Capítulo 07

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Não deixem de ler o aviso no fim do capítulo.✔️


Ele bem que podia ter me cumprimentado.


Tento mais uma vez conter o ar lotado de germes e bactérias, sendo em vão. O espirro sai desenfreado seguido de outros, e mais outros até não restar mais nada de incômodo dentro do meu nariz.

Puxo o oxigênio novamente aos pulmões, enfim podendo respirar direito. Pisco algumas vezes, dispersando as lágrimas que acumularam na beirada dos olhos e volto a varrer o pátio empoeirado.

Não consigo entender como esse lugar suja tanto. É rodeado de plantas. A rua a frente é asfaltada. Quase não passa carros e mesmo assim ainda é um dos lugares da casa que mais junta pó.

Depois de um tempo finalmente termino tudo. Deixando o chão tão limpo a ponto de parecer que foi trocado.

Com a coluna dolorida dirijo-me para dentro da casa. O ruim dos serviços domésticos é que você fica todo quebrado por fazer diversos movimentos que exigem bastante do corpo.

Com muita dificuldade sento-me a mesa na companhia dos poucos que acabaram seus afazeres na limpeza.

— O que adianta a casa ter ganhado mais um doador sendo que não pode contratar alguém para limpar isso tudo. — Reclama Camille brigando com os próprios fios de cabelos rebeldes que caem sobre o seu rosto.

— Porque somos muitos e damos conta do serviço. O dinheiro que seria usado para pagar alguém é poupado para emergências futuras. — A diretora entra no cômodo segurando o balde com água suja em um dos braços e no outro, o rodo com o pano encardido.

Ouvindo isso Camille para de reclamar no mesmo segundo. A mesma abaixa as vistas e parece recordar-se do momento aterrorizante que tivemos a alguns meses atrás.

Se Emma não tivesse dinheiro poupado, a Alícia provavelmente teria ido a óbito. Lembrar disso me traz a aflição e o desespero daqueles dias tempestuosos. Espero nunca mais termos que passar por algo semelhante.

— Fazer faxina nem é tão ruim assim. — Kevin comenta desencadeando várias risadas dos presentes na cozinha.

✯✯✯

Escoro o ombro e encosto a minha cabeça no batente da porta. Imediatamente os músculos relaxam e meus pés agradecem por não terem mais que sustentar o peso do corpo.

Estava a tanto tempo em pé que já não aguentava mais. Terminamos a faxina na casa a alguns minutos atrás. Como precisava me sentar e descansar um pouco acabei vindo para cá. Meio que sem notar.

Respiro fundo sentindo o fraco vento passar. Fazendo-me fechar os olhos por breves instantes antes de tornar a abri-los. Meus olhos caem na família de pássaros coloridos.

Ambos pulam de galho em galho emitindo sons alegres. Parece uma família muito feliz. Um sorriso me escapa e desaparece no mesmo instante em que a tristeza corta o meu peito.

Por mais que eu tente não me pôr para baixo, às vezes se torna impossível. Ver essa linda família me faz ter uma certa inveja deles. Não aquela maldosa. Mas sim a de ter alguém para me dar um abraço caloroso.

Dar-me proteção mostrando quais caminhos trilhar. Que só de olhar perceba ter algo de errado comigo. Que é capaz de enfrentar o mundo por mim.

Sem me dar conta, algumas lágrimas escapam e rolam por minhas bochechas. Levo as mãos ao rosto limpando-as. Desvio os olhos dos pássaros.

— Ah, como eu queria ter uma família. — Sussurro em meio as lágrimas que ameaçam a cair novamente.

— Ter o quê? — Alguém pergunta.

Te Guiando No SubúrbioWhere stories live. Discover now