28/08/2017

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"Querido diário... eu vou ter que começar desse jeito todos os dias? Mas voltando, fiquei exausta hoje, irei contar porque."

-Tia... -Ouvi Rafa dizer e eu me desanimei.

-Rafa, finalmente... -Ela se levantou e correu para o abraçar tropeçando em seus pés. -Fiquei com tanto medo que fosse os mordedores.

-Agora vai ficar tudo bem. -Disse a abraçando com a garota.

-Oi, desculpa por achar que fosse minha mãe... Essa blusa é dela, onde conseguiu? -Cheguei mais perto e ela sorriu.

-Tudo bem, ela me emprestou essa blusa antes de nos separarmos.

-Porque se separaram? -Perguntei e senti a mão de Rafa em minha cintura.

-Ela estava enlouquecendo e se tornando perigosa. Não queria parar para beber, comer e nem para dormir. Só queria ficar indo atrás de você sem descansar, Daniele disse que cuidaria dela.

-Sabe para onde elas foram? -Ela sorriu mais.

-Sim, antes de me deixar ouvimos uma transmissão dizendo que tem abrigo no Texas. -Disse e olhei para Rafa.

-Estamos indo para Oklahoma, podemos encontrar ela. -Ele sorriu para mim.

-Ela está indo para Austin. -Lurdes falou e eu acenei.

-Vamos terminar de revistar a casa e chamar todos para dentro, podemos colocar cobertores nas janelas para não vazar luz. -Sugeri.

-Tem uma sala de som aqui. -A olhei, isso queria dizer que era a prova de som.

-Vamos então, devem estar famintas. Rafa dê alguma coisa para elas comerem que vou ver a sala.

Desci e segui para o andar de baixo, olhei por tudo vendo uma porta que pareceu dar para o porão, abri mirando, desci as escadas devagar e acendi a luz.

A sala era enorme e tinha um sofá grande, as paredes eram pretas e a janela estava com uma tinta da mesma cor.

-Quero que todos seguem para o porão, iremos ficar lá essa noite e amanhã cedo voltamos para a estrada. -Rafa falou quando cheguei na porta.

Todos seguiram para lá e eu tranquei a porta da casa, coloquei o sofá na frente da mesma e depois segui para a sala de música, tranquei a porta e desci as escadas vendo todos se acomodarem. Colocamos os colchões que encontramos no chão e algumas crianças já estavam dormindo.

Olhei no relógio vendo que eram 23:00 da noite, fiquei em um canto e a luz se apagou, todos acenderam lanternas e velas.

-Acho que a energia acabou, estamos ficando sem água e energia.

-É... -Falei para ele que sorriu. -Todos estão aqui? -Perguntei pressentindo uma coisa ruim.

-Minha filha, ela... Ela saiu para ir no banheiro e isso faz mais de dez minutos. -Olhei para a mulher que estava quieta em um canto.

-Quantos anos ela tem? -Rafa se levantou e me ajudou.

-Dez, mas ela sabe que não pode fazer barulho. -Eu o olhei e suspirei.

-Vamos subir e buscar ela, todos fiquem aqui. -Falei pegando minha arma e subindo as escadas, olhei em volta e tudo estava em silêncio.

-Uma horda de zumbis está próxima. Podem sentir nosso cheiro. -Rafa falou baixo e subimos para o andar de cima, vi a porta fechada e então bati.

-Tem alguém aí? Está tudo bem? -Perguntei e ouvi alguém chorando.

-Abra a porta para que nós possamos ajudar. -Rafa disse.

-Não... Não tem... Como... -Disse e eu não entendi. -Fiquei presa e... Eu tenho... Claustrofobia.

-Agora fudeu. -Falei baixo. -Arromba. -Olhei para Rafa.

-Vai fazer muito barulho, os zumbis da rua de trás vão vir e chamar a atenção da horda.

-A pegamos e corremos para baixo, a porta é de ferro e esperamos até amanhã para sairmos.

-Tem certeza? -Perguntou e eu acenei. -Não tem alarme nos carros, né?

-Não, estão como uma barreira então temos que nos preocupar apenas com os da rua de trás.

-Como eles conseguem ouvir até mesmo um sussurro? -Ele perguntou e eu dei de ombros. -Ei, se afasta da porta. -Disse para a garota.

-Você a pega no colo enquanto eu fico com a arma. -Falei e ele suspirou.

-No três. -Falou alto para a menina. -Um... Dois... -Ele me olhou e eu respirei fundo. -Três. -Disse e chutou, a porta continuou do mesmo jeito. -De novo. -Falou e tentou novamente.

-Os dois. -Falei e quando ele contou nós chutamos, o barulho foi alto, então ele a pegou no colo e descemos as escadas comigo na frente, na janela da cozinha tinha alguns que assim que nos viram começaram a socar, porque ela não estava com madeira igual as outras eu não sei, mas logo a mesma foi quebrada fazendo mais barulho. -Rápido.

Disse descendo as escadas, ele entrou e assim que entrei tranquei a porta. Pedi para ficarem em silêncio e encarei a porta de ferro em nossa frente, ouvi passos lentos e alguns gritos que me apavoraram. Na porta começaram a bater e ouvi grunhidos, senti as mãos de Rafa em minha cintura me puxando para trás em silêncio.

Andamos até um canto e nos sentamos, fiquei em seus braços tampando os ouvidos para abafar o barulho, escondi meu rosto no peito dele até tudo acabar.

29/08/2017

"Não me lembro quando que peguei no sono, minha letra ficou horrível, mas prosseguindo..."

Acordei quando ouvi algumas crianças rindo, senti que Rafa também estava rindo e o olhei.

-Bom dia. -Sorriu beijando minha testa.

-Bom dia, sabe se tem alguém lá fora? -Me espreguicei ouvindo tudo estalar.

-Não ouvimos mais nada e se tivesse algum já teriam tentado quebrar a porta.

-Porque pedi para todos ficarem quietos se é tudo a prova de som? -Me lembrei.

-Foi na hora do desespero, falou sem pensar.

-Vamos acordar todos e comer alguma coisa, traçar uma rota para o posto mais perto e depois seguir viagem.

-Tudo bem. -Me levantei e o ajudei.

Fizemos o que eu falei, depois de comer alguma coisa e brincar com as crianças, para distrair, nós abrimos o mapa para ver onde estávamos e onde iríamos.

-Sua tia vai com Safira e sua prima com Ed. -Falei e ele concordou. -Vamos aqui ver se ainda resta alguma coisa, podemos ir na lojinha também pegar alguns suprimentos assim não precisamos procurar nas casas.

-Tudo bem, se por acaso não tiver nada podemos seguir para esse que está na esquina da frente. -Rafa apontou e eu concordei.

-Quero que todos fiquem aqui para eu e Rafa ver se está tudo seguro, quando estiver chamo todos. Vão em silêncio para os carros que vieram e seguiremos para o posto.

-Não se percam e não fiquem para trás, antes de ir eu com Nathy iremos verificar a casa para ver se não esquecemos nada. -Rafa completou. -Coloquem as coisas no bagageiro e entrem nos carros fechando as portas, os motoristas irão fechar tudo e seguir viagem, tia vai com Safira e Leila com o Edmund.

-Vamos... -Chamei e abri a porta olhando para as escadas, senti a mão de Rafa em minha cintura depois de fechar a porta. -Tomara que tenhamos sorte e não encontrar nada.

-Eu sou muito sortudo. -Sorriu e me deu um selinho subindo na frente. Eu quem não sou...

Vish, com toda certeza Nathy não é sortuda kkk

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