Noah narrando:
Acordo em um quarto desconhecido, demoro apenas um milésimo de segundo para as imagens da noite anterior surgirem como flashes em minha mente. Os gemidos de Alina, a pele macia e cheirosa grudada em mim, as carícias e a maneira com que ela reagiu a cada toque, seu corpo delicioso vibrando com o orgasmo e o seu sabor em minha boca que me deixa completamente hipnotizado e entorpecido.
Olho em volta, pela primeira vez observando com calma a decoração daquele ambiente. O quarto é amplo, as paredes cobertas por um papel de padronagem geométrica nas cores cinza e branco. Do lado direito, uma penteadeira azul turquesa com um espelho e um móvel da mesma cor com algumas decorações. O quarto é a cara dela. Combina com seu jeito alegre e ao mesmo tempo delicado.
Alina não está no quarto. Caminho até o banheiro, lavo o rosto e visto minha cueca e a calça. Desço as escadas para procurá-la e o cheiro me guia até a cozinha. Paro na porta e a encontro atrás do balcão vestida com um robe rosé, os cabelos castanhos presos em um coque no topo da cabeça enquanto prepara algo no fogão.
-Bom dia._eu a cumprimento, fazendo-a levantar a cabeça.
-Oi, bom dia._responde com um sorriso que melhora ainda mais minha manhã.-Nem percebi que estava aí.
-Estava te admirando._eu me aproximo e dou a volta no balcão.-Dormiu bem?
-Muito._virou-se para mim e me deu um beijo nos lábios.-E você?
-Não me lembrava da última vez que dormi tão bem assim._Alina sorri e deposita um beijo rápido em meu rosto.
-Estou preparando o café._aponta para o banco de frente para o balcão.-Sente-se, você vai desfrutar das melhores panquecas de Londres.
Alina se movimenta de um lado para o outro preparando o café da manhã e recusa veementemente minha ajuda. Ela é independente, decidida e bastante teimosa e eu sempre admirei essas características desde o primeiro momento em que nos conhecemos.
Ela nos serve dois pratos, pega duas canecas de café e a calda de chocolate.
O cheiro esta ótimo e eu agradeci. Assim que coloco o primeiro pedaço na boca, sinto o sabor e a textura da massa, tendo a certeza de que Ali se saiu muito bem.
-Meus parabéns, está muito gostosa._ela solta uma risada jogando a cabeça para trás e imediatamente eu desejo beijar todo seu pescoço.-Você tem talento._brinco.
-Obrigada._responde e inclina-se para frente, seus olhos verdes fixos nos meus.-Tenho outros talentos além desse.
-Essa noite não deixou dúvidas.
Eu estou adorando a maneira com que conversamos. O clima está mais leve do que nunca, bem diferente de quando ela retornou à cidade. Quando nos esbarramos, naquele momento, eu ainda estava irritado e procurando ignorar meu desejo por ela, o que foi totalmente em vão.
Cada dia próximo dela se torna uma tortura difícil de suportar e eu decidi jogar tudo para cima e tentar começar do zero. Por sorte, ela também teve o mesmo desejo.
-Daqui a pouco preciso me arrumar para o trabalho._Ali diz, se remexendo no banco melancólica.
-Eu também._digo, compartilhando do mesmo sentimento.-E ainda tenho que ir ao meu apartamento, preciso de um banho e tenho que me trocar._me levanto e encosto o quadril na ilha da cozinha enquanto Ali se serve de uma caneca de café.-Seria bom se eu pudesse deixar algumas roupas aqui, não está dando certo ter que passar no meu apartamento o tempo todo para trocar de roupa. Isso nos pouparia e ainda nos dará mais tempo juntos.
-Em menos de vinte e quatro horas você está tomando um espaço substancial na minha vida, Noah Thompson._ela me olha com aqueles olhos intensos.
-Vamos ser práticos, linda. Além do mais, se você quiser, deixe algumas peças de roupas no meu apartamento.
-Quem me garante que ninguém vai pegar um dos meus vestidos?_ela arqueia uma das sobrancelhas de maneira questionadora.
-Porque nenhuma mulher vai ao meu apartamento.
-Então vou marcar meu território e levar algumas roupas agora mesmo._ela se aproxima de mim.-E eu sei exatamente quais levar, se faltar alguma, vou cortar seu pescoço.
-Não sabia que era tão apegada às suas coisas.
-Não estou preocupada com minhas roupas e sim com o fato de alguma...hum, mulher aparecer por lá.
-Quanto ciúme, gata._dou uma risada e puxo-a pela cintura, beijando seu pescoço.
-Não seja convencido.
Então ela se afasta. Depois de tomarmos o café da manhã, me despeço de Alina com a promessa de nós vermos mais tarde. Saio de seu apartamento com um sorriso bobo dançando em meus lábios e subo para meu apartamento alguns andares a cima do seu.
Sinceramente, eu nem mesmo sei se essa relação às escondidas irá dá certo, entretanto, a única certeza que eu tenho é que Alina tem mexido demais comigo.
**
A manhã se passou em um piscar de olhos, quando menos esperei, já tinha chego o horário do almoço. Eu até convidaria Alina para almoçarmos juntos em algum restaurante, contudo, o que ela menos quer é ser flagrada em um almoço romântico com um Thompson.
Isso me fez questionar-me se será sempre assim?! Se nós dois não poderemos ter momentos juntos ao ar livre sem ter a preocupação de sermos flagrados, andar de mãos dadas, sermos vistos juntos conversando casualmente. Respiro fundo e olho meu relógio de pulso, despachando meus pensamentos. Calma Noah, ainda é tudo muito cedo! Minha mente grita, fazendo a razão falar mais alto.
-Elisa, estou indo almoçar._digo ao ultrapassar as portas do meu escritório e encontrar minha secretária mexendo em seu computador.-Anote todos recados enquanto eu estiver fora.
-Claro, senhor Thompson._ela acena freneticamente e sorri.-Tenha um ótimo almoço.
Agradeço-a e logo entro na caixa de metal, seguindo para o hall de entrada da empresa. Aproveito e envio uma rápida mensagem para meus amigos, Anna e Louis, convidando-os para um breve almoço.
Não demoraram muito até que os dois respondessem, aceitando o convite de última hora. Louis estava retornando para a empresa, então combinou de nos encontrar no local. Anna estava terminando uma sessão de fotos próximo ao nosso restaurante predileto e em menos de cinco minutos ela também estará lá, então eu trato de me apressar.
Assim que as portas do elevador se abrem e eu passo pela entrada da empresa, sinto a brisa do ar de Londres me abraçar.
Olho ao redor e um dos meus seguranças acena com a cabeça e se aproxima, mantendo um pouco a distância.
Eu nunca gostei de andar com muitos seguranças ao meu redor, meu pai sempre foi super protetor e depois do sequestro da minha mãe, ele se tornou ainda mais. Eu acabei adquirindo o hábito de ter escolta, mas prefiro que me acompanhe um ou dois, nada além disso.
Aguardo poucos segundos na porta da empresa antes do manobrista chegar com minha BMW cinza. Ele entrega as chaves em minhas mãos e me cumprimenta com um leve aceno de cabeça acompanhado de um sorriso. Agradeço e balaço a chave entre meus dedos, ameaço a entrar no carro quando sou parado por uma voz.
-Noah?_ergo meu olhar e sigo o som do salto contra o chão, até encontrar uma mulher conhecida.-Noah, quanto tempo!
Ajeito meus ombros e ergo minha postura, colocando o meu melhor sorriso nos lábios para a mulher em minha frente, que avança em minha direção e deposita um beijo demorando em minha bochecha.
Meu segurança avança rapidamente, faço sinal com a mão e o mesmo se contém ao meu lado.
-Olá, Daisy!_comprimento educadamente e me afasto com dois passos para trás.-Como vai?
-Estou bem._seu sorriso se abre.-Que surpresa boa te encontrar, só assim para conseguir falar com você._dou de ombros, envergonhado por ter ignorado tantas das suas mensagens.
-Sinto muito, ando bastante ocupado.
-Tudo bem, eu imagino._checo as horas em meu relógio e volto minha atenção para ela, que me observa com expectativa.-Não quero te atrasar, foi bom vê-lo novamente.
-Igualmente, Daisy._digo, lhe oferecendo um sorriso.-Sinto muito por não poder conversar mais do que isso, eu realmente preciso ir agora.
-Ah, claro!_sua mão pousa em meu braço, acariciando aquela região.-Podemos compensar um outro dia, afinal, você ainda me deve um jantar.
Seu tom é brincalhão, apesar de sentir uma pitada de seriedade em suas palavras. Daisy ainda espera que possamos sair juntos mesmo depois de ter ignorado-a.
Encaro a mulher com um jeans preto, uma camisa de seda branca e um salto alto fino vermelho em minha frente. Forço um sorriso. Daisy é uma mulher muito bonita, entretanto, as coisas com Alina digamos que estão um pouco mais sérias agora e eu não sinto vontade de ficar com nenhuma outra mulher, mesmo não estando em um relacionamento sério. Eu não posso e não quero mais ficar enrolando Daisy, por isso suspiro e deixo meus ombros caírem.
-Podemos combinar de fazermos algo entre amigos, não vejo problema._coço minha nuca sem jeito.
-Acho que já entendi o motivo de você nunca responder minhas mensagens._ela tenta não se mostrar decepcionada, mas seus olhos não mentem.-Está saindo com alguém?
-Sim...
-Claro que está, você é uma pessoa boa._ela morde seu lábio inferior.-Tudo bem, um jantar como amigos por mim está ótimo. Fico feliz por você está se relacionando com alguém, espero um dia conhecê-la.
-Hum...claro, um dia. Mas agora preciso ir, estou mesmo atrasado._Daisy concorda, dando um passo para trás.
-Foi bom ver você, Noah.
-Igualmente.
**
Quando chego ao restaurante, meus dois amigos ja me esperam sentados, conversando algo entre eles de modo animado. O trânsito estava uma merda e a breve conversa com Daisy me tomou um curto tempo, o que resultou em meu atraso.
Assim que me aproximo da mesa em que ambos estão sentados, imediatamente eles notam minha presença e arqueia suas sobrancelhas. Anna sorri em minha direção e se levanta.
-Atrasado!_envolve os braços no meu pescoço e me aperta.
-Anna não deixou pedir nada até você chegar._quando minha amiga me solta dos seus braços, Louis me oferece um aperto de mão.-E eu estou morto de fome.
-Desculpe, encontrei Daisy e ela acabou me atrasando._respondo enquanto me sento.
-Ela não desistiu ainda?_Louis apoia seus cotovelos sobre a mesa e um brilho de divertimento brinca em seus olhos.
-Depois de hoje, acho que sim._digo e Anna me encara curiosa.
-E o que te faz pensar assim?_seu sorriso é largo.-Você mal conseguiu dar um fora nela, Noah.
-Eu disse a ela que estou com alguém._minhas palavras provocam uma crise de riso em meu amigo.
-Dessa vez você se superou, Noah. Não é sua cara mentir assim._ele pega seu copo e beberica sua água, tentando se conter.
-E quem disse que eu menti?
Anna e Louis se entreolham e um sorriso brinca em meus lábios. Ambos estão visivelmente surpresos e ao mesmo tempo curiosos.
-Não brinca._Anna bate em meus ombros, duvidando das minhas palavras.-Você pode mentir para ela, não pra gente.
-Exatamente. Nós dois sabemos que a única que mexe com você é Alina, e bom..._sorrio instantaneamente e para minha surpresa, minhas mãos começam a suar.-Espera, você e...?
-Sim, mas fale baixo._digo, fazendo os dois arregalarem seus olhos.
-Vocês estão namorando?_Anna pergunta, com olhos brilhando de excitação.
-Não. Na verdade não rotulamos o tipo de relação que temos, mas certamente já não é mais uma pegação qualquer._suspiro.-A única coisa que sei é que quero Alina e não quero nenhum outro homem tocando-a. Pensar nisso me faz querer esmurrar alguma coisa.
-Você está apaixonado por ela? De novo?_Louis pergunta, me surpreendendo.
-O quê?_nego com a cabeça.-Não, claro que não. Na verdade, não sei. Alina mexe muito comigo, mas me apaixonar por ela novamente está fora de questão.
-Mas certamente você sente algo por ela além de desejo._suspiro enquanto as palavras de Anna martela em minha cabeça.
-O maior problema é se Alina se sente do mesmo jeito que eu. Se algum dia as coisas realmente ficarem sérias, se realmente pensarmos em um futuro juntos, seus pais farão uma guerra e eu não sei o quanto ela é capaz de suportar. Oliver D'Angelo realmente não vai querer me ver com a filha dele e Ali ama o pai demais para enfrentá-lo e correr o risco de perder o afeto dele.
-Você acha que os pais dela podem se afastar? Digo, ele mudaria a relação dele com ela?_encaro Anna, dando de ombros.
-Talvez. Não dá para saber.
-O quanto você está disposto a lutar caso seja necessário?_a pergunta de Louis me pega de surpresa.
-Eu não sei, Louis. Sinceramente, a única certeza que tenho é que Alina tem mexido demais comigo.
-Você e seu romantismo._Anna segura minha mão direita e a acaricia.-Olha, estou feliz por vocês dois estarem se entendendo. Você mais do que ninguém sabe o quanto eu te dei forças para não desistir dela naquela época e que eu te apoio em todas suas decisões._aceno positivamente, já sabendo onde ela quer chegar.-Alina ama o pai, ela o idolatra. Não crie muito expectativas, não é como se ela fosse te apresentar a família dela._Anna aperta minhas mãos com forma e me olha de modo carinhoso.-Desculpe se eu estou sendo idiota, falando essas coisas...mas eu te amo e só quero o seu bem.
-Eu sei disso.
-Toma cuidado, meu amigo. Se não, ela vai ser sua perdição._Louis da um tapinha em meu braço mas sorrir em seguida.-Então, quem diria hein? Você e a Alina...de novo? O amor é lindo!
É amor? Não sei se posso dizer isso. Em breve descobriremos, mas que há algo forte e intenso entre nós, isso é indiscutível.
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Boa noite, pessoal! Tudo bem?
Vim trazer mais um capítulo e espero que tenham gostado. Me perdoem se encontrarem erros ortográficos, ainda irei revisar com mais calma. Postei para não deixarem vocês na mão, logo postarei com mais frequência ❤️
E tem fase nova chegando nessa história. Estão prontos para verem eles mais juntos do que nunca?
Espero que tenham gostado e me digam, o que vocês mais querem ver? Mas sem gifs quentes pois o wattpad agora está censurando kkkkk
Até logo, beijos!