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Autorstwa hellenptrclliw

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➛ A segunda queda: livro 02 da série "The Four Falls". Apaixonar-se não era sequer a última das coisas que Et... Więcej

OWH. #2 Série TFF
sinopse
dedicatória
epígrafe
prólogo
01. quem está julgando?
02. caos com íris cor de avelã.
03. dever e honra.
04. até onde você é capaz...?
05. ethan.jyoung.
06. se você diz.
07. calum young é um menino sábio.
09.1. eu não sei como você consegue.
09.2
09.3
10. movidos pelo instinto de sobrevivência.
11. precisamos parar de nos encontrar assim.
12. por que se explicar tanto para si mesmo?
13. temos tudo sob controle.
14. a verdade que há e suas promessas.
15. um dia, talvez?
16. até o sol nascer.
17. nada é como se apaixonar pela primeira vez.
18. a reputação que me precede.
19. quando o amor cai em mãos erradas.
20. no meu sangue.
21.1. a garota que me encara de volta.
21.2
22.1. os parágrafos escondidos e descobertos.
22.2
23. a sentença das nossas vidas.
24. misericórdia nunca foi o seu forte.
25. a vida acontecendo através desses sentimentos.
26. as estrelas que testemunham nossa queda.
27. isso é sobre quem eu sou.
28.1. a liberdade do meu verdadeiro eu.
28.2
29. isso muda tudo.
30. e quem a protege de mim?
31. "juntos e essa coisa toda".
32. capítulos em branco.
33. é sempre assim?
34. como viemos parar aqui?
35. o narrador que conta a história.
36. neste momento, ele é o mundo inteiro.
37. aquela filha daquela família.
38. me diga que não é tarde demais.
39. me perdoe, eu me apaixonei.
40. boa fé da mulher que me amou primeiro.
41.1. é como deveria ser.
41.2
42. o monstro debaixo das nossas camas.
43. genuína.
44. o sangue puro e o sangue ruim.
45. julgamento
46. com um coração cheio.
47. rainbow
48.1. as constantes.
48.2
extra: pressentimentos.
49. você vem para o café da manhã?
50. a traição.
51. negação.
52. não esquecer o quanto você o ama.
53. é o único jeito, querida.
54. honra e morte.
55. se apaixonar.
56. este é o meu dever.
57. memórias: nós as construímos e elas nos constroem.
58. sem mais sentir muito.
59. era você que sempre estava lá.
60. o caminho de volta para casa.
epílogo.
nota final.

08. quem é gwen evans?

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Autorstwa hellenptrclliw

Coisas que perdemos para a chama
Coisas que nunca veremos novamente
Tudo aquilo que temos acumulado
Sentam-se diante de nós, quebrado em cinzas

Estas são as coisas, as coisas que perdemos
As coisas que perdemos no fogo, fogo, fogo
Estas são as coisas, as coisas que perdemos
As coisas que perdemos no fogo, fogo, fogo

(Você disse) não nascemos com nada
E com certeza não temos nada agora
(Você disse) não nascemos com nada
E com certeza não temos nada agora

Você entende que nós nunca mais seremos os mesmos de novo?
Você entende que nós nunca mais seremos os mesmos de novo?
O futuro está em nossas mãos e nós nunca seremos os mesmos de novo
O futuro está em nossas mãos e nós nunca seremos os mesmos de novo

THINGS WE LOST IN THE FIRE |Bastille

SASUKE ERA UM FILHO DA PUTA às vezes, mas eu realmente gostava dele.

Devolvi as revistas — que Calum me repreendia por não chamar de mangás, que era a denominação correta — para a cômoda dele e terminei de arrumar sua cama. Ainda era cedo, mas Alyssa e eu já estávamos em casa em um período igual, o que era raro. Calum não era muito bagunceiro e dez minutos foram suficientes para colocar seu quarto em ordem. Suor pontilhava minha testa quando saí para o corredor e apreciei meu trabalho: o piso brilhando e o ar cheirando aos produtos de limpeza que Alyssa listara especificamente, para que quando fossemos limpar, a casa não cheirasse a alvejante e nada.

Eu estava com dó de tomar banho e desorganizar o que acabei de arrumar, então depois que juntei todos os itens dentro do balde e os guardei no armário do banheiro, desliguei a música do laptop e desci as escadas para pegar uma garrafa de água. Minha regata azul estava suada e meu calção de ginástica cheirava à cera de piso graças ao esbarrão que dei quando estava lustrando. Eu estava cansado, então talvez tenha ficado jogado no chão por uns cinco minutos enquanto entrava em uma espécie de coma.

Encontrei a televisão ligada em um programa de Arte onde uma senhora pequena e enrugada estava listando algumas técnicas para principiantes na Pintura. Mudando de ideia, fui até a sala. Alyssa e eu estávamos esquisitos ao redor do outro, principalmente depois da nossa discussão algumas manhãs antes. Ela me fez sentir como uma merda depois que presumiu que eu tinha as mesmas opiniões que nossa tia ao afirmar que ela era incapaz de se importar com algo além de si mesma ou que estava suprimindo o que quer que tenha acontecido com ela para impor minhas regras.

Nossa tia aperfeiçoou essa habilidade ao longo dos anos, eu percebi. Havia algo de errado com Alyssa que não era somente minha culpa, e eu estava esperando poder descobrir o quê. Tudo bem nos sentirmos perdidos às vezes, estamos sempre nos descobrindo, nunca paramos de nos descobrir, eram variações do que eu registrei de sua boca naquela manhã.

E sim, eu discordava e não voltaria atrás para agradá-la.

Eu disse que não sabia o que fazer, mas isso não me fazia estar em negação ou a tornava certa.

Eu não sabia o que fazer porque sabia exatamente o que precisava ser feito, mas não me via dizendo isso a ela por enquanto. Na verdade, não me via dizendo isso em longo prazo. Para que reviver o passado? Minhas decisões nos trouxeram até aqui e eu aprendi a viver com elas e o peso que colocavam em minhas costas.

Alyssa não me devia nada.

E nada do que Malorie Young dizia teria relevância se eu pudesse contar com ela... Eventualmente. Mas, só porque alguém tem que dar um murro na ponta da faca, eu sou o primeiro a engolir meu orgulho.

— Sinto muito — eu disse desajeitadamente. — Por antes. Eu claramente não quis dizer daquela forma, o que você saberia se não tivesse me dado as costas.

Como faz com frequência, eu me impedi de acrescentar. Minhas palavras caíram na sala e foram respondidas por um silêncio birrento, que zombava de minha a cada queda e ascensão do meu peito em resposta a minha respiração superficial. Parecendo que estamos nos ignorando abertamente, então.

Revirei meus olhos e dei a volta no sofá, congelando ao ver minha irmã adormecida no pequeno e extremamente desconfortável para isso, sofá. Jurava que a certa altura, os caras vinham à minha casa só para reclamar dessa atrocidade. Ver como ela era pequena em relação a mim me fez abandonar qualquer reflexo buscando por confronto e apenas olhar, apenas lembrar quanto tempo havia se passado, mas o quanto meu desejo de protegê-la nunca mudava.

Eu sorri. Ela podia ser fria e difícil, muito complexa de dobrar e extorquir a essência de seus pensamentos e ideias secretas, mas ainda era minha irmã. Família. Se ela pensava que podia se livrar de mim, então ela estava profundamente enganada.

Peguei-a, passando um braço atrás de seus joelhos e um em seus ombros, segurando-a contra meu peito e subindo devagar para evitar acordá-la com o baque dos meus passos. Ela escondia bem, mas eu sabia que todas essas mudanças e novas responsabilidades estavam a cansando. Eu também ficava cansado para caramba, mas enquanto eu não queria descansar, lhe dava total liberdade de fazê-lo — claro que sua teimosia tornava essa possibilidade absurda.

Abri a porta de seu quarto empurrando-a com meu pé e a deixei em sua cama, puxando sua pantufa para fora de seus pés. Alyssa era tudo fora desse quarto, mas dentro? Organização não era seu forte.

Bufei. Quantas vezes por dia nossa mãe costumava manda-la arrumar seu quarto? Eu não lembrava, mas sabia que era vezes o suficiente para que eu a arrastasse até ele e a trancasse lá até tudo estar em ordem, porque era um inferno ouvir mamãe repetir aquilo todo santo dia.

Se eu soubesse.

O som distante de alguém na porta me atraiu e eu deixei Alyssa em paz com sua soneca, esperança acelerando meu coração ao pensar que talvez, talvez, St. John tivesse terminado de "ter um tempo" e finalmente tivesse vindo me dar um sinal de vida. Desde que eu sabia que seu pai estava pelos arredores, me sentia obrigado a manter um terceiro e quarto olho nele.

Mas, ao invés de encontrar cabelos loiros, encontrei os escuros e rasos de Hunter Wood.

Bem.

— Você nem sabe — disse ele, adentrando minha casa sem se preocupar em pedir para entrar.

— Fofoca de novo?

Hunter me deu um olhar cético.

— Como assim de novo?

Arqueei uma sobrancelha.

— Você é como Rachel Green descobrindo uma informação e repassando-a.

Hunter sacudiu a cabeça e fez um gesto com sua mão, dispensando a minha ladainha. Eu não sei a quem estava querendo enganar; nós quatro éramos meio fofoqueiros entre nós. O que eu posso dizer? Todo mundo tem sua Rachel interior em algum momento. Hunter seguiu para a cozinha, seu corpo pesado produzindo baques fortes a cada passo que ele dava — sujando meu maldito piso recém-encerado.

— Ah cara, qual é? — eu soei estridente aos meus próprios ouvidos. — Eu limpei isso literalmente há dez minutos.

Hunter olhou para mim com grandes olhos escuros antes de encarar seus pés e fazer uma careta. Fios de grama e um pouco de terra encrustada em sua sola agora descansavam no piso, e o tempo que fiquei ajoelhado limpando acabara de se mostrar inútil.

Um sorriso travesso se esgueirou pelo rosto do meu amigo.

— Sinto muito, mamãe. Vou limpar antes de sair, prometo.

— Sim, aproveita e vai se foder.

— Sempre querido, né?

Sacudi a cabeça. E eu ainda o tinha como melhor amigo. Seguindo-o para a cozinha, peguei duas cervejas e lhe entreguei uma, o barulho do lacre da latinha sendo o único som na cozinha silenciosa. Hunter bebeu um longo gole como se fosse água e eu não fiquei para trás. Ele provavelmente tinha saído do treino de basquete junto com Caden e St. John, e isso me fez lembrar de que havia uma fofoca em primeiro lugar.

Hunter afundou na banqueta e lambeu os lábios molhados de saliva e álcool. O sol iluminou sua íris cor de chocolate, apenas alguns tons mais clara que sua pele negra, e um brilho de suor pontilhou suas têmporas antes que ele usasse as costas de suas mãos para secar. Estava mais quente que o normal e essa era a pior parte sobre o clima dessa cidade: as quedas bruscas de temperatura.

A corrente de crucifixo dourado que ele sempre usava em seu pescoço, junto com um anel adornado com uma pedrinha de brilhante estava delineada através da camiseta preta simples que ele vestia; eu diria que apertada demais para a quantidade de músculos que ele cuidava obsessivamente como a maioria dos atletas daquela universidade.

— Caden e eu fomos chamar St. John para comer, então eu iria te enviar uma mensagem e acidentalmente te encontraríamos na lanchonete — eu ri. — Só que aí, a gente descobre que ele tá na fraternidade ocupado fodendo Jessica Taylor de novo.

Eu fechei os olhos e joguei a cabeça para trás com um grunhido frustrado.

— Você tá de sacanagem? — perguntei.

— Eu queria — respondeu, arqueando as sobrancelhas. — Sério, a mulher tem mel na boceta? O quão idiota ele é?

— Você acha que eles voltaram?

Hunter bebeu um gole de sua cerveja direto do bico, e nós trocamos um olhar conhecedor. Eu realmente não havia cogitado a possibilidade de ele voltar para ela depois de todo o drama, mas novamente, eles eram Leon e Jessica. Eles sempre voltavam. Como viciados.

— Impressionante — foi tudo o que pude dizer.

Hunter examinou meu rosto por alguns segundos, seus olhos se estreitando em resposta ao que quer que ele estivesse pensando e as conclusões que minha expressão lhe dava, mas eu me orgulhava muito de ser bom em apagar as luzes e encerrar o show de drama de quinta categoria que meus sentimentos eram.

— Você não tinha realmente tesão pela Jessica, né?

Desviei o olhar, e essa foi toda a resposta que ele precisava. Hunter tinha uma personalidade extrovertida e era disputado por qualquer garota que colocasse seus olhos nele. Atleta e cursando administração com planos de ser o sucessor de seu pai como CEO em uma rede de empresas editoriais e de publicação, todos o conheciam. Mas nós — eu — éramos os que o conheciam de verdade. O amigo por trás dessa imagem que ele levantou com o passar dos anos, o cara que se apaixonou um dia e teve seu coração partido, dormindo com mais mulheres do que poderia contar, e o filho amoroso que sempre tinha tempo para seus pais, não importa o quê.

Aquele que sabia cuidar de seus próprios negócios e nem hesitaria em sujar suas mãos por nós três — Caden, St. John e eu. No começo, eu me sentia de fora por ter uma ligação apenas com St. John e ser enfiado em seu pequeno grupo a contragosto, mas agora? Além dos meus irmãos, eles eram a extensão única e especial do que me importava.

Então, novamente, Hunter sabia ficar na sua com suas próprias ideias, interferindo apenas quando sentia que era necessário. Caden era aquele que colocava a lenha na fogueira e a gasolina em suas mãos, St. John quem sempre sabia encontrar uma luz nessa vida ferrada e eu... bem... eu não sabia exatamente como me ver entre essas pessoas. Não sabia como Alyssa me via atualmente, mas sabia que ela já não confiava em mim, assim como St. John.

Hunter soltou uma respiração dura, olhando para mim com uma incredulidade quase admirada. Ele sabia que tesão nenhum me faria ir pelas costas de um irmão. Bêbado ou não.

— Não fode — resmunguei, dando as costas e apoiando minha mão direita na bancada enquanto segurava minha cerveja com a outra, meus olhos focados em absorver a vista pela janela apenas para não ficar sob seu escrutínio.

— E você sabe o que é engraçado nisso tudo? — indagou ele, retórico. — Ela foi tão fundo nele que ele nem percebeu que, na verdade, a mágoa está em você o traindo, e não a que ele dizia amar.

— Bem, eu tentei um monte — falei, meneando a cabeça. — É uma pena, mas acho que estou desistindo agora. Se eles voltarem, vou ser obrigado a manter distância.

— Se ele voltar para ela, ele é meio que obrigado a te perdoar — Hunter corrigiu. — Ou eu vou bater pra caralho nos dois.

Uma risada vibrou em meu peito e eu balancei a cabeça, imaginando uma cena como essa. A verdade era que St. John era o melhor lutador entre nós quatro, mas suas razões para receber esse título não eram nada além de tristes.

— Então, eu soube que sua irmã está trabalhando no Red — Hunter comentou, deixando o assunto polêmico para trás ao inclinar-se para frente e apoiar os antebraços na bancada. — Você deve adorar a ideia.

Bufei. — Não posso dizer a ela o que fazer, mas posso dizer ao idiota do Burns para checá-la em meu lugar.

— É uma boa ideia, — ele concordou com minha proteção, surpreendendo-me. — Não me olhe assim. Você sabe que muita merda acontece no Red Nightmare.

Red, o bar e boate filiado com a universidade e criação de veteranos de mais de uma década era conhecido por toda a cidade por ser o lugar onde a diversão acontecia, porém, nos bastidores, tinha muito mais do que diversão universitária e jovial. Felizmente, os sócios dessa vez haviam sido uma boa escolha e o lugar havia sido submetido a mudanças agradáveis, especialmente com relação à segurança. Não o suficiente para que eu me sentisse confortável com Allie lá durante a madrugada, mas uma vez que ela sequer se importou em me comunicar sobre isso, eu manteria minha língua sossegada.

E, claro, Ryan Price era aquele que apoiava um lado obscuro a portas fechadas.

— Isso ainda vai acabar mal — eu disse a ele. — Eu sempre digo isso.

Hunter me deu um olhar estranho, mas pela primeira vez, não me contrariou dizendo que eu era dramático. Você não lidava com traficantes que forneciam todo o tipo de droga e esperava manter uma relação ótima do início ao fim, certo? Eu sabia que Caden e St. John não apoiavam Ryan, mas sabia que o poder da escolha de um sempre afetaria outros no processo.

— De qualquer forma — Hunter deu outra guinada, sempre escolhendo como gastar seu tempo. — Estaremos no cafofo do St. John hoje à noite.

— Ele me pediu um tempo.

— E?

Franzi meu nariz. — E eu vou dar um tempo a ele.

— Cara — Hunter riu. — St. John tem seus momentos enfiando sua cabeça na bunda, mas ele não é cego para as coisas. Você pode continuar nesse empurra e puxa com ele como duas crianças ou pode empurrá-lo até ele mandar você se foder ou sentar com ele para beber.

— Bem, — ponderei — essa é a ideia. Eu só estava tentando ser legal.

* * *

Motivado por Hunter Wood, eu fui até o apartamento de St. John à noite. Eu não esperava que a presença dos nossos outros dois amigos me ajudasse em algo — afinal de contas, era mais provável que eles ficassem bebendo e nos assistindo brigar, apostando sobre qual sairia mais fodido —, mas não pude me impedir de me sentir esperançoso quando bati em sua porta. Sons abafados de vozes e música soavam lá dentro, e eu cheguei a pensar que ele poderia estar dando uma festa, mas seu apartamento era seu lugar seguro.

A porta se abriu e todo o discurso que eu planejei no caminho desapareceu, deixando apenas um enorme espaço em branco entre meu cérebro e minha língua. Pelo amor de Deus, eu tinha vinte e quatro anos e uma boa cota de situações enervantes que haviam me ensinado de uma forma não muito delicada a ser aquele que sempre exercia o controle mas, repentinamente, não era nada quando se tratava de assuntos... profundos.

— Eu... eu vim...

Last Friday night yeah we...

Minha boca permaneceu aberta enquanto eu processava a voz de Caden Burns arrasando no karaokê ao som de Katy Perry.

Os lábios de St. John sofreram uma contração, que apenas se transformou em um sorriso divertido quando foi a vez de Hunter assumir o refrão, como sempre para irritar Caden, errando a ordem da letra da música.

— Puta que pariu, Hunter! Não é esse a porra do refrão!

— Ei, senhoras — Leon gritou, talvez inconscientemente se afastando da porta ao invés de batê-la na minha cara. — Agora podemos competir entre duplas.

Meu maldito coração acelerou contra minha caixa torácica, eufórico com o que essa simples frase significava para mim. Eu esperava que fosse conseguir algo, é verdade, mas não pensei que seria assim. Tão simples. Mas não era desconexo, no entanto. Esse cara era assim; simples e aberto. E se me convidar a entrar de volta em sua vida depois do que eu fiz era sua decisão — sabendo que ele era obstinado em suas escolhas — , só podia me sentir honrado.

Eu sabia que estaríamos longe de bem.

Mas chances e um começo eram só o que eu tinha.

Passei as próximas horas no apartamento dele. Não falamos muito a não ser quando entravámos em um assunto onde os quatro queriam falar, então ficava confuso. Uma voz gritando sobre a outra e um monte de palavrão e muita testosterona reunida em pouco espaço. St. John levava a sério suas decisões e, portanto, não houve nenhum comentário afiado ou olhar ressentido na minha direção. Nós definitivamente competimos no karaokê. Nós falamos sobre basquete. Mulheres. Novidades. Até que chegamos em um ponto delicado.

St. John estava sentado no degrau do piso superior, que dava um aspecto elevado ao resto da casa em comparação a sala, onde o piso ficava inferiorizado pelos três degraus. Eu estava no sofá, bebericando uma garrafa de água para nublar o álcool em meu corpo e voltar para casa antes do turno de Alyssa no Red, e Caden e Hunter estavam espalhados pelo chão, ainda bebendo.

— Eu não estou vendo mais a Jess — anunciou o loiro de repente. — Se vocês estiverem se perguntando.

Culpa pressionou meu peito com dez punhos, mas eu mantive meu olhar baixo e uma postura distante. Os outros dois se entreolharam, deixando as palavras dele derraparem entre cada um aqui com cautela e um pouco de incerteza, eu diria. Afinal, conhecíamos essa história. Eu só não daria nenhum comentário porque certamente, minha opinião ou conforto não era o que ele queria.

Já era demais estar aqui.

— É, sim, seu pau parece ter uma definição diferente sobre "não estar mais vendo Jessica" — Caden zombou, sendo o idiota sem filtro que era.

St. John se remexeu, girando a garrafa de cerveja em seus dedos e fitando o gesto como se isso merecesse toda sua concentração.

— Bem, a foda é boa — disse ele, dando de ombros. — Não me culpe por ser homem, cara.

— St. John — Hunter chamou, estirado no chão e fitando o teto. — Você não pode continuar transando com sua ex-namorada de sete anos que te fodeu emocionalmente e psicologicamente só porque a foda é boa. Você, nós, sabemos como isso vai terminar.

Eu sentia a tensão irradiando de seu corpo e batendo diretamente contra meus ossos. E cada uma, cada uma delas, eu merecia e gostava. Porque eu conhecia o homem e pela primeira vez desde que nos conhecemos, sentia como se seu ponto de ruptura tivesse chegado à superfície. Eu gostaria que fosse fácil assim consertar meu passado e resgatar meus irmãos dele.

— Você a ama? — Caden indagou, sua testa franzida com ceticismo. — Do tipo apaixonado e tal?

— Ela foi meu primeiro amor — ele fez uma pausa, encontrando o olhar de Caden. — Você, melhor do que ninguém, sabe como o primeiro amor de um cara pode foder uma parte da gente por um longo tempo.

Desta vez, todos olharam na direção de Caden com um misto de compaixão e respeito. Sim, ele com certeza sabia melhor do ninguém. Hunter desviou seu olhar novamente, provavelmente pensando sobre as ocorrências de seu passado e presente e refletindo as palavras de St. John, porque também poderia servir a ele. Quem saberia.

— Acho que essa é a coisa legal da vida, então — eu murmurei pela primeira vez dentro da conversa. — Nossa capacidade natural de continuar amando por dias e anos ou aprender a amar de novo, de formas diferentes e únicas, nunca sendo igual o outro.

— Fala o cara que nunca se apaixonou — Hunter apontou, desdenhoso.

Eu dei de ombros. — Eu só estou dizendo. Por que que coisa zoada o mundo seria se só houvesse espaço para determinados tipos de amor? Ou um só? Pessoas morrem e deixam de se gostar e a vida continua. Você, Caden, St. John, vão se apaixonar novamente e eventualmente. É um fato. Eu sei lá. Talvez St. John encontre Jessica em tempos melhores no futuro e eles sejam bons um para o outro, então ele estará se apaixonando novamente mesmo assim. Ou, se não, uma parte dele sempre será apaixonada pelo que foram um dia. Meus pais foram casados por uns trinta anos e se amaram trinta anos. Mas merda acontece. Tanto faz.

Uns dez segundos de silêncio reflexivo antecederam o bufar zombeteiro de Caden.

— Você tá lendo os livros de romance da sua irmã ou o quê?

Fiz uma careta. — Cala a boca.

— Você não sacou, C? — Hunter cutucou o amigo. — É por isso que somos um bom quarteto. St. John e ele enchem nossa bunda de conselhos e nos impedem de fazer pelo menos metade das cagadas que a gente faz.

St. John riu. — Sim, idiota. Com certeza é por isso.

Mas ele não estava de todo errado. No entanto, deveria haver um equilíbrio entre quatro homens se uma amizade como essa pudesse prosperar por tanto tempo. Está bem. Éramos jovens.

Fazer coisas estúpidas era a lei de nossa existência.

— Bem, eu só acho que já passou da hora de você se apaixonar — Caden disse.

— Qual é o seu tipo? — Hunter perguntou, sentando-se e apanhando meu celular de cima do sofá. — Vou arrumar um encontro para você no Tinder.

Eu estalei a língua no céu da boca, fracassando ao tentar tomar meu celular dele. Caden rastejou para perto, confessando minha senha a Hunter para que os dois bisbilhotassem meu celular. Privacidade para quê, se ela era ignorada por dois idiotas como esses?

St. John veio até nós e afundou no sofá, então eu tinha três idiotas bisbilhotando meu celular.

Hm — St. John arqueou uma sobrancelha loira ao ver algo na tela. — Quem é Gwen Evans?

Eu enrijeci, meu coração acelerando por nenhuma razão lógica ao ouvir esse nome. A verdade era que eu tinha feito um bom trabalho tentando esquecer a noite no supermercado com a mulher, e por bom trabalho eu queria dizer que realmente tentei tentar — e já era alguma coisa.

Eu não entendia. Primeiro, ela me xingou. Ela nem se importou em se questionar se talvez seu julgamento precoce sobre mim não pudesse estar errado. Não era ingênuo: sabia que as pessoas falavam coisas sobre mim, especialmente a parte feminina. Depois, eu fui atrás dela para tirar satisfação e ela se mostrou nada mais do que tímida de uma forma desagradável e, minha nossa, quanta sensibilidade para se chatear por causa de uma camiseta.

Então lá estava ela em seu vestido longo que me mostrou perfeitamente o contorno de seus seios e a pele branca e convidativa entre a clavícula e pescoço. Não que eu tivesse encarado ou algo assim, claro.

Como era de se esperar, ela não foi nada além de tímida e doce. Querida, até olhar para mim com olhos pesados por emoções que eu odiava quando me viu dizer a Calum que não poderia lhe dar o que ele queria.

Eu fiquei bravo porque por um momento, ela era uma garota doce que estava parecendo gostar da companhia — mesmo que eu soubesse como eu era —, mas aí ela tinha que fazer aquilo. Pena. Como todos. Como os olhares que vi na rua. Como na faculdade. Como na noite em que meus pais morreram.

Sempre o mesmo.

— Ela aceitou sua solicitação para seguir no Instagram — Caden comentou, então enfiou o dedo na tela clicando em algo. — Uhhh, irmão. Diz que você tá pegando essa garota.

— Não — eu resmunguei, irritado. — Me dá o celular.

Ignorado.

— Você não tá pegando? — Caden soou chocado. — O quê?

St. John ficou quieto, seu olhar alternando entre a tela do celular e meu rosto. O que quer que ele estivesse matutando, provavelmente era mais esperto do que os dois. A saliva desceu mal por minha garganta seca e eu comecei a me sentir agitado por alguma razão enquanto ouvia as opiniões dos caras sobre Gwen. Peitos bonitos, Caden disse. Boa bunda, Hunter assobiou. E essa boca?, eu me surpreendi ao ouvir St. John provocar, um sorriso malicioso em seus lábios.

Er... sim, ela era bonita e era um fato como o céu é azul e terça vem depois de segunda. Mas não parecia certo vê-la como um pedaço de carne depois que a vi correr por quase uma quadra apenas para inventar uma desculpa ridícula sobre dar os mangás que Calum estava babando como presente. Ou depois que ela não tinha sido nada além de gentil.

Eu não sei. Havia algo sobre ela que meio que não deixava minha mente vaguear pelo caminho de conquistá-la e fodê-la para nunca mais ligar. Talvez por causa de Alyssa.

Certamente era isso.

— Se você não está pegando... — Hunter deixou a frase no ar, reprimindo os lábios para esconder um sorriso.

— Vão se foder, — estalei, pegando meu celular em um movimento brusco e me afastando deles.

Agora que a conta estava livre para bisbilhotar, eu rolei o polegar pela tela e olhei rapidamente cada uma das fotos. Havia somente um destaque dos stories e clicando ali, só encontrei alguma merda feminista e de amor próprio. A última foto mostrando todo seu rosto ou corpo era de um ano atrás e, depois disso, as postagens variavam entre paisagens e momentos de seu dia; um café ou um livro, ou as costas de um homem e uma mulher que pareciam seus pais ou algo assim.

Estranhamente, era exatamente o que eu esperava, e um sorriso lento se esgueirou por meu rosto antes que eu pudesse contê-lo.

— Ela não vai dar moral para nenhum de vocês — eu disse, guardando o celular no bolso e virando para eles.

Os três começaram a rir como se eu fosse simplesmente a coisa mais hilária de seus vinte e poucos anos.

— Irmão — Caden ofegou, ainda rindo. — Sério?

Meus ombros caíram. Bem, Gwen era uma criatura intrigante e muito tímida, mas... nós ainda éramos nós, e a palavra "não" ou qualquer variação negativa como essa raramente — nunca — costumava estar envolvida nos nossos negócios com as mulheres. E além do mais, se Gwen poderia cair, isso significava que Alyssa também. Eu estremeci com o pensamento e coloquei uma carranca aprofundando minhas sobrancelhas.

— Basta deixá-la em paz — eu alertei e fui procurar as chaves de casa para partir.

— Por quê? — St. John perguntou, sentado desleixadamente no sofá.

— Porque eu estou dizendo — dei de ombros.

Houve um momento de silêncio conforme fui até a cozinha atrás do molho de chaves e retornei a tempo de ouvir os fios de sussurros entre os três. Costumávamos respeitar o território um do outro sobre as mulheres — isso devia parecer bastante irônico para Leon —, portanto não me preocupei em explicar a razão pela qual eles deveriam manter distância. Não que eu quisesse algo com ela — ou ao menos pudesse arranjar tempo para isso.

— Você já vai? — Hunt perguntou, observando-me.

— Allie vai trabalhar daqui a pouco.

St. John grunhiu ao levantar-se. — Eu estou indo também. Posso te dar uma carona.

Escondi a surpresa alegre que senti com uma expressão indiferente ao encolher um ombro casualmente.

— Claro.

Dez minutos depois, St. John deixou Caden e Hunter em seu apartamento com suas chaves e partimos, pegando o caminho para a casa de seus pais. Conversa nunca nos faltava, mas nosso eixo estava fragilmente em pé ainda. Não estava certo sobre iniciar qualquer conversa e, honestamente, ainda estava me perguntando se Gwen era uma das várias que era incapaz de resistir ao charme de simples homens com qualquer ilusão de poder em uma universidade. Deus, quem se importa se éramos bonitos e conhecidos?

— Os caras não vão se meter com ela — St. John falou, concentrado na rua enquanto um braço estava apoiado na janela aberta e o outro, guiando a direção. — Se você tem os olhos nela, então não tem que se preocupar. Não com a gente, pelo menos.

Meu estômago afundou.

— Eu não estou preocupado — menti, olhando pela janela.

— Claro — ele zombou, mas seu tom ainda parecia seco e desajeitado comigo.

— Eu me preocupo, na verdade, com a minha irmã no Red.

— Não fui eu quem a empreguei. — Defendeu-se. — Só fiquei sabendo quando fui checar as coisas no outro dia.

— Eu só... — esfreguei a nuca, nervoso. — Aquele lugar não é bom para ela.

— Nenhum lugar é bom o suficiente para sua irmã — disse ele, revirando os olhos. — Você fala como se ela fosse a stripper e não só barwomen.

— Porque claro, eu deveria ficar tranquilo com ela enfiada em uma boate universitária onde todo o tipo de merda acontece — eu disse duramente. — Que nós sabemos.

— As garotas que trabalham com a gente não são nada além de respeitadas e vigiadas, James — ele murmurou, sério. — Acredite, apesar de que as mulheres parecem não estar a salvo em lugar nenhum, nossas funcionárias estão sendo bem tratadas.

Eu não questionei seu trabalho e confiei em sua palavra, só não poderia simplesmente não me preocupar. Havia muita merda acontecendo no mundo todos os dias, especialmente com mulheres. E, bem, tínhamos um histórico de perda. Processe-me por querer ter certeza de que a garota estava bem.

— Eu vou manter um olho mais atento, ok? — disse ele, exasperado. — Qualquer coisa para evitar cabelos brancos em um cara de vinte e quatro anos.

— Obrigado, irmão.

Lamentei chamá-lo dessa forma tão cedo, mas ao dobrar na esquina da minha rua, seu olhar encontrou o meu brevemente, mas suficiente.

— Sempre.

* * *

Alguns dias depois, o telefone residencial maldito tocou quando eu estava prestes a ter o melhor cochilo da minha vida. Aproveitei que Calum havia ido para sua primeira noite fora sob minha supervisão para uma noite de pijama, com ordens claras de Alyssa para checá-lo ligando para a casa dos pais de seu amigo antes do horário de dormir e pelo primeiro horário acessível da manhã se ela estivesse muito cansada na manhã seguinte. Eu gostaria que, se ela se decidiu sobre pegar um emprego lá, pelo menos em um turno melhor.

Eu tinha que arrastar minha bunda para algum emprego em breve.

Com muito esforço, alcancei o telefone e o trouxe até o ouvido.

— Sim? — esfreguei meus olhos e soltei um suspiro pesado para quem quer que fosse do outro lado, perceber que eu não estava com saco. Se fosse marketing ou cobranças, eu não me orgulharia de desligar a ligação. — O que é?

Um pigarreio desconfortável antes de a voz tímida ser registrada por mim: — Ei, Ethan. É a Gwen. Gwen Evans. Amiga da...

Como se eu precisasse de muito para saber quem ela era.

— Já entendi — cortei-a, repentinamente ansioso. — Qual é o problema?

— Eu liguei para o celular dela e não tive resposta, então pensei em tentar esse. Ela tá por aí?

— Alyssa começou a trabalhar no Red Nightmare — informei. — Ela vai ficar indisponível das oito a uma por um tempo.

Gwen ficou em silêncio assimilando minhas palavras. Alyssa definitivamente deveria melhorar suas habilidades de comunicação básicas se não quisesse que essa garota chutasse sua bunda por falta de comprometimento. Eu sabia que ela estava determinada com esse trabalho, seus estudos, tentando conciliar nossa merda em espaços entre esses compromissos, mas para alguém de fora facilmente poderia ser mal entendida.

— Foi meio repentino e os dias estão corridos — eu me vi explicando, protegendo as costas da minha irmã. — Tenho certeza que ela vai conversar com você assim que puder.

— Na verdade, o problema não é esse — suas reticências ficaram penduradas no silêncio entre nós dois e eu me perguntei se ela esperava que eu desse a mínima. — Mas obrigada, de qualquer forma.

E aparentemente, eu dava.

— Posso ajudar em algo? — perguntei, minha voz quase dura e ríspida como se ela estivesse forçando-me a me importar.

— Sério?

Ela poderia soar menos chocada.

— Uhum.

— Certo. Só porque estou muito desesperada — acrescentou. — Minha tia é a dona da Galeria da cidade, Kiara Evans. Eu prometi a ela que cuidaria de alguns negócios hoje à noite para ela e contava com a ajuda de um amigo, que me deu um pé na bunda de última hora, então eu pensei em Alyssa, sem falar que ela gostaria disso tudo aqui. Você sabe, Arte e...

Deus, quantas palavras.

— E onde eu me encaixo? — cortei-a novamente, meio tonto com sua tagarelice. Estava acostumado demais com o silêncio e a distância de qualquer agitação, e eu digo qualquer uma, que era enervante ter de tentar pensar antes de agir... o que me levava a maneira que agi com ela no supermercado.

Emoções. Uma dor na bunda.

— Você poderia me ajudar, no lugar dela? — Gwen soou nervosa, quase assustada com o rumo de suas decisões. — Pode trazer seu irmãozinho, se não puder deixá-lo sozinho.

Calum não era o problema, mas então qual era? Porque eu estava fortemente inclinado a manter distância de Gwen Evans quando claramente sou incompatível com qualquer ser humano com o mínimo de estrutura gentil e cheia de compaixão, como quem ela se mostrou em poucos minutos naquele supermercado ao me ver em desvantagem no meu próprio território. Alyssa estava claramente convivendo com ela pelo semestre, então eu era obrigado a ser decente especialmente quando não éramos mais desconhecidos.

O simples fato de me pegar repreendendo-me por estar pensando sobre ela mostrava que algo estava fora do normal — o normal mundano, lógico e descomplicado — nos trâmites da minha vida. Eu não tive uma garota, uma mulher, ocupando meus pensamentos por mais de minutos facilmente esquecíveis, além de Alyssa por anos. Eu não estava certo sobre o que isso significava, mas de maneira lógica, listei algumas coisas para mim mesmo.

1. Eu não queria meus amigos idiotas respirando em cima dela como três cachorros no cio.

2. Ela era estranhamente diferente e eu não sabia por que me importava.

3. Veja item 1.

4. Eu só fui um idiota enigmático em todos os momentos que nos encontramos e talvez, a razão para ela estar grudando em minha mente fosse minha consciência.

Garotas bonitas não queriam estar perto de idiotas como eu — ou pelo menos não deveriam —, mas por algum motivo, eu continuava entrando em seu caminho. Talvez pelas circunstâncias envolvendo Alyssa, talvez por algo mais. Eu não sabia o que era ser legal com alguém além dos meus amigos e irmãos e não me importava em tentar, o que explicava porque todos me farejavam como se eu tivesse cometido um crime e fugido para cá para esconder um passado questionável.

Eu odiava ser visto como um caso de caridade ou qualquer coisa perto disso. Odiava o sentimento que inclinava as pessoas a sentirem pena uma das outras. Odiava que olhassem para mim como se minha vida — a vida de quem estava entrelaçado comigo — estivesse com algum defeito, alguma injustiça que lhes fazia querer descobrir um altruísmo infundado em si. Mas, o que eu mais odiava?

Quem não fazia nada.

Quem não movia um dedo.

O mundo estava fodido por ganância e guerras movidas por ódio e sede de poder. Quem tomava mais, quem possuía mais. Controle sobre um igual, disseminar políticas falsas e maldades de graça para alimentar um vazio crescente, que estava vindo com fome para contaminar gerações.

E, voltando ao princípio disso tudo, Gwen não fez nada de errado. Racionalmente, eu sabia disso. Eu sabia que deveria apenas ter agradecido sua ajuda e partido de forma decente, não a julgado de maneira parecida com o que ela fez por ideais estabelecidos por mim, projetando minhas inseguranças em alguém que só quis agradar um menino. O sorriso no rosto de Calum durante todo o caminho de casa naquele dia? Fodidamente impagável.

Não precisava ser o eu reservado as poucas pessoas que realmente importavam. Só tinha que lembrar que eu acordava todos os dias tentando não me tornar um babaca, e deixei algumas rachaduras interferirem em como tratei Gwen Evans.

Eu corrigiria isso e sairia de seu caminho antes que ela percebesse.

— Estarei aí em vinte minutos.

aham, senta lá, Cláudia.

ai gnt a partir de agora a coisa engrena (tanto as tretas entre os young, a amizade da gwen e da allie e óbvio, o casal sz)

tenho que confessar que parte da razão que tava me fazendo demorar pra postar era o bloqueio. ainda tô. mas tá progredindo mais e vamos ver se vou continuar.

enfim, eis aí mais uma explicação para o furo do ethan com o john na noite de assistir O Iluminado — vocês podem relembrar isso indo até os capítulos 9.1 e 9.2 de amnésia. tudo tem suas razões, né?

vejo vocês no próximo!

e reservem seus panos pq ainda tem muito o que passar ;)

💜

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