The Evil | ᴊᴊᴋ

By xsguuk

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[Não aceito adaptações/cópias desta devida obra] Kwon Saeron, vive presa dentro de seu mundo pacato e indivi... More

Trailer.
Capítulo 01.
Capítulo 02.
Capítulo 03.
Capítulo 04
Capítulo 05.
Capítulo 06.
Capítulo 07.
Capítulo 08.
Capítulo 09.
Capítulo 10.
Capítulo 11.
Capítulo 12.
Capítulo 13.
Capítulo 14.
Capítulo 15.
Capítulo 16.
Capítulo 17.
Capítulo 18.
Capítulo 19.
Capítulo 20.
Capítulo 21.
Capítulo 22.
Capítulo 23.
Capítulo 24.
Capítulo 25.
Capítulo 26.
Capítulo 27.
Capítulo 28.
Capítulo 29.
Capítulo 30.
Capítulo 31.
Capítulo 32.
Capítulo 33.
Capítulo 34.
Capítulo 35.
Capítulo 36.
Capítulo 37.
Capítulo 38.
Capítulo 39.
Capítulo 40.
Capítulo 41.
Capítulo 42.
Capítulo 43.
Capítulo 44.
Capítulo 45 | +18
Capítulo 46.
Capítulo 47.
Capítulo 48.
Capítulo 49.
Capítulo 51.
Capítulo 52.
Capítulo 53.
Capítulo 54.

Capítulo 50.

52 7 2
By xsguuk

Eu quero respirar, eu odeio essa noite
Eu quero acordar, eu odeio esse sonho
Eu estou preso dentro de mim e estou morto
Não quero ficar só
Só quero ser seu

Por que é tão escuro aqui sem você?
É perigoso o quão destruído eu estou
Me salve porque eu não consigo me controlar
Não consigo

Escute as batidas do meu coração
Ele está te chamando por vontade própria
Nessa escuridão
Você está brilhando tanto

Me dê a sua mão me salve, me salve
Eu preciso do seu amor antes que eu caia, caia
Me dê sua mão me salve, me salve
Eu preciso do seu amor antes que eu caia, caia

── Save Me (passe para o lado).

***

Seoul, Capital da Coréia do Sul.

Sirenes de viaturas ecoam ao longe.

Jimin abre seus olhos lentamente, fitando primeiramente o teto de seu quarto antes de descer seu olhar para as três pessoas que estão diante de si. Tendo partes de seu corpo latejando, mas sabe que são consequências dos socos brutais que recebeu de seu progenitor, e agora, o seu poder taumatúrgico estava agindo para não lhe deixar debilitado. Sentou-se na cama lentamente, sendo totalmente cuidado e ajudado por Roseanne que ainda mantém sua expressão de preocupação no rosto.

Faz exatamente duas horas que todo alvoroço aconteceu, e somente agora as viaturas se aproximavam.

Se aproximavam perigosamente para prender Park Woojin.

── O que está acontecendo...?

── Seu pai está desacordado no escritório, e pelo visto, as autoridades já estão vindo prendê-lo.

Sae não consegue falar muito, pois sua fala é interceptada pelo ruído agonizante dos pneus cantando no asfalto. Eles haviam chegado. A porta do quarto do herdeiro número quatro é fechada através da telecinese da bruxa, mantendo os quatro dentro do cômodo, isolados do restante do caos que está lá fora.

── É a polícia! Abram a porta se não iremos arrombá-la! ── era possível ouvir os comentários dos policiais.

── Eu preciso ligar para minha mãe... ── sussurra, ficando desesperado.

Agora sim, o desespero tomava conta de si.

── O que pretende fazer, Jimin-ssi?

── Avisar minha mãe sobre o ocorrido ── falou monótono, discando o número de sua mãe.

Para sua desgraça, a chamada cai na caixa postal e avisa que está sem rede.

── Que diabos... Maldito seja!

── O que há?

── Caixa postal e sem rede. Minha mãe não aparece desde manhã, onde diabos aquela mulher se meteu!? ── passa as mãos entre os fios de cabelo violentamente.

── Precisamos manter a cal-

Rosé é impedida pelo barulho da grande porta do casarão sendo derrubada, passos são ouvidos e mais ruídos. Estão vasculhando todos os perímetros possíveis da casa.

── Estão subindo as escadas... Passaram reto pela gente e estão indo para o próximo andar, onde fica o escritório ── Sae informava, mantendo os olhos fechados. ── Ainda há policiais na parte de baixo da casa e na área externa, fazendo vistoria.

── Merda, merda, merda... ── se moveu bruscamente. ── Argh...

── Calma, Jimin. Vai ficar tudo bem ── Jungkook comentou para assegurá-lo.

── Merda, estão passando de novo, vão entr-

── Mãos para cima, todos vocês!

A voz grossa de um dos policiais ecoa rispidamente, apontando a arma de fogo em direção aos adolescentes. Rosé fica de pé de imediato, tentando ao máximo manter-se nas próprias pernas, o nervosismo que toma conta de seu corpo lhe deixava desnorteada. Sae olha fixamente para todos os indivíduos fardados que estão presentes ali, com expressões sérias.

Um deles sai do meio do acúmulo de policiais, colocando algemas nos pulsos dos asiáticos, orientando-os para que desçam as escadas e fiquem na sala-de-estar. Jimin é o mais prejudicado de todos eles, pois acaba recebendo um empurrão para acelerar os seus passos, apesar de ainda sentir dor.

Nunca pensei que passaria por isso em toda a minha maldita vida ── Jimin pensou.

Com certa dificuldade, finalmente chega ao determinado objetivo e se senta em uma das poltronas de couro brancas. Analisa as algemas, sentindo a nuca pesar e seus olhos se encherem de lágrimas, a sensação que percorria por seu corpo era péssima e um enorme sentimento de culpa caiu sobre si. Mirou seu olhar para seus amigos e para a garota que nutria sentimentos, vendo que eles não tinham nada a ver com seus problemas e mesmo assim estavam envolvidos nessa situação conflituosa e perigosa.

── Eu envolvi vocês nisso... Vocês não tem nada a ver com isso ── suspirou. ── Eu sou o culpado de tudo isso.

── Você não é, Park.

Saeron mantinha-se impassível, mantendo as orbes atentas em todos os policiais presentes ali com armas de fogo nas mãos, preparados para atirar em alguém se fosse necessário. Burburinhos foram ouvidos no andar superior da residência Park, evidenciando uma breve discussão com Woojun, agora acordado.

── Eu não tenho nada a ver com isso! Vocês não podem me prender! Vocês sabem com quem estão falando seus mequetrefes!? ── sua voz possuía desdém e apesar do rosto todo machucado e com filetes de sangue, mantinha-se com uma postura rude.

── Cale a porra da boca e desça as escadas, Park Woojun ── empurrou-o.

Avistou seu pai descendo as escadas com a expressão mais cínica no mundo, assim que os olhares se encontraram, o taumaturga sentiu vergonha e desprezo. Desprezo pelo seu próprio progenitor, sangue de seu sangue.

As figuras masculinas saíram da mansão Park, levando com eles os quatro adolescentes diretamente para a delegacia. O adolescente ficou o tempo todo ao lado de Rosé que transparecia medo e confusão, afinal, ela nunca tinha passado por uma situação tão comprometedora assim antes.

── Vamos jovens, vocês têm muito o que nos explicar. Principalmente você ── apontou para o herdeiro número quatro, fechando a porta da viatura.

***

Sentado frente a frente com um policial, suas mãos foram soltas e finalmente pôde respirar fundo e com mais tranquilidade. Ajeitou-se na cadeira e encarou a face masculina de cabelo curto, receoso.

── Sobre o que você sabe...?

── Eu sei de tudo ── falou sério. ── Inclusive, fui eu que fiz a chamada anônima. Foi eu que coletei provas o suficiente para mostrar que meu pai era um criminoso.

── Você...?

── Eu. Sei que parece impossível por quê claramente a primeira coisa que você pensaria é que o filho acoberta as ações do pai. Mas depende das ações, e eu não sou corrupto e nem uma pessoa errada para acobertar golpes e fraudes vindas de meu appa.

── E aqueles outros adolescentes, tem alguma participação com isso tudo? ── cruzou os braços.

── Não, somente a de cabelos rosados. A minha... bem... namorada ── sorriu fechado. ── Ela me ajudou coletando algumas papeladas onde registrava os desvios de dinheiro da empresa. Já os outros dois, somente me ajudaram quando o meu próprio pai começou a me espancar.

── Te espancou por que?

── Por que ele ficou sabendo que fui eu que tinha feito a chamada anônima entregando ele para as autoridades, e a polícia já estava começando a procurá-lo.

── Todos vocês são adolescentes, certo...?

── Certo.

── Só sairão da delegacia com a presença de um responsável.

Puta merda, não fode ainda mais ── Jimin pensou.

── Posso falar com os meus amigos pelo menos...?

── Sim, está liberado.

Saiu da sala de interrogatório, indo diretamente para os três adolescentes que estavam sentados. Explicou a situação onde estavam metidos e Jungkook soltou um suspiro de insatisfação, levemente irritado.

── Faltando exatamente dois dias pro meu aniversário, tô dentro de uma delegacia ── riu, incrédulo. ── Que legal, não é mesmo?

Comentou enquanto seus pulsos eram liberados das algemas, seguidamente de Saeron e Roseanne.

── Mas agora é o seguinte, precisamos que alguém venha nos buscar.

── Eu ligo para meu pai ── o herdeiro número um falou. ── Alguém me disponibiliza um telefone, por favor.

Ligando para seu progenitor. Park Jimin ajeitava os fios ligeiramente bagunçados da jovem garota de traços delicados, enquanto isso, Kwon mantinha os braços cruzados abaixo dos seios, pensativa e com a expressão facial serena. Não demorou muito para Jeongguk retornar informando que após alguns minutos Jeon Kong estaria na frente da delegacia para buscá-los são e salvos, apesar de que teriam de explicar sobre a balbúrdia com detalhes para o homem bem mais velho que todos os presentes naquele ambiente agora.

Foram notificados por um dos policiais que o progenitor do herdeiro número um havia chegado e estava à espera na frente da delegacia. Os quatro seguiram em uma fila, silenciosos e com expressões faciais abatidas. Assim que os olhos do Alfa Lúpus se encontraram com o Lúpus mais velho, tinha total certeza de que teria de ouvir sermões seríssimos vindos dele.

── Appa... eu posso expl-

── Calem a boca e botem a merda dos cintos ── ditou sério, seu tom de voz grosso fez Roseanne arregalar os olhos, tensa.

Dando a partida no automóvel de quatro rodas de maneira brusca, saiu cantando os pneus pela rua até entrar na rodovia principal de Seoul. Os nós dos dedos de Kong estavam ligeiramente esbranquiçados por conta da força que colocava enquanto conduzia avidamente o volante. Antes de proferir alguma palavra, suspirou profundamente e bateu na própria perna, esbanjando sua irritação.

── O que diabos vocês quatro tem na cabeça, porra? ── questionou, exasperado. ── Alguma coisa pior poderia ter acontecido com vocês... que merda!

── Tio Kong, não precisa brigar com o Jungkook e a Saeron, afinal de contas, esse era um assunto particular meu... Mas eles vieram de bom agrado para ajudar.

── O que aconteceu exatamente?

── Woojun atacou Jimin e Roseanne ── Sae começou, tranquila a partir de agora. ── Jimin estava caído e desacordado no chão, enquanto minha amiga estava sendo enforcada por aquele miserável.

── Puta merda... puta merda... Woojun, você é um tremendo filho da puta ── Kong sussurrou, os olhos atentos no trânsito. ── Onde está sua mãe?

── Não faço ideia...

── Maldito seja! Seu pai faz uma merda gigantesca e sua mãe simplesmente some?!

Meneou a cabeça, sem acreditar em tais palavras. Park agora sabia que teria diversos problemas para enfrentar, o processo em aberto contra seu pai, a prisão do mesmo além do sumiço repentino de sua mãe. O garoto suspirou, olhando para os carros que passavam diante de seus olhos, sentindo seu coração palpitar freneticamente. Uma guerra havia acabado de começar para si.

***

Saeron se sentou no sofá aconchegante enquanto seu pai e seu sogro conversavam, suas orbes oscilavam entre os dois homens que mantinha seus posicionamentos impotentes, gesticulando e proferindo comentários sobre a situação que ocorrera mais cedo.

── Obrigado por ter trazido minha filha, Kong ── deram um aperto de mão, amistosos. ── Espero que tudo fique bem com a família do Jimin a partir de agora.

── Só fiz o meu dever, mesquinho de merda ── alfinetou, despreocupado.

A figura do homem de fios negros sumiu de seu campo de visão, e assim a porta bateu e trancou-se sozinha, mas sabia perfeitamente bem que aquilo era fruto do poder de seu pai.

── Você quase matou o Woojun, Sae. Tem noção disso? ── aproximou-se lentamente, receoso.

── Minha intenção não era matá-lo. Eu tinha que fazer aquilo para salvar os meus dois amigos ── respondeu, desviando o olhar.

── Você ainda não tem noção do que é capaz...

O maior deu duas batidinhas leves em seu ombro, seguindo para o quarto onde se isolou do restante do mundo, deixando sua legítima filha sozinha, essa que optou por ligar a televisão e colocar em algum noticiário de TV que estivesse passando no momento. Se dirigiu até a cozinha, onde preparou cereais com leite para se alimentar enquanto assistia.

Kwon mantinha-se atenta às informações do noticiário, sentiu seu celular vibrar indicando que havia novas notificações, porém, ignorou-as. Contudo, a menina explodiu o pequeno pote de vidro assim que ouviu a moça de aparência jovial e cabelos curtos repassar a notícia que lhe deixou em choque.

"Corpo é encontrado nas áreas mais distantes da cidade, próximas à saída da metrópole. O cadáver em estado de decomposição indica que é nada mais e nada menos do que Georgie Melchizedek, conhecido intimamente como Gie, professor de uma das melhores escolas da cidade, a Stonewall Seoul".

Uma carga de choque elétrico percorreu o corpo curvilíneo da garota, que observou suas mãos levemente cortadas além de todo o leite derramado no chão. Saltou do sofá, não ligando para a sujeira que estava presente no ambiente e correu pelo pequeno corredor do apartamento, parando diante da porta de seu pai, começando a bater com agressividade.

── Appa! Appa! Abra essa porta! ── exclamou.

── O que há...? ── a expressão do homem tornou-se confusa após ver as mãos da filha. ── O que você fez agora?

── Não ligue para mim, veja isso!

O arrastou para a sala-de-estar, onde passava mais informações sobre a morte de Georgie Melchizedek.

"Ainda temos informações incompletas sobre o óbito da vítima. Entretanto, através das informações que recebemos da perícia criminal de Seoul, tudo indica que está morto há quase uma semana".

── Maldito seja... ── Sae engoliu em seco.

Iria fazer quase uma semana que Maksim Slovenski havia substituído Georgie Melchizedek.

***

Mãos lhe sufocavam, roubando-lhe o ar. A sensação de sufocamento tornava-se pior gradativamente. Pingos de suor escorriam por suas têmporas, gritos e lamúrios em pura agonia eram ouvidos. Seus olhos se arregalaram, sentindo seu coração bombear sangue para o restante de seu corpo de modo eufórico.

Um calafrio percorreu-lhe a espinha, perpassando uma sensação estranha para a jovem bruxa de 17 anos. Respirou fundo, ajeitando as vestes enquanto calçava suas pantufas aconchegantes e fofinhas, saindo do quarto e andando pelo corredor até a cozinha onde se serviu com um copo de água gelado, para retirar toda a lembrança e sensação macabra que havia passado.

Seu peito descia e subia numa velocidade razoável, mantendo os olhos na sacada da sala-de-estar, viu-se pensando sobre o pesadelo que tivera agora a pouco, como as sensações eram tão reais, como os momentos eram tão vívidos. Aquilo lhe atormentava, e sabia perfeitamente bem de que não teria paz até fazer o que tinha que fazer. Contudo, a garota continha planos e ideias que precisava colocá-las em prática, e para isso precisaria da ajuda de Kim SeokJin, o herdeiro número três da Elite.

SeokJin possuía habilidades mágicas incríveis e que seria de extrema importância para o que Saeron tinha em mente. O adolescente era um necromante, capaz de se comunicar com espíritos e fantasmas, podendo conjurá-los ao plano físico dos vivos. A escorpiana balançou a cabeça, espantando os devaneios e retornou para o seu local de conforto, sentando-se na beirada da cama.

── Oh, meu Deus!

Ela se esqueceu totalmente de que dia era hoje, visualizando as horas no celular, marcava exatamente 04:00 da manhã de 01 de Setembro. Aniversário de seu namorado, Jeon Jungkook. Precisava fazer algo para presenteá-lo, algo marcante e significativo.

O Alfa Lúpus e a bruxa possuíam um ótimo relacionamento, e apesar dos altos e baixos que ocorriam em suas vidas, os dois indivíduos sempre tentavam de tudo para permanecerem juntos e próximos, enfrentando as balbúrdias que apareciam diante de seus olhos. Sae voltou a se deitar, agora fitando o teto até que o sono começou a lhe dominar novamente, as pálpebras foram se cansando e lentamente, se fecharam.

***

Residência Jeon
01 de Setembro
09:00 AM.

A face melodiosa e bem desenhada encontrava-se relaxada dentro de um sono profundo, sem sonhos e pesadelos. A respiração uniforme indicava que o mesmo estava em um ótimo e tranquilo sono. O peitoral exposto sendo ligeiramente ocultado pelo cobertor, se movia em sincronia, inspirando oxigênio para os pulmões e expirando logo depois.

Jeon Jungkook, o herdeiro número um, se remexeu na cama de casal fofa e receptiva, suspirando longamente antes de abrir as orbes acastanhadas aos poucos até as íris se acostumarem com a iluminação daquela manhã que não possuía muitos barulhos de pássaros ao redor, apenas ventos que eram capazes de esvoaçar as cortinas da sacada de seu quarto que estavam minimamente abertas.

Os dedos dos pés tocaram o chão frio, antes do garoto esboçar uma careta e calçar suas pantufas. Ergueu o corpo por completo, espreguiçando-se e dissipando o restante do sono que ali habitava. Foi até o banheiro, onde lavou o rosto com água fria para retirar o inchaço da dormência e encarou o próprio reflexo.

Seu corpo mantinha-se com o mesmo shape, algo natural mas também desenhado e marcado. O jovem gostava de como seu corpo se destacava, principalmente sua cintura e seu dorsal largo e musculoso. Contudo, algo além disso lhe chamou atenção, as íris carmesins que tomaram conta de seu castanho, sumindo completamente após piscar os olhos. Sabia que o cio se aproximava e tinha um grande receio de que esse período começasse exatamente no dia de seu aniversário, hoje.

Seu corpo deu um pulo quando ouviu batidas na porta do quarto, saiu do banheiro e foi em direção à entrada do vestíbulo, abrindo-a e revelando a pessoa que estava do outro lado à espera de sua resposta. Era uma das funcionárias da casa, trazendo consigo uma bandeja de café da manhã que continha diversos aperitivos que gostava. Sorriu, pegando a bandeja e agradecendo a moça bem mais baixa que si de cabelos curtos presos em um coque volumoso e bem penteado.

Sentou-se na beirada da cama, ajeitando o objeto sob o colo e abocanhou um morango enquanto discava o número de Kwon Saeron, pondo rente à orelha.

── Alô? Sae?

── Bom dia, Jungkookie! ── a animação no tom de voz da menina fez o coração de Jeon ficar quentinho. ── Animado pro dia de hoje?

── Sinceramente, nem sei ── comentou, olhando a paisagem externa através da sacada. Terminou de comer e pegou mais um morango. ── Confesso que estou nervoso...

── Por causa do cio?

── Aham...

── Confesso que também estou nervosa, principalmente porque vai ser meu primeiro cio. Mas, então, tem alguma programação pra hoje?

── Só o fato de que estou fazendo 18 anos e que agora realmente posso ser preso ── brincou, tomando um pouco do suco de laranja.

── Bobo... ── ouviu a risada anasalada da namorada. ── Irei na sua casa, esteja bem bonito e cheiroso ── ditou brincalhona.

── Claro, claro, Mademoiselle.

O casal continuou conversando, falando de assuntos diversos até chegar ao ocorrido de ontem a noite referente a Georgie Melchizedek.

── Ainda não consigo acreditar que o professor Georgie está morto...

── Eu também não, e o mais bizarro de tudo isso é que isto aconteceu logo após a substituição dele ── ouviu-a suspirar. ── Jeon, tenho certeza que tem algo de errado com aquele tal de Slovenski.

── Eu não duvido, aquele cara é extremamente esquisito ── agora terminava de comer a última torrada com Nutella.

── Hoseok não conseguiu lê-lo e todos nós o achamos estranho. Não é muita coincidência...?

── Além do fato de que assim que ele te viu, parecia que tinha descoberto um tesouro ── engoliu em seco. ── Eu também vi.

── Você acha que eu deveria falar com meu appa, sobre isso?

── O mais certo a se fazer Saeron, ele se preocupa com você, ele tem o direito de saber.

── Está bem, vou falar com ele depois.

***

── Ela chegou, appa! ── Jungkook exclamou, saltando do sofá e indo até a porta.

Assim que abriu, assustou-se com a quantidade de pessoas presentes ali. Seus amigos de infância e as melhores amigas de Sae.

── Feliz aniversário, garotão! ── Namjoon acolheu-o em um abraço.

Os outros entravam no casarão, cada um com um prato de aperitivos em mãos, estavam prontos para fazer um delicioso piquenique.

── Esse é o seu presente de aniversário, amor ── Sae sorriu, selando os lábios deste demoradamente. ── Eu te amo, hum?

O virginiano encarou as orbes castanhas da mais baixa, cintilantes capazes de expor todos os tipos de sentimentos que a garota estava sentindo naquele exato momento. Ambos se abraçaram fortemente e Jeongguk beijou o topo da cabeça da bruxa, fechando a porta.

── Oh, os pestinhas também vieram! ── Jeon Kong apareceu, expondo os dentes protuberantes e bem alinhados.

── Como sempre tendo um ótimo senso de humor, senhor Kong ── Yoongi comentou, mas recebeu um tapa na cabeça pelo mais velho. ── Argh!

── Já falei para não me chamar de senhor, adolescente birrento ── cruzou os braços, ficando sério porém não se conteve, rindo logo depois. ── Vamos para a área externa, irei pegar uma toalha de mesa para vocês.

E assim eles fizeram, andando pelos corredores da residência luxuosa da família Jeon, chegaram na área externa e começaram a arrumar o local para deixá-lo mais aconchegante, o progenitor do herdeiro número um chegou com uma grande toalha de mesa em mãos. Estendendo pelo gramado verde e bem cuidado, o restante dos outros garotos ajeitaram o tecido no chão enquanto as meninas colocavam os pratos de aperitivos ali.

── Voilà! ── Jennie bateu palminhas, contente. ── Hum... essa torta de maçã tá com uma cara ótima ── sentou-se, cruzando as pernas.

Jisoo se acomodou ao lado da mesma, rindo com a euforia da Kim mais nova. Os outros fizeram o mesmo, começando a conversar animadamente e a comer, relaxados.

── Lembra quando o Jimin ficou tão bêbado na boate que ele começou a se embolar nas próprias palavras?! ── Taehyung comentou, arrancando risadas e uma expressão envergonhada de Park.

── Aigoo! Eu só exagerei um pouquinho! ── passou a mão no cabelo sedoso e bem cuidado. ── O álcool dificilmente me derruba.

── Aham... sei bem disso... ── Suga alfinetou, o mais novo mostrou-lhe o dedo do meio.

── Ah, vai se fuder ── estalou a língua no céu da boca. ── Você também não é um dos melhores pra bebida não... Fica logo sonolento e todo lerdo!

── Ya, ya, ya! Pegou na ferida dele! ── Jin soltou, irônico. Fingindo falsa preocupação.

── Ai, vocês são tão maus comigo ── fez uma expressão triste, colocando um brigadeiro inteiro na boca e rindo.

Enquanto isso, Jeon e Kwon mantinham as mãos entrelaçadas, rindo e conversando, mantendo os olhares fixos em seus amigos de escola, divertindo-se.

***

A mulher de cabelos pretos e volumosos dirigia sua Mercedes Benz, mantinha os óculos escuros no rosto ocultando seus olhos. Mantinha sua atenção fixada na pista diante de si, pisando no acelerador e fazendo uma ultrapassagem proibida para acelerar o processo. Batucava os dedos freneticamente no volante, ansiosa para chegar ao seu bendito local de destino.

Virou a esquina, sem antes abrir a seta sinalizando sua próxima direção. Agradeceu aos deuses mentalmente pela rua estar com menos fluxo de veículos e acelerou novamente, cantando os pneus no asfalto. Aos poucos, se aproximava de sua antiga casa, sua antiga moradia que decidiu abandonar e sumir da vida das pessoas que moravam consigo, sem deixar rastros.

Aproximou-se dos perímetros da residência luxuosa, vendo que o local estava bem cuidado e com alguns carros estacionados na área externa. Engoliu em seco, puxando o freio de mão e desligando o automóvel. Andou em direção aos portões automáticos, vendo que ainda tinha o mesmo botão de uso manual, respirou fundo e apertou, vendo a entrada ser liberada cautelosamente para si.

Ajeitou as roupas amarrotadas, estava trajada em um terno feminino, os cabelos soltos e negros como ébano escondiam a maior parte de seu corpo. As solas dos saltos se colidiam no chão freneticamente por causa das passadas de pernas rápidas e desesperadas, subiu o pequeno lance de escadas e apertou a campainha duas vezes.

── Por Deus... que alguém esteja em casa ── sussurrou, sôfrega.

A porta se abriu lentamente, exibindo um corpo alto e másculo, com cabelos pretos e brilhosos e grandes. Os olhos se encontraram e a mulher se arrepiou da cabeça aos pés enquanto avistou o feixe de luz carmesim passar pelos olhos do desconhecido diante de si. O ar lhe faltou e quase não conseguiu manter seu peso nas próprias pernas, agora percebia perfeitamente bem a burrada que havia feito anos atrás, de ter abandonado sua família, seu marido, seu filho, suas origens.

Jeon Misuya havia voltado e agora estava frente a frente com o seu único e legítimo filho, Jeon Jungkook.

── J-Jungkook...? ── Misuya questionou em voz baixa, o olhar oscilando entre o mais novo e mais alguns adolescentes atrás dele que tomavam forma na sala-de-estar.

── Quem é você? ── a expressão era séria, um vinco de questionamento no meio de suas sobrancelhas a fez hesitar.

── J-Jungkook... ── com as mãos tremendo tirou os óculos escuros, expondo os olhos cheios de lágrimas e intensos. ── E-eu... eu sou sua mãe.

A primeira reação é a que mais a choca, as íris se transformando em puro vermelho sangue.

***

Nota.

Gente, me desculpem pelo sumiço repentino, se que parecia que eu tinha abandonado a plataforma. Mas, na realidade eu venho estando muito ocupada, mal tenho tempo de escrever muito menos de aparecer por aqui, mas não desistam de mim, pls!! Curtam e comentem, isso ajuda demais. Beijos!

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