Hero of The Story - Tradução

Por r_zoldyck1

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Talvez o destino não quisesse que Hermione Granger fugisse. Talvez o destino quisesse que Hermione Granger mu... Más

Introdução
Sinopse
Main Cast
Aesthetics
Playlist
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Epílogo
Extra 1
Extra 2
Extra 3
Extra 4

Capítulo 26

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Por r_zoldyck1

XXVI

Começa com nossos olhos bem familiarizados com o escuro

(Overture by Sleeping at Last)

~*~

25 de dezembro de 1977

Hermione observou seu irmão, divertida enquanto ele nervosamente corria de uma sala para outra.

Hoje era dia de Natal, o que significa que Mary MacDonald viria e se juntaria à família Pettigrew para o almoço de Natal. Peter felizmente superou sua hesitação inicial e convidou Mary para finalmente conhecer sua família. Na verdade, Anya foi a primeira a saber disso. Hermione só foi capaz de descobrir quando sua mãe mandou uma coruja, animada dando a notícia e já se perguntando o que ela faria no almoço de Natal.

O olhar divertido de Hermione pousou na pequena mesa de jantar, decorada com peru recheado de Natal e porcos em cobertores, batatas assadas, deliciosos pudins e tortas com jarras de suco de abóbora e chá. Foi relativamente menos grandioso do que a última refeição que Anya preparou para Lily e Sev. Conhecendo sua mãe, Hermione se encarregou de ajudar Anya a preparar o almoço de Natal, certificando-se de que ela não ficasse muito animada e começasse a assar e cozinhar o suficiente para alimentar um batalhão.

— Peter, — Hermione gritou com uma risada. — Caramba, apenas sente-se.

Peter saiu do banheiro parecendo mais pálido do que o normal.

— Ouça, Mary é brilhante, — ele a tranquilizou com veemência. — Talvez ela fica um pouco animado com as coisas que ela ama, Sirius uma vez disse que ela jorra muito, mas ela é terrivelmente doce e muito gentil e-

Sua irmã riu mais uma vez, cortando-o de seu discurso.

— Tenho certeza que ela será fantástica, — respondeu ela. — James disse que ela é uma bagunceira e ela é próxima de Lily.

— Falando em James, — sua mãe saltou enquanto colocava uma bandeja com vários biscoitos na mesa, — por que você não convidou ele?

As bochechas de Hermione ficaram vermelhas, incapaz de encontrar os olhos de sua mãe.

— Não é o mesmo que Peter, mãe, — ela disse com uma carranca profunda no rosto.

— Oh, é definitivamente como meu relacionamento com Mary! — Peter exclamou, pisando duro dentro da cozinha. — Você deveria ter visto o quanto eles andam de mãos dadas ultimamente, mãe.

— Cale a boca, — ela sibilou com um olhar feroz, golpeando-o no peito.

Anya ergueu uma sobrancelha, claro interesse em seus olhos.

— Bem, querida, — disse a mãe, — por que você não o convida para o Ano Novo?

— Não é assim, — a morena insistiu mais uma vez. — Além disso, os Potters estão passando as férias na Itália para visitar a família. Eles ficarão fora até alguns dias antes do início do semestre.

Ela percebeu como Peter e Anya trocaram olhares significativos, levando-a a fazer uma carranca sombria para o pudim de Yorkshire que estava fazendo.

Seu relacionamento com James ainda era... complicado, simplesmente colocado. Ela já se permitiu ceder à tentação e se aqueceu sob o sol, ela percebeu que ele sempre foi. Ela já havia se permitido segurar a mão dele enquanto caminhavam pelos corredores da escola, ou passar as sessões de estudo com ele sozinho na biblioteca, ou até mesmo deixá-lo carregar todas as coisas que ela tinha por perto, apenas para que pudesse colocá-las em seus braços e segure a mão dela novamente.

Hermione sabia que estava se aventurando em águas perigosas. Foi exaustivo lutar para se afastar da órbita de James, e foi por isso que ela finalmente cedeu. O que era preocupante, entretanto, era o que aconteceria se ela se deixasse apegar demais. O que aconteceria com ela se James percebesse que Lily Evans era a única para ele? O que ela faria então?

Razão pela qual, não, esse relacionamento não era o mesmo que Peter e Mary, porque Peter parecia querer passar a vida inteira com ela.

Hermione não podia, por razões óbvias, é claro.

Esses pensamentos cessaram quando a campainha tocou. Peter enrijeceu momentaneamente, antes de abrir o sorriso mais largo e correr em direção à porta.

Ele logo voltou, Mary MacDonald rebocando atrás.

A bruxa de cabelos negros com um rosto doce sorriu timidamente para eles. Hermione notou como ela ainda usava vestes semi-formais, apesar da insistência de Peter de que ela poderia usar algo casual. Embora um meio sangue como eles, Mary cresceu principalmente em uma casa bruxa e tais tradições eram difíceis de quebrar.

— Boa tarde, — disse ela educadamente.

— Olá, — disse Anya, enxugando apressadamente as mãos no avental. Ela caminhou rapidamente em direção à bruxa e sorriu brilhantemente. — Eu sou Anya, a mãe de Peter e Hermione. Venha e sente-se, querida. Ouvi dizer que você gosta de biscoitos com chá de camomila? Eu preparei o suficiente para você durar um ano. — E ela começou a rir docemente, derretendo qualquer nervosismo de Mary.

Enquanto Anya puxava a bruxa em direção à mesa, Hermione sorriu, notando o que Sirius quis dizer quando disse que Mary jorrava muito. Mas a menina era doce e muito educada com a mãe. Hermione já podia ver o brilho nos olhos de Anya, sem dúvida imaginando um futuro com bebês que se pareciam com Pedro e Maria.

Ela olhou para o irmão, cujas bochechas estavam vermelhas e os lábios bem abertos.

— Eu não posso acreditar que hesitei no começo, — Peter sussurrou para ela quando ele avançou.

Hermione sorriu e segurou brevemente a mão dele.

— Mamãe já gosta dela, — disse ela. — Não se preocupe mais com coisas desnecessárias.

— E você?

Seu coração se encheu de calor com o fato de que ele genuinamente se importava com sua opinião.

— Por que minha opinião deveria importar? — ela perguntou, seguida por uma pequena risada.

Peter bufou suavemente.

— Prefiro que minha irmã não atormente a garota de que vou gostar pelo resto de nossas vidas, — ressaltou.

Hermione se lembrou da conversa que ouviu entre eles, de Mary protestando ferozmente que Peter não era o menor Pettigrew, levando-a a sorrir carinhosamente para ele, e então para a garota que sem dúvida já havia roubado o coração de sua mãe.

— Ela é boa para você, Peter, — disse ela finalmente. — Qualquer garota que pensa que Peter Pettigrew é digno de seu tempo é instantaneamente uma boa pessoa em minha mente.

Peter pareceu maravilhosamente aliviado com as palavras dela.

— Ela tagarela muito, — alertou.

— Eu sou a melhor amiga de Lily Evans, — Hermione apontou com uma risada. — Você viu como a boca dela funciona?

— Entendi, — ele concordou, refletindo a risada dela.

~*~

Hermione se desculpou quando Peter e Mary se aconchegaram no sofá enquanto assistiam a um fútil filme de Natal.

— Oh, Feliz Natal, Hermione! — Mary exclamou, se enrolando nos braços de Peter para alcançar à morena.

— Feliz Natal para você também, — ela respondeu com um sorriso.

Mary então remexeu rapidamente dentro do bolso e tirou um presente de tamanho médio cuidadosamente embrulhado, com uma fita de prata amarrada no topo. — Me desculpe se é terrivelmente imponente, mas eu queria te dar um presente hoje, — ela disse enquanto um sorriso tímido floresceu em seu rosto.

Hermione olhou para ele com surpresa.

— Oh, — disse ela, sentindo-se subitamente confusa. — Você não deveria. Eu, bem, eu nem comprei nada para você!

— Não importa, — disse Mary com um aceno de mão desdenhoso. — Na verdade, eu não planejava comprar um presente para você. Mas, enquanto estava fazendo compras, me deparei com este livro e instantaneamente pensei em você. — Seus olhos se arregalaram comicamente. — Oh, que boba eu, é claro que eu só tinha que estragar a surpresa. — Ela soltou uma risada adorável, seus olhos azuis brilhando intensamente. — Peter disse que você é uma leitora ávida. Eu também! Espero que possamos trocar livros no futuro? Amo este livro com uma reverência. Não tenho certeza se você já o leu, mas se Peter não foi t exagerando então, talvez você já tenha exagerado, mas tudo bem. Mais livros para adicionar à sua coleção, hein?

A morena a encarou com olhos arregalados. Peter não estava brincando quando disse que ela era tagarela. Ela olhou por cima do ombro de Mary e viu seu irmão observando-os divertido, seus ombros tremendo com suas risadas reprimidas.

— Obrigada, — disse Hermione, pegando cuidadosamente o presente das mãos de Maria. — Isso é muito atencioso da sua parte, Mary. Eu... bem... vou vasculhar minha estante e procurar por qualquer coisa que possa interessar a você. Ela parecia hesitante. — Você não se importa com livros trouxas, não é?

— Oh, meu Deus, claro que não! — Maria exclamou. — Esse é um livro trouxa que você está segurando. Na verdade, eu acho que ficção bruxa é muito estranha.

Hermione sorriu.

— Conte-me sobre isso.

— De qualquer forma, espero que gostem! — Mary disse, surpreendendo Hermione mais uma vez quando ela a envolveu em um rápido abraço.

A morena riu e deu um tapinha nas costas dela, agradecendo mais uma vez.

Hermione foi para seu quarto e deixou o casal sozinho, pensando em continuar com seu dever de casa de férias agora que ela não tinha mais nada para fazer.

Ela se acomodou em sua mesa e sorriu suavemente para o presente, antes de abri-lo cuidadosamente. Anne of Green Gables a encarou de volta e Hermione sorriu surpresa, pois ela honestamente não esperava este livro. Ela tinha lido isso antes, é claro, mas ela tinha lido isso como Hermione Granger. Hermione passou os dedos cuidadosamente pelo título, lembrando-se afetuosamente dos sentimentos que foram evocados ao ler o romance.

Hermione guardou o livro, prometendo lê-lo depois que ela terminasse seus estudos, e puxou seu material escolar.

Enquanto ela estava absorta em uma questão de Aritmancia particularmente interessante, sua atenção foi repentinamente desviada para a janela de seu quarto. Ela instantaneamente reconheceu a coruja de James, Thunderbolt, bicando alegremente a janela com o bico.

Surpresa, Hermione abriu a janela e deixou a bela coruja entrar. Ele piou feliz quando pousou na mesa de Hermione, esticando a perna.

Hermione franziu as sobrancelhas enquanto desamarrava a pequena caixa prateada com uma fita dourada amarrada ao redor dela. Ela já havia recebido o presente de James no início desta manhã em meio aos vários presentes que recebeu de amigos e familiares. Ele, é claro, tinha enviado a ela os materiais escolares ridiculamente caros que comprou durante o último encontro em Hogsmeade.

Thunderbolt afetuosamente beliscou seu dedo, implorando por guloseimas. Hermione distraidamente pegou alguns de um frasco em sua mesa e o deixou comer em sua palma.

— Feliz Natal, — foi seu adeus, enquanto a coruja piou alegremente antes de abrir suas asas magníficas e voar para fora da janela.

Hermione desembrulhou a caixa com cuidado, franzindo a testa instantaneamente ao reconhecê-la como uma caixa de joias. Ela o abriu, um suspiro saindo de seus lábios, quando ela viu uma linda pulseira descansando em uma almofada de veludo dentro.

Era uma pedra preciosa de safira redonda flanqueada por dois diamantes cintilantes enfiados em uma faixa de prata. Hermione suspeitava que essa pulseira custou mais do que o material escolar que James comprou para ela.

Havia um pergaminho enrolado ao lado da pulseira. Enquanto Hermione o desenrolava, seus olhos instantaneamente voaram através das palavras.


Hermione,

Espero que você não se importe. Espero que isso não esteja ultrapassando os limites. A primeira vez que vi isso, pensei instantaneamente em seus olhos.

Feliz Natal,

James

PS Porque falando sério, quem quer comprar material escolar para o Natal?


Ela revirou os olhos para o pós-escrito dele e levantou a pulseira da caixa com ternura. Era realmente lindo e Hermione achou doce o James ter pensado nos olhos dela quando os viu.

Incapaz de impedir que um sorriso se esticasse em seu rosto, Hermione soltou a pulseira e a colocou em volta do pulso.

Merlin, parecia ainda mais bonito quando usado.

~*~

6 de janeiro de 1978

Anya deu um abraço de despedida em ambos e os enxotou para o Expresso de Hogwarts.

— Prometa escrever! — ela chamou, e acenou com a mão alegremente até que Peter conduziu Hermione mais para dentro.

— É estranho, não é? — Peter disse, guiando Hermione enquanto procurava por seus amigos no trem, — como um novo ano chegou e as coisas ainda estão ridiculamente iguais?

Hermione olhou para as costas de Peter surpresa, sem saber por que ele estava dizendo tais pensamentos. No entanto, Hermione não pôde deixar de discordar ligeiramente de seu irmão. Notícias sobre o aumento dos ataques decoraram o Profeta Diário e sua televisão. Nem mesmo a censura forçada do ministério poderia impedir as pessoas de especular, Voldemort estava ganhando poder o suficiente para finalmente travar uma guerra definitiva? Não ajudou que Hermione uma vez pegou sua mãe aplicando mais feitiços para fortalecer suas proteções em casa.

— Os ladrões têm estado desenfreados, você não sabe? — foi à mera resposta de Anya, mas Hermione viu os olhos de sua mãe e o medo neles.

Ela sabia que este ano seria diferente, especialmente agora que Regulus era um Comensal da Morte e ela queria voluntariamente ajudá-lo a destruir as horcruxes. Os dias tranquilos de Hermione Pettigrew se foram. Com a guerra ganhando força constantemente, Hermione teve que trabalhar em dobro para realmente derrubar Voldemort e salvar as pessoas que ela amava no presente e no futuro.

— Aí está você!

A porta de um compartimento foi repentinamente aberta, a cabeça de James espiando para fora. A mente dela ficou em branco instantaneamente, a boca seca, quando ele saiu totalmente do compartimento em que estava hospedado, para se aproximar dos irmãos Pettigrew.

Merlin e Morgana, ela percebeu que tinha sentido falta dele.

Muito.

— Rabicho, oi, tudo bem? — ele perguntou, bem-humorado dando um tapinha nas costas dele.

— Sim, na verdade, — Peter disse, um sorriso largo e bobo aparecendo em seu rosto. — Mary veio durante o Natal e foi incrível! Você deveria- — Suas palavras morreram quando seu sorriso se transformou em uma carranca irritada. — Sim, por que estou falando quando é óbvio que você nem está me ouvindo?

— Hmm? — James perguntou distraidamente, seus olhos castanhos treinados intensamente em Hermione.

— Merda, — Peter suspirou, já arrastando seu malão para dentro do compartimento.

— Oi, — Hermione disse timidamente, suas bochechas aquecendo de vergonha.

O sorriso de James cresceu enquanto ele dava mais alguns passos, diminuindo a distância entre eles.

— Teve um bom feriado? — ele perguntou, já estendendo a mão para segurar a mão de Hermione. A mão dele ainda era grande e quente e se encaixava perfeitamente na dela.

— Foi adorável, — disse ela com uma risada. James agarrou o malão dela e começou a puxá-la para o compartimento aberto. — Peter não estava brincando quando disse que era incrível. Mary era maravilhosa e minha mãe gostou dela instantaneamente. Ela não para de importunar Peter sobre quando ele pediria sua mão em casamento. — Ela apertou a mão dele com ternura e perguntou:

— Como foi à Itália?

È stato bellissimo, — respondeu ele com um sorriso forçado e um sotaque perfeito. — Eu adoraria te levar lá algum dia, Hermione.

Os olhos dela se arregalaram com a afirmação dele, mas James não pareceu notar quando ele finalmente a levou para dentro do compartimento.

— Ei! — Sirius exclamou com uma carranca petulante. — O que aconteceu com a regra 'nenhuma namorada é permitida'?

Hermione fez uma careta com a palavra 'namorada' e estava prestes a corrigir Sirius, mas James bufou e empurrou Peter para o lado até que o loiro carrancudo fosse pressionado contra a janela.

— Ela é irmã de Peter, — explicou James, ordenando que Hermione se sentasse no meio enquanto ele ficava do outro lado dela. — Ela também é sua amiga. Hermione é uma exceção.

Hermione examinou todo o compartimento com o nariz franzido. O chão já estava cheio de embalagens de salgadinhos e o xadrez do Mago estava aberto no chão, às peças de xadrez alegremente empinando e balançando suas pequenas espadas no ar.

— Teve um ótimo Natal, Hermione? — Remus perguntou com um sorriso gentil.

Pedro respondeu por ela, já entusiasmado com os acontecimentos que aconteceram com Maria em sua casa. Sirius estava fazendo vários comentários ridículos, ganhando alguns socos de Peter e Remus, mas era óbvio como eles estavam genuinamente felizes pelo irmão dela. Era óbvio o quão feliz Peter também estava.

Hermione olhou distraidamente para James quando o sentiu de repente apertar a mão dela com força. Olhando para ele em questão, ela notou como os olhos dele estavam concentrados em sua mão. Ou, mais apropriadamente, na pulseira reluzente enrolada em seu pulso.

— É muito bonito, — disse ela, sentindo suas bochechas ficarem vermelhas. James ergueu lentamente os olhos para encontrar os dela, e Hermione sentiu sua respiração engatar com as emoções. Seus olhos eram os mais castanhos que ela já vira, os verdes apenas pontilhados do lado de fora, como uma auréola. O belo sorriso em seu rosto alcançou seus olhos e Hermione se viu incapaz de reprimir seu próprio sorriso.

— Parece com os seus olhos, — ele finalmente disse, dando outro aperto carinhoso na mão dela. — Muito lindo.

Um pergaminho amassado repentinamente zuniu entre eles.

— Oi, pombinhos, — Sirius exclamou. — Sem olhos arregalados na nossa frente.

Hermione corou e olhou para o bruxo enojado. James fez um gesto rude com a mão, mas suas bochechas também estavam salpicadas de rosa.

— Cale a boca, Almofadinhas, — ele resmungou baixinho.

A conversa depois disso, foi principalmente com os meninos falando sobre seus planos de como se formar com uma explosão, literalmente. Os olhos de Hermione não voltaram à forma normal durante toda a conversa, depois de ouvir Sirius e Peter lançando várias ideias que beiravam a loucura. Remus permaneceu divertido o tempo todo, até mesmo sugerindo coisas que ele achava que ajudariam. James não foi diferente, insistindo em voz alta como os planos deles deveriam ser após o discurso de formatura, ou sobre como eles iriam esconder tudo dentro de Hogwarts sem serem pegos.

— Você é monitor-chefe, — ela exclamou, horrorizada. — Como você pode apoiar essa ideia absurda?

James riu ruidosamente.

— Hermione, relaxe, — disse ele. — Todos nós vamos fazer isso depois que Dumbledore nos declarar como graduados. Depois disso, não somos mais estudantes e eles não podem realmente nos expulsar, podem?

Hermione gemeu enquanto os outros três gritavam animadamente, mais uma vez adicionando mais sugestões que poderiam embelezar seu plano já elaborado.

Apesar da descrença, Hermione se pegou rindo de algumas piadas que Peter contava, ou revirou os olhos para Sirius quando ele falou coisas mais ridículas.

Esta viagem de trem foi definitivamente a mais agitada que ela já teve. Lily e Sev foram bons companheiros, mas eles falaram principalmente sobre as férias e as aulas futuras. Hermione se perguntou se eles estavam preocupados por ela não ter se sentado com eles desta vez. Mas então, ela percebeu que pode ter dado a eles algum tempo privado juntos e eles provavelmente estavam agradecendo às estrelas da sorte acima.

Falando de seus melhores amigos, Hermione deduziu que o casal estava definitivamente namorando. Como o que Peter tinha feito, Lily convidou Sev para sua casa no Natal e no Ano Novo. Lily escreveu reverentemente para Hermione, apesar da regra de seus pais, querendo contar detalhe por detalhe como suas férias foram, mais especialmente porque Petúnia também convidou Vernon, e ela não estava disposta a ser derrotada por sua irmã mais nova.

Foi um maldito desastre, — escreveu Lily. — Petúnia e Vernon eram extremamente desagradáveis, rosnando comentários desagradáveis ​​para Sev e suas 'roupas pequenas e sujas'. Eles eram ainda mais cruéis do que Potter e Black! Você deveria ter visto como eu estava tentando o meu melhor para conter minhas lágrimas e minha língua. Mas Sev era... Sev era brilhante e irritadiço, respondendo calmamente com piadas sarcásticas veladas que até fizeram Vernon ficar roxo. Acho que toda a provação foi arruinada quando Petúnia pegou papai tentando segurar uma risada. Basta dizer, Petúnia me odeia mais, mas meus pais amam Sev, comentários azedos e sarcásticos e tudo.

Hermione estava infinitamente feliz por seus amigos. Mas, ao mesmo tempo, a preocupação floresceu em seu coração. Eles só tinham seis meses antes que os Marotos e seus melhores amigos se formassem, e ainda assim, James e Lily não estavam juntos. Na verdade, eles não pareciam gostar um do outro. Harry havia dito a ela antes que seus pais ficaram juntos quando estavam no sétimo ano, então era compreensível o quão preocupada Hermione havia se tornado.

Adicionado a isso, estava o fato de que Hermione parecia gostar de James mais e mais a cada dia. Apesar da distância, eles trocavam cartas constantemente durante os feriados. James era arrogante, mas doce, zombando de coisas em suas cartas que a faziam corar de vergonha. James foi, bem, um tanto ousado com suas palavras, escondendo-se atrás do disfarce de sua carta para dizer a Hermione como ela realmente o fazia se sentir. Eles não eram escandalosos, é claro, mas Hermione tinha certeza de que Peter veria vermelho se algum dia lesse uma das cartas de James para ela.

Então, com James e Lily namorando outras pessoas agora, as coisas não estavam exatamente em seus devidos lugares. Hermione frequentemente se perguntava se namorar James significava trair Harry, roubando seu direito de nascer neste mundo.

O pânico estava começando a subir de seu estômago novamente e Hermione tentou puxar a mão de James, mas o aperto dele era firme, quente e seguro.

Hermione se odiava por não se esforçar mais.

Ela piscou os olhos amplamente quando James de repente abaixou o rosto para mais perto do dela.

— Knut por seus pensamentos? — ele perguntou, até mesmo pescando a moeda de cobre de sua mão e estendendo-a para Hermione.

Sirius bufou ruidosamente.

— Com aquele cérebro grande dela, — ele começou, — seus pensamentos devem custar pelo menos dois galeões, companheiro de Pontas.

James riu e colocou o knut dentro do bolso do robe, apenas para puxar dois galeões e um pedaço de caramelo. Hermione revirou os olhos, mas aceitou o caramelo.

— Nada excitante, honestamente, — ela mentiu entre os dentes. — Eu só estava me perguntando como vocês todos serão justos nos próximos NIEMs.

Previsivelmente, eles soltaram vários gemidos, fazendo Hermione sorrir.

— Você só tem pelo menos cinco meses antes dos exames, — ela continuou, apesar dos protestos.

— Hermione, — Peter choramingou, — estamos aderindo à sua programação codificada por cores, caramba.

— Gostamos muito de você, Bigodes, é por isso que o mantemos por perto, — Sirius disse seriamente. — Mas, por favor, você pode nos dispensar hoje? Nem estamos em Hogwarts ainda!

— Linguagem, — Hermione gargalhou, mas Sirius apenas fez beicinho.

— Guarde seu amor para Hogwarts, — James suspirou. — Você terá muito tempo para nos cuidar assim que chegarmos lá.

Hermione não conseguiu conter a risada.

— Estou apenas tentando lembrá-lo do inevitável, — ela ressaltou. — Não me olhe assim.

— Eu nem sei por que estou me incomodando em seguir sua programação rigorosa, — Remus disse com uma careta. — Não estou nem planejando me tornar um Auror. O ministério certamente ignoraria meu nome se eu tentasse.

— Isso não é verdade! — ela deixou escapar quase imediatamente. Remus ergueu uma sobrancelha, fazendo-a corar. — Bem, tudo bem, todos nós sabemos que o mundo gosta de discriminar as pessoas só porque elas não são como os outros, mas isso é besteira. Se eu conseguir, vou redigir rigorosamente leis no futuro e abolir qualquer práticas discriminatórias para pessoas como você, Remus, porque é tão desatualizado e injusto.

Os olhos dourados de Remus brilharam carinhosamente com as palavras dela.

— Não vou ficar surpreso se você realmente colocou isso na bolsa, Hermione, — disse ele. — Mas, sério, não me importo de não me tornar um Auror. Seria muito chato. Além disso, pretendo me candidatar ao posto de Defesa Contra as Artes das Trevas.

— Mas essa posição é amaldiçoada! — James exclamou com um suspiro. — Não sabíamos que você queria fazer isso.

O lobisomem timidamente sorriu e esfregou a nuca.

— Eu realmente não estava planejando isso, — confessou. — Mas Dumbledore mencionou de passagem como o Professor Sullen planeja se aposentar após o fim do ano letivo. — Ele sorriu para Hermione. — Talvez eu possa te ver o ano todo e te ensine Defesa no ano que vem, Hermione.

Os olhos de James se arregalaram.

Talvez eu devesse me candidatar como professor também, — declarou ele seriamente. — Se isso significasse que poderei ver você o ano todo também.

— Não seja ridículo, — Hermione disse enquanto lançava um leve olhar para James. — Sua agenda já foi planejada para focar no conhecimento e nas habilidades necessárias para ser um Auror. Seria um desperdício desistir do que você realmente quer por apenas um ano me ensinando.

— Aww, mas Hermione, pelo menos eu poderia te ver todos os dias, — ele lamentou, mas a morena apenas riu e o empurrou.

— Então, você planeja aceitar a oferta de Dumbledore? — Peter perguntou, lançando um olhar de desgosto para sua irmã e melhor amigo.

Remus deu de ombros e recostou-se na cadeira.

— Bem, Dumbledore já sabe sobre minha aflição, — disse ele. — Pelo menos eu ainda teria a Casa dos Gritos para minhas transformações. A única diferença é que vocês não estarão lá.

— Do que diabos você está falando, Aluado? — Sirius perguntou, olhando para Remus como se ele tivesse crescido outra cabeça. — Claro que estaremos lá! Concedido, podemos ter todos nos formado e escolhido uma carreira diferente, mas isso não significa que não vamos tentar acompanhá-lo durante a lua cheia.

Hermione notou como os olhos de Remus brilharam um pouco mais quando Peter e James balançaram a cabeça vigorosamente.

— O treinamento de auror é ridiculamente difícil, — ele ressaltou. — Tenho certeza que o ministério vai trabalhar você como um cavalo, especialmente com o meio ambiente hoje em dia.

— Oh, certo! Falando em ministério, — Hermione exclamou. — Acabei de me lembrar de algo que queria lhe contar. — Quando eles deram a ela olhares idênticos de curiosidade, ela continuou. — Eu acho que é melhor se vocês se registrarem como Animagos. — Seus rostos se franziram em protesto, mas Hermione não havia terminado. — Os Animagos são escassos, como sempre fomos ensinados, e o ministério certamente irá considerá-los mais favoravelmente como aurores por causa dessa habilidade. Além disso, o ministério nem mesmo considera ninguém para o posto de auror se eles cometeram um crime. É melhor se você cumprir a lei.

— Eu sei que você está certa, mas isso é muito incômodo, — Sirius murmurou, cruzando os braços contra o peito. — Toda essa merda burocrática.

— Melhor prevenir do que remediar, — disse ela com um hábil encolher de ombros.

— Tudo bem, — James disse com um suspiro. — Podemos simplesmente mentir e dizer que conseguimos nos tornar um recentemente. Você sabe, porque tecnicamente era ilegal.

Hermione acenou com a cabeça para concordar.

~*~

Hermione saiu do Salão Principal depois de se despedir de Lily e Sev. James se desculpou profusamente com ela, dizendo que tinha algumas porcarias de monitor-chefe que precisava fazer e tinha que ir até Dumbledore e, portanto, não poderia escoltá-la de volta para a Torre da Corvinal.

— Está tudo bem, James, — Hermione disse com uma risada. — Vejo você amanhã.

James olhou para ela com estrelas em seus olhos e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha dela.

— Boa noite, Hermione, — disse ele. Ele agarrou a mão dela mais uma vez e olhou para a pulseira em seu pulso. Um sorriso ridículo se estendeu amplamente em seu rosto enquanto ele se despedia dela e se afastava.

Hermione fez uma breve parada na biblioteca para pegar emprestados alguns livros que ela pretendia ler para estudar antecipadamente. Madame Pince a olhou surpresa, obviamente não acostumada a ter alunos na biblioteca no primeiro dia de volta após as férias de Natal.

Ela deu boa noite ao bibliotecário estrito e ficou surpresa quando Madame Pince deu um pequeno sorriso em troca. Ela sabia que a bibliotecária desconfiava dela e de suas amigas porque, reconhecidamente, elas sempre eram muito turbulentas quando estavam lá dentro. Hermione esperava que o sorriso significasse que a bibliotecária gostasse mais dela.

Hermione estava viajando de volta para a Torre da Corvinal, os corredores agora sem alunos, quando de repente ela foi puxada para uma alcova. Um grito sentou-se na ponta da língua, mas a mão da varinha foi mais rápida. A morena cegamente enfiou a ponta da varinha na lateral da pessoa.

— Se você não me soltar, — ela sibilou sombriamente, seu aperto em sua varinha se intensificando, — Eu vou azarar você.

Uma risada baixa percorreu a pele exposta de seu pescoço, criando arrepios.

— Caramba, Pettigrew, sou só eu.

Hermione fez uma careta e girou ao redor, sua varinha agora pressionada ameaçadoramente sob o queixo de Regulus.

— Você não deveria se aproximar furtivamente de pessoas assim! — ela sussurrou estridentemente.

Um breve medo cruzou seus olhos prateados enquanto ele erguia lentamente as mãos para fazer um gesto de rendição.

— Desculpa, — ele murmurou.

Hermione lhe lançou um olhar feroz antes de abaixar lentamente a varinha. — O que você quer? — ela perguntou.

— Qual é o problema? Por que você de repente me puxou para uma alcova escura?

Regulus olhou para ela divertido.

— Eu estava tentando encontrar tempo para encurralar você, mas Potter está preso ao seu quadril o tempo todo, — ele apontou. — Então, os rumores são realmente verdadeiros? Você está realmente namorando James Potter?

— Não é da sua conta, — disse ela, esperando que a escuridão fosse o suficiente para cobrir a vermelhidão em suas bochechas.

— E ele superou Lily Evans? — ele persistiu.

— Não é da seu maldito negócio, — continuou ela com um suspiro. — O que você realmente quer, Regulus? Tem sido um dia bastante cansativo e nós temos aulas às oito da manhã amanhã. Eu gostaria de ir para a minha cama o mais rápido possível.

O sorriso divertido em seu rosto derreteu em uma linha dura e firme.

— Eu pensei muito, como o que você disse para fazer no ano passado, — disse ele. — E eu já me decidi. Ainda estou dentro, se você estiver.

Os olhos de Hermione se arregalaram, a esperança se formando em seu coração.

— Tem certeza mesmo, Regulus? — ela perguntou. — Este não é um teste que você pode passar se estudar bastante. Este não é um jogo de quadribol que você pode ganhar se pegar o pomo de ouro. Isso é guerra, e na guerra você tem que aceitar o fato de que vidas podem ser sacrificados no final.

Regulus tinha uma expressão indecifrável em seus olhos.

— Você vai fazer isso então? — ele perguntou suavemente. — Se sacrificar pelas pessoas de quem você gosta?

Ela pensou em Anya e Peter, em Remus e Sirius e Lily e Sev. Ela pensou em Regulus também, e em como ele estava desesperado para consertar seus erros. Ela pensou em James com olhos castanhos e um sorriso dourado, conseguindo fazer seu coração palpitar mesmo com um único olhar. Ela pensou em Ron, com olhos tão azuis quanto o oceano mais profundo, olhando para o céu sem vida. E ela pensou em Harry, que só queria ser feliz neste mundo.

— Se for o único jeito, eu vou, — ela sussurrou com firmeza, suas palavras reverberando ao redor das paredes de pedra da pequena alcova.

O desespero apareceu nos olhos de Regulus, seu aperto no braço de Hermione mais forte.

— Então eu vou te ajudar, — disse ele resolutamente. — Eu espero que sobrevivamos a tudo isso. Eu só quero, eu só quero o Lord das Trevas- — Ele respirou fundo enquanto seus olhos prateados se tornavam de aço com determinação. — Eu só quero que Voldemort morra.

A maneira como ele disse seu nome, com nojo, exaustão e medo, fez os olhos de Hermione lacrimejarem com emoções avassaladoras.

— Eu também, — ela sussurrou. — Eu também, Regulus.

~*~

28 de janeiro de 1978

Hermione foi acordada na manhã de sábado com batidas incessantes em sua janela.

Ela olhou para o despertador com os olhos turvos, irritada ao ver que ainda eram cinco da manhã. Afinal, era sábado, e embora Hermione acordasse mais cedo do que suas colegas de quarto, ela ainda tinha mais duas horas antes de seu suposto alarme.

A corvinal, grogue, levantou-se da cama e olhou brevemente para suas colegas de quarto, notando que todas ainda estavam dormindo. Hermione fez uma careta de inveja ao abrir a janela, deixando uma bela coruja fuligem entrar e pousar em sua mesa de cabeceira. Ele gritou de aborrecimento, talvez repreendendo Hermione por fazê-lo esperar do lado de fora no frio, antes de esticar a perna.

Hermione olhou para a coruja com leve diversão, já adivinhando que ele provavelmente pertencia a um bruxo puro sangue arrogante. Ela desamarrou o pergaminho da perna dele. A coruja levantou voo antes mesmo de receber um petisco, e Hermione fechou a janela rapidamente para se proteger do frio.

Ela desenrolou o pergaminho e sorriu, reconhecendo a caligrafia de Regulus.


Pettigrew,

Quem acorda às sete da manhã em um domingo? Mas tudo bem, encontro você no sétimo andar. Não se atrase.

RAB


Hermione bufou com a carta, imaginando como Regulus poderia reclamar de acordar cedo em um fim de semana, quando ele praticamente fez a mesma coisa hoje. Seus olhos lentamente encontraram sua assinatura, seu sorriso vacilando. Ela cuidadosamente escovou as iniciais de seu nome, lembrando-se afetuosamente da carta que ele havia escrito para Voldemort no futuro, contando que ele havia descoberto seus segredos e jurou derrotá-lo.

Afastando esses pensamentos, Hermione caminhou até sua pequena mesa e pegou um pergaminho sobressalente e sua pena de peru. Ela escreveu sua resposta, pensando o tempo todo em como poderia passar esse pequeno bilhete para Regulus sem que seus companheiros sonserinos percebessem.

Depois de escrever a carta, Hermione voltou para a cama e fechou os olhos mais uma vez, na esperança de dar mais algumas piscadelas antes que o despertador tocasse.

~*~

Hermione sorriu calorosamente quando os Marotos entraram no Salão Principal e se dirigiram à mesa da Corvinal. James e Peter, como sempre, flanquearam os lados dela, enquanto Remus e Sirius se sentaram em frente a ela.

Com o novo relacionamento de Hermione com James, o monitor-chefe anunciou aos amigos que gostaria de passar as refeições com sua amada. Hermione revirou os olhos para as palhaçadas dele, mas James insistiu. Já que os Marotos estavam basicamente unidos pelo quadril, não surpreendeu Hermione quando os outros três também se juntaram a James na mesa da Corvinal.

Os novos arranjos, é claro, mudaram a programação de Lily e Sev de comer com sua melhor amiga. Durante o café da manhã, Hermione geralmente ficava sozinha. Ela sempre acordava mais cedo do que suas amigas, então ela realmente não se importava. Lily também costumava acordar cedo, mas passava o café da manhã conversando com suas amigas Grifinórias, Mary e Marlene. Durante a hora do almoço, Lily e Sev se juntariam a ela na mesa da Corvinal, e Hermione observaria com uma diversão velada, misturada com um leve desgosto, quão enjoativamente adoráveis ​​os dois estavam sendo. Consequentemente, James não teve escolha a não ser concordar em comer com ela na hora do jantar, seus outros amigos escalando atrás dele.

— Tudo bem, Hermione? — O bruxo de óculos perguntou, deslizando no banco ao lado dela. Como um relógio, sua mão agarrou a dela e deu um pequeno aperto.

— Sim, — disse ela, sorrindo para seu irmão e os outros dois. — Como foi à orientação para a carreira?

Sirius fez uma careta e começou a empilhar comida no prato.

— Perda de duas horas, — ele murmurou. Então, para Remus, ele perguntou, — Ei, você acha que eu poderia ser um domador de dragões?

Remus bufou.

— McGonagall disse que 8 em cada 10 domadores de dragão tiveram que raspar a cabeça porque o cabelo pode representar um risco de incêndio. Tenho certeza que você não deixará ninguém tocar em seu cabelo apenas para trabalhar, Almofadinhas.

— Verdade, — Sirius disse com uma gargalhada alta, acariciando carinhosamente seu cabelo como se fosse um presente de Merlin para a humanidade.

— Não acredito que tantos alunos querem se tornar aurores, — Peter gemeu, rasgando desanimado o pão em pedaços no prato. — Como vou competir contra eles?

— Você ouviu o que McGonagall disse, — James apontou com uma carranca. — As coisas hoje estão... tensas, com o aumento nos ataques e a ameaça de Voldemort ficando mais forte a cada dia. Somos um bando de Grifinórios, Peter. Claro que gostaríamos de lutar.

— E imprudentemente se matar, tenho certeza, — Hermione retrucou, franzindo o cenho sombriamente para seu prato.

James silenciosamente apertou a mão dela mais uma vez, sorrindo lindamente para a morena.

— Ninguém vai ser morto, Bigodes, — assegurou. — Ninguém pode nos matar facilmente.

Exceto que havia alguém, e esse alguém o matou impiedosamente com um Avada Kedavra certeiro. Hermione tentou afastar a imagem de um James Potter morto, olhos castanhos vazios e opacos, apenas para manter suas emoções sob controle. Era muito cedo para se preocupar com coisas assim. Ela ainda tinha a tarefa de obter todas as horcruxes espalhadas de Voldemort e destruí-las, apenas para tornar o bastardo mortal mais uma vez.

— Acho que preciso dar um tempo de todos esses NIEMs e dessa merda de carreira, — disse Sirius com um gemido exausto. — Gostam de um passeio esta noite, rapazes?

Hermione projetou mentalmente seu calendário e franziu a testa.

— A lua cheia já passou, — ela apontou lentamente.

— Às vezes gostamos de nos aventurar lá fora, mesmo que Aluado não vá, sabe, — disse James. — Só para descobrir mais passagens secretas para adicionar ao mapa. Falando nisso, quando você vai devolver o Mapa do Maroto?

— Eu pensei que você disse que estava pronto? — ela perguntou, erguendo uma sobrancelha e optando por ignorar sua pergunta.

— Sempre há espaço para melhorias, — respondeu ele com uma risada. — Então, gostaria de um passeio esta noite, Bigodes?

Hermione teria adorado se transformar em seu Animago e ficar atrás dos Marotos, mas ela tinha um encontro com Regulus amanhã. Ela não precisava pensar muito para decidir qual era a prioridade.

— Desculpe, — ela finalmente disse com um sorriso de desculpas. — Acho que vou passar dessa vez.

— Por quê? — Peter perguntou com uma carranca. — Não me diga que você vai ficar acordado até tarde para estudar esta noite, Hermione.

— E daí se eu estiver? — ela perguntou petulantemente, sem se preocupar em dissipar suas acusações. Às vezes, ser swot tinha seus méritos.

— Você realmente não é divertido às vezes, — Sirius disse com um suspiro. — Vamos, Hermione. Vamos mostrar a você as diferentes passagens secretas que descobrimos ao longo dos anos.

Hermione pensou mentalmente que aquelas passagens poderiam não ser tão secretas para ela, depois de anos e anos seguindo Harry Potter.

— Eu ainda acho que vou passar, — afirmou ela com naturalidade. Seus olhos pousaram em Remus e franziu a testa. — O que você faz nas noites em que não precisa, sabe?

Remus deu de ombros e sorriu maliciosamente para seus amigos.

— Finja que estou levando meu cachorro de estimação e veado para passar a noite, — ele brincou. — Eu deixei Rabicho andar nos meus ombros. Isso dá a ele a ilusão de que ele é mais alto que o Pontas.

— Muito engraçado, Aluado, — Peter resmungou baixinho, suas bochechas corando com a piada. Hermione sorriu desculpando-se para o irmão, sabendo que ele ainda estava irritado com sua forma animaga insignificante em comparação com seus outros amigos.

— Vai ser divertido. Prometo, — disse James, olhando para ela com seus olhos castanhos esperançosos. — Precisamos de alguém que nos tire dos problemas.

Hermione bufou.

Por favor, eu sei que você simplesmente me desligaria se eu continuasse a importuná-lo sobre suas travessuras idiotas, — ela brincou.

James sorriu inocentemente.

— Quando sempre já sintonizamos, Hermione? Honestamente? — ele perguntou em meio às risadas que seus outros amigos estavam tentando suprimir.

A corvinal suspirou e lhes lançou um olhar fulminante.

— Fique longe de problemas, — ela avisou. — Se você for expulso antes mesmo de fazer o seu NIEM, todos os meus esforços para fazê-lo estudar diligentemente serão em vão.

~*~

29 de janeiro de 1978

Hermione acordou às cinco da manhã, para seu desgosto. Ela culpou sua adrenalina por acordá-la antes do alarme, sabendo muito bem o que este dia significava para ela. Ela tentou fechar os olhos e dar mais algumas piscadelas, mas seu corpo não cooperava. Sabendo que era inútil, Hermione se levantou da cama e começou a se arrumar.

Ela silenciosamente balançou a cabeça na pequena bagunça que suas colegas de quarto tinham feito. Foi muito divertido como eles haviam planejado uma noite de pseudo-garota para ontem, com Alex exibindo vários esmaltes que ela trouxera de casa. Hermione queria se desculpar educadamente, querendo dormir cedo para se preparar para o dia seguinte, mas suas colegas de quarto a persuadiram a entrar. Hermione cedeu, não tendo escolha a não ser sentar no chão e deixar Dorothy pintar as unhas em lindos tons de azul meia-noite e bronze.

Hermione olhou para suas unhas recém-pintadas e sorriu divertida. Ela deve admitir, eles eram realmente bonitos. Além disso, seus amigos da Corvinal tinham sido uma boa distração para ela na noite anterior. Quando eles finalmente deixaram Hermione escapar para a cama, ela estava tão exausta que o sono instantaneamente a reivindicou.

Como ainda estava terrivelmente frio lá fora, Hermione vestiu um suéter azul escuro e grosso que combinava com sua pulseira. Ela usava uma saia jeans de botão e meia-calça para proteger as pernas do frio.

Ela brandiu sua varinha e limpou a bagunça com magia, a maioria dos pertences caindo na mesa de cabeceira igualmente bagunçada de Alex. Hermione então saiu silenciosamente do quarto e saiu da sala comunal da Corvinal.

Os corredores, como previsto, estavam sem alunos. Mesmo a maioria dos retratos ainda estava cochilando em seus porta-retratos.

Hogwarts estava serena naquele dia e Hermione aproveitou aquele momento para parar e olhar com apreciação para as paredes de pedra gastas e tetos altos do castelo que ela carinhosamente chamava de lar.

Quando ela chegou ao sétimo andar, Hermione ficou surpresa ao ver que Regulus já estava lá.

— Não são nem sete! — foi sua saudação, acelerando seus passos para alcançar o sonserino.

Ele apenas ergueu uma sobrancelha.

— Bem, você também está aqui, — afirmou ele com naturalidade. — Além disso, eu não consegui dormir na noite passada.

Hermione notou as bolsas escuras sob seus olhos prateados e cansados, mas era óbvio como ele estava antecipando esse dia também. Regulus estava praticamente cantarolando com uma energia nervosa que ela nunca sentira dele antes. Ele constantemente olhava ao redor, como se esperasse que alguém finalmente pulasse e o matasse por trair o Lord das Trevas.

A morena sorriu tristemente para o sonserino, sabendo que essa seria sua vida de agora em diante até que eles finalmente matassem Voldemort.

— Regulus, — ela cumprimentou friamente. — Vocês todos-

— Não há tempo para brincadeiras, — ele a interrompeu. — Por que estamos aqui? — Ele gesticulou descontroladamente para o corredor vazio e olhou para a tapeçaria de Barnabas, o Enigmático, com desdém.

Hermione revirou os olhos para o melodrama dele. Sem dúvida um traço Black, lembrando todas as vezes que Sirius dramaticamente apontou as coisas.

— Porque a horcrux está aqui, — disse ela em voz baixa.

— Onde? — Regulus insistiu, seus olhos agora estreitando suspeitosamente. — Isso é uma armadilha, Pettigrew? Me atraindo para algum lugar abandonado apenas para me matar e fugir com o assassinato?

A morena bufou.

— Se você continuar a ser chato, talvez eu faça isso, — ela ameaçou despreocupadamente. Regulus apenas a encarou com uma diversão velada em seus olhos.

Hermione então se virou para a parede de pedra nua oposta à tapeçaria, sua mão subindo para escová-la. Já fazia muito tempo desde que ela esteve aqui. Ela se lembrava claramente de como toda a sala havia sido destruída pela ardente Fogo Maldito de Crabbe, também custando-lhe a vida.

— Onde está a horcrux? — Regulus insistiu mais uma vez.

Aqui, — Hermione disse claramente. — Atrás desta parede.

Os olhos do sonserino percorreram a enorme extensão de parede nua quando uma carranca apareceu em seu rosto.

— Não há porta, — disse ele.

— Existe, — ela respondeu. — Se você souber onde procurar.

Hermione fechou os olhos e ignorou o olhar duvidoso de Regulus.

'Precisamos de um lugar para procurar o diadema da Ravenclaw', ela gritou dentro de sua mente enquanto caminhava em frente à parede. Ela fez isso mais duas vezes e antes que pudesse abrir os olhos, ela sabia que tinha funcionado quando Regulus soltou um grito suave de surpresa.

— Eu disse que há uma porta, — ela disse com um sorriso malicioso quando seus olhos se abriram e viram como os olhos dele quase saltaram das órbitas.

— Como você- — As palavras morreram de seus lábios enquanto ele olhava para Hermione como se ele nunca a tivesse visto antes. — Alguém sabe sobre este lugar?

A morena encolheu os ombros.

— Talvez, — disse ela. — Eu não duvido que alguns alunos desesperados possam ter tropeçado nesta sala, mesmo que eles realmente não conheçam a magia que ela envolve.

— Seus amigos da Grifinória? — Ele continuou.

Hermione tinha um sorriso secreto. Ela admitidamente estava curiosa para saber se os Marotos haviam descoberto a Sala Precisa durante esse tempo. Aparentemente, depois de folhear o mapa que ela ainda possuía, ela descobriu que nada havia mudado e eles ainda não tinham descoberto este quarto indescritível. Isso deu a Hermione uma sensação de satisfação por ela saber algo secreto que eles não sabiam.

— Merlin, não é de admirar que Potter goste tanto de você, — ele murmurou baixinho enquanto abria a porta e tentava espiar para dentro. O rubor de Hermione passou despercebido por Regulus, que agora estava ocupado olhando para as bugigangas gigantescas que a sala ostentava. — Que porra é essa?

Hermione o empurrou ainda mais para dentro para que pudesse intervir e ter outra onda de déjà vu. Sua pele arrepiou com a memória do Fogo Maldito lambendo e ela meio que esperava que um inferno ardente aparecesse e os engolisse inteiros. Mas o quarto permaneceu livre de fogo e seguro, exceto pelos móveis precários empilhados até o teto de todo o quarto.

Parecia o mesmo da última vez que ela esteve aqui. Hermione esperava que o diadema ainda estivesse onde eles o tinham visto pela última vez, enterrado sob décadas de sujeira e poeira.

— O que estamos procurando de novo? — Regulus perguntou, saindo de seu estupor surpreso para olhar para a bruxa silenciosa.

— Diadema da Corvinal, — disse ela. — Você está ciente de como é?

O sonserino encolheu os ombros.

— Lembro-me de História da Magia que Binns disse que tinha três safiras oblongas e uma inscrição da citação de Ravenclaw. Algo sobre sagacidade...

— 'A inteligência além da medida é o maior tesouro de um homem', — murmurou Hermione distraidamente, seus dedos já roçando em livros esfarrapados e sofás gastos, e em suéteres de aparência suspeita e cobertores cheios de poeira, todos negligenciados e juntando poeira centenária. Algumas coisas pareciam relativamente novas, intocadas pelo tempo e pela poeira, e outras pareciam estar nesta sala desde a fundação da escola. — Devíamos nos separar.

Regulus ficou cauteloso com a sugestão dela, levando-a a continuar.

— Isso tornará a busca mais fácil, — disse ela. — Contanto que você não toque em nada suspeito, você viverá, Regulus.

— Isso não é exatamente útil, Pettigrew, — ele murmurou sombriamente.

Hermione soltou uma risada suave.

— Este quarto é relativamente inofensivo, — ela assegurou. — A maioria das coisas aqui são perdidas involuntariamente por alunos desavisados.

— Exceto que há uma horcrux neste maldito lugar.

Seu sorriso se alargou em diversão.

— Sim, bem, Voldemort pretendia mantê-lo aqui porque o bastardo pensava que ele era o único que poderia procurar propositalmente por este lugar. — Quando Regulus ainda parecia duvidoso com sua sugestão, Hermione suspirou. — Basta procurar um diadema com safiras e a inscrição. É fácil perceber. Eu prometo. Acho que é usado por um busto feio, mas talvez seja diferente nesta linha do tempo.

As sobrancelhas de Regulus lentamente se uniram.

— O que você quer dizer com 'nesta linha do tempo'? — ele perguntou, olhando para ela com mais suspeita.

— Não importa, — ela disse um pouco rápido demais. — Só não toque se você ver. Horcruxes são realmente más e podem manipular você.

— Isso também não ajuda muito, — ele rosnou mais uma vez.

A mão de Hermione coçou, terrivelmente tentada a bater a palma da mão na testa.

— Merlin, apenas não toque e você viverá, Regulus, — ela engasgou exasperada. — Quem encontrar o horcrux primeiro chamará o outro, especialmente se for você. Preciso confirmar se é o diadema verdadeiro ou não.

Regulus franziu o cenho, ainda hesitante com a sugestão dela, até que ele finalmente suspirou.

Tudo bem, — disse ele. — Se eu morrer hoje, vou persegui-la pelo resto da vida

— O que aconteceu com 'Estou disposto a sacrificar minha vida por essa causa'? — Hermione brincou, levando Regulus a rosnar para ela em aborrecimento e continuar a vasculhar o lado leste da sala.

A morena riu e começou do lado oposto, treinando seus olhos para examinar rapidamente as inúmeras pilhas de lixo e tesouros em busca do familiar diadema.

Hermione viu vassouras quebradas e novas luvas de couro de dragão, algumas perucas ridículas e bugigangas espalhafatosas, e tomos tão antigos que ela se perguntou se eram livros da biblioteca atrasados. As diferentes bugigangas despertaram sua curiosidade, enquanto ela tentava imaginar sua história e como eles se perderam nesta sala para sempre.

A morena reconheceu o lixo altíssimo que ela e Ron haviam escalado para evitar o fogo implacável do Fogo Maldito de Crabbe. Ainda parecia tão precário como sempre, e ela se lembrou de como, como Hermione Granger, ela estava constantemente pensando que se soltasse ou errasse um passo, ela despencaria para a morte. Hermione estremeceu com a memória e disse a si mesma com firmeza que nunca mais deixaria isso acontecer.

Hermione parou de repente quando um armário alto, coberto por um cobertor comido por traças, cumprimentou seus olhos. Seu coração gaguejou com a visão, instantaneamente reconhecendo-o como o Gabinete de Desaparecimento que Draco Malfoy havia consertado durante seu sexto ano.

Com as mãos trêmulas, Hermione puxou o pano para baixo, perturbando uma rajada de poeira que a fez soltar um forte espirro.

Seus olhos lacrimejaram ao ver o gabinete de madeira nada imponente, sua mão direita tocando timidamente a madeira fria. Este era o gabinete que havia deixado os Comensais da Morte entrarem, subsequentemente reinando no terror sobre toda a escola e levando à morte de Dumbledore. Hermione sempre se perguntou, se este armário nunca tivesse sido descoberto ou nunca tivesse existido, teria havido alguma maneira de os Comensais da Morte se infiltrarem em Hogwarts. Ela imaginou, provavelmente não.

— EU ENCONTREI O DIADEMA!

Ela estremeceu com a voz sonora de Regulus e relutantemente se afastou do armário.

Enxugando as lágrimas apressadamente, Hermione seguiu a direção da voz de Regulus e o encontrou olhando com os olhos arregalados para um busto feio com um diadema manchado no topo de sua cabeça.

Apesar da ferrugem e da poeira, a safira ainda brilhava orgulhosamente sob a luz forte da Sala Precisa. Hermione puxou lentamente sua varinha e apontou para o diadema.

Wingardium Leviosa, — ela sussurrou. Como esperado, o diadema nem mesmo se moveu, a horcrux protegendo-o de qualquer feitiço simples.

— É isso aí, não é? — Regulus perguntou, sua voz estranhamente vazia e tensa.

A morena pegou um pequeno pano descartado e lentamente se aproximou do diadema. Seu coração bateu forte dentro de sua caixa torácica, seu sangue subindo rapidamente para seus ouvidos. O diadema brilhava ameaçadoramente, zombando dela sobre o futuro que ela havia perdido e o futuro que ela queria salvar desesperadamente.

Com a proteção do pano, Hermione levantou o diadema da cabeça do busto e olhou para o verso. A famosa citação de Ravenclaw estava inscrita lá, suspeitamente protegida da ferrugem.

— É, — ela disse com voz rouca, engolindo sua súbita apreensão. — É a Horcrux.

— Você sente isso também, não é? — ele sussurrou sem fôlego, olhando o diadema com um olhar intenso. — A magia negra que ele emite.

Hermione balançou a cabeça lentamente e colocou o diadema de volta no busto. Ela transfigurou um chinelo vermelho não pareado em uma caixa que poderia caber o diadema dentro. Ela então cuidadosamente colocou o diadema dentro e o trancou com veemência, vários feitiços de proteção saindo de seus lábios até que ela estava satisfeita de que estava protegido o suficiente.

Quando ela olhou para Regulus, ele estava olhando para ela estranhamente.

— O que? — ela perguntou, agarrando-se à caixa.

— Onde você aprendeu todos aqueles feitiços de proteção? — ele perguntou curiosamente. — Eu nem ouvi falar da maioria deles.

Hermione mordeu a língua, não querendo divulgar que, depois de fugir de Voldemort e seus Comensais da Morte por anos, aprender o máximo de feitiços de proteção possível era importante.

— Não importa, — disse ela mais uma vez. O rosto de Regulus se contorceu de frustração, sem dúvida irritado com todas as suas perguntas sem resposta. Hermione deu a ele um sorriso de desculpas e uma promessa silenciosa de que ele saberia um dia. Só não agora.

— Bem, então, — disse ele, — finalmente conseguimos o diadema. O que vem a seguir?

Hermione olhou incerta para a caixa.

— Eu, bem, eu ainda preciso descobrir, — disse ela.

— Não podemos destruí-lo? — ele perguntou, olhando cautelosamente para a caixa também.

— Não é tão simples, — disse ela com um suspiro. — Você viu como ele nem se mexeu com um simples Wingardium Leviosa. Horcruxes são impenetráveis ​​para feitiços simples. Você tem que usar outros meios.

— Tal como?

— Fogo Maldito, — ela simplesmente disse. — E veneno de Basilisco, para citar alguns. — Seus olhos escureceram, lembrando-se do desespero sufocante que sentiu ao descobrir que Harry Potter também era uma horcrux. — A Maldição da Morte também, aparentemente.

— Você pode fazer uma horcrux de outra coisa viva? — ele engasgou. — Muito menos uma pessoa?

Hermione sorriu ironicamente.

— Foi um choque também, acredite em mim, — disse ela, seu coração apertando dolorosamente ao pensar em Harry Potter mais uma vez. Dezesseis anos se passaram desde que ela viu seu melhor amigo pela última vez, mas ela ainda sentia a dor, crua e palpável. Agora que ela finalmente encontrou a primeira horcrux, sua dor pela morte de Harry Potter parecia muito mais tangível.

— Fogo Maldito é um feitiço complicado, — Regulus apontou, os lábios se curvando em aborrecimento. — Apenas um bruxo ou bruxa bem treinado pode controlá-lo.

Ela acenou com a cabeça, pensando em Crabbe e sua morte prematura.

— Veneno de Basilisco, por outro lado... — Ele suspirou e bagunçou o cabelo. — Isso é muito raro, visto que os próprios Basiliscos são impossíveis de encontrar. Duvido que eu fosse capaz de pechinchar alguns no mercado negro sem gastar uma fortuna a ponto de até meus pais suspeitarem.

— Bem, há um Basilisco sob esta escola, — ela disse distraidamente, não vendo a expressão de horror que apareceu no rosto de Regulus. — Não seria sensato se apenas nós dois descêssemos e enfrentássemos a besta. Afinal, é classe XXXXX. Precisamos de alguém treinado para lidar com criaturas com esse nível de perigo para enfrentar o Basilisco.

— Me desculpe, — Regulus disse calmamente, — mas você quer dizer que há uma porra de um Basilisco nesta porra de escola?

Hermione franziu as sobrancelhas em confusão, sem saber por que Regulus estava olhando para ela com um olhar tão selvagem em seus olhos prateados. Mas então, ela percebeu que o dito Basilisco nem apareceu até 1992. É claro que ele ficaria horrorizado com a ideia.

— Está dormente agora, se isso ajuda, — disse ela timidamente, observando como uma veia estourou em sua têmpora. — Contanto que ninguém abra a Câmara Secreta, estamos todos bem.

Sinto muito, — Regulus falou lentamente mais uma vez, sua voz estranhamente aguda, — mas você quer dizer que a porra da Câmara Secreta é fodidamente real?

Hermione desta vez não impediu que sua mão batesse em sua testa.

— Droga, — ela sussurrou baixinho. Ela não queria revelar muito, especialmente porque ela ainda não tinha um plano claro sobre como fazer essa coisa de 'destruir horcruxes'.

— Por que diabos você sabe de tudo isso? — ele perdeu a cabeça. — Tem certeza de que não é uma vidente?

A morena balançou a cabeça.

— Eu realmente não sou, — respondeu ela.

— Então como-

— Ainda não, Regulus, — ela disse com um olhar penetrante. — Eu vou te dizer em breve. Eu prometo. — Quando Regulus fez uma carranca, ela reiterou:

Eu prometo.

O sonserino olhou para ela por mais alguns segundos antes de voltar os olhos para o chão e murchar.

— Tudo bem, — ele murmurou. Ele se recompôs respirando profundamente antes de levantar a cabeça mais uma vez, desta vez um pouco mais calmo. — O que vamos fazer com o diadema?

— Vou mantê-lo no meu porta-malas, — explicou ela. — Eu sei que não é a decisão mais sábia, mas é a mais segura. Não posso deixar você ficar com ela porque seus amigos sonserinos podem descobrir.

— Não estou preocupado com esses palhaços, — insistiu ele. — Estou preocupado com você.

Os olhos de Hermione se arregalaram de surpresa, mas Regulus ignorou.

— Você sentiu a magia negra dele e não tenho dúvidas de que tentaria você a usá-lo, — disse ele. — Artefatos sombrios como esse manipulam qualquer um que esteja por perto. Acredite em mim, já estive com eles o suficiente muitas vezes para saber.

Ela sorriu com a preocupação dele.

— Eu sei disso também, — ela disse, pensamentos sobre o medalhão de Slytherin pesando pesadamente em seu pescoço. — Que é por que eu o protegi com os feitiços mais complicados que eu conheço. Romper tais proteções requer muita concentração, o suficiente para distraí-lo da tentação de magia negra.

Ele ainda parecia muito duvidoso, mas não fez mais comentários sobre isso. Em vez disso, disse:

— Acho melhor partirmos agora.

Hermione acenou com a cabeça para concordar, agarrando-se firmemente à caixa que continha o diadema.

Antes que eles tivessem saído completamente da Sala Precisa, Hermione fez uma pausa, uma ideia repentina se formando em sua mente.

— Qual é o problema? — Regulus perguntou, mas Hermione já estava pisando em uma nova direção.

Ela estava mais uma vez em frente ao Gabinete Desaparecido quando Regulus a alcançou. Sem palavras, Hermione puxou sua varinha e a agarrou com força em sua mão.

Sem piscar, ela sussurrou

Incendio — O fogo lambeu sua varinha e alcançou o armário, e ela observou com satisfação enquanto o fogo engolia impiedosamente a madeira até que houve um inferno ardente.

— Você está louca? — Regulus berrou. — Por que diabos você fez isso? — Ele imediatamente lançou feitiços de proteção ao redor do gabinete em chamas para impedir que o fogo se espalhasse.

Hermione endureceu o olhar, seus olhos não se afastando do Gabinete Desaparecendo em chamas.

— Para salvar esta escola, — ela disse firmemente, as memórias de um loiro sorridente que ela odiava tanto, com um rosto magro e bolsas escuras sob os olhos, piscando diante de seus olhos. — Para salvar um menino.

~*~

Hermione olhou com cautela para a caixa colocada em cima de sua cama.

Foi um alívio que a magia negra não fosse sentida por trás de todos os feitiços de proteção que ela havia colocado, mas o simples fato de que ela sabia que uma horcrux estava deitada ao lado de sua cama a deixava inquieta.

Ela sabia que o Salão Principal já estava cheio de alunos famintos comendo alegremente o almoço. Lily e Sev provavelmente já estavam esperando por ela, mas Hermione não teve coragem de sair. Afinal, ela não estava com fome. Seu estômago se revirou desconfortavelmente e ela teve a impressão de que esvaziaria o estômago antes mesmo de terminar a refeição.

Era realmente isso. Ela realmente começou a caça às horcrux, com Regulus Black de todas as pessoas, e Hermione começou a questionar suas escolhas novamente. Com o Diadema da Corvinal em sua posse, já era o ponto sem volta. Especialmente agora que Regulus estava a bordo, pronto para procurar por todas as horcruxes atuais de Voldemort e destruí-las de uma vez por todas, se isso significasse que ele seria capaz de ajudar a derrubar o monstro vil. Especialmente agora que Hermione passou a amar tudo que este mundo ofereceu a ela e desviar o olhar significava trair todas as pessoas com quem ela se importava.

Seu coração apertou ao pensar em Harry, em como ele estaria olhando para ela com tanta decepção em seus olhos. Suas escolhas agora significavam que ela voltaria para onde Hermione Granger sempre estivera, no centro da guerra, lutando com unhas e dentes para se manter viva e as pessoas que amava. Foi uma jornada cheia de turbulência e dor e Hermione Pettigrew não tinha certeza se queria se colocar naquela posição mais uma vez.

Seu aperto na caixa ficou mais forte enquanto as lágrimas turvavam sua visão.

— Eu farei isso por você, Harry, — ela sussurrou entrecortada no ar. Afinal, tudo que Hermione Granger fez no passado foi por Harry Potter. Foi tudo o que ela conheceu.

Enxugando as lágrimas, Hermione abriu seu malão e acessou o compartimento secreto. Ela gentilmente colocou a horcrux aprisionada dentro e lançou outra ladainha de feitiços de proteção e proteção em seu tronco.

Ao fechar o baú, Hermione ficou mais decidida. Harry queria que ela fosse feliz nesta vida e ela sabia que a única maneira de conseguir isso seria finalmente derrubar Voldemort. Ela passaria com prazer por todas as dificuldades mais uma vez se isso significasse que seus amigos estariam seguros.

Se isso significasse que Harry estaria seguro

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