Maze Runner: The Girl of WCKD

5. Return

POV MINHO

Quando vi Thomas entrar no Labirinto antes das portas se fecharem de vez praguejei. Ele devia ser maluco ou muito corajoso, talvez os dois. 

Sentei no chão sem esperanças e ele me olhava preocupado como se tivesse percebido o que fez.

- Parabéns, você acabou de se matar. -disse a ele.

- Eu.. -ele parecia perdido.

Olhei pra cima e o sol estava sumindo já, logo anoiteceria e os Verdugos viriam nos comer vivos. Pensei em minha vida curta na Clareira, não era boa mas não era ruim.. sentiria falta de Newt mesmo aquele trolho me enchendo o saco, das gororobas do Caçarola e de uma porção de coisas idiotas. 

- Se achou que estava sendo um herói ao se enfiar aqui, você errou feio.. apenas é um suicida prestes a morrer. -falei sem o mínimo de esperança.

- Mas.. se conseguirmos passar uma noite aqui.. -ele disse olhando pros lados.

- Olha aqui seu trolho. Esse é o fim da linha sacou? Estamos mortos, se eu fosse você correria pra tentar alongar um pouco mais nosso fim de mértila. -me levantei sem paciência.

- Mas.. e o Alby? Não podemos deixa-lo. -o pirralho insistiu.

Olhei meu amigo no chão, os sinais da picada começavam aparecer, os olhos estavam fechados como se dormisse mas o corpo dava pequenos sobressaltos de vezes em vezes, as veias começavam a ficar mais visíveis e manchas se espalhavam, uma baba escorria de sua boca. 

- Ele não vai sobreviver sem o soro da Transformação.. chegamos tarde. Ele já esta morto igual a nós fedelho. -virei as costas e comecei a correr. 

Sabia de cor o caminho entre os muros, o Labirinto mudava todas as noites mas eu o mapeava a 3 anos procurando uma saída. Meus pés corriam como se soubessem o caminho a seguir, nem eu sabia na verdade.. sabia onde daria e pior.. sabia que não havia saída. O plano era me manter correndo ao invés de esperar a morte sentado. 

Olhei para trás e nada do garoto, ele tinha ficado com Alby.. era um pateta mesmo. Alby esta condenado como eu e ele, é uma mértila mas é a verdade. Segui correndo quando ouvi algo, aquele barulho de novo.. que plong. 

Me arrependi a cada segundo de ter encontrado aquela coisa "morta", estava correndo e vi um dos Verdugos imóvel, fingindo de morto aquele desgraçado.. quando chamei Alby pra ver aquilo, ele atacou e Alby foi picado. Por incrível que pareça o filho da puta foi embora logo depois.. como se não ligasse pra mim. 

Arrastar Alby e tentar carrega-lo por quilômetros foi terrível, sabia que não chegaríamos a tempo mas eu não podia deixar ele pra trás. Se eu soubesse.. nunca teria o trazido pra cá.. é que nunca tínhamos visto um Verdugo morto e realmente ele não estava.

Meus músculos começavam a se contrair pela corrida, eu estava acostumada a correr quilômetros por dia mas não daquele jeito.. não com o medo entrando por minhas veias a cada segundo. Eu sabia que ia morrer e era difícil fazer meu cérebro aceitar, afinal eu não tinha vivido 3 anos nessa droga de Clareira pra morrer assim.

Minho.. pode me ouvir? -ouvi a voz da garota em minha cabeça.

Por alguns segundos foi como uma dose de serotonina injetada em minhas veias, ouvir sua voz e saber que eu não estava sozinho. Tentei me concentrar e dizer que sim, eu podia ouvi-la mas eu nem sabia se eu podia fazer aquilo.. era ela que era bizarra e podia falar em minha cabeça.