Alina narrando:
Caminho pela rua depois do almoço em direção à empresa enquanto converso com Celeste pelo telefone.
-Então as coisas estão indo bem com o bonitão?_pergunta, do outro lado da linha.
-Sim._suspiro, me sentindo uma boba apaixonada.-Ainda não tivemos muito tempo sozinhos, mas foi o suficiente para que eu ter certeza de que ele é o cara. Pela primeira vez sinto que fiz a escolha certa.
Desde do meu último jantar com Noah, se passou duas semana. Não tivemos muito tempo para ficarmos juntos, nosso trabalho exige muito de nós e o pouco de tempo que tivemos a sós, aproveitamos para descansar e dormir. A semana tinha sido bem exaustiva.
-Ah, mas vamos combinar, minha amiga, só de olhar para ele dá pra saber que é o cara.
Dou uma risada da sinceridade de Celeste. Noah realmente chama atenção por qualquer lugar onde passa, não só pela sua beleza, mas também pelo seu carisma, seu jeito educado e carinhoso.
-Não se deixe enganar pelas aparências._eu a advirto.
-Sim, eu sei. Mas nem parece que este homem é real, sorte a sua ter achado um cara incrível._ela dá uma risada.
Noah é realmente um cara incrível.
Além de ser lindo, é extremamente carinhoso e responsável. Desde que o conheci, em Harvard, antes de namorarmos, nunca o vi saindo com diversas mulheres. Pelo contrário, seus amigos uma vez me disseram que ele sempre fez questão de deixar claro para todas que só gostava de ir a encontros com quem ele sabia que poderia ter algo sério.
E eu já fui e hoje também sou a mulher de sorte que ele escolheu. A pessoa que Noah escolhera para um "relacionamento", embora ainda não tivéssemos conversado muito sobre esse assunto. Decidimos que as coisas iriam devagar, mas eu tenho certeza de que dará certo.
Dessa vez eu não irei desperdiçar essa chance.
-Amiga, preciso ir._Celeste me trouxe de volta dos meus pensamentos.-Tenho muito trabalho a fazer e meu horário de almoço acabou.
-Certo. Não se esqueça de me visitar, podemos marcar uma noite só das meninas.
-Claro, irei adorar. Tem tanto tempo que não fazemos isso. Que tal hoje?
-Parece ótimo pra mim.
Segundos depois nós nos despedimos e eu guardo o celular na bolsa.
No caminho da empresa, coincidentemente, avisto Noah próximo a um restaurante. Sinto um frio na barriga com a expectativa de me aproximar dele e fingir que somos apenas colegas e concorrentes do mercado de trabalho.
Ele está falando ao telefone com uma das mãos no bolso, caminhando devagar e desligado de tudo ao redor enquanto olha para o chão de modo distraído.
Um súbito nervosismo me consome por completo, de imediato sinto minhas mãos pequenas e finas começarem a suar desesperadamente.
Fico em dúvida se devo me aproximar. Seria falta de educação fazer isso enquanto ele esta no meio de uma conversa e ainda há uma quantidade de pessoas ali para testemunhar. Ajeito a bolsa no ombro e caminho em sua direção, até que diminuo meus passos quando ouço parte da conversa.
-Agradeço o convite, Camile._ouço o nome feminino e automaticamente minha atenção se direciona para a conversa.-Claro, irei pensar._ele fica em silêncio ouvindo a tal mulher do outro lado, respiro fundo, não gostando daquilo.-Ótimo, às sete, anotado. Novamente, obrigado pelo convite. Beijos.
Ele encerra a ligação no momento em que gira seus calcanhares em minha direção.
Surpreso e a passos largos e confiantes pude perceber que se não estivéssemos em público, eu poderia jurar que Noah me beijaria assim que diminuísse a distância entre nós. Em vez disso, ele se limita a me oferecer um sorriso de canto.
-Olá, Srta.
-Oi, Sr. Thompson._respondo, me modo raso, ainda me sentindo enciumada.
-Como você está, gata?_seu tom de voz é baixo.
Sinto meu coração se acelerar toda vez em que ele me chama assim. Eu seria capaz de beija-lo agora, me deliciar dos seus lábios, contudo, não é tão fácil assim.
-Muito bem._digo e ele arqueia suas sobrancelhas, questionador.
-Nos veremos hoje a noite?_pergunta, me fazendo olhar para os lados, afim de verificar se tem olhos curiosos voltados para nós dois, entretanto, as pessoas estão ocupadas demais para isso.
-Não vai dá, Celeste e eu combinamos de fazermos a noite das garotas._olho em meu relógio, evitando a voz em minha cabeça que pergunta insistentemente em que é Camille.-Preciso ir agora, passar bem.
Noah não se move. Seus pés estão firmes no chão, ombros ereto e seu olhar é avaliador.
-O que deu em você?_com certeza ele notou minha maneira de falar, um tanto distante e um pouco rude.
-Nada.
-Acha que sou idiota? Desembuche.
-Quem é Camille?_pergunto e imediatamente me arrependo, afinal, não quero parecer que estou com ciúmes.
Eu não deveria sentir isso, não deveria agir desta forma. Desde do dia em que eu falei que quero ficar com ele, não foi estabelecido uma relação de exclusividade e eu evito pensar no que ele faz quando não está comigo.
-Você estava prestando atenção na minha conversa.
-Claro, você está na minha frente.
-Camille é filha dos amigos dos meus pais.
-Aquela Camile?_olho rapidamente para ele com uma expressão questionadora.-Se eu me lembro bem, seus pais queriam vocês dois juntos.
-Alina, ela me ligou apenas para me convidar para o seu aniversário.
-Como você é ingênuo, Thompson._ouço seu suspiro exasperado e deixo meus ombros caírem derrotados.-Olha, me desculpe...eu sou uma idiota.
-Tudo bem.
Envergonhada, coço minha cabeça e suspiro diante aquela cena ridícula que acabei de fazer. Eu não sou tipo de mulher ciumenta, mas quando se trata de Noah, todas as sensações vem em excesso.
Excesso de ciúmes, excesso de prazer, excesso de amor... amor?! Talvez seja uma palavra muito forte, excesso de paixão pelo o que estamos tendo se enquadra melhor.
-Agora eu realmente preciso ir, tenho muito trabalho a fazer. Se você ainda quiser, podemos combinar de fazermos algo amanhã.
-Claro, te mando uma mensagem.
*
Depois da cena ridícula com Noah, voltei para meu escritório, mandei um pedido de desculpas por mensagem e me afoguei no trabalho durante o restante do dia.
Assim que finalizei meu expediente, me encontrei com Celeste e viemos juntas para meu apartamento.
Agora, acomodadas no sofá, junto ao um balde de pipoca e a televisão ligada ao fundo, batemos papo despretensiosamente.
-Marcell está querendo terminar o que nem começamos._Celeste mexe o suco com o canudo.-Eu acho melhor mesmo. Não fazemos o tipo um do outro.
-Acha mesmo que não tem jeito?_Ce e Marcell estavam se conhecendo pouco mais de duas semanas, o que é uma pena, ele aparenta ser um cara legal. Mas realmente nos últimos dias, as coisas não pareciam estar indo bem entre eles.
-Não, amiga. Acho que passamos do prazo de validade._ela bebe um gole do suco.
-Celeste, não teve tempo nem pra isso._solto uma risada e ela me acompanha, dando de ombros.
-Eu enjoo rápido._reviro meus olhos.-Principalmente se tratando de homem que quer eu mude meu jeito. E também, acho que cansei de tentar entrar em um relacionamento. O que há de mal em ser solteira? Posso sair, me divertir e aproveitar a vida. Depois, quem sabe, aparece um cara legal?
-Você está certa, Ce._ajeito-me no sofá.
-Esse final de semana vamos nos encontrar e conversar pessoalmente._seus olhos escuros se fixam em mim.-Mas e você? Não conversou com o bonitão hoje?
-Sim e não quero nem me lembrar._enfio uma mão de pipoca na boca e me afundo no sofá, fazendo um falso barulho de choro.
-Por que? O que houve?_ela se inclina um pouco para frente e me analisa curiosa. Celeste sorri largamente e instantaneamente o assunto Marcell está totalmente esquecido.-E não adianta enrolar, você sabe que eu sou insistente e vou fazer você falar, então desembucha logo.
-Meio que eu tive uma crise de ciúmes quando eu ouvi ele falando no telefone com a tal Camile, aquela que os pais dele queria que ele conhecesse. Foi ridículo e vergonhoso.
Celeste explode em uma gargalhada alta e engraçada enquanto eu conto para ela detalhadamente o episódio de hoje a tarde.
-Quem diria, a tão famosa desapegada Alina D'Angelo com ciúmes._bufo e reviro meus olhos, negando com a cabeça.-Mas não julgo, no seu lugar também ficaria. Mas amiga, você precisa saber que mais episódios assim estão por vir.
-Como assim?_franzo minha testa confusa, fazendo um v se formar na região entre as sobrancelhas.
-Você sabe, amiga. O que eu quero dizer é que, vocês dois estão ficando às escondidas, ninguém sabe. Então, para todo mundo, incluindo as mulheres, Noah está solteiro. Você vai presenciar inúmeras cenas de mulheres se jogando nele e vai ter que engolir o ciúmes calada ou...
-Ou...?
-Ou então vocês se assumem para todos.
-Só isso não resolveria, não é como se todas mulheres fossem parar de se jogar nele. E aliás, você sabe que não é simples assim e mesmo que fosse, ainda é muito cedo para estabelecermos um título para nosso status de relacionamento.
-Você não se importa de perder os melhores momentos?_mordo meu lábio confusa com sua pergunta e beberico meu suco.
-Não entendi.
-Vocês não podem ser visto juntos, consequentemente, não podem andar de mãos dadas, ir ao cinema, comer um hot dog na rua...esses momentos que vão ficar na sua memória.
-Noah e eu temos momentos muitos especias, independente do lugar e quem estava ao redor. E, as lembranças vão acabar sendo somente nossas, sozinhos.
-Isso soa clichê, assustador e solitário._ela solta uma risadinha e da de ombros.-Por que vocês não fazem um programa diferente? Sei lá, chama ele para casa de praia da sua família. Broadstairs, não fica no litoral mas daqui até lá é só uma hora e vinte.
-Parece perfeito, posso preparar um jantar surpresa._Celeste concorda, visivelmente animada.
-Um jantar à luz de velas com vista para a praia? Mais romântico, impossível!_sorrio, empolgada sentindo o famoso frio na barriga.-Só perde para o restaurante que a senhorita fechou exclusivamente para os dois.
Celeste automaticamente fica mais animada e fala sem parar. Planejando o tipo de roupa que irei usar e dizendo que será uma ótima oportunidade de fazermos sexo ao ar livre. Eu achei a ideia engraçada e um tanto ousada, mas não a descartei cem porcento.
Subimos para meu quarto e com sua ajuda, começo a preparar uma pequena mala com roupas e utensílios pessoais.
Aproveito para ligar para meus pais despretensiosamente e descobrir se eles vão de fato estar lá ou não. Quando minha mãe disse que o plano deles para esse final de semana é ficar em casa, imediatamente entrei em contato com o caseiro e pedi que ajeitasse toda a casa da praia e lhe liberei, alegando que gostaria de ficar sozinha, ou, quase isso.
Então, depois de quase acertar tudo. Jogo meu corpo ao lado da minha amiga e fecho os olhos, sentindo um sorriso bobo brotar em meus lábios.
Passar o dia longe de tudo e de todos com Noah não me parece ser nada ruim, e pelo visto, esse final de semana será o melhor de todos em muitos anos.
*
Boa noite, pessoal. Tudo bem?
Peço desculpas pela demora, tive um pequeno problema de saúde e com o final do semestre não consegui me doar tanto aqui, mas agora, com férias chegando acredito que vai ter mais postagens.
Espero que compreendam, boa leitura! E não desistam do livro, please ❤️❤️