Capítulo 9

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— Não acredito que estou chorando por causa daquele imbecil! —enxuguei os meus olhos com um pouco de força

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— Não acredito que estou chorando por causa daquele imbecil! —enxuguei os meus olhos com um pouco de força.

Eu estava trancada em meu quarto andando de um lado para o outro já fazia um tempo.

As palavras de Afonso foram duras, porém realistas. Nunca me senti tão impotente como hoje, na verdade só teve uma única vez que me senti tão inútil, que foi exatamente no dia da morte da mamãe.

Foi doloroso demais quando recebi a notícia da morte dela, eu me sentia culpada por de alguma maneira não poder salvá-la.

Quando ela descobriu sobre o câncer já estava em um estado totalmente avançado, de nada adiantou todos os tratamentos que lhe foram feito, pois no fim das contas eu acabei à perdendo.

Mamãe era gentil, meiga não havia uma pessoa que não amavasse aquela mulher.

Soltei um pequeno suspiro e me sentei na beirada da minha cama.

— E aqui estou eu, chorando igual a uma idiota. —bufei cruzando os braços. — Quer saber? Verdade ou não, pouco me importa o opinião daquele ogro.

Expulsei qualquer tipo de pensamento da minha mente e me deitei na cama, eu estava tão cansada que só bastou fechar os olhos para que o sono me dominasse.

[...]

No dia seguinte acordo ao sentir uma grande luz invadir o meu quarto, abro os olhos e me deparo com Afonso abrindo as janelas.

Me assusto e me certifico que estou vestida.

— Seu tarado! —exclamei fazendo com que ele olhasse para a minha direção, Afonso logo revirou os olhos.

— Qual a queixa dessa vez? Barbie.

Bufo raivosamente

— Você não deveria entrar no quarto de uma dama sem permissão! —informo, ele sem perder tempo solta uma gargalhada.

Afonso, então começa a olhar para todos os lados parecendo procurar algo. Me irrito.

— O quê você está fazendo?

Ele parou a sua atenção em mim e ergueu uma sobrancelha para mim.

— Estou procurando a tal dama, oras. Ah faça-me o favor, você não é o tipo de mulher que me interessaria.

Me levantei da cama bruscamente e fui em sua direção ficando frente à frente com ele.

— Você é um... Um... Dissimulado!

— Chega de falatório. —me olhou sériamente. — Hoje você começa a trabalhar.

— Como? —franzi a testa sem entender.

— Não achei que você fosse surda. —revirou os olhos. — Achou o quê? Que você faz o que bem quer e não tem consequência?

Afonso soltou essas palavras e deu alguns passos na minha direção, nossos corpos estavam quase colados, olhei sem desviar para os seus olhos que escuros.

Me afastei abruptamente dele, voltando a realidade.

— O quê você quer dizer com trabalhar?!

Ele riu.

— Se troque, e não demore estou te esperando lá em baixo.

Abri a boca para lhe fazer mais perguntas, no entanto, ele saiu do meu quarto.

O quê será que ele está aprontando?

Resolvi tomar um banho rápido, assim que eu estava pronta desci. Na sala só estava Afonso, provávelmente à minha espera.

— Vamos. —disse ao me notar.

— Eu não vou a lugar nenhum com você, até você me dizer o que você realmente quer de mim.

Afonso me olhou duramente, mas eu não desviei os meus olhos, permaneci o encarando, se ele acha que me intimida está bem enganado.

— Você vai tirar o leite da vaca.

Arregalei os meus olhos, e o olhei incrédula.

— Você só pode estar louco! —me irrito.

— Ou isso, ou terei que ligar para o seu pai, talvez ele aumente a sua estadia aqui por uns 5 meses o quê acha?

Trinquei os meus dentes, sentindo a raiva me invadir e passei raivosamente por ele pisando duro, eu quase podia sentir o sorrisinho dele.

— Tome. —ele me entraga um balde.

Olho para aquelas vacas, sem evitar uma careta.

— Afonso, você não pode fazer isso comigo! —olhei suplicante para ele que pouco se importou.

— Não só posso, como vou. Agora para de reclamar e ao trabalho! Daqui a pouco volto para ver como você se saiu.

Logo ele foi embora me deixando aqui nesse lugar sozinha. Fiz uma careta ao me aproximar de uma vaca que parecia estar me encarando.

— Oi, vaquinha... —comecei temerosa. — Olha, eu nunca fiz isso, então por favor me dá uma ajudinha?

Ótimo, cheguei ao ápice da loucura, conversando com uma vaca.

Obrigada, papai.

Reuni toda a coragem que eu não tinha e me aproximei dela cautelosamente. Me abaixei e à todo o instante não desviava a minha atenção dela.

Quando eu estava pronta para começar ela começou a se me mexer, um pouco assustada me asfasto rápidamente e acabo caindo com a bunda no chão em meio a lama.

— Ai que raiva! Afonso você me paga!

Já fazia uns dez minutos que todas as minhas tentativas falhavam. Eu já estava desistindo quando ouvi a voz de Afonso atrás de mim.

— Mais é uma imprestável mesmo! —me olhou com raiva. — Nem para isso você serve.

Me levantei raivosa.

— Não ouse falar comigo dessa maneira!

Ele se aproxima de mim me olhando sériamente.

— Acho que você não entendeu ainda, barbie. —aproximou o seu rosto do meu. — Aqui quem dar as ordens sou eu e você apenas obedece. Então, vá agora mesmo limpar o estábulo.

— Eu odeio você. —confessei extasiada de raiva.

Ele sorriu aproximando ainda mais seu rosto do meu, e por poucos segundos notei que os seus olhos se desviaram para os meus lábios, mas logo voltou a olhar para os meus olhos.

— Não se preocupe, é recíproco. Agora vá de uma vez, que hoje o dia é longo.

Saí pisando duro dali, eu nunca fui tão humilhada em toda a minha vida. Eu odeio aquele homem, ah como eu odeio ele!



Os Brutos também Amam [COMPLETO]Where stories live. Discover now