The Diary

12/03/2020 (Continuação)

Assim que paramos em frente ao shopping o vi em chamas e com uma grande parte destruída, zumbis entravam e estava escurecendo.

-O que aconteceu aqui? -Angel perguntou ao meu lado, a olhei.

-Foram invadidos. -Disse e ela suspirou. -Vamos estacionar mais ao fundo, esconder os carros e seguir a pé. -Falei no rádio e fizemos isso.

-O que acha que aconteceu? Quem iria saber onde eles estavam?

-Se forem hostis e pegaram alguém deles podem já saber onde estamos. -Rafa falou e Angel olhou para Matheus, cruzei os braços enquanto esperávamos recarregarem as armar.

-O que não me contaram? -Matheus me olhou. -Terei que descobrir pela Angel?

-Fomos invadidos, conseguimos afastar e matar alguns, mas depois dois carros ficaram circulando o estádio.

-Por isso a segurança redobrada? Porque não me contou antes?

-Meio que não deu tempo. -Disse e eu suspirei.

-Cuidamos disso depois, temos que ir salvar eles, então vamos todos juntos, não se separem, o exército vai pelos fundos.

Mandei e eles correram na frente, olhei para todos e respirei fundo olhando as balas de minha scar, rezei para não ter nada além de zumbis.

Andei na frente olhando em volta, os destroços prejudicavam um pouco o caminho e a fumaça não ajudava na visão, até que o primeiro tiro foi ouvido, combinamos de sempre usar alguma coisa na cor vermelha para não sermos confundidos e o pessoal de Bruno roupas brancas.

Quando vi que estavam de preto comecei a atirar, matei cinco e me escondi atrás de um carro arrumando meu boné na cabeça, olhei para Angel que estava em um prédio, a mandei descer e ela acenou.

A esperei e quando chegou atirei nos zumbis que a seguiram, Matheus estava recarregando junto com Fernando, sempre ficávamos em duplas, Viny estava com Rafa e Thomas com Lucas, Tara estava escondida já que não era boa com armas pesadas e tínhamos que a proteger assim como os outros três médicos.

-Vi cinco, estão espalhados, não sei se juntaram. -Angel falou e eu tentei pensar.

-Me ajuda a subir naquele ônibus. Matheus me dá cobertura. -Disse pelo rádio, corremos abaixadas e Angel segurou meu pé me ajudando a subir no ônibus.

Fiquei de pé e atirei olhando pela mira, mirei no último que estava atrás de um muro, minha mira ficou no buraco onde ele colocava a cabeça para olhar.

-Pronto? -Angel perguntou no rádio.

-Não. -Disse e continuei mirando. -Ele parece estar com sniper, não saiam dos seus lugares enquanto eu não o pegar. -Disse ouvindo os tiros ao longe. -Vamos lá bebê, só a cabecinha.

-Isso soou meio estranho. -Fernando brincou e eu dei um sorriso me agachando.

-Está cansado? Não quer sair para sei lá, tomar uma água? -Provoquei.

-Bela hora de provocar, tem zumbis vindo. -Viny disse.

-Vai se acostumando. -Rafa avisou.

-Vamos lá bebê, não tenho o dia todo.

-Tem unhas para fazer? O que uma mulher está fazendo por aqui? Não deveria estar cuidando das crianças daquele acampamento ou lavando louça?

-Sério que o machismo ainda existe em pleno apocalipse zumbi? Duvida que eu te derroto sem gastar uma bala? -Perguntei e ele deu risada.

-Uma mulherzinha como você? Deveria ter ficado na beira do tanque lavando roupas.

-Quero que vocês fiquem de olho em volta, eu irei descer e o pegar por trás. -Falo pelo rádio e em seguida grito. -Ouviram isso garotas?

-Mal sabe que já matamos vários iguais a ele.

-Está louca! Não é hora de dar lição de moral. -Rafa disse e eu o olhei.

-Sabe como eu sou, machista para cima de mim merece muitos socos antes de morrer.

Disse e desci seguindo para o outro lado, deixei minha arma no chão e respirei fundo.

-Nathy...

-Bú! -Disse atrás dele e quando se virou o desarmei com facilidade o socando em seguida. -Vamos lá, sou apenas uma mulherzinha, levanta daí.

-Sua vaca! -Gemeu com o nariz sangrando.

-O que eu deveria estar fazendo? Ah é, lavando roupa. -O soquei mais uma vez, ele gemeu e me deu uma rasteira me derrubando e ficando por cima, meu corpo já estava dolorido, naquela hora piorou.

-Até que não é de se jogar fora. Vamos nos divertir muito.

-Sinto muito... mas já tenho três pretendentes na fila. -Falei enquanto ele me enforcava, dei uma joelhada no meio de suas pernas e o joguei por cima de mim.

Os dois ficaram de pé e começamos a lutar, desviei de golpes e ele me acertou outros, jogou minha escopeta longe e eu gemi quando fui lançada para o muro o desmanchando, caí no chão perto da arma.

-Muito lenta. -Dei um sorriso. -Mas gostei dos golpes.

-Pois é, o que séries, filmes e jogos de vídeo game não fazem, né? -Falei e peguei a escopeta mirando. -Muito lento. -Disse e atirei em sua cabeça. -Deveria me aposentar. -Gemi me levantando com ajuda de Rafa.

-Deveria parar de querer ser a valente. -Reprovou e eu revirei os olhos.

-Estou bem, vamos logo.

Chamei e seguimos para dentro, atiramos em todos que vemos pela frente.

-Bruno! -Matheus chamou assim como todos.

-Último andar. -Angel disse e seguimos para as escadas, subimos correndo e eu tentei ignorar as dores, depois daquilo iria dormir por longos dias.

-Opa, somos nós. -Disse quando apontaram as armas, Bruno me abraçou. -Muito afeto e já está ficando estranho.

-Obrigado por virem, não restaram muitos. -Falou me soltando e olhei, eram em torno de vinte.

-Disse que poderia contar com nós, Tara e os médicos dão os primeiros socorros, os soldados fiquem de guarda, não vamos sair daqui até todos estarem bem. Angel ajuda eles...

-Já você, trate de se sentar e descansar, assim que voltarmos vai ser atendida pela Tara e será suspensa de seus serviços por duas semanas. -Matheus disse e eu o olhei.

-Sonha...

-Terei que te trancar em seu quarto? -Suspirei e me sentei no chão obedecendo.

-Só porque estou com dores. -Disse o fazendo revirar os olhos.

-Desde quando ele é o vice líder? -Rafa me olhou e eu ergui a sobrancelha.

-Não tem vice líder, esse cargo sempre vai ser seu e sabe disso, mas enquanto as coisas não funcionarem entre nós, esse cargo estará indisponível para qualquer outra pessoa. -Disse e ele suspirou indo ajudar uma criança.

#Homens machistas não passarão