Maze Runner: The Girl of WCKD

21. Oasis

POV THOMAS

Pareciam horas andando, mas eu imaginava que era exagero. Brenda ia na frente e Newt ia mais devagar por causa da perna, uma era mais curta que a outra, destacando infelizmente uma fraqueza na questão mobilidade do loiro.

Diminui o passo para acompanhar meu amigo.

- Thommy, o que acha que vai ter nesse Refúgio Seguro? Camas descentes? Travesseiros de pena? Comida farta? -Newt supos num tom de brincadeira.

- Eu imagino um belo sofá, chuveiro com água quente, talvez direito a um pudim? -sugeri entrando na onda.

Ouvi um riso de deboche vindo de Brenda.

- Vocês são tão superficiais.. não ter que lutar para ser curado de uma doença maldita já devia ser um ótimo refúgio para vocês. -ela disse de forma pontual.

Engoli em seco. Por um lado fiquei estressado que ela não havia levado na brincadeira como nós, por outro me senti culpado.. afinal ela tinha razão. Por mais que estivéssemos traumatizados éramos imunes ao Fulgor.

- Desculpe. -foi o que consegui dizer.

Newt me olhou com pesar e Brenda nem me respondeu, apenas aumentou o passo.

- Parece que achamos uma lata velha, tomara que tenha combustível ainda.. -a garota disse animada e se aproximou.

Era uma peça grande de lataria coberta de um musgo, nós nos aproximamos todos e ela puxou um tipo de maçaneta abrindo uma porta. O barulho foi grande, estava ruindo pelo movimento de abrir pelo visto pela primeira vez em tempos.

Um cheiro nada bom saiu de lá, Brenda botou a cabeça pra dentro checando e se sentou numa espécie de banco caindo aos pedaços.

- Entrem no nosso humilde carro.. -ela debochou.

- Você sabe dirigir essa coisa? -Newt teve coragem para perguntar.

Ela fez uma careta e revirou os olhos.

- Homens sempre prepotentes. Óbvio que sei, meu pai me ensinou.. antes de morrer pra essa doença maldita. -ela suspirou.

Aquela palavra "pai" me trouxe um amargor na boca. E acho que ela percebeu que tinha tocado num assunto dolorido para mim e Newt.

- Vocês.. não se lembram mesmo dos seus pais? O nome, o rosto? -ela perguntou sem coragem para nos olhar.

Eu entrei no veículo, sentando ao lado dela e Newt sentou no banco de trás.

- Nada, zero informações. Eu literalmente só me lembro que me chamo Newt, sem lembranças de família, casa, amigos. Nada além do labirinto e dos meninos que viveram comigo lá. -respondeu o loiro.

Eu sentia sua voz pesar, nunca tínhamos conversado sobre, eu achava que só eu me preocupava em não me lembrar de detalhes assim, tão importantes.

- Uma vez.. eu tive um sonho. Logo quando cheguei no labirinto. Vi o rosto de uma mulher, ela tinha uma expressão de medo e terror.. estava tentando proteger um garotinho de um homem. Eu sempre penso se aquele era eu.. e o que havia acontecido. -confessei encarando Brenda.