ALERTA DE GATILHO: há uma parte no cap, propensa a incomodar leitores sensíveis.
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Usado— Por que me desenhou? — A felicidade dele é drasticamente substituída pela profunda tristeza e meu coração aperta.
Pelo tom de voz, este demonstra não ser digno de tal arte.
— Porquê você me ajudou a quebrar a minha visão preconceituosa a respeito dos ricos. — A vergonha surge.
Eu sei, a frase soou idiota. Entretanto, eu realmente não fazia a mínima ideia de como poderia deixá-la menos tola.
— É, a pessoa com grana menos mesquinha que conheço. — Levou tempo para eu perceber.
Lanço-lhe uma piscadela divertida. Maizom sorri fraco. E, isso é o suficiente para notar que ele não se considera um ser humano íntegro.
— Maizom eu não sei como é a forma que você alto se julga. Mas tenho plena certeza, de que não é nada parecido com a personalidade desprezível do homem que inventou de si próprio.
A surpresa retorna a seu rosto. E, eu sorrio novamente por está vendo ele levemente corado, pela primeira vez.
— Talvez você tenha razão. — Pisca de volta desviando o rosto para o desenho.
Esse é o Maizom que conheço. Nunca dá o braço a torcer. Acabo rindo alto da sua tentativa fracassada de esconder o rubor nas bochechas.
— Obrigado! — Agradece.
Sorrio e mordo os lábios enquanto o observo também sorrindo, ainda que sutilmente.
Mostro e explico cada desenho feito nas paredes. E, notar a sua atenção nas palavras ditas por mim, me faz pronunciar tudo com maior entusiasmo. No começo quando quis trazê-lo, fiquei com receio da sua reação ser negativa. De não dar importância.
Cada desenho representa um momento da minha vida. Desde os mais difíceis aos mais alegres. Ver o seu cuidado ao tocar os traços com medo de desmanchá-los, deixa claro que fiz o certo em mostrar o meu Canto de Paz a ele.
Sempre que não estava bem, costumava caminhar pelos bairros abandonados. Foi assim que encontrei este prédio.
De algum modo estranho, sinto que Maizom me entende e a necessidade de mantê-lo sempre perto, cresce a cada dia, segundos e horas. E isso, me desperta o medo. Porém, ainda assim, a dependência desenvolvida pela sua presença é maior.
Ainda não consigo acreditar que fiquei vários dias longe dele.
Passamos um bom tempo conversando sobre desenhos. Até ensinei Maizom a fazer um. Eu gostei do resultado. Já ele, fez graça dizendo que se fosse para viver de arte, passaria necessidades, pois não tem talento.
Ri e expliquei-lhe que nascendo com dom ou não, qualquer um pode se tornar excelente no que faz. Basta se dedicar que o resultado será notório. Entramos novamente no elevador e aperto o botão para descermos.
— Como descobriu este lugar?
— Ah, — Escoro na parede metálica ficando de frente para Maizom. — é uma longa histó...
Corto a frase no instante em que as luzes começam a piscar. Olho para Maizom que me encara de volta. Subitamente, o barulho de metal chocando-se contra o outro, toma o espaço e o elevador freia bruscamente quase nos arremessando ao chão. Retomo o equilíbrio e colo as costas na parede fria.
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Te Guiando No Subúrbio
RomanceVencedor do THE WATTYS 2022 🏆 Abandonado recém-nascido em um orfanato, Eric Evans aventura-se por toda a cidade através de buscas incessantes e muitas vezes perigosas, tendo que lidar com a frustrante falta de pistas concretas que possam levá-lo a...