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LUNA

Estava chovendo muito quando cheguei, e eu não fazia a menor ideia do que estava fazendo com a minha vida.

Liguei para Letty, avisando que meu avião já havia pousado e que eu já estava em terra firme, depois eu suspirei. O que faria agora?

Respirei, olhando para cima.

— Com licença — um homem de terno cutucou meu braço, me fazendo desviar o olhar para seu rosto. Ele tinha um sotaque engraçado e um sorriso torto e um pouco amarelado. — Seu nome é Luna?

Pisquei rapidamente.

— Uhh... sim, eu sou.

Ele sorriu, animado, e tirou sua boina, revelando sua cabeleira ruiva e ondulada. Ele estendeu sua mão, a qual eu apertei rapidamente antes de voltar a cruzar os braços, com um pouco de frio.

Ótimo, o senhor Styles está esperando. Posso te ajudar com a sua bagagem?

Assenti, ainda um pouco chocada, e ele pegou a pequena mala de rodinhas que eu arrastava comigo. Harry mandou um carro para me buscar, mesmo sem saber se eu vinha ou não?

Eu segui o rapaz até o carro de vidros escuros, e nós seguimos pela estrada à fora. Eu observei a janela, vendo vastos campos verdes se ondularem pelo caminho enquanto pensava em Harry. De certa forma, eu estava feliz por ter vindo e poder fazer parte disso. Por outro lado, eu ainda pensava no que ele disse.

Não éramos namorados, é verdade. Mas então o que éramos?

Eu nunca tinha colocado um rótulo no que tínhamos, até porque eu nem tinha parado para pensar naquilo. Eu apenas gostava dele, de beijá-lo e de estar com ele, e de... bem, de fazer outras coisas com ele. Mas tentei não pensar nisso para não estragar meu humor. Se Harry iria fazer a tal cirurgia, então eu estaria disposta a fazer de tudo para facilitar as coisas e tornar tudo mais leve. Poderíamos resolver essa questão depois, disso eu tinha certeza.

Quando chegamos no hotel, eu tentei não parecer muito embasbacada com a estrutura do local. As paredes do lado de fora eram todas de pedra e as portas eram de vidro, assim como uma parte do telhado. Do lado de dentro da recepção, podíamos ver o céu e a chuva cair sobre o vidro, formando cascatas de águas turvas que escorriam pelas laterais da estrutura.

O quarto parecia bem mais moderno do que a fachada. Não era só um quarto de hotel, era uma espécie de flat, com cozinha, dois sofás pequenos, uma mesa, lareira e uma janela enorme que ia do teto até o chão em uma das paredes, revelando a vista para um jardim florido e bem cuidado no andar de baixo.

Harry, eu sorri, balançando a cabeça. Apesar de ser bastante humilde para alguém em sua posição social, Harry não gostava de coisas medíocres.

Harry, pensei novamente, agora preocupada. Eu precisava vê-lo.

Procurando por meu celular, eu percebi que havia uma pequena cesta com guloseimas na mesinha de centro, com um papel de carta dobrado ao meio e com meu nome escrito na superfície. Imediatamente, reconheci a caligrafia de Harry.

Se está lendo isso, é porque você veio, o que me deixa extremamente feliz. Essa cesta é pra você, e saiba que eu te espero no quarto 380.

P.S.: Pedi que não me alertassem da sua chegada, então enquanto você lê este bilhete calmamente, eu provavelmente estou surtando no quarto ao lado.

Espero que não esteja cansada demais para me ver.

Com todo amor, H.

Sorri ao ler suas palavras. É claro que não estou cansada demais para te ver, Harold, pensei, guardando sua nota e indo até o banheiro. O voo havia sido rápido até, mas eu precisava de um banho. Eu cheirava a perfume de gente idosa por causa da senhorinha que estava sentada ao meu lado no voo. Ela era gentil, mas seu perfume não.

Good Years || Harry StylesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora