20. Pain

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POV LYANA

Respirei mais calma e ele retirou a mão de minha boca. Não havia nenhum um ponto de luz naquele cômodo e isso incomodava meus olhos.

Ouvi passos se aproximarem do lado de fora, o frio na barriga era inevitável. Senti a mão de Minho pegar a minha e apertar com força, na hora o que eu mais gostaria era poder ver seu rosto e decifrar o que se passava em sua mente.

- Jorge nos enganou! Aquele idiota. -ouvi a voz de uma mulher reclamar do lado de fora.

- Quieta! Eles podem estar por perto, estou com fome.. -uma voz masculina disse.

Os passos ficaram bem mais audíveis na água que pisavam. Senti algum inseto andando em meu braço e mesmo com nojo fiquei estática.

- Eu estou com mais fome que você. Se acharmos um, eu não vou esperar cozinhar. -a mulher exigiu e os passos cessaram.

Engoli em seco a informação e fechei os olhos rezando para que não entrassem ali. Eles voltaram a andar e foram mais a frente, logo que os passos se afastaram soltei o ar pela boca.

- O que vamos fazer? -perguntei virando o rosto para onde eu imaginava que Minho estava.

- Precisamos dar o fora daqui, mas eu preciso achar Newt e Thomas primeiro. -ele soltou minha mão.

- Certo. Eu vou com você.

Ele tateou as paredes cobertas de pó e abriu a porta, o corredor era menos escuro mas a visão ainda estava terrível. 

- Não, você não vai.. -ele disse e consegui ver seu rosto como uma sombra.

- Como..como assim? São meus amigos também. E se algo acontecer..? -me defendi.

- Seus amigos? Você matou um de nós, não confiamos mais em você, eu nem sei se seu nome é mesmo Lyana. -ele riu de modo triste.

Pisquei demasiadas vezes assimilando o que ouvi e novamente, eu não podia julga-lo. 

- Eu sinto muito.. de verdade, do fundo do meu coração. Eu nunca quis enganar ninguém, ou machucar.. eu fui forçada a fazer aquilo Minho. Eu nunca pensei em machucar Winston. -as palavras fugiram de minha boca.

Por alguns segundos ele ficou em silêncio e eu também, sabia que estava proibida de falar com ele, principalmente falar sobre o que aconteceu mas foi mais forte que eu.

- Eu queria tanto acreditar em você. -as palavras pareciam muito sinceras.

- É a única coisa que eu te peço Minho, acredite em mim. Eu posso explicar tudo uma hora, não agora mas uma hora eu vou. E você vai compreender tudo.. 

- Mas não posso Lyana.. eu realmente não posso mais comprometer a segurança deles por você, não me importo comigo e sim com eles, são minha família. Infelizmente estar perto de você significa o oposto de deixa-los seguros. 

Aquilo soou como facas em meu peito mas apenas assenti com lágrimas nos olhos, afinal.. ele não poderia ver. 

- Eu compreendo. -foi o que consegui dizer com a voz embargada.

Por segundos era como se nada valesse mais a pena pra mim, mas me mantive pensando naquilo buscando um amparo em suas palavras por mais duras que fossem. Eu tinha que conseguir salvar Thomas do plano de Ava, consequentemente salvando todos os garotos.

- Vamos achar seus amigos, depois eu vou embora. -falei firme.

Ele não respondeu e me seguiu no túnel escuro que se estendia.

POV THOMAS

Tudo que eu queria era finalizar logo a maldita fase 2 do CRUEL e provar que éramos dignos de viver em paz. Mas no momento estávamos em um buraco sujo e apertado no meio de uma antiga estação de metrô.

Maze Runner: The Girl of WCKDWhere stories live. Discover now