Capitulo 21

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Correndo em passos firmes, pude sentir os olhares curiosos das outras pessoas sobre mim. Paro para descansar, me encontrando na frente da sala aonde o rei Arthur decide o futuro do reino. Bato duas vezes.

— Entre.

Abro as portas e ele está sentado sobre uma cadeira, totalmente despojado e com papéis em suas mãos. Vê-lo daquele jeito, o deixou ainda mais sexy do que o de costume.


— Anya, Anya... era com você mesmo que eu queria falar. — Diz jogando os papéis sobre a mesa e subindo suas mãos se alongando — Saberia me dizer o porque a rainha se recusa a sair dos seus aposentos hoje? — Se levanta e vem andando em minha direção, me intimidando — Se era para ficar estonteante em saber que ganhamos a guerra?
— Como poderia saber? — Seus olhos fixados nos meus pareciam saber que estava mentindo.
— Não sei, estava colocando-a para dormi não era? —Junta suas sobrancelhas se aproximando ainda mais de mim.
— Posso ir para fora do reino? — Digo rapidamente com os olhos fechados na esperança que trocasse de assunto. Então ele se distancia, fazendo-me abrir os olhos. Começa a olhar para o chão procurando uma resposta, até que leva suas mãos até o rosto, coçando seus olhos. Parecia não crer nas minhas palavras.

— Você está brincando, não é? — Começa a rir ironicamente.
— Eu quero visitar a moça que avisou sobre o meu sequestro.
— Exatamente! Lembre-se que acabou de ser sequestrada e assim como James, várias pessoas a amariam ver morta. — Abaixo minha visão ao lembrar de James. — Você não vai.
— Por favor Arthur, eu preciso muito. Poderia também levar comida e presentes. Vou ao seu encontro e coloco as mãos em seu peitoral.
— Você não vai, Anya. Pare de ser mimada! — Diz rude.
— Você sabe que a última vez que tentou me proibir de sair, não foi como o planejado. — Digo franzindo a testa.
— Para mim saiu melhor do que o planejado — pega no meu queixo — Foi a primeira vez que vi seu corpo totalmente nu naquele lago. — Sorri malicioso.
— Por favor! Irei com 10 soldados se assim desejar. — Suplico.


Ele abafa e suspira, fazendo sinal com a cabeça, me dando permissão. Então um sorriso vem sobre meus lábios e o beijo na bochecha, saindo dali.

Horas depois...

Subo no cavalo acompanhada de quatro guardas do rei. Cavalgamos por um longo tempo até que chegamos na humilde casa que me socorreu. Bato na porta delicadamente e minutos depois sou atendida pela bela moça que me recebe com surpresa.

— Princesa! — Abre um sorriso.
— Vim lhe agradecer pelo o que fez por mim, ... — Falo em um tom de dúvida, em busca de saber seu nome.
— Me acho Mery, alteza — Diz sorrindo.
— Obrigada Mery!
— Vem, entre.

Naquela tarde conversamos sobre o que aconteceu naquele dia. Contei sobre o porquê vim tão desesperadamente para sua casa.

— Que bom que sua porta já foi consertada Mery.
— Sim, o papai consertou rápido. — Diz uma bela criança de aparentemente 2 anos, saindo do quarto.
— E você é? — Falo sorrindo.
— Carol.
— Parece o nome da rainha — Fico feliz por estar aqui.


Apesar de ser totalmente bem recebida e conversar com a moça que me ajudou, pude sentir que a mesma se privava muito do que iria me falar, parecia que tinha medo de falar algo errado. Estava desconfiada. Direciono meu olhar para o lado direito e vejo que muitas coisas estão guardadas em caixas grandes.


— vão se mudar?
— Não é nada de mais — Se agita.


Minha feição começa a ficar mais séria e minha testa a franzi, quando vejo algo muito familiar nas roupas que tem dentro da caixa.


— Bem, já tirei muito do seu tempo. Mais uma vez obrigada. — Tiro-me de meus pensamentos para partir dali.
— Obrigada pela visita princesa, até mais.

Assim cavalgo rapidamente de volta para o reino de Glinder. Ansiosa para ver o rei. Quando chego, o procuro em todos os cantos. No andar de cima pude vê-lo em baixo. Sentado em um banco no jardim, pensando. Saio em passos rápidos, descendo as escada e finalmente chegando no andar de baixo. Meu sorriso logo é consumido por insegurança quando vejo a rainha andando lentamente até ele, que a observa. Ela sorri forçadamente, como se estivesse prestes a chorar. Então ele se levanta e a abraça.
Nunca. Nunca havia visto Arthur ser carinhoso com ninguém. Raramente era comigo. Ver aquela cena fez nascer um sentimento novo em mim. Uma insegurança tão grande capaz de me fazer simplesmente sai daqui. Nada mais podia fazer até porque, são marido e esposa. Os reis de Glinder. Ando lentamente pelos corredores. Entrando em meu quarto, suspirando. Sento-me na minha cadeira e fico a pensar. O que eu esperava? Que ele se separasse e fosse somente meu?

Como sou ingênua em achar essas possibilidades reais. Nada conheço sobre o amor. Lágrimas delicadas caem. Só queria que Arthur me falasse algo, ou me desse um sinal que eu tenho pelo o que lutar. Se vale a pena pensar em uma solução para nós. Suas ações mostram que tem sentimentos por mim, mas eu precisava que ele me contasse. Que ele me falasse que minha euforia não é sem sentido. Que seus sentimentos eram mais do que prazer e luxo. Começo a lembrar de suas palavras ditas essa manhã e soam como martelo em minha cabeça. Mesmo que ele fale algo, o que iria mudar? Não se casaria comigo. Gabriel iria ficar arrasado e a rainha iria ser apedrejada. Me apaixonei pela a única pessoa que deveria ficar longe. Ouço uma batida na porta, fazendo-me limpa as lágrimas e virando-me.

— Por que está chorando? — Diz Gabriel, surpreendentemente entrando no quarto. Ele nunca esteve aqui antes.
— Para algumas pessoas, os pensamentos são o que aprisionam e torturam.
— Desculpe ter sido tão ríspido... — Diz vindo ao meu encontro e abraçando-me — ...eu estava preocupado.


Seu abraço me confortou quase que perfeitamente. Seu cheiro doce ecoava sobre o local como essências perfumadas. Fecho os olhos para melhor apreciar a sensação, porém quando os abro vejo que sua roupa tem um detalhe incrivelmente familiar. As roupas de Gabriel eram praticamente todas com o mesmo estilo. Geralmente claras e com tecidos delicados. Então meus olhos se abrem mais do que o costume e me afasto bruscamente dele, entrando em transe, com a boca entre aberta.

- Algo estar errado, Anya?

O olho franzindo a testa. Lembro-me desse tecido da casa de Mery, era a mesma estampa. Lembrando-me bem do sentir o cheiro que ecoava na casa, o que era facilmente doce. Pontos estavam sendo ligados na minha cabeça como se eu estivesse entendo agora todas as palavras que James falava contra Gabriel.

— Ele disse que seu coração era de outra pessoa e eu não acreditei. — Digo suspirando
— Como assim Anya? — Chega mais perto de mim.
— Gabriel — O olho nos olhos — Carol é a sua filha?

Eleabre os olhos nitidamente extasiados. Parece que acertei precisamente nasminhas especulações. James me alertou várias vezes sobre as farsas de Gabriel.

O rei tirano Where stories live. Discover now