Doce Greta

Capítulo 35

Constrangedor , e mais triste para mim , o último alvo não foi acerto, me fazendo chorar internamente .

— Não ! — eu amaldiçoei , quando o homem declarou Sean como o vencedor . O seu sorriso vitorioso me fez grunhir irritada .

O meu precioso urso foi entregue aquele garoto , e foi um súbito momento de dor . Não durou muito. O urso de pelúcia estava nas minhas mãos, tão forte que eu quase não consegui segurá-lo. Era realmente grande, e cobria parte do meu rosto.

— Satisfeita? — ouvi a voz dele ao meu lado, esrouquiçada e suave. A minha frustação não era pelo urso.

O olhar de uma garotinha sobre mim chamou a minha atenção . Seus olhos negros e brilhantes encararam o meu urso , me fazendo olhar para ele e para ela, alternadamente .

— Own , pode ficar com ele — disse, e me inclinei para entregá-lo . As minhas bochechas ficaram quentes com o seu sorriso , e a mãe da garotinha me agradeceu antes de levá-la para longe.

— Que maldade, Greta. A pobre menina não conseguia nem segurar aquele maldito urso — Sean repreendeu. Conseguia sentir o cheiro do seu perfume, que era ressaltado pela brisa do vento. Realmente não pensei que ele estivesse sozinho.

— Onde está Elsie? — inqueri timidamente, notando a ausência da garota de cabelos esverdeados. Quer dizer, eles estavam juntos, não estavam?

— Onde está o Donovan?

— O Roy não gosta muito de...parques — encarei as folhas alaranjadas no chão. Eu gostaria que ele não tivesse recusado vir. — Acontece o mesmo com a Elsie ?

Um pouco de ar frio saiu de suas narinas, e o seu maxilar parecia tenso.

— Acho que ela não veio — declarou, um pouco menos cabisbaixo do que eu esperava . Ele não sentia falta dela ? Ou apenas escondia isso muito bem ? Eram muitas perguntas que desconcertavam a minha cabeça.

Encarei um carrinho vermelho que passava e instantaneamente acenei para o homem.

— Ei, um algodão doce, por favor — pedi, ganhando um algodão doce azul no palito . O garoto ao meu lado entregou um dólar e ganhou um rosa.

— Eu fui na montanha-russa, pode acreditar? — inqueri e mordi um grande pedaço, sentindo o açúcar derreter na minha boca. Acho que aquilo era melhor do que sentir a fumaça da maconha nos arredores do parque.

— Claro que não — ele franziu o cenho, mordendo um pedaço ainda maior que o meu.

— Posso ir de novo — dei de ombros, encarando a montanha-russa . Eu não iria realmente de novo, mas não queria parecer medrosa e assustada . Sean começou a devorar seu algodão doce, de maneira que os resquícios de corante rosa ficaram grudados em torno dos seus lábios. Tapei a boca.

— O quê?

— Parece que você está usando batom— eu fiz um gesto em torno do queixo.

Sean limpou a boca com as costas da mão e eu comecei a rir desesperadamente . As minhas bochechas pareciam saltar para frente, quando senti um pedaço de algodão doce ser enfiado na minha boca, de supetão.

— Ei ! — eu joguei um pedaço do meu algodão no rosto dele , e recebi outra onda de corante rosa no meu nariz. Tossi e mordi os meus lábios, empurrando-o para trás. Quando agarrei o seu casaco, senti as suas mãos em torno da minha cintura.

Seus braços me levantaram por um segundo e me puseram de volta no chão, me fazendo cessar as risadas. Os nossos rostos estavam lambuzados e grudentos .