Capítulo 5

4.4K 400 36
                                    

— Quem ele pensa que é para falar comigo dessa maneira?!

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

— Quem ele pensa que é para falar comigo dessa maneira?!

Andei nervosamente por todo o quarto, enquanto eu estava quase explodindo de raiva.

Tenho que pensar em uma nova maneira de sair daqui o quanto antes, não aguento nem mais um minuto com esse cowboy mal educado.

Saí dos meus pensamentos quando alguém bateu na porta. Curiosa fui abri-la e dei de cara com um menino que tinha aparentemente uns 8 anos.

— Moça, mandaram chamá-la para o jantar.

Olhei para ele sem interesse e revirei os olhos entrando novamente no quarto.

— Não estou com fome. —ignorei o garoto e me joguei na cama.

Ele por outro lado, se aproximou de mim, e deu longo sorriso, olhei com testa franzida para ele.

— Do que você está rindo?

— A senhora é muito bonita. —declarou.

Sorri convencida para ele, e me levantei da cama, ficando em sua frente.

— Obrigada. Mas eu já sei disso. —estendi a minha mão para ele. — Meu nome é Cecília, e o seu?

— Théo. —disse ao apertar minha mão.

— Está bem, Théo. —dei de ombros. — Avise que já desço para o jantar.

Théo assentiu e saiu correndo do meu quarto, fui tomar um rápido banho, e procurei um vestido preto.

A maioria das roupas que eu trouxe eram pretas, afinal, essa dor denunciava meu estado emocional em relação a isso que papai fez comigo.

Assim que me arrumei, me olhei no espelho, e respirei profundamente antes de descer.

Quando cheguei na sala de jantar, quase dei meia volta ao ver o idiota do Afonso sentado.

Mas fiz a coisa mais sensata, ergui minha cabeça e sentei na cadeira próxima a mesa, recebendo o olhar de todos sobre mim.

Notei que o jantar ainda não havia começado, de certo estavam à minha espera.

Ninguém falava nada, até que uma empregada que eu não conhecia ainda, chegou junto à Marta trazendo o jantar.

Acredito que ela seja apenas um pouco mais velha do que eu.

— Maria. —a voz grossa e ao mesmo tempo rouca de Afonso preencheu todo o ambiente, sua atenção estava focada na tal empregada. — Não precisa nos servir.

Ela piscou algumas vezes para ele, em seguida sorriu bobamente igual a uma tonta

Que clichê, a empregada com o patrão.

— S-sim. —disse ela, em seguida franziu a testa. — Mas porquê?

De repente, os olhos de Afonso recaíram sobre mim, só então pude perceber que os seus olhos erão tão escuros.  Mas pouco me importava.

— Quê foi?! —perguntei impaciente com o olhar dele sobre mim.

— Você que irá nos servir. —informou de uma vez, fazendo com que todos me olhassem.

Eu mal pude acreditar em suas palavras, tanto que uma alta risada me escapou.

— Sabe. —ergui a sobrancelha para ele. — Você tem um ótimo senso de humor.

Ele sorriu de lado para mim, e aproximou seu rosto do meu, me fazendo afastar minha cabeça bruscamente para trás com a sua súbita aproximação.

— Não foi uma piada.

— O QUÊ?! —gritei incrédula, levantando-me da mesa. — Mas nem morta!

— Senhor, não tem problema. Nós podemos servi-los. —pediu a tal da Maria.

— Viu? É ela quem irá nos servir, afinal ela é paga para isso, não?

Afonso olhou para Maria, e negou com a cabeça, voltando sua atenção novamente para mim.

— Minha palavra é apenas uma. —afirmou me olhando sériamente. — Se eu disse que VOCÊ irá nos servir, é porque VOCÊ irá nos servir, Barbie!

Aquilo só podia ser brincadeira.

Eu, Cecília. Filha de um grande empresário, servindo jantar para um bando de caipiras?

Nem morta!

— Eu me recuso! —cruzei os braços, e olhei sériamente em sua direção. — Nem você e nem ninguém irá me obrigar!

— Afonso, isso é mesmo necessário? —Leila tentou argumentar.

— Vamos lá, Barbie. —ergueu as sobrancelhas de maneira desafiadora para mim. — Ou nos serve, ou passará mais dois meses aqui.

Bufe com ódio e pisei os pés com força no chão, minha vontade era gritar de raiva.

Com certa brutalidade, puxei a bandeja das mãos de Maria, e comecei a servir Leila.

Quando cheguei na vez de Afonso, não suportei ao ver um sorrisinho idiota em seus lábios.

Sem pensar duas vezes fingi tropeçar, e derrubei o café em seu colo.

— Está maluca?!—esbravejou levantando-se rápidamente da mesa, tirando sua camisa.

— Desculpe, foi sem querer. —tentei fazer a cara mais inocente que eu pude.

— Você fez de propósito! —acusou.

— Claro que não! —me defendi. — Foi um acidente, eu já disse.

Ele olhou para mim com um olhar mortal, mas eu pouco me importava. Ele não sabe com que se meteu.

Todos olhavam incrédulos em nossa direção.

— Você. —rosnou, apontando o dedo da minha direção. — Vá para o seu quarto agora mesmo!

Olhei indignada para ele, ele acha que manda em mim?

— Você não manda em mim! —rebati, Afonso olhou furiosamente para mim.

— Ou você sobe agora ou eu posso lhe garantir que vai se arrepender!!!

Bufei e subi saí pisando duro, chegando no quarto tranquei a porta.

Eu estava com tanta raiva, ele realmente achava que era o meu pai para falar comigo daquela maneira?

Para extravasar a minha raiva comecei a socar a cama com força, só parei quando minhas forças se esgotaram.

Permiti que meu corpo caísse no chão encostado na cama.

— Porcaria!

Se a mamãe estivesse viva tenho certeza que eu não estaria aqui. Meu pai me mandou para cá, sem dúvidas como desculpa para livrar-se mim.

Sou apenas um estorvo para ele. Dei um longo suspiro, nesse momento senti meus olhos marejarem e uma lágrima sorrateira escorrer.

À enxugo com certa brutalidade e me levanto do chão, ficando de frente para o espelho.

Observei meu reflexo por alguns minutos e ergui minha cabeça, de maneira firme e decidida.

Eu sou uma Monteiro, e uma Monteiro nunca foge de nada.

Se esse Afonso acha que pode fazer o que bem entender comigo, e achar que eu vou apenas aceitar de cabeça baixa, ele está muito enganado.

Eu vou transformar a vida desse homem em um inferno. Ele não tem ideia do que lhe aguarda.

Os Brutos também Amam [COMPLETO]Where stories live. Discover now