07/02/2019

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Fiquei encostada na mesa de armas enquanto esperava por Thomas, ele entrou na barraca segundos depois e eu o olhei.

-O que quer falar? -Levantei a sobrancelha e cruzei os braços.

-Não gostei nada do jeito que falou comigo. -Disse e ele cruzou os braços.

-Me deixou no comando desse grupo, conseguimos mais sobreviventes enquanto estavam de férias em Brasília.

-Vou te lembrar de uma coisa, esse grupo continua sendo meu, salvei a grande parte dessas pessoas, o coloquei como comandante pelo simples fato de confiar em você, mas agora que estou de volta não quer dizer que você vai mandar em mim, sabe que não me dou muito bem com pessoas que fazem isso.

-Nathy... -Levantei o dedo o interrompendo.

-Ainda não terminei. Sabe porque eu pedi para ficar? Para te proteger, porque você é importante para mim, por que é o único que eu confio em cuidar e proteger a minha irmã. Não estava nada bom no Brasil, descobri criaturas horríveis, perdi a memória, briguei com o Rafa, transei com Matheus, briguei de novo com Rafa, por último vi ele sendo levado, lutei e quase morri para no fim o perder novamente, agora estou sem saber o que diabos estão fazendo com ele, o que diabos ele está sofrendo! -As lágrimas transbordaram e Thomas me abraçou. -Eu só quero ele de volta.

-Vamos o encontrar, ele é forte, você é destemida, vai encontrar um jeito de o achar. -O apertei chorando ainda mais.

-Eu o amo tanto. -Chorei e então ficamos assim durante um bom tempo. -Ok, hora de ser durona.

-É essa a Nathalia que eu conheço. -Sorriu e limpou meu rosto, nunca reparei o quanto seus olhos eram claros. -Hora de trazer água para todos.

-Obrigada, por sempre estar comigo. -Disse e ele sorriu, beijou minha testa e em seguida pegou sua arma.

-Para o que precisar. -Prometeu saíndo da tenda.

Respirei fundo colocando minha jaqueta, peguei minhas armas e saí da barraca encontrando com Matheus e Fernando.

-Tudo bem? -Fernando perguntou e eu acenei.

-Tudo, vamos descer, quer vir? -Perguntei e ele sorriu.

-Claro, quero saber o que vamos encontrar lá embaixo.

-Torçam para não ser um ninho de voláteis. -Olhei para Matheus. -O que? É escuro e seco, pode ter.

-Ok, vamos que eu tenho que chamar a Angel. -Disse e segui para onde ela estava com Thomas. -Vamos?

-Angel ficará aqui. -Thomas disse e eu o olhei. -Para cuidar de tudo.

-Tanto faz, vamos antes que escurece.

Descemos as escadas rolante enquanto colocava silenciador em minha arma, acendi a lanterna e Thomas tomou a frente enquanto Fernando ficou na reta guarda.

-Fica no subsolo, chegamos na metade do caminho, mas começou a escurecer e chover, então voltamos. -Thomas sussurrou.

Viramos para a esquerda e depois direita, ouvi alguma coisa caindo e então paramos, olhei para Fernando que estava tenso olhando pela mira noturna.

-Vamos, devagar. -Disse baixo e eu concordei, Thomas voltou a andar devagar olhando em cada buraquinho, fiz o mesmo e então ouvi alguém chorar.

-É uma criança. -Neguei, já ouvi isso antes.

-É um volátil. -Disse e tomei a frente, vi as placas e as segui já que tínhamos que descer para o estacionamento.

Olhei pela mira e vi um andando, tampei a lanterna me afastando, Thomas segurou minha cintura.

-O que foi? -Vi que estava vindo em nossa direção.

-Se escondam. -Disse e ele passou para Fernando, me escondi atrás de uma parede e fiquei olhando pela mira, ele parou em minha frente. -Não se vira... -Implorei e então abriu a boca gritando, atirei cinco vezes e o vi cair no chão, acendi a lanterna.

-Temos um problema. -Fernando falou e olhei para trás vendo mais zumbis e voláteis.

-Corram! -Gritei e Thomas foi na frente, corremos o mais rápido que conseguimos, entramos por uma porta e nos encostamos.

-E agora? -Thomas perguntou.

-Não tem como voltar, se ligarmos as luzes os voláteis fogem ou morrem. -Disse e respirei fundo. -Me diga que estamos perto.

-Honestamente, não sei, nunca viemos até aqui.

-Onde estamos exatamente? -Fernando perguntou e o olhamos.

-Estamos em um andar acima do estacionamento.

-Teremos que descer e o atravessar para o outro lado, descer mais alguns lances de escadas para chegarmos onde queremos.

-Nem vou perguntar como você sabe. -Disse e então tomei a frente descendo correndo.

Atirei nos zumbis que apareceram entre os inúmeros carros, vou em direção a porta e descemos as escadas, chegamos em um pátio, mais a frente vi um lugar cercado, pulei assim como os rapazes.

-Vai rápido. -Fernando disse atirando junto com Thomas, peguei uma lanterna de meu bolso deixando a arma de lado, tentei achar o que estava errado.

-Está sem gasolina. -Disse e olhei em volta, vi um tanque.

Rezava para que fosse gasolina, peguei a mangueira a conectando no gerador de energia e então apertei um botão, começou a fazer um barulho estranho e tudo se acendeu.

-Conseguimos. -Thomas disse e vi os voláteis fugindo e alguns morrendo. -E a água?

-Está apenas desligado. -Disse e apertei um botão a ligando. -Só temos que tomar cuidado para não chamar tanta atenção.

-Concordo, as luzes nem tanto, mas os sons. -Fernando falou e eu suspirei.

-Temos que planejar para irmos atrás de Rafa.

-Penso nisso a cada segundo, parece que estão na Inglaterra, lá é a sede principal, então supostamente devem estar no Palácio.

-A rainha está por trás disso? -Thomas perguntou olhando para uma criança que tentava nos devorar.

-Não sei, nem sei se ela está viva, também não sei se a Sede é lá.

-Então temos que seguir para o aeroporto e depois Inglaterra, lá é mais frio e não sabemos se tem criaturas novas. -Fernando me olhou.

-Temos que mandar apenas algumas pessoas. -Thomas disse.

-Sim, temos que planejar, esperar Matheus se recuperar, ele é um bom atirador e luta muito bem.

-Está o elogiando? Vai chover. -Fernando brincou.

-Sempre reconheci que ele é bom no que faz, só não confessava. Ele se tornou um bom aliado.

-Espero que seja apenas isso. -Olhei para Thomas.

-E é. -Afirmei suspirando e me sentando, estava exausta.

Hummmmmmm e ?

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