Capítulo 13

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Amante das estrelas


O incômodo de Maizom por estar entrando às escondidas neste lugar silencioso e enorme, é bastante visível em sua face e gestos. Vê-lo dessa forma, é engraçado.

Por ser acostumado a seguir as regras, e a defender quem é prejudicado por pessoas que não as cumpriram, entrar em uma pista de patinação de gelo sem autorização é difícil para ele.

Apesar de não estar confortável com a ideia, o mesmo nada diz. Apenas me acompanha em direção a entrada do gelo. Sou o primeiro a pisar na pista, seguido por ele.

Enquanto vou para o meio Maizom permanece do lado, segurando nas barras metálicas para não cair. Notando que ele não sabe patinar me aproximo.

— Se você quiser, posso te ensinar. — Me olha e nega com a cabeça.

Suspiro fundo sentindo o desânimo dar as caras. Poxa! Eu trouxe ele aqui para se divertir. Com o mesmo parado igual a uma estátua, segurando nas barras de apoio, qual é a graça, então? Porém, não irei desistir.

— Sei que nada que eu disser irá te fazer mudar de opinião... — Com um movimento rápido seguro as suas mãos e o puxo para o meio da pista.

— Me leva de volta à borda, Eric! — Ordena sério.

— Não! Não vou fazer isso. Se quiser voltar para lá, vai ter que aceitar a minha ajuda em querer te ensinar a patinar nessa maravilha aqui. — Seu rosto torna-se ainda mais duro enquanto mantém uma das sobrancelhas arqueadas.

Não queria falar nesse tom com ele. Maizom precisa aprender a se soltar um pouco. Estou tão perto dele, a ponto de ver com maiores detalhes a beleza dos seus olhos. O marrom-claro, assemelhado a cor de chocolate desbotado, prende-me a eles por poucos segundos.

Volto a realidade e noto Maizom me encarando ainda com a sobrancelha levantada. Dessa vez, parece questionar o porquê de eu estar olhando-o. Para ser sincero, nem eu sei.

— Tá bom, já que não quer aprender... — Começo a soltar os seus braços vendo-o demonstrar preocupação.

— Não me solta! — Suas mãos agarram com força os meus pulsos me impedindo de mover

— A escolha é sua. — Libero um risinho vitorioso.

Maizom fica em silêncio, parece pensar. Logo depois, suaviza a expressão e respira vagarosamente, voltando a me olhar.

— Ok. — Cede derrotado.

Meu sorriso se alarga. Ele afrouxa os dedos, permitindo as minhas mãos escorregarem pelos seus braços cobertos pelo tecido do terno, e ir de encontro às suas.

Um arrepio surge, quando sinto a sua pele gélida. Não sei se é por ele estar receoso ou se esse gelo é característica sua.

— Separe mais as pernas e endireite os ombros. — Instruo e o mesmo obedece.

Com cuidado, passo a conduzi-lo ao longo da pista. Não demora muito e Maizom já consegue ficar de pé sozinho, movendo pequenas distâncias.

Estou bastante impressionado com a sua rapidez em aprender. Não é à toa que ele é excelente na profissão que exerce.

— Parabéns, senhor Howard! — Aplaudo sorrindo, observando-o de longe.

O som das minhas palmas ecoa pelo salão. Ao me ouvir pronunciar o seu sobrenome, o mesmo aparenta surpresa. Porém, ela passa ligeiramente e ele volta a mover-se lentamente.

Ficamos um bom tempo rodando em círculos, sobre o gelo iluminado pelas luzes que acendi quando entramos. Toda vez que passo por ele, faço questão de chegar bem pertinho fazendo-o desequilibrar brevemente. 

Te Guiando No SubúrbioWhere stories live. Discover now