Olívia Miller
Henry finalmente tinha chegado na cidade e confesso que estou bastante ansiosa com a proposta que ele me propôs alguns dias atrás. A princípio, resolvemos jantar e conversar a respeito, ele fazia questão de me perguntar algumas coisas em relação ao nosso futuro jogo e eu como curiosa que sou, aceitei. Enquanto me arrumada na frente da minha penteadeira, notei a presença de alguém.
— Você vai sair? — Monique entrou em meu quarto e eu a olhei com repreensão.
— Não deve se levantar a toa. O médico pediu repouso absoluto! — caminhei até ela e a coloquei sentada na cama.
— Não levantei a toa. — revirou os olhos.
— Ah, é? Então me diga o que aconteceu. — sentei ao seu lado e percebi que ela estava preocupada.
— Nós estamos devendo dois milhões de dólares ao dono do container, Oli. Ele entrou em contanto comigo e exige uma explicação! Já faz algumas semanas do roubo e não tivemos nenhuma pista de onde ele está.
— E nem teremos. — bufei irritada. — Ok, peço que Louis entregue o dinheiro nas mãos desse homem o quanto antes.
— Você é ingênua e muito boba. — segurou minhas mãos. — Nós temos uma reputação por toda a Itália e seus arredores. Se o assunto do roubo espalhar, seremos excluídas das negociações e nosso negócio irá falir.
— Isso me parece ruim, mas não temos o que fazer! Eu não imagino onde esteja o bendito container com a droga e... Don Expedito mandará mais produtos na semana que vem. A produção não irá parar, contratei outras pessoas, Louis está cuidando de tudo. Não podemos simplesmente achar que seremos derrotadas por um qualquer, a nossa família já está há muito tempo no ramo. — tentei amenizar a situação.
— Espero que tenha razão. Não estou podendo trabalhar, não conseguirei ir nas reuniões com o fornecedor e sabe bem o quão chato ele é com certas coisas. Você precisa ser firme e um pouco maldosa. — levantou da cama.
— E eu serei, do jeitinho que você me ensinou. — sorri mesmo não tendo certeza do que falei.
— Boa noite. — ela desejou antes de sair.
Voltei a me arrumar e prometi a mim mesma que esse assunto não iria me abalar, pelo menos não essa noite.
"Estou aqui embaixo. Venha antes que notem que sou um Bianchi"
Ri baixinho com a mensagem, peguei a minha bolsa e saí em disparada a saída de casa. Entrei no carro e Henry nem me cumprimentou, já foi logo enfiando a língua na minha boca.
— Você está quente. — brinquei, sentindo seus beijos descerem pelo meu pescoço, contornando a pele sensível com os lábios macios.
— Passei a viagem pensando em nosso próximo jogo. Tenho vários em mente, sei que vai gostar. — ele colocou a mão na minha perna esquerda e apertou com força, causando-me arrepios.
Nossos lábios se chocaram novamente, dessa vez mais lento do que o primeiro. O beijo era profundo e excitante, as línguas brincavam, imitando gestos obscenos, minha intimidade pulsou ao imaginar certas coisas e a vontade de subir em cima dele quase me dominou.
— Melhor irmos. — ofegante, me afastei de seus beijos e ele sorriu safado.
Decidimos jantar em um bar da minha família. Apesar de não ser a melhor opção, era a única para ficarmos mais a vontade. No entanto, ao chegar, um homem estranho aproximou-se da gente com um sorriso malicioso nos lábios. Não sei o porquê, mas meu coração apertou, quase como um pressentimento ruim.
— Que coincidência! Cheguei na cidade e rapidamente encontro a minha prima distante. Como vai, Olívia? — estendeu a mão educadamente.
— Desculpe, eu o conheço? — por educação, entreguei minha mão a ele, que a beijou delicadamente.
Henry observava tudo irritado, dava para se ouvir as bufadas de raiva que ele soltava.
— Rafael Castilho, muitíssimo prazer.
E como se um balde de água gelada caísse sobre mim, segurei-me com todas as forças nos braços de Henry. Era ele, o maldito que roubou o container! Com um sorrisinho cínico, Rafael cumprimentou Henry, que assim como eu, não gostou nada do intruso.
— O que faz na cidade? — perguntei de imediato. Foda-se o que ele fosse pensar.
— Visitar os meus únicos parentes vivos e o túmulo do meu querido e amado tio. Não consegui vir para o velório, tampouco para o enterro, mas fiquei em imensa tristeza ao descobrir a tragédia.
Tentei demonstrar confiança para que ele não notasse o meu medo e nervosa com tantos pensamentos negativos em mente, sorri forçado para apaziguar a situação. Henry me abraçou, como se tivesse me protegendo de alguma coisa, Rafael me olhava interessado, sequer disfarçou os olhares maliciosos para o decote do meu vestido.
— Avise a Monique que muito em breve teremos um encontro... Agradável para a nossa família. — disse, quase como uma ameaça. — Fiquei sabendo do container, não imaginei que isso pudesse acontecer algum dia.
— Estamos tentando resolver da melhor maneira possível. — expliquei sem dar muitos detalhes.
Rafael assentiu e encarou Henry, como se estivesse o intimidando.
— Boa noite, querida. Estou contente por ter um novo membro na família e... Quão linda você é. — sarcástico, Rafael caminhou em passos largos até um ponto de táxi.
Henry o seguiu com o olhar. Ele era audacioso, debochado e estranho, o pacote completo para mais uma dor de cabeça.
— Está indisposta para o jantar? Posso levá-la para casa e...
— Estou com vontade de curtir a noite e de que você seja meu acompanhante.
Ele sorriu, oferecendo-me o braço. Aceitei de bom grado e fomos jantar.
Em nossa conversa, resolvemos viajar, não seria uma boa opção com Rafael na cidade e Monique praticamente sozinha. Se queríamos fazer alguma coisa, seria aqui.
— Eu conheço um lugar, mas não é tão refinado como os lugares que você costuma andar. — Henry explicou.
— Eu já fui pobre, Henry. Já andei em tantos lugares e nem por isso estou morta, certo? — instiguei e ele riu.
— Ótimo. — concluiu.
Logo após o pequeno jantar, tomamos alguns copos de uísque e partimos rumo a casa noturna e desconhecido que o senhor Bianchi conhecida, no caminho ele me explicou de onde a conhecia.
— Logo após a perca traumatizante da minha virgindade, resolvi me aventurar com outras mulheres, dessa vez sobre minha vontade. — sorriu olhando pela janela da limousine. — Alguns amigos me apresentaram o lugar e por muito tempo fui cliente assíduo.
— E você já se apaixonou por alguma moça do lugar? — perguntei um pouco sem jeito.
— Está achando que vamos à um prostíbulo, senhorita Miller? — debochou, rindo de mim.
— E o que é? — perguntei curiosa, mas não obtive resposta. Henry e seus mistérios.
Trinta minutos depois e chegamos em um beco sem saída, receosa, desci do automóvel e acompanhada de Henry, caminhamos até um estabelecimento. Havia um segurança no meio da pequena porta e logo acima dela tinha os dizeres Paradiso notturno em letras brilhantes da cor vermelha. Henry falou em italiano com o homem e em questão de segundos fomos convidados a entrar.
O lugar era diferente da entrada, muito mais harmonioso. Havia pole dances espalhadas pelo grande salão, luzes coloridas e música eletrônica. Também tinham sofás aparentemente confortáveis, com mesas pequenas no centro deles. Casais beijavam-se loucamente, não só de dois parceiros, mas também de três, quatro.
Henry cumprimentou uma senhora madura, bastante maquiada e com um sotaque francês. Não entendi o que eles falaram, mas Henry me levou até o open bar.
— Aqui temos trocas de casais, ménages e tudo o que você possa querer. Basta escolher, senhorita Miller. — fomos servidos com doses de uísques.
— Não faço a mínima ideia do que fazer. Me surpreenda, por gentileza. — peguei o copinho com a bebida e bebi tudo em uma golada só.
— Ok. Você já sentiu interesses por mulheres? — perguntou na lata.
Envergonhada, pedi que me trouxessem mais bebidas. Henry me encarou, esperando a resposta.
— Tenho curiosidade. — e era verdade. Eu sempre tive curiosidades, mas meus relacionamentos monótonos não me permitiam aquilo.
— Escolha uma. — apontou com o copo para algumas mulheres que dançavam no pole dances. — Ou então, seja mais moderna e use um aplicativo de relacionamento. Vamos matar a sua curiosidade hoje. — sorriu cafajeste.
Não optei pelo aplicativo de relacionamentos, até porque uma mulher não parava de nos olhar desde a hora que chegamos. Ela era mais alta do que eu, tinha a pele retinta e cachos volumosos que a deixavam ainda mais atraente. Os seios eram grandes, a cintura fina e as pernas grossas mostravam que ela não era desse país. A mulher parecia esculpida e foi ela que me chamou a atenção.
— Já achei. — levantei o copo em direção a ela, que entendeu de imediato.
O interesse era recíproco como pensei.
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Eita, tem cabaré essa noite? 🔥
Próximo capítulo peço que ativem o modo safadeza, porque vou dar o melhor de mim kkkkk.