Capítulo 8

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Todos começaram a se arrumar para a festa do rei James e eu estava pronta, deitada na minha cama esperando somente a hora em que Ana iria entrar naquela porta para levar-me. O dia parecia bom, Arthur não havia tentado nada comigo e iria ter uma festa fora desde castelo, permitindo assim que eu tome um pouco de ar. Porém, ele não saia da minha mente, dos meus pensamentos.

Sinto um arrepio em toda a minha perna quando lembro dos seus toques dentro de mim, assim, fecho os olhos e deixo a boca entre aberta. Começo a passar minha própria mão nos meus cabelos, fazendo carinho, então desço a mão para o meu pescoço lembrando de cada vez em que Arthur o tocou brutalmente. Sem me conter desço a minha mão para os meus seios e os tocos. Estavam enrijecidos devido a cada lembrança que eu estava tendo.


Quando ouço batidas na porta. Abro os olhos, assustada e com o meu coração batendo rapidamente, pois se tivessem entrado sem bater, poderiam ter pegado uma cena constrangedora.


— Senhora Albana, irei lhe levar ao baile. — A voz de um soldado desconhecido fala, do outro lado da porta.
— Onde se encontra a minha serva?
— Ela já foi, senhora.
— Como? sem mim? ela não faria tal coisa — Pergunto confusa.
— Pois assim foi feito, peço que se apresse. Já começou a festa na mansão Mont.
— Já irei — Falo franzindo a testa e estranhando esse comportamento dela. Não me incomodo de ir depois, contudo ela nunca fez isso. Levanto da cama e arrumo meu vestido.
Olho para a cama e não sei como explicar o sentimento que estava sentindo, parecia nervosa por ir me encontrar com o Arthur, que já estava na festa. Talvez eu só tenha cansado de tentar contrariá-lo, tenho que entender que aqui não é meu reino. Por enquanto.

Queda de tempo

Chegando à festa, vejo todos muito bonitos. Moças com vestidos deslumbrantes, sendo cortejadas por rapazes formosos e carinhosos. Parecia um sonho. Tudo aquilo mais parecia um baile do que uma festa, pensava que ia ser algo mais animado, mas precisava dessa leveza. Algo que me relaxasse.
Sinto então mãos carinhosas pegarem minha cintura, por trás, e dando um longo beijo em minhas bochechas. Sentindo tal cheiro pude logo reconhecê-lo, abrindo um largo sorriso. Viro-me para ele, abraçando-o.


— Ah Gabriel – Fico feliz.
— Vamos entrar para a dança? — Faz carinho nos meus cabelos próximos do rosto.
— Vamos.


Olho para o meio do salão onde todos estavam dançando a dança principal, aquela que todos trocam de par e dançam juntos. Olhando para todos antes de entrar para a dançar e posso ver o rei, do outro lado do salão. Ele me olhava fixamente, e eu para ele, fazendo meu coração disparar, como eu o odeio por fazer-me sentir-se assim. Paro de olhar quando ele vira o seu rosto, rindo debochado para o outro lado.

Começo assim a dançar com todos do baile. Cada um dançava do seu jeito e com os seus ritmos. Rir e me divertir em cada cavalheiro em que era a vez, quando chegou a vez do príncipe Gabriel pegar minha mão e conduzir-me para uma dança agitada e divertida. Assim, quando a música mudou, indicando que estava na hora de trocar de cavaleiro, começou uma música calma e delicada, como lewis ross – not that you're gone. Viro-me e dou de cara com o novo parceiro.
Todo resto parece que some e só consigo vê-lo, o rei, na minha frente fazendo reverencia para assim começarmos a dançar. Me inclino para frente fazendo o mesmo. Depois ele chega perto de mim e pega minha mão a levantando, com a outra pega em minha cintura, fazendo nossos corpos colarem e encacharem. Tudo isso faz olhando em meus olhos, fazendo minha respiração ficar ofegante e nervosa. Assim, a música começou e damos o primeiro passo. Suas mãos fizeram gestos suaves e assim deslizamos pelo salão. Sua expressão não estava ameaçadora e nem assustadora, parecia que estava feliz e sem problemas em mente. Me tira de meus pensamentos se distanciando pouco para que me fizesse rodar e logo me tomou em seus braços novamente.
Tento tirar meus olhos dele para que não venha a me chamar de mais palavrões, por pensa que eu estivesse a dar mole. Mas quando olho para o lado ele me cola ainda mais em seu corpo e tira sua mão da minha cintura colocando em minha cabeça para que ela se encostasse em seu peito, fazendo isso, logo voltou a sua mão para minha cintura. Aquilo tudo estava me fazendo sentir protegida, como pode? Me sentir protegida aos braços de quem estava a me fazer medo?
Começo a pensar em todos os palavrões que ele me dirigiu e em todos os seus assédios, me fazendo querer sair daqueles braços, mas como explicar? eu não conseguia sair dali. É como se tivesse um imã em nossos corpos de polos opostos, nos atraindo. Meu coração estava tão violado e machucado que eu estava cansada de lutar contra ele. Sabe aqueles dias em que eu só quero levantar bandeira branca para todos os problemas para poder regenerar as energias? este era o dia.
Quando subo a minha visão e olho a rainha dançando com o rei James, com os olhos de ambos repousados em nós, me afasto de seus braços e a música acaba com todos batendo palmas.


— O que será que a rainha deve estar a pensar? — sussurro somente para mim.
— O que você está pensando? — Diz, me fazendo olhá-lo rapidamente, mas saindo de perto dele se misturando com os outros.
— Princesa, aonde vai? — Diz Ana muito eufórica, me parando dos meus passos rápidos.
— Vou procurar Gabriel, afinal, porque não me esperou para vimos a festa juntas? aconteceu algo?
— Não tenho tempo de explicar-lhe princesa, mas pode vir comigo? quero lhe mostrar uma coisa com grande urgência.
— Claro, mas pode me explicar?
— Chegar lá eu explico — Pega minha mão, me puxando com rapidez para longe de todos. Chegamos a uma porta. Ela abre e lá está um quarto pequeno com várias coisas de limpeza e ferramentas em cima de uma mesa.
— Um depósito? — Digo a rir — O que tem de urgência em um deposito?
— Entre comigo, vamos ficar um pouco aqui dentro. —Então nos duas entramos e fechamos a porta. A olho e está suando, praticamente se tremendo.
— O que você tem Ana?
— Me perdoe, minha amiga, fui forçada e ... — Para de falar bruscamente, quando escutamos batidas fortes na porta.


A olho assustada, procurando explicações. Ela abre a porta e assim pude ver, compreendendo um pouco de todo o seu medo

— Arthur?
— Ana, pode sair! – Diz dando um espaço para que ela saia e assim faz. Logo em seguida entra no depósito. Fechando a porta. Nos prendendo lá. Juntos e sozinhos.

O rei tirano Where stories live. Discover now