Capítulo 9

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O motorista dos pais de Bethany era menos simpático do que o Sr Bruce. Ele vestia um terninho preto, era magro e não possuía cabelo. Ficamos em silêncio a viagem toda, até mesmo quando agradeci pela carona, ele apenas confirmou com um aceno. Durante o tempo em que fiquei na casa de Bethany, me diverti realmente. Mais do que me divertiria naquela mansão , ou em qualquer outro lugar. Era estranho que eu ficasse em dúvida até mesmo sobre por qual porta deveria entrar. Resolvi ir pelos fundos, para não ter a possibilidade de cruzar com os homens que negociavam com Dorothy. Quando passei pelo corredor, vi a empregada.

— Emília — a chamei , quase como um sussurro .

Emília se virou e assim que me viu , abanou a cabeça , com um leve sorriso . — Chegou a tempo — ela me informou e eu fiquei aliviada .

— O Sr Bruce avisou sobre a minha saída ?

— Sim.

— É melhor tirar esse uniforme , e subir para se trocar . Tem uma surpresa para você , acho que vai gostar .

— O que é ?

— Se eu contasse a você , não seria uma surpresa — Emília apraziu . — É melhor subir para arrumar-se .

Surpresas. Não sei bem o que era essa tal surpresa.

Decidi ouvir Emília e subir para o meu novo quarto. Provavelmente haviam tantos quartos ali, que me surpreendia que eu não abrisse a porta errada de um deles.

Havia vestido um vestido amarelo que ia até os joelhos. Era simples, mas possuía pequenos detalhes brancos. Moldei o meu cabelo em duas partes separadas e retirei duas mechas finas . O meu rosto era redondo, como um biscoito. Uma garota em Lawrence me disse que duas mechas finas podiam fazer com que o meu rosto parecesse mais fino. Estava pensando sobre isso, quando alguém bateu na porta.

— Entre — pedi , envergonhada .

Emília deu um passo no quarto com um sorriso . Eu desejava saber como ela ficaria , arrumada com um belo vestido , e os longos cabelos pretos que escondia soltos em camadas . Ela era uma mulher bonita , escondida sob o seu uniforme .

Mas os meus pensamentos foram interrompidos quando o olhar de Emília caiu atrás de mim. Me virei, encontrando o motivo empilhado.

— Emília eu... 

— Aonde os pegou ? — ela inqueriu, se aproximando dos livros .

— Na biblioteca da Sra Hansen...

Emília não se virou e olhou para mim , o que me fez perguntar o que havia de errado.

— Eu sei que me disse para não entrar lá...Mas eu não consegui , me desculpe — mordi o lábio inferior. — Stéfano também estava lá e...Me deixou pegar alguns livros .

— Stéfano ? — ela murmurou ainda de costas .

— Sim , eu...Achei que não tivesse problema . Mas se quiser posso devolvê-los .

Houve um silêncio contínuo. Fiquei imóvel, até a mulher se virar com um olhar acolhedor.

— Eu não quis que entrasse , porque lá há muitas memórias do Sr Hansen e...algo importante realmente. Não sei se Dorothy se incomodaria, por isso peço desculpas — ela confessou, me surpreendendo.— Vamos descer . A sua surpresa já está lá embaixo.

Então Emília desapareceu na porta, muito mais rápido do que entrou. Desci as escadas seguindo-a em silêncio, e abri um sorriso quando vi o homem no meio do recinto.

— Pai ? — ele se virou para mim, e eu corri até ele, envolvendo-o num abraço forte. Quando nos afastamos, comecei a dizer.

— Porquê não respondeu as minhas mensagens ou atendeu as minhas ligações ? Achei que alguma coisa tivesse acontecido , achei que tivesse ido...

Doce Greta Onde as histórias ganham vida. Descobre agora