19. Just come back home

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POV LYANA

[1 dia depois]

Jorge tinha firmado um acordo com Thomas, ele iria ajuda-los a passar pela cidade deserta até o destino "ponto de cura" onde eles acreditavam ser o fim de tudo, caso chegassem lá. Aquelas mentiras todas me arrepiavam, eu sabia que nunca era o fim dos planos do CRUEL, muito menos da mulher loira. Afinal eu tinha desenhado e projetado A Prova de Fogo.

O problema principal era que tínhamos nos disfarçado no meio dos cranks conhecidos de Jorge e Brenda, alguns deles eram bem agressivos e faziam qualquer coisa por comida. Então para atravessarmos a cidade até as montanhas onde Teresa secretamente o esperava com o grupo B, teríamos que passar despercebidos pelo resto dos cranks, quanto mais gente pior seria.

Em resumo, teríamos que nos livrar dos cranks que Jorge havia forjado uma amizade. E tenho certeza que eles não vão gostar de ficar para trás.

- O plano é o seguinte muchachos.. disse a eles que não confio em vocês e que irei mata-los um a um nas ruínas de uma igreja, é um pouco longe daqui. Eles devem ir para lá para comerem o suposto resto de vocês, enquanto isso fugiremos para o lado oposto, a estação de metrô. -Jorge anunciou enquanto cutucava os dentes com um palito.

- E por que simplesmente não diz a eles que vai nos ajudar? Você é o líder.. eles devem te respeitar, não? -Thomas questionou.

Jorge riu com deboche e Brenda revirou os olhos como se Thomas fosse a criatura mais burra que já tivessem conhecido.

- Eles não respeitam ninguém hermano, estão na fase de transição para a loucura desatada. Quando a fome e o dano cerebral permanente acontecer eles não vão dar a mínima se sou amigo deles ou não. -Jorge disse como se não se importasse.

Observei Minho de canto de olho, ele havia saído de perto dos garotos e olhava a vista pela janela suja do prédio que estávamos. Me aproximei buscando uma chance de pelo menos que ele olhasse para mim por alguns segundos.

- Por favor não chegue perto de mim. -ele disse sem tirar os olhos da vista.

Meu coração apertou, Paige tinha mesmo acabado com qualquer confiança que ele tinha em mim.

- Eu só queria conversar.. responder suas perguntas.. porque não pode ser que acredita mesmo que fiz aquilo com o Winston de propósito.. -o encarei.

Ele se virou bruscamente me olhando e só notei raiva e magoa nos olhos escuros.

- Nunca mais repita o nome dele, você não tem essa permissão. Tirou tudo dele, a esperança, a vida.. tudo isso sem piedade, eu vi os seus olhos quando fez tudo aquilo.. eles tinham razão desde o início você era uma espiã. Alby tinha razão, eu nunca devia ter confiado em você.

Não consegui dizer nada, um choro dolorido e forte se instalou travando minha garganta. Já não bastava a culpa dolorosa que eu carregava de ter feito o que fiz com Winston.. e Minho ainda tinha que dizer tudo isso? Eu entendia sua raiva e desconfiança, mas doía da mesma maneira.

- Você pode me odiar o quanto você quiser, só tome cuidado com quem realmente finge ser seu amigo. Sei que não acredita em mais nada que digo, mas acredite uma última vez. -olhei em seus olhos.

Ele me ignorou e saiu. Lágrimas finalmente puderam escorrer de meus olhos com liberdade. Esse desprezo todo que ele sentia por mim me machucava de tantas formas, que nunca saberei explicar em simples palavras.

Senti alguém me segurar pelo braço com força e notei ser Aris, os cabelos compridos e negros, uma franja cobria a testa, a pele branca vampiresca reluzia no sol.

Maze Runner: The Girl of WCKDWhere stories live. Discover now