4. Variables

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POV LYANA

O dia tinha sido completamente tedioso, tinha passado a manhã toda recolhendo tripas de animais e não sei como não vomitei. Era o pior trabalho da Clareira em minha opinião, matar pobres animais e retalha-los em vários pedaços.. achava melhor passar o dia limpando privadas do que vendo aquilo mas enfim, era o trabalho do dia. Apenas torcia para que Alby percebesse que aquilo não era pra mim.

Chuck me fez companhia, ele limpava o chão nojento do celeiro onde os retalhadores e eu passamos a maior parte do tempo. O lugar cheirava a mofo e podridão, era difícil armazenar as carnes dos animais em bom estado sendo que não tinha como resfriar então o cheiro era de embrulhar o estômago.

Na hora do almoço sentei com Chuck e seu amigo Thomas, o outro era bem na dele.. diferente do mais novo que amava tagarelar. Thomas parecia sempre perdido em teorias e pensamentos, ele mal prestava atenção nos papos do garoto que sentava ao nosso lado. 

- E foi assim que eu e Thomas quase morremos antes de ontem.. eu não imaginava que era o Gally lá no banheiro.. achei que ele ia estripar a gente. -Chuck terminou a história.

Engoli o purê e observei Thomas com o olhar fixado nas portas pro Labirinto, parecia tentar resolver um enigma sem fim. Assenti e dei um sorriso a Chuck tentando fingir que achei interessante sua história.

- Realmente perturbador.. -ri fraco.

- É.. teve sorte de Minho te defender hoje.. Gally não ia ter pena de você. Óbvio que o Alby ia ficar furioso mas no máximo ia jogar ele no amansador e você ia passar mais umas noites na enfermaria. -o menino fez uma careta.

- Por que acha que Minho fez aquilo, Lyana? -Thomas perguntou do nada.

Me surpreendi em ouvir sua voz, era raro ele falar ou perguntar algo, principalmente pra mim. 

- Hum.. eu realmente não faço ideia.. talvez não goste de covardes. Ele mesmo disse que estava de saco cheio com o Gally a dias, não deve ter sido por minha causa. -respondi raspando o prato.

- É, Gally é de fato um otário.. mas não sei, faz pouco tempo que estou aqui e não conheço bem o Minho mas ele parecia furioso. -Thomas respondeu.

- Acho que Lyana conquistou o coração de pedra do Minho. -Chuck fez uma piada e riu.

Thomas apenas deu de ombros e eu acabei por rir, a ideia era hilária. Minho e eu não tínhamos nada a ver um com o outro, ele parecia me odiar.. ainda mais pelo nosso contato mental, me achava bizarra. 

- Acho bom a gente voltar ao trabalho.. e a propósito, como está sendo na Horta? -Chuck perguntou ao amigo.

- Chato, mas prefiro lá que com os retalhadores.. embora não pareça trabalhar na Horta é pesado.. vai ver amanhã Lyana. -Thomas torceu os lábios em desaprovação.

- Boa sorte.. -Chuck riu baixinho.

- Uau, vocês me motivam tanto.. adorei almoçar com vocês. -falei ironicamente e acabei por sorrir.

Levei os pratos até um tipo de cesto que Caçarola usava pra facilitar levar pra cozinha depois das refeições e os garotos se levantaram, a maioria dos rapazes se dispersavam também, era hora de voltar as tarefas diárias.

Maze Runner: The Girl of WCKDWhere stories live. Discover now