" Fui mais um nas suas mãos Não sei se por carência ou falta de opção Só sei que eu senti amor Que pena, só eu senti amor."
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Era sempre assim, Gabriel aparecia na porta dela no meio da noite, eles faziam sexo, aquele ato carnal e puramente em busca de satisfação não poderia ser descrito como amor, não para eles. Mas antes do dia amanhecer ele ia embora. Dessa vez, no entanto, Sn não estava disposta a ser tratada como uma qualquer na vida do jogador. Ela estava apaixonada por ele e não queria mais se submeter aquela situação.
- Isso foi bom para caralho, cada vez melhor. - ele pronunciou, respirando fundo e saindo da cama. - Está tudo bem com você?
Gabriel vestiu a cueca, enquanto Sn permanecia em silêncio.
- Sn?
- Não.
- Eu te machuquei? Fui muito bruto?
- Está fazendo isso nesse momento. - ela sentou-se na cama, puxando o lençol e se apoiando no encosto da cama, observando Gabriel se vestir.
- Sn, a gente já conversou sobre isso. - sussurrou, sentindo uma pontada no peito ao vê-la enxugar as lágrimas. - É apenas sexo... uma amizade colorida.
- Não para mim.
- Eu gosto muito de você e das nossas conversas, gosto da gente na cama.
- Mas não me ama. - completou. - Só quer alguém para se satisfazer, então tanto faz quem seja a da vez.
- Você está exagerando.
- Eu preciso de um tempo sozinha.
- Sn, você não pode está falando sério...
- Gabriel, vai ser melhor assim, não está me fazendo bem essa situação e eu já me machuquei demais.
- Sinto muito, essa nunca foi minha intenção. - passou as mãos na cabeça.
Ele tinha sentimentos pela empresária e tinha medo de admitir isso. Seu último relacionamento havia sido horrível e abusivo, não se sentia pronto para ter algo sério com ninguém e deixaria ela ir embora se essa fosse sua vontade.
- Vai embora da minha casa.
- Tudo bem, eu vou voltar quando você estiver mais calma.
- Acho que você não está entendendo, Gabriel, acabou, seja lá o que a gente tinha, não existe mais.
- Sn. - pronunciou o nome dela, aflito com a possibilidade de perder aquilo.
- Achei que eu era o bastante. - disse com lágrimas nos olhos. - mas não fui pra você.
- Isso não é verdade, sabe disso, eu só estou com você, por mais não seja um relacionamento sério.
Ela se levantou, caminhando pelo quarto e vestindo uma camiseta.
- E aquela modelo com quem você foi para a festa do Neymar? Aquela que eu encontrei no seu quarto depois?
- Foi apenas uma vez, tinhamos uma amizade colorida e até minutos atrás, eu pensei que estava tudo bem com relação a isso.
- Gabriel, você me procura as onze da noite e vai embora logo depois que nós transamos. - acusou. - Fui apenas mais uma, não sei se por carência ou falta de opção.
- Não, venho até aqui porque gosto do tempo que passamos juntos, você me faz bem e é minha amiga.
- Eu não quero mais. - caminhou em direção a sala do apartamento, sendo seguida pelo jogador que estava muito confuso com seus sentimentos. - Você me faz mau e eu mereço muito mais do que pode me oferecer.
- É realmente isso que você quer?
- Sim. - disse abrindo a porta, olhando nos olhos do homem que amava.
Sn nunca se sentiu tão forte assim, já estava acostumada à aceitar o pouco que Gabriel lhe oferecia, por não querer que aquilo acabasse. Depois dos concelhos que recebeu das amigas, percebeu que era o certo, não deveria aceitar menos que um homem amoroso que a quisesse tanto na cama quanto fora dela.
- Tudo bem. - ele pegou a chave do carro e sua carteira. - É melhor eu ir, mesmo.
- Adeus, Gabriel. - falou, estava doendo e ia demorar para ela superar.
- Talvez a gente se encontrou na hora errada, queria ser o que você precisa, mas não consigo ainda. - murmurou passando pela porta e olhando uma última vez para a mulher.
- Que pena, só eu senti amor. - fechou a porta, sentando no chão e deixando as lágrimas escorrerem pelo seu rosto.
No corredor, o jogador se encostou na parede e respirou fundo. Era melhor assim, nunca seria capaz de fazer ela feliz e Sn merecia alguém melhor que ele.
- Merda. - praguejou. - Idiota! Idiota! Idiota!
E por mais que quisesse voltar e dizer que ela estava errada, Gabriel seguiu até o elevador e deixou tudo aquilo pra trás.
Por muitas semanas sentiu falta de Sn, mas perdia a coragem quando chegava ao prédio da brasileira, ficava sentado no carro pensando no que diria se subisse até o nono andar e batesse em sua porta. Mas nunca fez isso, não poderia e queria que ela seguisse em frente.
E foi isso que Sn fez depois de longos meses, com Firmino, um de seus amigos e companheiro de seleção que morava na Inglaterra. Ele te fazia sorrir, afinal era engraçado, romântico, gentil e não demorou muito tempo para pedir que fosse sua noiva. Gabriel percebeu que talvez fosse isso o que o destino queria.
Mesmo que você não amasse ninguém, como o amou, apenas esse sentimento não era o suficiente para duas pessoas ficarem juntas.
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