06/04/2020

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Tentei não ficar tão surpresa ou iria ser fácil me ler e descobrir que não estava tão ferida.

-Impossível...

-Sei que não está tão ruim assim, pelo o que eu andei acompanhando, desde que sumiu daquele bar, é muito boa no que faz, como conseguiu se tornar nisso?

-Não estou entendendo...

-Uma arma. Luta melhor do que qualquer pessoa, atira muito bem com qualquer arma, a mira é ótima, a cardio maravilhosa e o melhor, é difícil de morrer, quantos ossos já fraturou? Pelas cicatrizes muitos.

-Mais que a metade, vivo caindo de mais de metros de altura. -Disse ainda tentando processar. -Porque está aqui?

-Não é por escolha, eles me capturaram. Depois que você sumiu seguimos para São Paulo, não encontramos nossas famílias como achamos que ia acontecer, aqueles caras nos pegaram.

-Estavam atrás de mim...

-Sim. Eu sei já que falaram, consegui ganhar a confiança deles para não me matarem, comecei a trabalhar para eles, pegando mantimentos, depois descobriram que ia ser médica e que sou boa nisso.

-Como veio parar aqui? Logo aqui?

-Azar eu acho... fui capturada novamente ano passado, antes do Natal. Já estava aqui quando seu namorado veio, eu quem plantei a mente dele. Sabe os paraquedas que acharam naquele outro dia?

-Os de cima do prédio... foi você. -Disse encaixando tudo.

-Sim, nunca quis o seu mal, nunca me fez mal para fazer isso, tinha que ser durona com aqueles caras, eles eram presos que fugiram e me encontraram, por isso os tratei daquela forma.

-Porque me ajudou? Se não fosse você estaria morta agora.

-Qual é, sabemos muito bem o quanto é escorregadia, não te encontram enquanto você não quiser, se esconde muito bem, então está aqui por que realmente quer estar.

-A cura, existe? -Ela ficou me olhando depois de me dar uma camiseta limpa.

-Sim, não sei como, não me deixam ir para os laboratórios, mas sim existe uma cura, todos os que são zumbis voltarão a ser humanos, claro... os que acabaram de se transformar.

-Então não é global...

-É global, mas não é tão potente, zumbis que se transformaram a anos é difícil de mudar, o vírus está além do sangue, também no cérebro e órgãos, a cura serve apenas para os que o vírus esteja no sangue. Não tão impregnado.

-Quer sair daqui? -Ela me olhou.

-Se eu te ajudar, poderei ficar com você e o seu grupo? No estádio... -Ergui a sobrancelha. -Fui mandada como enfermeira.

-Se eu sair viva daqui sim. -Estendi a mão e ela a apertou. -Angel, me diga que estão escondidos.

-Estamos, está tudo bem? -Eu respirei fundo.

-Já fui tratada, agora vem a parte pior. -Disse e Milla concordou, ela abriu a porta e eu peguei um bisturi apontando. -Onde estou e quem são vocês? -Fingi perder a memória.

-Desmemoriada, melhor ainda. -Um loiro disse e o moreno sorriu.

-Me dê o bisturi, não vamos te ferir. -Milla falou e eu apontei para ela. -Tudo bem, vai dar tudo certo. -Dito isso eu não vi mais nada.

Minha cabeça doía e senti um tapa no rosto me fazendo acordar, gemi e ouvi Angel no escuta perguntando se estava tudo bem.

-Olá, como está? -Olhei em volta e para cima, minhas mãos estavam amarradas e vi que era um cano, voltei meu olhar para Larissa. -Sabe quem sou eu? -Neguei. -Ótimo, perdeu a memória de novo, isso é muito bom, vai ser bem melhor.

Ela cantarolou e Angel não parava de perguntar, eu não falei nada e ela deveria estar pensando que realmente estava sem memória.

-Eu me lembro... -Disse e ouvi o suspiro de Angel, Larissa me olhou. -Estava com um grupo, não sei quem são, apenas sei que fomos atacados, por pessoas deformadas e outras com armas, depois eu não lembro o que aconteceu, só sei que estava em um carro e bati.

-Em um poste, te salvamos. -Disse e eu a olhei. -Aquele grupo, eram do mal.

-Eram? Então porque estou amarrada? Eles não me amarraram... ou eu escapei? -Fechei os olhos me xingando por quase me denunciar.

-Eu vou explicar, você é uma arma, pode não se lembrar, mas luta, atira e bom... consegue sobreviver muito bem sozinha, se não estivesse sem memória iria achar que estava mentindo, mas sei como fica quando está sem...

-Espera, nos conhecemos? -Ela acenou. -Quando? Onde? Meus pais... o que aconteceu com eles?

-Opa, não tente lembrar. -E eu gritei alto. -Merda! Se acalma.

-Está doendo, faz parar... -Dito isso fingi desmaiar.

-O que foi isso? -Ouvi um cara.

-Quando ela tenta lembrar a cabeça dela dói e essas coisas, vamos arrumar tudo, os dois ficam de vigia.

Mandou e ouvi a porta se fechar, Angel disse que estava na hora e eu abri um olho, quando vi que não tinha ninguém e nenhuma câmera olhei para cima.

Estava sem colocar os pés no chão, sou baixa demais. Joguei o meu corpo para o lado e consegui andar pelo cano, bati um pé no outro e a ponta da faca apareceu na ponta da bota, Angel quem fez isso.

Respirei fundo e joguei minhas pernas para cima, arfei por causa da dor em meu corte, me segurei na corda e comecei a cortar com meu pé, gemi baixo quando cai de costas no chão.

Meu ferimento estava sangrando, isso não era bom. Quando cheguei na porta vi sangue embaixo dela, a mesma se abriu revelando Camila.

-Olá... está sangrando. -Disse e eu dei de ombros.

-Não é nada demais, acha que conseguimos abrir os portões?

-Temos um problema, Rafa foi pego.

-Merda! Eles vão vir me buscar, tira os dois daqui que eu limpo o sangue, depois me amarra novamente.

Fizemos tudo muito rápido e ela me prendeu se escondendo quando a porta se abriu.

-Você tem uma visita. -Disse depois de bater na minha cara me fazendo acordar.

Ele me levou dali e seguimos por um corredor, assim que chegamos em outro que parecia ser das celas vi Rafa.

-Nathy! -Gritou tentando se soltar e vi sua perna ferida. -Amor... -Merda.

O que ele estava fazendo ali?

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