"Amanheceu o dia, anjos na rebeldia Cobrindo o céu e não deixando ninguém ver o azul Se eu ainda permaneço meu bem Se eu ainda te enlouqueço esquece tudo e vem."
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Era uma manhã de sol em Dourados, no Mato Grosso do Sul. Haviam pessoas da família de Ferreira - e alguns amigos - em todos os lugares da casa dos pais do jogador. Ele voltou para a cidade, onde nasceu, para comemorar o aniversário e o contrato com um clube Europeu. Era para Sn estar feliz. Droga! Ela queria se sentir feliz pelas conquistas do homem que amava. Mas não era assim que ela estava sentindo-se em meio a todos os seus parentes e também do namorado.
Sn estavam namorando com Aldemir, desde o segundo ano do ensino médio, mas se conheciam a vida toda, afinal, eram vizinhos. Ele sonhava em ser um jogador profissional e batalhou muito para conquistar seu espaço. Ela estava cursando Pedagogia durante a noite e trabalhava em um supermercado, para ajudar a pagar as contas, de manhã e á tarde. Não era uma vida fácil e a garota quase sempre passava por necessidade, mas o seu orgulho não deixava Ferreira ajudar com muita coisa.
Ela sempre sentiu que eram parte do mesmo mundo e Sn o amava mais que tudo na vida. Mas as coisas estavam um pouco diferentes agora. Ferreira estava sendo convidado para grandes festas, e sempre com pessoas importantes, tinha muitos amigos jogando fora do país e a sua carreira estava decolando, seria ainda maior quando o rapaz assinasse com um clube europeu, por alguns milhões.
Ela estava orgulhosa dele. Mas também com muito medo de como seria quando ele visse que poderia ter qualquer outra mulher. Uma modelo talvez. Afinal, não era isso que costumava acontecer nesse meio? Ok, tinham algumas exceções. A pergunta é: "Eles seriam uma exceção?"
Sn estava apavorada com tudo o que a distância faria com o namoro dos dois. Não seria apenas um estado diferente, agora era um outros país também.
- Ei, princesa. - o jogador apareceu na frente da garota, e sorriu. - Não quer entrar na piscina?
- Esqueci o meu biquíni em casa. - ela respondeu, dando de ombros.
- Não precisa inventar uma desculpa, Sn, era só dizer que não gosta de tomar banho. - brincou o mais velho, levando um tapa na coxa definida.
- Palhaço. - ela sorriu.
- Só estava tentando te fazer sorrir. - Aldemir deu um selinho na namorada. - Quer me contar o que está passando nessa sua cabecinha linda?
- Não acho que aqui seja o local mais adequado para isso.
- Ok, vamos para o meu quarto. - disse o homem, em seguida oferecendo a sua mão para ela, que suspirou aceitando e levantando do sofá na varanda.
