Capítulo 7

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Passei a noite em claro, pensando no que aconteceu noite passada. Não sei como me permitir sentir prazer por um homem tão asqueroso quanto Arthur. Como poderei deitar-se com Gabriel na nossa noite de núpcias, sabendo que o seu próprio pai havia me tocado com tanta indecência. Estava devastada, me sentindo suja e culpada por ter permitido tal situação. Estou na cama vendo o sol iluminar o quarto, porém não pretendo levantar da cama hoje.

Ele passou de todos os limites e ainda ousou falar que serei seu novo brinquedo. O que quer dizer? agora vai assediar-me sempre que quer e não poderei fazer nada? eu o odeio e sei que ele me odeia, não sei por que quer-me desse jeito.

TOC TOC — ouço batidas na porta

— Princesa? — Diz minha única salvação

— Pode entrar — Sento-me na cama e ela entra com toda a sua velocidade pulando em cima de mim, me abraçando.

— Fiquei com muito medo de que o rei a tivesse matado amiga, meu coração estava apertado e não consegui dormir — lágrimas aparecem nos seus olhos, me comovendo e fazendo-me choramingar também.

— Quem me dera, Ana. — Digo saindo de seus braços e limpando minhas lágrimas – Ele fez algo muito pior que isso. — Olho sua expressão preocupada e conto — o rei tocou-me...

— Anya... como assim? ele lhe violou ao ponto de...

— Não, ainda estou pura e intacta. O pior é que eu não sei o que aconteceu comigo, não resistir aos toques dele. Como encararei o príncipe de novo...

— Calma amiga, temos que nos preocupar agora é que ele não vá fazer isso de novo.

— Como fugirei do rei?

— É... - Diz sem solução.

— Eu gostei. – Exclamo, direta e sincera

— Gostou de quê?

— De ser tocada por ele... não sei se foi só luxuria e desejo. Mas por uns minutos, seus toques brutos me tiraram de mim.

— Anya, ele é o pai do seu noivo, casado e odeia Albana. Já pensou que ele pode estar fazendo isso para castigar seu pai?

— Como assim?

—Tirar sua pureza para que não possa mais se casar, assim não ter mais aliança e outra guerra começar...

Suas palavras ecoaram em minha cabeça como gotas caindo na água parada e tranquila. Não tive reação, não sabia o que pensar, pois aquilo que ela me falará fez todo o sentido. Não se pode esperar menos de um Glinder.

— Desculpe-me a franqueza, mas... — A interrompo.

— Você está certa, obrigada por abrir meus olhos, aquele homem está brincando comigo da pior forma, e não deixarei que fique assim. — Me levanto da cama, indo ao banheiro — Você vem? Temos muito do que me arrumar...

Com o passar das horas, eu já estava perfumada e arrumada. Tinha colocado meu vestido mais descoberto que achei. Ele era aberto em uma das pernas e possuía um grande decote nos seios.

— Tem certeza? — Pergunta Ana.

Afirmo com a cabeça colocando uma última dose de perfume e saio do quarto, que ainda estava sendo vigiado pelos mesmo guardas de ontem.

— O que estão fazendo aqui? — Falo raivosa.

— São ordens do rei, não deixar que qualquer pessoa entre em seus aposentos. — Diz sem olhar para o meu rosto.

— Qualquer pessoa?

— De cunho masculino... — Engole seco.

Saio o mais rápido de perto deles possível, sem acreditar que agora seria vigiada. Quando me casar com Gabriel como isso vai ficar?

Andando até o jardim para espairecer. Posso ver soldados reunidos, indo a caminho da sala do trono, o que era mais estranho era que suas vestes representavam um reino inimigo.

— Eles vinheram tentar negociar com o meu pai, para que não seja necessário guerra — Levo um susto ao ouvir a voz de Gabriel em minhas costas.

— Que susto me deu! — Pego no meu peito para calma-se — Mas eles precisavam de tantos homens?

— Então... é isso que queremos entender. — Sua expressão fica séria.

— Está preocupado?

— Sim – olha em meus olhos — Porque eles viriam em busca de tentar manter a paz depois que nosso casamento foi confirmado para os outros reinos?

— Por medo?

— Pouco provável, mesmo nossos reinos juntos ainda haveria chances deles ganharem.

— São tão fortes assim?

— Fortes não, calculistas e políticos. — Suspira.

O olho, mostrando preocupação. Quando vejo Arthur do outro lado do jardim, conversando com um homem estranho do reino inimigo. Logo tomo inciativa, redireciono meu olhar para Gabriel e o abraço fortemente, mostrando afeto e carinho para todos que possam ver, principalmente para o rei. Gabriel me segura e cheira meus cabelos dizendo:

— Só você para dar-me a paz que preciso... — Tiro minha cabeça do seu ombro e o olho nos olhos.

— Obrigado por ser gentil. - afirmo

— Não se engane, não sou tão bom assim — Me puxa para o nosso primeiro beijo.

Nossos lábios se tocaram. Nos beijamos para que todos vissem que estávamos apaixonados e firmes. Aquele beijo era carinhoso, atencioso e molhado. Enquanto beijava-me, carinhos eram feitos em meus longos cabelos e assim damos um sorriso entre beijos, mostrando felicidade por aquilo finalmente ter acontecido.

— Agora posso ver que este casamento não é só uma aliança política. — Diz um homem ao lado do rei, este me olhava com caras de poucos amigos.

— Rei James de Stewwart — Fala o príncipe se reverenciando e repito seu gesto.

— Prazer em conhecer-te princesa Anya de Albana. — Diz o suposto novo aliado, pegando minha mão e beijando-a.

— O prazer é meu, alteza — Lanço meu doce sorriso para ser amigável.

— Espero ver o casal em minha festa que darei na cidade, no casarão de Mont.

— Todos nós estaremos lá — diz o rei desconfiado.

— Príncipe, pode me apresentar o castelo?

— Claro, Stewwart. — Fala deixando-me sozinha com Arthur.

— Com licença — Falo assim que meu futuro marido sai, fazendo gesto que também me retiraria.

—Tão indecente em plena luz do dia. Não faça o meu filho enjoar de você desse jeito. Sendo tão fácil. — Coloca suas mãos para trás e faz sua cara de quem quer brigar.

— O meu futuro marido, pode me tocar o quanto indecente ele quiser e o horário que ele desejar... — Digo dando as costas para o rei que puxa o meu braço.

— Não esqueça de ontem Anya, ou terei que mostrar-te a quem deve obedecer? — Fala olhando para os lados verificando se alguém estava perto.

— Vou casar-me com o seu filho, me deixe em paz

— E eu já sou casado, queria — direciona seu olhar a mim — e não ache que eu não notei o quanto suas roupas estão me desafiando agora. — Solta o meu braço, me deixando sozinha no jardim.

— A quem quero enganar... —Sussurro — Não posso lutar com o rei...— Lágrimas começam a cair no rosto e não consigoevitar.

O rei tirano Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz