mesa enquanto olhava para uma carta construída para Regulus. Ela já havia enviado uma carta a ele na noite anterior, perguntando se ele estava bem, mas o herdeiro Black não havia enviado uma resposta. Ela se lembrou de seus olhos aterrorizados, e Hermione não duvidou que ele soubesse do ataque a Hogsmeade antes do ataque em si.

— Caramelo, — ela chamou. A coruja piou em reconhecimento e pousou em cima de sua mesa. — Envie isso para Regulus Black. — Ela pensativamente amarrou o pergaminho em volta da perna. — Dê uma mordidinha nos dedos dele se ele ainda teimosamente se recusar a responder a minha carta.

A coruja fulva piou antes de voar para fora de sua janela. Ao mesmo tempo, uma batida na porta do quarto chamou sua atenção.

— Está aberto! — ela chamou.

A porta dela se abriu e Peter olhou para dentro.

— Oi, — ele cumprimentou.

— Peter! — ela exclamou, já voando em direção ao irmão para dar-lhe um grande abraço. — Você voltou.

Ele bufou com sua saudação entusiástica e deu um tapinha nas costas dela.

— Está na hora, honestamente, — ele resmungou, já se afastando de Hermione para se jogar na cama dela.

Ela pairou sobre ele, notando sinais de exaustão em seu rosto. Peter ainda estava em suas vestes casuais de auror, com hematomas sob os olhos e uma carranca profunda no rosto. Havia alguns arranhões em seu rosto, mas ao todo, ele estava bem. Um nó se formou em sua garganta quando ela se sentou ao lado dele, a preocupação pintada em seus olhos azuis.

— O que aconteceu?

Peter soltou um suspiro e olhou lentamente para Hermione.

— Não fomos capazes de pegar nenhum dos Comensais da Morte, exceto aquele que Moody prendeu, — ele lamentou. — Os desgraçados realmente planejaram tudo. Moody está furioso porque eles criaram as proteções anti aparatação e a barreira que separa Hogwarts de Hogsmeade. — Ele suspirou de exaustão mais uma vez e esfregou as têmporas. — Passamos a manhã inteira entrevistando os lojistas em Hogsmeade, mas todos juraram que não havia nenhuma atividade suspeita antes do ataque. Basta dizer que todos ficaram muito surpresos.

Hermione franziu a testa.

— Mas o Comensal da Morte que Moody pegou, — ela continuou deliberadamente, — o que aconteceu com ele?

Uma grande carranca apareceu no rosto de seu irmão.

— Nós o identificamos como alguém chamado Avery, — explicou ele. — Mas... mas droga, antes que pudéssemos interrogá-lo sobre os outros Comensais da Morte, ele se matou.

Ela apertou os lábios em uma linha fina. Ela tentou se lembrar de Avery, uma vaga imagem do rosto dele surgindo em sua mente. Hermione se lembrava de tê-lo enfrentado no Departamento de Mistérios quando estava no quinto ano. Verdade seja dita, no entanto, ela não ficou surpresa por ele ter escolhido se matar antes de divulgar qualquer segredo de Voldemort.

Ele se mexeu na cama de Hermione para que seu corpo ficasse totalmente de frente para ela.

— Moody tentou nos interrogar para ver se reconhecíamos alguns dos Comensais da Morte durante o ataque a Hogsmeade, — ele continuou deliberadamente. — Mas seus rostos estavam cobertos por máscaras e suas vozes distorcidas.

Hermione notou a expressão estranha em seu rosto.

Mas? — ela insistiu, tendo um pressentimento de que Peter ainda não havia terminado.

— Mas... Pontas encontrou uma pista, — disse ele. Seus olhos azuis encontraram os de Hermione, um olhar sério em seu rosto. — Um deles era Bellatrix Lestrange. Ele tinha certeza disso. Depois que a batalha terminou e os Comensais da Morte fugiram, nós vasculhamos os escombros e encontramos uma varinha quebrada entre a investida. Depois de verificar no ministério, descobrimos que era registrado para Bellatrix.

A morena engoliu em seco, as memórias do ataque brutal da mulher enlouquecida ressurgindo em sua mente.

— Embora não possamos provar que ela realmente estava lá, porque, você sabe, um Comensal da Morte pode ter usado a varinha dela mesmo que ela não estivesse presente durante a batalha, Moody achou que era uma pista sólida.

— Então... você está investigando ela agora?

Peter fez uma careta e soltou um suspiro.

— Precisamos de um mandado para interrogá-la, — disse ele. — Mas descobrimos que ela está fora do país com o marido há duas semanas. Não é exatamente um álibi sólido, mas ainda é um álibi. Moody nos avisou para ter cuidado porque ela ainda faz parte de uma família poderosa.

— Bem, isso é terrivelmente conveniente, — ela zombou, sem duvidar de que eles realmente se prepararam para o ataque inevitável. Ela mordiscou o lábio inferior pensativamente e franziu a testa. — Uma das horcrux de Voldemort estava alojada no cofre de Lestrange, no entanto. Talvez você possa usar isso?

— Voldemort e seus seguidores nem mesmo sabem que já descobrimos suas horcruxes, — Peter apontou. — Tenho certeza que é o segredo bem guardado de Dumbledore a partir de agora. Não podemos usar isso contra eles.

Hermione suspirou desapontada, embora não se surpreendesse com o raciocínio dele.

— Essa não é a única coisa estranha, no entanto.

Ela voltou seu olhar para o irmão, com questionamento em seus olhos.

— O que você quer dizer? — ela perguntou.

— Os professores fizeram uma contagem pós-ataque, — explicou. — E... bem, sabemos que alguns dos civis desaparataram assim que os Comensais da Morte removeram as proteções anti aparatação, mas antes do ataque...

Hermione acenou com a cabeça severamente.

— Muitas famílias desapareceram, eu sei, — ela sussurrou. — Eu... eu vi Regulus desaparatar com sua família. E Crouch e Rosier.

— Comensais da morte, sim, — Peter disse gravemente, fazendo uma careta. — Todos no DMLE sabiam que era muito suspeito, mas em comparação com a varinha quebrada de Bellatrix, isso não era nenhuma evidência sólida. Moody explicou que eles podem ser bastardos sortudos, capazes de escapar na hora certa.

A morena respirou fundo e esfregou a ponta do nariz.

— Eu sabia, — ela murmurou. — Eu sabia que algo estava errado. Eu deveria... eu deveria ter persistido. Eu deveria ter procurado Dumbledore no momento em que tive um mau pressentimento sobre tudo isso. Eu deveria-

— Pare.

Ela olhou de volta para Peter com os olhos arregalados. Seu olhar era firme e de aço.

— Não é sua culpa, — ele rosnou. — Nem um pouco! Você nem sabia que algo ia acontecer.

Hermione se afastou de Peter, a culpa colorindo seu rosto.

— Bem...

Com o canto dos olhos, ela viu como seu irmão mais velho enrijeceu em alarme.

— Hermione, — ele disse humildemente, olhos azuis estreitando-se em suspeita.

Ela respirou fundo, sabendo que era inútil negar.

— Alguns meses antes do ataque, recebi uma carta. — Seus olhos azuis o perfuraram significativamente. — A carta.

Os olhos de Peter se arregalaram enquanto seu rosto ficava completamente sem cor.

— E você não nos contou? Eu? — ele acusou. — Hermione! Você prometeu que nos enviaria uma coruja imediatamente se algo acontecesse com você em Hogwarts. Receber uma carta de recrutamento de Voldemort e seus malditos lacaios é 'alguma coisa'.

— Não foi grande coisa naquela época, — ela protestou fracamente, estremecendo um pouco quando uma carranca apareceu no rosto de Peter. — Você e seus amigos receberam uma carta antes de sua formatura, então eu ignorei no começo. Mas... mas alguns meses depois, eu tive um encontro. Com Crouch e Rosier.

— O que eles fizeram? — ele trovejou.

— Eu escapei ilesa, — explicou ela, apenas para apaziguar seu irmão furioso. — Eles estavam... eles estavam tentando me recrutar, mas eu recusei. Obviamente.

— Obviamente, — ele repetiu com os olhos arregalados.

— Mas... mas Crouch deu um aviso sinistro, — ela resmungou baixinho. — Só para constar, eu contei a Dumbledore sobre isso, mas... mas eu não sabia que seria um ataque em Hogsmeade. E agora, bem, alguém morreu e eu deveria ter-

Ela apertou os lábios enquanto seus olhos ligeiramente marejados.

— Elias... eu costumava ser sua tutora para os NIEM, — ela sussurrou. — Ele era um menino muito turbulento, mas era diligente. Se eu tivesse sido mais cuidadoso, talvez ninguém tivesse morrido naquele dia.

O rosto de Peter endureceu, respirando fundo algumas vezes até que ele finalmente se acalmou.

— Não foi sua culpa, — ele suspirou. — Estou bravo que você não nos contou sobre o seu encontro com Crouch e Rosier, mas tenho certeza que você não sabia que isso iria acontecer. Bem... você sabia que isso iria acontecer? Você já ouviu falar de uma palestra ou leu um livro sobre o ataque de Comensais da Morte em Hogsmeade no ano de 1979?

Ela ficou em silêncio e mordeu o lábio pensativamente. Ela tentou quebrar seu cérebro, lembrando tudo o que o Professor Binns havia ensinado em História da Magia. Ela também tentou se lembrar de quaisquer passagens ou recortes de jornal sobre esse ataque, mas Hermione não conseguia se lembrar de nada parecido antes. Afinal, essa era uma grande notícia. Conseguiu decorar a primeira página do Profeta Diário.

Preocupada, ela balançou a cabeça.

— Nunca ouvi nem li sobre isso, — respondeu ela. — É- — Ela engoliu em seco e olhou para o irmão, o terror claro em seu rosto. — E se... e se tudo o que eu sabia no futuro nunca se concretizar?

Ela se lembrou das palavras de Sev, de como sua mera presença já tinha causado um grande efeito cascata nesta linha do tempo. Seu conhecimento do futuro era uma vantagem, uma alavanca que eles poderiam usar para derrotar Voldemort. Mas, com novos eventos chegando que nunca haviam acontecido antes, Hermione estava com medo de que, apesar de seu conhecimento, tudo seria fútil.

Peter imediatamente a envolveu em um abraço apertado.

— Não importa o que aconteça, vamos garantir que Voldemort morra, — ele proclamou com veemência. — Seu conhecimento da queda de Voldemort ainda provou ser muito valioso, Hermione. Até mesmo Dumbledore de repente ficou otimista de que venceremos esta guerra, porque agora sabemos sobre as horcruxes de Voldemort. — Ele se afastou para lhe dar um olhar firme. — Voldemort vai morrer.

Hermione respirou fundo, estremecendo, sua resolução ficando mais firme mais uma vez.

— Voldemort vai morrer.

~*~

2 de julho de 1979

— Onde vocês dois estão indo, queridos?

Peter e Hermione pararam no local e trocaram brevemente olhares de pânico.

Cedo naquela manhã, Dumbledore tinha enviado uma carta convidando-os para uma reunião oficial dos membros da Ordem da Fênix naquela noite. Ele não havia dito sobre o que seria a reunião, mas Hermione já podia adivinhar que era sobre a caça às horcrux. Vendo que ela e Regulus eram finalmente alunos de graduação, era hora de eles começarem a procurar a última horcrux e destruí-la de uma vez por todas.

— Hum, — Hermione começou, colando um sorriso no rosto enquanto olhava para uma Anya desconfiada. — Lily queria que eu fosse até Spinner's End para ajudá-la com os preparativos do casamento. Você sabia que ela e Sev já planejam se casar no final de julho?

— Oh, — Anya disse, a suspeita se transformando em uma surpresa encantada. — Isso é adorável! Diga a Lily que se ela precisar de ajuda, ela pode me pedir também.

— Vou servir, mãe, — ela disse.

Os olhos de Anya então pousaram em Peter.

— E você?

Peter deu a ela um sorriso tímido.

— Coisas de auror, mãe. Você sabe o que fazer, — disse ele. — O ataque de Hogsmeade ainda está estressando todo o DMLE. Moody precisava de tantos Aurores quanto pudesse.

A bruxa mais velha soltou um grande suspiro e cruzou o chão acarpetado para alcançar seus filhos.

— Você mal está em casa, — lamentou ela. — Hermione acabou de se formar e Peter, você está sempre viajando a trabalho. O que sua pobre mãe vai fazer?

— Oh, mãe, — Hermione disse, estendendo a mão para envolvê-la em um abraço. — Vou tentar passar o máximo de tempo possível com você. Ainda não decidi o que fazer, sabe. Depois do casamento de Lily e Sev, vou começar a procurar um emprego para mim.

Anya deu um beijo na têmpora.

— Meus filhos estão todos crescidos, — disse ela com um sorriso triste. — Espero que você nunca esqueça sua mãe, mesmo quando estiver muito ocupado com suas vidas.

— Isso não vai acontecer, mãe, — disse Peter com um sorriso indulgente.

— Nós realmente temos que ir, no entanto, — Hermione disse, relutantemente se afastando de Anya. — Certifique-se de que todas as portas estejam trancadas e as proteções devidamente erguidas. — Após o ataque, Hermione fez questão de colocar mais proteções para proteger sua casa, especialmente com Anya quase toda sozinha em sua casa.

Anya sorriu para ela confusa.

— Não se preocupe comigo, — disse ela, já fazendo movimentos de enxotar com a mão. — Tenha cuidado lá fora, meus amores.

Os irmãos Pettigrew se despediram de sua mãe e saíram de casa. Os sorrisos de Peter e Hermione caíram em uma linha sombria enquanto eles se aproximavam do local de aparatação.

— Eu não sabia que já podíamos aparatar na Mansão Potter, — ela brincou. — Pensando bem, eu sempre me perguntei como você foi capaz de nos aparatar no quarto de James naquela noite. Ele disse que suas proteções são construídas usando magia antiga. Puros sangues antigos como eles tendem a configurar proteções anti aparatação em torno de suas casas.

— Somos amigos próximos dos Potters, — explicou Peter. — Fleamont conseguiu reorganizar as proteções para reconhecer nossos núcleos mágicos. É mais prático, especialmente porque a Sede da Ordem é na Mansão Potter.

— Não é um pouco perigoso? — Hermione perguntou preocupada.

Peter encolheu os ombros levemente.

— Você mesmo disse, os Potters são Velhos Puro Sangue, protegidos por magia antiga. Somente os Potter patriarcais conhecem as proteções colocadas ao redor da Mansão. É um segredo bem guardado, passado de geração em geração. como sua capa de invisibilidade, algumas das proteções colocadas foram inventadas por seus ancestrais. Então, aparatar na mansão seria uma façanha difícil, a menos que o Patriarca Potter dê sua bênção.

Ela se acalmou um pouco, sabendo que Peter poderia estar certo. Ela silenciosamente o seguiu enquanto ele aparatava no local. Hermione reapareceu na porta imponente na frente da Mansão Potter com Peter a apenas alguns passos dela.

— Vamos, — ele disse, agarrando o braço dela e puxando-a para longe da porta. — A entrada para o Quartel General é por aqui.

Hermione rapidamente piscou surpresa, notando a torre no lado leste da Mansão. Parecia exatamente como a pintura que ela tinha visto na mansão, com a torre uma estrutura separada da casa principal. Era mais alto do que largo, com uma pequena torre cor de vinho colocada no topo. Havia algumas janelas ovais nas paredes de pedra com a luz de dentro já fluindo para fora.

Peter bateu um ritmo na porta, que magicamente abriu para deixá-los entrar. Ele então puxou Hermione com ele e ela quase recuou com a quantidade de pessoas dentro. Havia uma bela mesa circular de mogno bem no centro da torre. Do teto pintado pendia um lustre cintilante. Os olhos de Hermione se arregalaram para a enorme bandeira de uma fênix de fogo, decorada com ouro cintilante que brilhava cada vez que o pássaro bordado batia suas asas. Além da mesa enorme e da chama crepitante, não havia nenhum outro móvel dentro. Parecia definitivamente um ponto de encontro, onde as pessoas se reuniam ao redor da mesa como iguais, trocando ideias que ajudariam a derrubar a tirania de Voldemort.

Seu irmão viu Remus e Sirius entre a multidão e puxou uma Hermione atordoada através da multidão de pessoas. Ela não foi capaz de examinar os arredores mais longe, já que Sirius e Remus rapidamente a envolveram em um grande abraço, obscurecendo sua visão.

— Você está bem, gatinha? — Sirius perguntou, examinando-a da cabeça aos pés. — Sua formatura foi uma merda.

— Obrigada, Sirius, — ela brincou sarcasticamente. A expressão dela suavizou quando ela viu o olhar preocupado de Remus. — Mas eu estou bem. Eu só tive alguns ferimentos leves. — Ela deu um suspiro de alívio quando percebeu que Sirius e Remus também pareciam bem.

— Teve notícias de Reggie? — o Auror de cabelos desgrenhados perguntou, suas sobrancelhas franzidas de preocupação. — Eu queria entrar em contato com ele, mas o cara me proibiu de falar com ele, a menos que seja uma emergência.

Hermione balançou a cabeça.

— Mandei uma carta para ele ontem à noite, mas ele não respondeu, — disse ela. — Enviei outra carta esta manhã, mas ainda não ouvi nada dele.

Sirius parecia profundamente perturbado, levando Hermione a sorrir levemente.

— Ele não estava em Hogsmeade quando os Comensais da Morte atacaram.

O Auror de cabelos desgrenhados bufou levemente.

— Sim, bem, desaparatar com mamãe e papai queridos assim que eles passaram pelas enfermarias de Hogwarts foi muito suspeito, — ele apontou.

— Vou tentar contatá-lo novamente, — ela assegurou. O rosto de Sirius se contraiu momentaneamente, antes que ele se recompusesse e desse a ela um aceno cortante.

Sua preocupação com Regulus floresceu mais uma vez e ela esperava que ele aparecesse nesta reunião. Hermione estaria condenada se o herdeiro Black continuasse a evitá-los.

Os olhos de Hermione varreram a pequena multidão, tentando ver se Regulus já estava presente. Quando ela notou que seu cabelo impecável não estava à vista, ela procurou por seu namorado.

— Onde está James?

— Pontas virá logo, — Sirius assegurou. — Ele está terminando alguns relatórios para Moody.

Hermione distraidamente acenou com a cabeça, seus olhos escaneando a multidão crescente pela enésima vez dentro da torre leste. Havia talvez menos de vinte pessoas lá dentro, rostos que ela reconheceu de uma foto que Harry havia mostrado a ela após o estabelecimento da Armada de Dumbledore.

Os Marotos puxaram Hermione e a percorreram, apresentando-a aos outros membros da Ordem. Ela conheceu Benjy Fenwick, um funcionário do ministério que trabalhava no Departamento de Regulação e Controle de Criaturas Mágicas; Dorcas Meadowes, uma Auror sarcástica e intimidadora, que ela reconheceu como a pessoa que Voldemort matou pessoalmente; Edgar Bones que se parecia com a Susan Bones que ela conhecia. Sua boca secou quando foi apresentada aos Longbottoms. Hermione tinha visto Frank e Alice Longbottom em Hogwarts, mas ela nunca realmente interagiu com eles desde que eram três anos mais velhos que ela. Frank era a réplica perfeita de Neville Longbottom, mas Alice compartilhou o sorriso de Neville. Ela também conheceu os gêmeos Prewett, cuja estranha semelhança com Fred e George Weasley fez a cabeça de Hermione girar. Ela sem querer se lembrou da morte prematura de Fred e a expressão devastada no rosto de George. Ela também reconheceu versões familiares e mais jovens de pessoas com as quais interagiu no futuro, como Mundungus Fletcher e Sturgis Podmore.

Lily e Sev vieram logo depois, com o primeiro envolvendo Hermione em um grande abraço.

— Você está bem? — o Indescritível perguntou preocupado.

Hermione apertou suas costas e alcançou o braço de Sev, notando a preocupação em seus olhos.

— Estou bem, — ela assegurou. — Eu só tive ferimentos leves com o ataque. Fora isso, estou muito bem, Lils.

Lily não largou Hermione, mesmo quando Moody e James finalmente entraram. O coração de Hermione deu um salto, percebendo os cortes no rosto de James. Seus olhos rapidamente examinaram a sala cheia de pessoas e uma vez que pousaram sobre ela, ele deu um suspiro de alívio quando abriu um pequeno sorriso.

— Vá em frente, — sua melhor amiga sussurrou, largando Hermione completamente e empurrando-a na direção de James. O bruxo já estava vagando pela multidão e quando Hermione o encontrou no meio, ela permitiu que ele a puxasse para um abraço apertado.

— Você está bem? — ele perguntou, preocupação espessa em sua voz.

— Acho que você é a terceira pessoa a me perguntar isso, — disse ela com uma risada suave.

— Eu vi você... com o Comensal da Morte, ontem. Você estava- — Ele engoliu em seco enquanto seus olhos castanhos brilharam com terror moderado. — Não tenho certeza se Rabicho já te contou, mas a varinha que você quebrou ontem pertencia a Bellatrix Lestrange. — Seu aperto sobre ela aumentou. — A prima maluca de Sirius. Ela é assustadora, Bigodes. Você poderia ter... hum...

Hermione sorriu levemente e encontrou seus olhos.

— Que bom que eu sou igualmente aterrorizante, hein? — ela brincou, só para acalmar a preocupação dele.

Os olhos de James se arregalaram com a piada dela, mas então ele soltou uma risada suave.

— Sim. Sim, você é, — ele concordou com um sorriso torto.

— Mas você, por outro lado... — Ela embalou o rosto dele com as mãos, os lábios se magnetizando em uma pequena carranca enquanto ela traçava as cicatrizes.

James agarrou a mão dela e puxou-a para onde seus amigos estavam.

— Estou bem, amor, — ele assegurou, embora uma careta aparecesse em seu rosto. — Eu fui capaz de encurralar um Comensal da Morte, mas ele escapuliu no final. Maldito idiota lutou muito.

Ele apertou o braço de Remus quando eles alcançaram os Marotos, óbvio alívio em seus olhos, já que seu pequeno grupo ainda estava completo. James sorriu para Lily em saudação e acenou com a cabeça rigidamente para reconhecer Severus.

Mary e Marlene chegaram logo. O primeiro imediatamente voou para os braços de Peter, trocando palavras sussurradas e permanecendo alheio a todos na sala. Marlene cumprimentou os outros rigidamente e ficou o mais longe possível deles.

Hermione olhou para Sirius, arqueando uma sobrancelha em questão. O Auror de cabelos desgrenhados corou e coçou o queixo.

— Eh, não estava mais funcionando, — foi sua dispensa petulante.

Demorou mais alguns minutos até que Dumbledore finalmente chegasse. A sala inteira ficou em silêncio quando sua figura imponente entrou, Regulus Black não muito atrás. Hermione sorriu, aliviada por Regulus estar bem e ele comparecer a esta reunião. Ela tentou encontrar seus olhos, mas Regulus estava resolutamente olhando para seus pés, seu desconforto era palpável.

— O que ele está fazendo aqui? — Gideon, ou Fabian?, Prewett perguntou, puxando sua varinha e apontando-a ameaçadoramente na direção de Regulus. Seu gêmeo copiou sua postura, a varinha suspensa no ar.

— Tirem as varinhas, rapazes, — Moody falou lentamente, já puxando uma cadeira para se sentar na mesa circular. — Ele é um membro da Ordem.

— Ele é? — Dorcas Meadowes perguntou, seus lábios se curvando em desdém. — Mas eu pensei que ele era uma daquelas cobras vis.

Regulus empalideceu, ainda olhando firmemente para seus pés.

— Todos nesta sala são oficialmente membros da Ordem da Fênix, — Dumbledore respondeu suavemente, embora o tom de sua voz sugerisse uma certa firmeza que impunha respeito. — Todos nesta sala têm a minha maior confiança.

Ninguém deu uma espiada quando ele se sentou em uma cadeira, a lareira crepitante com a bandeira da fênix bem atrás de sua figura imponente. Os outros membros da Ordem escolheram hesitantemente um lugar para se sentar. Hermione estava espremida entre Lily e James, o último segurando firmemente a mão dela sob a mesa.

Uma vez que todos estavam acomodados, os olhos brilhantes de Dumbledore varreram todos na sala. Regulus sentou-se ao seu lado esquerdo, parecendo extremamente desconfortável, com as costas retas como uma vareta, sua máscara indiferente escondendo quaisquer emoções que ele estava sentindo agora.

Atrás de Dumbledore, a fênix bateu suas asas e Hermione admitidamente ficou olhando. Com a lareira diretamente abaixo do estandarte, parecia que a fênix estava em chamas.

— Eu convoquei esta reunião, — Dumbledore começou, — porque temos um assunto muito importante para discutir.

Hermione desviou os olhos do banner distrativo para olhar para o diretor.

O velho mago entrelaçou os dedos com calma e sorriu tristemente para a Ordem.

— O ataque em Hogsmeade ontem foi muito infeliz, mas só prova que Tom está ficando inquieto, mais ousado, e devemos fazer algo agora para detê-lo. — Ele fez uma pausa, seus olhos azuis cintilando incrivelmente brilhante por trás de seus óculos de meia-lua, então continuou. — Felizmente, no entanto, finalmente encontramos sua queda final.

Ele brincou com a última frase com um tom tão alegre, que Hermione teve que tentar ao máximo suprimir um bufo.

— Recentemente, cheguei ao meu conhecimento que Voldemort tem feito horcruxes para alcançar a imortalidade. — Ele fez uma pausa mais uma vez enquanto suspiros horrorizados irromperam ao redor da mesa. Alguns pareciam confusos, não familiarizados com a magia negra.

— Para o benefício daqueles que não sabem o que é uma horcrux, — ele continuou, — esses são artefatos feitos por um feiticeiro malvado, que abrigam um pedaço de sua alma. Somente quando um ato muito maligno, assassinato, simplesmente colocado, for cometido, o pedaço de alma fraturado pode ser transferido para outro objeto. O lançador só será derrotado se cada horcrux for destruída. No caso de Tom, temo que ele já tenha feito cinco.

— Cinco! — Edgar Bones exclamou. — Merlin Todo-Poderoso.

— Mas não tema, pois já temos quatro em nossa posse, — Dumbledore calmamente assegurou. — E a localização do último é conhecida, eu acredito.

— Como você sabe disso, Albus? — Elphias Doge, um mago que Hermione reconheceu que fazia parte do Wizengamot.

Os olhos de Dumbledore pousaram brevemente nos dela.

— Uma fonte confiável, — respondeu ele vagamente.

— Me perdoe, irmão, — um bruxo ruivo, com uma barba tão longa quanto a de Dumbledore e olhos do mesmo tom de azul, falou lentamente. — Mas você é uma merda quando se trata de confiar em fontes.

Os olhos de Hermione se arregalaram, reconhecendo-o instantaneamente como Aberforth Dumbledore, o irmão mais novo do Diretor. Ela não havia pisado no Hog's Head nos últimos sete anos, uma vez que nunca achou necessário fazê-lo, mas ela ainda conseguia se lembrar do barman rabugento do pub.

O diretor ergueu uma sobrancelha divertida para o irmão mais novo.

— Ah, mas você vê, Aberforth, eu realmente confio nesta fonte, — ele disse com um sorriso indulgente.

— E você tem certeza de que Voldemort tem horcruxes? — Dorcas perguntou preocupada.

— Positivamente certo, — disse ele. Seus olhos se voltaram para Benjy Fenwick, seu sorriso vacilando um pouco. — É por isso que preciso da sua ajuda, Benjy. Também cheguei ao conhecimento de que Hogwarts tem abrigado um Basilisco adormecido por séculos.

— Um Basilisco?! — um dos gêmeos Prewett exclamou, seguido por um palavrão alto que ganhou um olhar furioso de Moody.

— Sim, um Basilisco, — repetiu Dumbledore. — Destruir um horcrux pode ser uma coisa complicada. Existem apenas algumas maneiras de fazer isso, como Fogo Maldito e veneno de Basilisco. Ver um Basilisco dormindo no castelo, com a possibilidade de ser acordado e colocar os alunos em perigo, Acredito que matar o Basilisco e obter seu veneno é a escolha mais sábia. Posso confiar em você para liderar a derrota da criatura, Benjy, posso?

O mago endireitou-se na cadeira, um olhar determinado em seu rosto.

— Claro, Albus, — ele disse.

— Muito bom, — ele respondeu com um aceno de cabeça. — Eu esperava enfrentar o Basilisco antes do início do próximo ano letivo, para o caso de o Basilisco entrar em conflito. Vamos coordenar de acordo com sua programação, Benjy.

Benjy acenou com a cabeça, concordando com as palavras de Dumbledore.

— Quanto à última horcrux, — seus olhos pousaram em Hermione mais uma vez, — Eu gostaria de nomear a Srta. Hermione Pettigrew e o jovem Regulus Black como os líderes da busca.

Previsivelmente, sons de protestos ecoaram pela mesa.

— Eles são crianças, — insistiu Dorcas, colocando o dedo em cima da mesa de mogno para provar seu ponto de vista. — Estamos falando sobre horcruxes aqui, Albus. Eles são coisas vis e bruxos e bruxas recém-formados não deveriam lidar com tal perigo.

— Há pessoas muito mais experientes neste grupo, — Fabian, ou Gideon, honestamente, brincou. — Por exemplo, meu irmão e eu. — Seus olhos brilharam, aparentemente animados com a perspectiva de uma aventura. — Em vez disso, vamos localizá-lo.

O aperto de Hermione na mão de James aumentou, com medo de que Dumbledore cedesse aos desejos deles. Ela estaria condenada se ela e Regulus não fossem os únicos a obter a horcrux final. Hermione sabia que não descansaria se não visse a horcrux e a entregasse direto para Dumbledore. Se o diretor quebrasse sua promessa e der essa tarefa para outro, Hermione já havia planejado desafiar suas ordens e acompanhar os outros.

— Hermione e Regulus provaram ser mais do que capazes de lidar com essa tarefa, — ele então disse, surpreendendo Hermione. Seus olhos azuis brilharam quando ele sorriu para ela. — Mas vocês dois estão certos: eles ainda são jovens e esta missão é bastante perigosa. É por isso que designarei pessoas capacitadas para acompanhá-los. Eu ainda gostaria de coordenar seus horários e os designados serão informados imediatamente. — Os outros pareciam querer protestar mais uma vez, mas Dumbledore os encarou com um olhar resoluto. — Minha decisão é final.

A morena suspirou de alívio silenciosamente. Ela rapidamente encontrou os olhos de Regulus do outro lado da mesa, notando o alívio nos dele também, mas ele desviou o olhar novamente.

— Agora, alguém quer levantar alguma preocupação?

As horas seguintes da reunião aconteceram em um borrão. A cabeça de Hermione já estava doendo, cheia de novas informações e problemas, como suprimentos cada vez menores, construção de casas seguras e ataques crescentes de Comensais da Morte. No momento em que Dumbledore encerrou a reunião, com um aviso de que o pináculo estava se aproximando e todos eles deveriam se preparar, já havia uma horda de Hipogrifos em disparada na cabeça de Hermione.

— Você está bem, amor? — James sussurrou, inclinando-se para mais perto de Hermione para olhar para ela com preocupação em seus olhos.

— Apenas uma dor de cabeça, — ela assegurou, já massageando as têmporas latejantes.

James a colocou de pé.

— Melhor ir para casa e descansar então, — disse ele. — Embora, eu acho que você vai para casa sozinho esta noite.

Hermione bufou, vendo seu irmão ainda envolto em Mary.

— Faz um tempo que eles não se veem, — disse ela. — Mamãe vai entender.

Eu não vejo você há um tempo, — ele insistiu, puxando-a para perto apenas para poder envolver um braço em volta de sua cintura. — Talvez você queira dormir na casa dele? Pokey pode consertar seu quarto de hóspedes. Ou, melhor ainda, você pode se esgueirar para o meu quarto. Você viu como minha cama é vasta. Você caberia lá perfeitamente, Bigodes.

Suas bochechas ficaram vermelhas com seu sorriso provocador.

— Cale a boca, Potter, — ela resmungou.

James riu suavemente e deu um beijo no topo da cabeça dela.

— Vale a pena tentar, — disse ele. Seus olhos castanhos suavizaram enquanto ele roçava seu nariz contra sua bochecha. — Mas eu realmente sinto sua falta, Hermione. Se Moody me der um dia de folga, você vai me permitir passar esse dia com você?

— Em vez de dormir o dia todo?

Ele pressionou seus lábios macios contra sua bochecha.

— Talvez cochilar ao seu lado seja um encontro muito bom, — ele brincou. — Mas, eu não acho que vou ser capaz de resistir a fazer algo desagradável se você se aninhar ao meu lado, então talvez um encontro para um café seja suficiente.

Ele mordiscou de brincadeira o lóbulo da orelha dela e rindo se esquivou do cotovelo pontudo.

Ela estava prestes a retrucar algo sarcástico, mas seus olhos pousaram brevemente em Regulus, que estava prestes a deslizar para fora da Torre Leste.

— Eu- desculpe, eu tenho que falar com Regulus.

Os lábios de James se curvaram em uma pequena carranca.

— Tudo bem, — disse ele, um pouco tenso.

Hermione sorriu e deu-lhe um beijo rápido na bochecha.

— Eu vou te dar um beijo de boa noite se você prometer ser um bom menino, — ela sussurrou provocativamente em seu ouvido. O aperto dele em volta da cintura dela ficou mais forte enquanto sua respiração engatava um pouco, antes de James finalmente afrouxar o aperto e permitir que ela escapulisse de suas mãos.

A morena imediatamente saiu da Torre Leste e chamou Regulus. O herdeiro Black estava perto de aparatar, mas enrijeceu ao ouvir a voz dela. Ele se virou lentamente, um olhar cauteloso em seu rosto.

— Pettigrew, — ele cumprimentou friamente.

Hermione franziu a testa e pisou mais perto dele.

— Você não respondeu às minhas cartas, — ela acusou.

— Eu estava ocupado, — ele disparou, se escondendo atrás de sua máscara perfeita de indiferença.

— Você está fazendo isso de novo! — ela exclamou com uma carranca. — Escondido atrás daquela maldita máscara. — Quando Regulus olhou com raiva para as palavras dela, Hermione suspirou e estendeu a mão para colocar a mão em seu braço. — Qual é realmente o problema, Regulus? — Seu olhar suavizou em compreensão, seu aperto em seu braço apertando. — É... é por causa do que aconteceu durante a nossa formatura?

Uma centelha de raiva em seus olhos cinzentos era a resposta de que ela precisava.

— Regulus-

Não, você não vai entender, — ele disse rigidamente, já puxando o braço dela.

Hermione se manteve firme e olhou para ele com olhos raivosos.

— Experimente, Regulus Black, — ela cuspiu.

Ire quebrou sua máscara e Regulus começou a respirar pesadamente. Ela esperou pacientemente enquanto ele tentava se recompor, observando enquanto suas mãos tremiam violentamente. Seu aborrecimento transformou-se em preocupação, levando-a a estender a mão mais uma vez para apertar o braço dele em conforto.

— Eu sabia que algo enorme iria acontecer, mas vendo que sou um dos novos, não estava a par de todo o plano, — ele rosnou. — Eu disse a Dumbledore que algo poderia acontecer, e ele concordou em alertar os Aurores caso algo acontecesse. — Regulus tinha ficado estrondoso. — Eu deveria ter trabalhado mais duro. Eu sou um maldito espião! Eu deveria ter bisbilhotado mais, deveria ter descoberto o que eles estavam planejando, apenas para evitar o ataque.

Ele respirou fundo, estremecendo, e caiu para frente, parecendo cansado de repente.

— Ninguém deveria morrer.

O coração de Hermione deu um salto, percebendo que Regulus provavelmente estava se culpando pela morte do Grifinório.

— Não foi sua culpa, — ela gritou. — Como você pode se culpar?

Seus olhos brilharam sob o céu claro da lua, o que levou Hermione a se esticar e envolver os braços ao redor dele.

— Não foi sua culpa, — ela grunhiu mais uma vez. Regulus amassou as costas de sua blusa, tentando extrair o máximo de conforto que podia dela.

Ela não tinha certeza de quanto tempo eles ficaram assim. Hermione continuou a esfregar círculos suaves em suas costas. Ela esperou até que Regulus finalmente relaxasse antes de se afastar do abraço. Suas bochechas estavam salpicadas de vermelho de vergonha.

— Desculpe por isso, — ele murmurou, incapaz de encontrar os olhos dela.

— Está tudo bem, — disse ela com um sorriso tranquilizador.

Regulus hesitantemente encontrou os olhos dela e sorriu tristemente.

— Merlin, eu não sabia que precisava disso, — disse ele, uma risada vazia escapando de seus lábios. — Eu- obrigado, Pettigrew.

Ela revirou os olhos.

— Por favor, já não estamos usando o primeiro nome? — ela perguntou. — Vai ser seriamente confuso se você continuar a me chamar assim, especialmente se meu irmão também estiver na sala.

Seu sorriso cresceu largo e genuíno.

Tudo bem, caramba.

— Você está bem agora?

— Cargas, — disse ele, balançando a cabeça. Ele corou ainda mais e evasivamente desviou o olhar dos olhos dela. — Eu deveria... eu deveria ir. Meus pais já estão me esperando. Além disso, eu prefiro não ser encurralada por Sirius hoje. Ele vai enlouquecer, tenho certeza.

Ela sorriu com a preocupação em seus olhos, então se despediu dele quando ele aparatou no local.

Assim que Regulus aparatou, Hermione girou nos calcanhares para marchar de volta para a torre, apenas para parar surpresa. James estava casualmente encostado na parede de pedra, parecendo muito indiferente quando ele obviamente estava olhando para ela com Regulus apenas um tempo atrás.

— Você deveria ter esperado lá dentro, — ela advertiu assim que o alcançou.

— E sair com aqueles velhos idiotas? — ele disse, levantando um canto dos lábios. — Prefiro não.

Hermione bufou e olhou por cima dos ombros, espiando Dumbledore e os outros membros da Ordem ainda discutindo lá dentro. Com a postura relaxada deles, no entanto, Hermione sabia que eles estavam apenas conversando sobre tópicos que não envolviam a guerra e Voldemort.

— Você deveria ir para casa, Bigodes, — ele disse, puxando Hermione para longe para que eles ficassem escondidos das pessoas dentro da Sede da Ordem. — Foi um longo dia. Espere, não, risque isso. Foi uma longa semana para todos nós.

Ela olhou intencionalmente para o rosto dele, notando os hematomas roxos sob seus olhos cansados. James também estava usando uma sombra de cinco horas, quando normalmente raspava o rosto. Sem dúvida, os últimos dias também foram cansativos para ele.

Hermione colocou a mão em sua bochecha áspera e sorriu tristemente.

— Quando foi à última vez que você comeu, James? — ela perguntou.

Ele sorriu timidamente, o canto dos olhos enrugando.

— Eu realmente não tenho rastreado isso desde que me tornei um Auror, amor, — ele disse, mudando o rosto levemente para beijar a palma da mão dela. — Mas acho que já faz um tempo. Sempre posso pedir a Pokey que me prepare uma refeição quando eu voltar.

— Você deveria ir para casa, — ela retrucou de volta.

— Caso você tenha esquecido, estou em casa, — ele disse com uma risada, gesticulando descontroladamente para a imponente Mansão ao lado da Torre onde eles estavam encostados.

A mão de Hermione desceu para o ombro dele enquanto ela olhava para ele por entre os cílios. Seu coração doeu ao pensar que ela não tinha estado com ele assim por meses, sozinha. A correspondência deles tinha sido péssima nos últimos meses também, porque James estava sobrecarregado de trabalho e ela estava distraída com os NIEMs que estavam por vir.

Isso a deixou apavorada como, apesar de sua distância, ela ansiava por sua presença.

— Senti sua falta, — ela confessou, o coração na garganta com o quão séria ela soou.

— Sim? — ele perguntou, um pequeno sorriso crescendo em seu rosto cansado.

Ela balançou a cabeça taciturnamente, perguntando-se como seus sentimentos por ele ainda podiam crescer constantemente, apesar de tudo que estava acontecendo ao redor deles. Com o casamento de Lílian se aproximando, Hermione deveria começar a formular um plano, um último esforço para reunir Lílian e Tiago, apenas para que Harry nascesse neste novo mundo. Ela sabia muito bem que já estava abusando da sorte aqui e talvez ela estivesse ficando um pouco maluca por insistir que sua própria versão de Harry Potter nasceria, apesar de como era óbvio que tal coisa não poderia mais acontecer. Além disso, apenas o pensamento de sugerir a James que eles deveriam fazer uma pausa, que ele talvez devesse perseguir Lily mais uma vez se ele quisesse, deixou um gosto amargo em sua boca.

Hermione fez uma careta ligeiramente. A jornada para aceitar que seu Harry Potter de olhos esmeralda e cabelo bagunçado pudesse não existir neste mundo foi longa e árdua, mas ei, ela estava tentando o seu melhor.

— Eu também senti sua falta, Bigodes, — ele disse, sua mão já deslizando para a nuca dela. — Muita, para ser honesto.

Ele baixou a cabeça e se aproximou do rosto, seus olhos castanhos quentes e brilhantes, apesar da escuridão que os rodeava. Um suspiro suave escapou de sua boca quando James pressionou seus lábios contra os dela. Seu beijo foi lento, reaproximando-se deliberadamente de cada centímetro de sua boca.

Os pensamentos sobre o casamento de Lily com Sev, sobre a situação difícil em relação à possível inexistência de Harry, foram empurrados para as partes mais profundas de sua consciência.

Tudo o que importava para ela aqui, agora, era este adorável garoto pressionado suavemente contra ela, seus lábios deixando marcas que afundaram profundamente em sua pele, para sempre embutidas em sua alma.

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