27/08/2017

73 4 2
                                    

"Querido diário... estamos exaustos, mas por dentro estou soltando fogos de artifícios, vou dizer o porque."

Acordei com tiros, nem me lembrava de quando eu dormi, só sei que estava no meu carro no meio de um beco. Ao meu lado Rafa estava em um sono profundo, achei que fosse coisa da minha cabeça, lembrei que naquele dia deveria ser o aniversário de meu pai. Feliz aniversário, pai...

Fechei os olhos novamente e então mais tiros.

-Rafa... -O chamei e ele resmungou. -Ei, acho que tem pessoas por perto. -Ele me olhou sonolento e tentei desviar o olhar, é fofo quando acorda.

-Acha que são sobreviventes ou hostis? -Olhei em volta e percebi que ainda estava de noite. Deveria ser umas 04:00.

-Não sei, temos que ver. Eles podem morrer para os corredores.

-Vamos. -Abriu a porta e saímos no meio da chuva, tínhamos que ficar apenas com as facas para não fazer tanto barulho, mas levei a minha pistola e Rafa minha scar.

-Espera, vamos ouvir de onde vem. -Parei no meio da rua e ele olhou em volta me cobrindo. -Por ali. -Corri e ele me seguiu, seguimos em frente por outro beco e eu parei apenas para penetrar a faca na cabeça de um zumbi, o fazendo cair no chão.

-Espera, temos que observar. -Disse me puxando pela cintura e nos agachamos atrás de um pequeno muro. Olhei para as pessoas que estavam com lanternas e atirando nos zumbis, estavam fazendo muito barulho.

-Como vamos chamar atenção deles? São duas crianças. -Olhei indignada e logo vi um cara de mais ou menos minha idade. -Tem mais um.

-Parecem hostis? -Rafa perguntou e eu neguei. -Então grita para eles ouvirem, irei tomar conta de todos que aparecerem.

-Ei, vocês. -Chamei balançando as mãos. -Vem com nós, podemos ajudar. -Gritei e matei um que apareceu na minha frente. -Estão chamando mais deles. -Insisti e eles pareceram pensar, logo correram em nossa direção.

-São do mal? -Uma garota perguntou e eu neguei.

-Não, somos os mocinhos. Vamos sair daqui e depois nos conhecemos. Nos sigam. -Pedi e saímos correndo de volta para o carro, entramos e eu saí dali para uma casa que deixamos como uma pequena base.

-Obrigado... -O cara falou em inglês e eu fiquei o olhando, é bonito e não me é estranho.

-Estamos agradecendo. -A garota falou e eu acenei, pensou que não entendi, acendi algumas velas e fechamos as cortinas pretas que improvisamos.

-São brasileiros? -Ele perguntou.

-Sim, sou Nathalia e esse é o Rafael. -Apresentei olhando para ele que estava sério desde que chegamos.

-Prazer, sou Harry e esses são Sophia e Greg. -Disse sorrindo e eu me derreti.

-Britânicos? -Perguntei para confirmar e ele acenou.

-Qual é a do seu namorado? -Perguntou assim que Rafa subiu as escadas.

-Não é o meu namorado, mas ele deve estar cansado, o acordei quando ouvi os tiros.

-Entendi...

-Olha, vocês podem ficar a vontade, só não fazem nenhum barulho. Comem o que quiserem e podem dormir nos quarto que restaram, tenho que ir dormir porque eu quem dirijo.

-Obrigado por ajudar. -Ele sorriu e eu acenei subindo as escadas, entrei no quarto pegando Rafa sem camisa.

-O que fez aqui? -Perguntei encostando em uma cicatriz nas costas dele.

-Briga de facas. -Deu de ombros e eu passei o dedo por cima. -Estava indo para casa e vieram me assaltar, não sabiam que eu era do exército então brigamos.

The DiaryOnde as histórias ganham vida. Descobre agora