Toca Do Coelho {jikook}

By swagay

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Park Jimin está em um péssimo momento de sua vida. O relacionamento com a família é ruim, a situação na facul... More

AVISOS
1: eu poderia estourar um champanhe
2: uau, ele é tão diferente
3: o guitarrista
4: seu gosto é péssimo
5: mulher-alfa-brava
6: a vaso alemão da vovó
7: prefiro ir pro inferno
8: você curte Ministry?!
9: ômegafurioso15
10: conjuntivite
11: hiatus
12: por que tantos zeros na conta?
🌙 13: um alfa e um ômega
🌙 14: jasmim
🌙 15: uma mancha azul
17: ketchup na pizza
18: finalmente as verdades
19: eu te levo
20: thanuk
21: e a resposta correta é...
22: se 2+2 é 4...
23: teste de compatibilidade
24: uma foto de uma memória
ESPECIAL TOCA DO COELHO

🌙 16: o que o vento traz

8.3K 1.4K 1K
By swagay

Votem, comentem e boa leitura!

#coisachata

Rodeado por dezenas de pares de olhos, e semblantes assustados, Jimin sentiu que ia verdadeiramente ser consumido pela vergonha, e engolido por um incômodo incomum, sentindo toda a pressão da terra em seus ombros.

Ele venceu?

Sentindo o coração bater com força e as pernas tremerem, em algum momento ele viu HeiYang se levantar com a ajuda de alguns servos, e em outro momento, viu o cerimonialista caminhar em sua direção, enquanto a mãe surgia na multidão, e ele também viu a família real toda alinhada, em sua direção.

Foram as últimas coisas que ele viu, desmaiando em seguida.

Jimin decidiu, ainda bem novo, que daria um jeitinho em tudo de sua vida, que de alguma forma, conseguiria tudo que quisesse. Casar não estava no topo de sua lista, mas estava sim listado. Ele achava que, da maneira certa, conseguiria convencer os pais a deixá-lo casar com a pessoa que ele amasse de verdade. Mesmo que fosse uma tarefa difícil, ele pensou que iria conseguir. Era bem confiante.

Mas abrindo os olhos, e encontrando sobre si, um teto todo pintado de um padrão de não conhecia, e sentindo o cheiro de incenso de cravo, ele soube que havia cedido. Se levantando, e se encontrando em um quarto que devia ter o dobro do tamanho do seu, ele empurrou o manto que o cobria, encolhendo os joelhos sobre a cama. Pela escuridão do quarto, que era pouco iluminado pelas lanternas, ele soube que era noite, mas não que horas.

Se levantando, notando que estava de roupa trocada, usando agora um hanbok rosa, simples e elegante, ele andou até a porta, só de meias, e quando saiu, encontrou dois guardas, que o cumprimentaram. E um deles disse: - O senhor não deve sair até o amanhecer. As damas virão lhe acordar.

Assentindo, Jimin voltou para trás, entrando no quarto, ele parou com as mãos na cintura, olhando em volta. Então, andou até a janela e a abriu forçosamente, encontrando a noite do lado de fora, analisou a situação, e então pulou, deixando o quarto.

Haviam guardas do lado de fora, mas nenhum deles patrulhava aquele lado da casa, estavam nos caminhos entre uma ala e outra. Jimin invadiu um jardim e andou pelas bordas de um lago, até que estivesse na parte de trás de uma das casas que ficavam em torno do grande palácio, cercados pelos imensos muros. Ele andou pelas sombras para que não fosse visto pelos guardas que rondavam o topo da muralha.

Enfim, o ômega se sentou sobre uma pedra, escondido pela sombra que a casa fazia em si. Suspirando, observou o jardim em sua frente, mal iluminado pela meia lua.

Tudo aquilo havia mesmo acontecido? Não era um sonho que beirava um pesadelo? Como era possível que estivesse ali agora?

De cabelos soltos, ele sentiu uma brisa passar por seu corpo, e abraçou a si próprio, abaixando a cabeça, encarou os detalhes do tecido da roupa que usava. Então, ouvindo o barulho de portas se abrindo, se levantou em um pulo, e se virou na direção do som.

Descalçado, sem vestimentas cobrindo a parte de cima do corpo, cabelo mal amarrado, e o rosto coberto pelo véu, o príncipe saiu na varanda do quarto, cruzando os braços, se encostou em um pilar. Jimin não conseguiu fazer nada, nem se curvar em respeito. Nada.

No silêncio daquela noite, os únicos que falavam eram os grilos, além do vento que às vezes assobiava, como suspiros cansados. Conforme a brisa ficou mais forte, eles puderam sentir o cheiro um do outro.

Acordando do transe em que se encontrava, Jimin ouviu o burburinho dos guardas, e antes que pudesse pensar no que fazer, sentiu a mão ser agarrada e dessa forma, foi puxado para a escuridão da varanda, nos braços do alfa.

- Shh - ele pediu, suavemente pousando o indicador sobre os lábios de Park.

Tomado pelo odor que vinha dele, Jimin inalou aquela fragrância, que chegava quente em seus pulmões, como a fumaça de uma fogueira de eucalipto, o deixando sonolento por um momento. Amolecendo nos braços dele, e sendo firmemente segurado, o ômega observou aquele véu vermelho, que cobria toda a face daquele que o tinha nas mãos.

O príncipe não o soltou nem por um momento, mesmo mergulhado na beleza daquele rosto e envolto pelo cheiro inebriante de jasmim, sentindo o cabelo macio dele na sua pele, balançando com o vento, lhe fazendo arrepiar. Sua cintura que parecia moldada, surpreendentemente, encaixou perfeitamente em suas mãos.

Bêbado pelo calor do príncipe, Jimin levou as mãos até o véu, o empurrando vagarosamente, até que pudesse sentir seu rosto, e tateando por sua face, no escuro, apalpou a pele macia, passando os dedos por suas bochechas, pelas pálpebras, desceu pela ponte do nariz, até que sentisse os lábios, e dessa forma, deixou as mãos escorregarem por seu queixo e pescoço. Não o viu de fato, mas sabia que ele era lindo.

Então, acordando do transe, Jimin retomou a postura e se soltou com alguma dificuldade do alfa, se curvando desajeitadamente. - Perdão, meu lorde. - e sem esperar qualquer reação, se virou e fugiu dali, sumindo nas sombras.

Jimin sonhou com muita coisa quando era pequeno. Acordou um dia com a sensação de que era a personificação do vento, que podia fluir e atravessar entre as árvores, levando suas folhas, e por onde passava, fazia tudo tremer, mudando a direção dos barcos, da maré, da areia, de tudo. E a sensação de liberdade era tão grande, que ele soube que a vida real nunca poderia lhe proporcionar tal sentimento.

Lembrava disso enquanto era arrumado por duas servas reais, assistido pela mãe, que não se desfizera do sorriso no rosto desde que entrou no quarto. Ela parecia a verdadeira noiva.

Quando uma das empregadas terminou de espetar um último adereço no cabelo de Jimin, elas se retiraram, deixando o ômega a sós com a mãe. Ela imediatamente se aproximou, pegando na mão do filho, o olhou de cima a baixo. - Eu não acredito.

Se olhando no espelho, Jimin observou a roupa que usava, uma vestimenta especial, de tecidos nobres, cores vibrantes e padrões costurados um a um, que combinavam com as jóias que usava do pescoço para cima. Era um noivo. Noivo do príncipe.

Sua mãe levou uma das mãos ao rosto dele, sorrindo, com os olhos marejados. - Você conseguiu mesmo.

Com o peito pesado, ele sentiu os olhos ficarem molhados aos poucos. A Sra. Park limpou a lágrima que caiu. - Não precisa chorar, meu filho... - e lhe fez um carinho na bochecha. - O destino não erra.

Nas horas seguintes, ele foi devidamente aprontado para a cerimônia de noivado. Um servo muito bem estudado lhe ensinou o que devia fazer, e um outro o ensinou a se portar na presença do rei e da rainha. Um xamã o abençoou, e o pai de Jimin deu a permissão oficial para que ele se casasse.

No começo da tarde, enfim, ele foi deixado sozinho no quarto mais uma vez, acompanhado de duas empregadas. Sentado sobre uma almofada, ele fechou os olhos e lembrou das noites em meio ao caos dos plebeus, da música, dos cheiros, das vozes, da sensação. Sentiu que os olhos iam encher d'água de novo, mas se segurou, respirando fundo.

- Vamos, senhor - uma das servas o chamou, e ele abriu os olhos assustado. - Está na hora.

As acompanhando até o lado de fora, ele andou até o fim do corredor, onde era esperado pela mãe, pai, e guardas, engolindo em seco, ele assumiu a posição do meio, escoltado por todos estes citados. Fazendo o caminho ordenado, ele passou pelos corredores do palácio, até que deu o primeiro passo sobre o tapete vermelho, em direção ao pátio cerimonial, onde ministros, alguns nobres e a família real os esperavam. Em sua frente, na entrada do pátio, ele viu que o príncipe o aguardava, e automaticamente suas pernas quiseram falhar.

Mantendo-se firme, ele fez o trajeto até o príncipe, sob um arco de flores e bandeiras abençoadas, ele se viu sozinho ao lado do alfa, abandonado pelos pais, guardas e empregadas. O herdeiro ainda usava um véu, mesmo na cerimônia de seu noivado, mas estava impecável, de qualquer forma. Usando vermelho e azul, seu cabelo estava preso por uma presilha de metal robusta, e mesmo com o véu, era possível notar a faixa que usava entre a testa e a raiz do cabelo.

A luz do dia, Jimin podia ver a diferença clara entre suas alturas, e como ele parecia simplesmente maior, em todos os aspectos. O ômega não percebeu que olhava diretamente para ele, até que ele virasse a cabeça em sua direção, devolvendo, de certa forma, o olhar. Sendo assim, Jimin desviou o olhar, concentrando-se no caminho que ainda tinha a frente, até que alcançassem o rei e a rainha, que os esperavam no altar, em seus tronos.

O cerimonialista os anunciou: - O príncipe herdeiro, e seu noivo.

Passando pelo arco, os dois continuaram a caminhada até o fim do trajeto, enquanto os convidados, ministros e servos se curvaram em respeito. Jimin tentou não se distrair, mas falhou quando viu a imagem do irmão em sua frente, junto aos guardas que faziam a segurança do rei e da rainha. Soobin o olhou e sorriu, mas para o ômega, aquilo foi como um soco.

No fim, não conseguiu fugir do que lhe foi pré-estabelecido.

Dando um último passo, ele e o príncipe pararam ao mesmo tempo, em frente a realeza, ambos se ajoelharam e se curvaram, encostando a testa no chão, enquanto rei e rainha se levantavam. Os artistas tocaram os tambores, e o cerimonialista disse: - Sob a presença de vossas majestades, estamos aqui hoje para selar o compromisso entre o príncipe herdeiro e seu noivo, os quais o destino juntou. Pedimos suas bênçãos, e votos de aprovação.

O príncipe, ainda curvado, pediu: - Rei, rainha, peço-lhes que abençoem o meu noivado com Park Jimin.

Jimin respirou fundo, encarando o tapete abaixo de si. - Rei, rainha, peço que abençoe o meu noivado com o príncipe herdeiro.

E os convidados, em uníssono, pediram: - Suas bênçãos, vossas majestades!

Sentindo o coração bater com força, Park fechou os olhos, para ouvir: - Eu, o rei, abençoo o noivado do príncipe herdeiro com Park Jimin.

- Eu, a rainha, abençoo o noivado de vocês.

Suspirando, Jimin e o príncipe disseram ao mesmo tempo: - Eterna gratidão, vossas majestades.

Então, se levantando, eles andaram até o altar, onde o rei segurou uma mão de cada, e então as juntou. - Esta união foi decretada aqui, e nem mesmo a morte vai separá-los.

De mãos dadas com o alfa, Jimin sentiu que o coração ia saltar pela boca, que os ossos eram feitos de gelatina.

Mais tarde, eles foram separados e recolhidos, para que a cerimônia tivesse fim. E cansado, Jimin até pensou que estava tudo acabado, finalmente, mas quando ia levar a mão até o cabelo, uma das duas empregadas designadas a ele, o impediu. - Ainda não acabou, senhor.

- Não? - perguntou, farto.

- Não - a outra disse. - O senhor vai conhecer o príncipe, em particular.

Jimin não desmontou em pedaços no chão porque não era possível.

E durante toda a próxima meia hora, tudo que ele pensou, foi na noite passada, lembrando do cheiro dele, do rosto que tocou, do calor que sentiu. Sentindo o rosto ficar quente, ele alcançou um copo de água na mesa, servindo a si próprio, e bebeu. Uma das servas disse: - Não faça isso na frente da rainha, senhor.

Ele a olhou, enchendo mais um copo de água. - Por que?

- O senhor vai ser rei - ela disse. - Reis não se servem.

Terminando de beber a água, ele desviou o olhar para a janela, mordendo a língua para não soltar nada desagradável. Entretanto, não teve muito tempo para pensar nisso, já que em seguida, bateram na porta, e era um eunuco, os chamando para segui-lo. E tentando manter um passo após o outro, sem cometer nenhum erro, eles pararam em frente a uma porta dupla, e só quando o caminho foi aberto para si, que ele percebeu que estava prestes a ficar a sós com o príncipe.

Já?

- Entre, senhor - o eunuco pediu, indicando o caminho. - Estaremos aqui fora.

Respirando fundo, Jimin entrou, fechando as mãos em punho.

- Com licença - pediu, e então o encontrou sentado na varanda do quarto, de costas para si. - Park Jimin... meu lorde.

- Fique à vontade - ele respondeu, pegando Jimin de surpresa.

Então, viu fumaça de cachimbo pairar em volta dele, e notou que o hanbok dele estava desamarrado, assim como o cabelo solto. E o principal: seu véu estava jogado no chão, ao seu lado.

Jimin analisou a figura que estava de costas, e pela pose soube: era um vadio.

Retomando a própria postura, Jimin guardou as mãos atrás do corpo, caminhando com calma pelo quarto, passou pelas estantes cheias de livros, lendo alguns títulos. Esse não era o quarto dele, devia ser um escritório, e talvez nem fosse dele.

Se aproximando da mesa, leu os papiros por cima, a tinta derramada na madeira.

O cheiro dele estava pelo cômodo todo, forte e sufocante, ao contrário do perfume que Jimin arrastava por onde passava, deixando no ar um clima de amanhecer primaveril.

Matando a distância até a saída para a varanda, ele observou o príncipe herdeiro, jogado no chão, fumando, como um poeta em um cabaré. Sob a luz baixa fornecida pelas lâmpadas, ele caminhou devagar até ele e se sentou ao seu lado, de frente para um jardim de trevos.

Sem coragem para olhá-lo, lembrou do rosto que sentiu em suas mãos na noite passada, no corpo dele junto ao seu, da pele macia e a temperatura alta. Alfas são sempre quentes, mas ele parecia pegar fogo. Com a voz baixa, perguntou: - Eu posso te olhar?

Após um longo período de silêncio, o príncipe respondeu: - Vamos nos casar, não vamos?

Suspirando, Jimin assentiu consigo mesmo, piscando algumas vezes por causa da fumaça do fumo. Então, engessado, se virou para olhá-lo e ele se virou também, deixando-se ser visto.

Ninguém disse uma palavra.

Ele tinha olhos grandes, lábios muito rosa, e uma pele levemente corada. Era lindo.

E ah! Jimin o reconheceu assim que o viu.

O alfa disse: - Jeon Jungkook, o príncipe herdeiro.

Travado, o ômega viu um sorriso surgir naquele rosto, e o corpo todo ficou tenso. Começando a negar aquela situação, Jimin se levantou e deu alguns passos para trás, tropeçando em um vaso de plantas, caiu para trás, como uma banana podre, e Jungkook, muito rápido, o agarrou pelas pernas, o puxando pelo chão, até que ele estivesse próximo mais uma vez.

Jimin voltou a se sentar, recolhendo as pernas, em choque. - V-você! Você! Você.. naquela noite... foi...

Jungkook caiu em uma gargalhada, que elevou a irritação de Jimin a mil. Inconsequente, ele chutou o alfa, que mais uma vez agarrou sua perna, e dessa vez não a soltou. - O destino é mesmo impressionante, não?

E dito isso, ele empurrou Jimin contra o chão, subindo por cima dele, sem tocar seus corpos de fato. Paralisado, embaixo dele, o ômega abriu e fechou os punhos algumas vezes, sem saber o que fazer. O arruaceiro, com quem ele brigou naquela noite, era nada menos que o príncipe herdeiro.

- Ontem a noite - Jungkook começou dizendo. - Você estava tão envolvido, que eu pensei comigo-

- Cala a boca - Jimin pediu, fechando os olhos, morto de vergonha. - Cala a boca!

- Isso - o alfa soltou, ainda por cima dele. - Esse é o Jimin que eu conheci naquele dia.

Abrindo os olhos, frustrado, Jimin o empurrou e se levantou em um pulo. - Você... você estava vestido como um... plebeu. Você estava fora do palácio. Você invadiu uma casa. E você é o príncipe?

Levantando-se, apanhando o cachimbo, Jungkook precisou inalar aquela fumaça, para não se perder no perfume que vinha do ômega. - E você empunhava uma espada, enquanto tentava fugir de casa no meio da noite. Você, um ômega.

Jimin o olhou com desdém. Jungkook notou. - Eu gosto disso... não sei porquê.

Ouvindo batidas na porta, eles prestaram atenção no que estava sendo dito: - Meu lorde. Tudo bem?

- Sim - Jungkook respondeu.

- Tem certeza, meu lorde? - o eunuco insistiu.

- Sim - o alfa disse. - Saia.

Pronto, mais nem um pio.

E com isso, Jimin se lembrou que estava na presença do príncipe herdeiro. Contrariado, ele abaixou a cabeça, ficando quieto, mesmo que sua cabeça estivesse um caos, e nada parecesse fazer muito sentido. Como podia este homem ser o príncipe? Ou este príncipe ser aquele homem. O homem com quem Jimin rolou na terra em uma briga desengonçada, iguais a dois cachorros.

Como ambos podiam ser assim?

Jungkook apagou o cachimbo e estendeu a mão para Jimin. - Quer sair daqui?

Surpreso, o ômega o olhou, sem entender. - Sair? Do quarto?

- Do palácio.

Os olhos de Jimin brilharam, mas ele não sabia, só Jeon viu. Entretanto, ele negou. - Não posso, meu lorde.

Jungkook riu, e segurou a mão dele, o puxando pelo jardim. - Eu não te escolhi à toa, Jimin. Não precisa fazer esse papel comigo.

- Escolheu? Papel? - Jimin o questionou, seguindo pelo jardim, até o muro que dividia as casas. - Eu não estou fazendo nenhum papel. - ralhou. - Como eu deveria agir com o príncipe?

- Está melhor - ele disse, e então juntou as mãos, fazendo um degrau. - Suba.

Jimin não podia negar, estava louco para sair dali, mesmo que sua cabeça pudesse ser cortada. Respirando fundo, ele pôs um dos pés nas mãos de Jungkook e foi projetado para cima, agarrando-se ao muro, se sentou sobre ele, e automaticamente estendeu uma mão para Jungkook, que a segurou, subindo no muro também. Eles pularam ao mesmo tempo, e Park apenas seguiu o alfa, tomando caminho por trás das casas e muretas, invadindo os jardins, se escondendo atrás de portas abertas. Jeon claramente sabia o caminho.

Adentrando o estaleiro, eles andaram às pressas até um dos cavalos. Jungkook soltou o animal e subiu primeiro, dando a mão para que Jimin se segurasse e também subisse, e sentindo o coração acelerado, o ômega se agarrou a ele, com medo de cair. Então, antes mesmo que pudesse temer qualquer coisa, eles deixaram o estábulo, saindo pelo portão dos empregados, se juntando a um comboio de trabalhadores que deixava o palácio, eles se camuflaram o suficiente para passar pelos guardas, e uma vez fora daqueles muros, o alfa fez o cavalo correr.

Disparando como uma bala pelos campos, eles sentiram a brisa em seus corpos, sob a noite cheia de estrelas, foi como se eles se tornassem todos um só com as correntes de vento, que os empurrava para longe do palácio.

Segurando-se na cintura de Jeon, Jimin fechou os olhos e encostou a cabeça nas costas dele, embalado pelo movimento e pela velocidade, sem nem perceber, sorriu.

Jungkook, que já estava sorrindo desde que pularam o muro, conseguiu guiar o cavalo, mesmo inebriado pelo cheiro de Jimin, mesmo envolvido por seu abraço, mesmo tomado por uma sensação que não sabia identificar o que era.

Diminuindo a velocidade, à medida que subiam um vasto morro, eles eventualmente pararam, e Jeon ajudou Jimin a descer, pulando do cavalo em seguida, segurando sua guia, eles subiram o restante do caminho. E ansioso pela vista, Park correu até o topo, se deparando com a imagem de um imenso rio que bem a frente desaguava no mar, rodeado por árvores e pastos. Bem no horizonte via a faixa do oceano, e de encontro a ele, o céu e as estrelas. Era muito bonito.

Jungkook parou ao lado dele, mas não observou a paisagem. Seus olhos não conseguiam focar em outra coisa.

Jimin era lindo, lindo, lindo, lindo...

Abrindo um sorriso, Jimin empurrou as mechas do próprio cabelo para trás das orelhas, descabelado por causa da viagem. - Eu não aguentava mais ficar lá dentro.

- Foi só um dia - Jungkook comentou.

- Eu não... - começou dizendo, incerto sobre continuar. - Ninguém gosta de ficar preso.

- Eu sei - Jeon lhe disse, e se deitou na grama, de barriga para cima. Jimin hesitou por um momento, mas o copiou, ficando bem ao seu lado. - Que sorte a minha...

- Por que? - Park perguntou, observando o céu acima deles.

Jungkook não respondeu, apenas puxou algo da roupa, e entregou ao ômega. Era a jóia que ele entregou na cerimônia. - É seu, não?

Jimin pegou a peça, a observou e então devolveu a ele. - É pra você.

Ele guardou o item no mesmo lugar, sem dizer uma palavra. E quando fechou os olhos, tudo o que pôde sentir foram os arranhões da grama, a brisa e o cheiro de Jimin. - Você tem cheiro de jasmim.

O ômega enrubesceu, ficando quente de vergonha, sem saber que isso fazia seus feromônios liberarem ainda mais daquele odor. Em certo ponto, Jungkook se virou para ele e o olhou, antes de puxar uma mecha do cabelo dele, a cheirando, inalando, engolindo tudo o que conseguia daquele perfume. Era entorpecente.

Jimin, tomado por uma coragem, e um sentimento que nunca tivera antes, se virou de frente para ele, e puxou o cabelo, o tirando de Jungkook. Então, se aproximando, ele levantou a cabeça e ofereceu o pescoço para o alfa cheirar, porque sabia que era ali a maior concentração do seu odor. Jeon fechou os olhos e afundou o rosto naquela região, arfando com o impacto da fragrância, esfregando a ponta do nariz na pele macia, contendo o desejo de prová-lo com a língua.

Jimin, pela primeira vez, se sentiu um ômega, e mais que isso, pela primeira vez, sentiu a presença de um alfa.

Durante aquela noite, sobre aquela grama, debaixo das estrelas, dois nobres vestidos de tecidos caros se sentiram apenas eles mesmos pela primeira vez em suas vidas.

E eles sentiram tudo, o calor, o vento, a vibração de suas vozes, o amargo da fumaça, e o cheiro límpido da flor de jasmim.


//e com isso, nós voltamos a história atual de toca do coelho 👏👏 mas ainda teremos o desfecho da lenda 👀

o que acharam?? não aceito críticas apenas elogios

pra quem não sabe! tenho duas fanfics novas no perfil 🤸🤸


muito obrigada pela leitura!

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