Primeiro capítulo

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"Eu nunca imaginei que iria sair da cidade onde eu costumei crescer.

É , esse é um pensamento bem pequeno para alguém da minha idade. Se alguém me dissesse meses antes que eu iria perder a pessoa mais importante da minha vida , eu provavelmente faria de tudo para impedi-lo. Mas não tem como escapar do tempo. Não existe uma possibilidade de voltar atrás, e estou aqui arrumando caixas.

A casa onde morei não era muito comparada as casas dos meus colegas. Era uma velha casa de cor lilás , com algumas paredes descascadas. Ainda assim, foi aqui que passei a maior parte do tempo. Tenho tantas lembranças felizes e infelizes durante esse tempo, mas prefiro não guiá-las para alguém que verdadeiramente não poderia ouví-las. Sempre me diziam que eu gostava de imaginar coisas. Acho que é meio isso o que estou fazendo agora.

Tive uma conversa difícil com o meu pai esta manhã. Ele está tão quebrado quanto eu , mas eu o incentivo porque sei que ele não vai me abandonar. Apenas me deixará nas mãos de novas pessoas. Ele acredita que não possa me dar o que eu mereço, mas eu não acredito nisso.

O meu pai é alguém bom. Bom do tipo que lamenta todos os dias o que nos fez passar. Bom , da maneira que trabalhou incansavelmente para mim , e que me permitiu olhá-lo com outros olhos a medida que fui crescendo e aprendendo a amá-lo. Eu não posso mais assombrá-lo pelo seu passado. Só temos um ao outro.

É , acho que só temos um ao outro.

Talvez eu não estivesse preparada para isso. Mudanças sempre levam um pouco de quem somos. Elas arrancam o seu peito, e doem, mas ao mesmo tempo, eu também não sei se conseguiria continuar no mesmo lugar como tenho levado. É uma linha tênue entre esta imensa dor, e não parece ter uma saída.

Eu poderia dizer outras cem mil palavras sobre como me sinto, mas não consigo encontrá-las...

Não tenho muito mais a dizer à partir daqui"

Áudio de Greta Stewart Lawrence , 8 de Agosto de 2010.
                              
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Observei o Jeep vermelho se afastar lentamente da nossa antiga cidade , a cidade onde eu cresci

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Observei o Jeep vermelho se afastar lentamente da nossa antiga cidade , a cidade onde eu cresci.

Toda a Lawrence era bonita. Era irônico que eu gostasse tanto daquele lugar, mas que ao mesmo tempo eu detestasse todas as pessoas em volta dele. Nos últimos meses não havia nada que realmente parecesse interessante ali, nada pelo qual valia a pena. Lawrence se tornou uma maldição, porque guardava as últimas memórias da minha mãe.

— Eu queria ver a sua casa — disse eu, ao meu pai.

O dia estava muito fresco , e o sol estava fraco e escondido. Ainda era muito estranho saber que ele iria morar sozinho com todos os afazeres de uma casa, mas ele era disposto o suficiente para sobreviver.

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