Mesmo não percebendo, esta seria a primeira vez que a separação entre eles começou a acontecer realmente.

- Podem servir. - Lucio falou.

Comidas apareceram, sendo trazidas por elfos domésticos. Quando tudo estava a mesa, eles começaram a comer silenciosamente, todos esperando alguém dizer a primeira palavra e começar o assunto. Aurora já estava ficando farta daquilo, e quando seu prato estava na metade, ela mesma resolveu acabar com aquele suspense ridículo:

- Acho que a conversa de hoje era como fingir que não temos nada a dizer, certo? - Levantou os olhos, sua voz tinha sido baixa mas confiante, e chamou a atenção dos outros para ela. - Vamos somente estar em silencio?

- Fico feliz que esteja interessada no assunto. - Dante diz. - Sabia que o poder iria a tentar.

- Não é bem assim que eu me posiciono, acho que a esse ponto todos nós sabemos disso.

- Nenhum de nós esta interessado em ser Comensal. - Pansy solta sem querer.

Pansy levantou os olhos ao perceber que tinha dito isso em voz alta, e por um momento ela quis se enfiar debaixo da mesa ou correr, por que sabia que seus pais nunca iriam aceitar tal posicionamento dela, não daquele jeito. Segundo eles, não era bom dar fortes opiniões assim, muito menos na frente de outras pessoas, este tipo de coisa seria somente para o pai da família.

Os olhos se estreitaram para ela, e por um momento Pansy pensou em se retratar, mas Aurora estava bem ali ao seu lado e segurou a mão da amiga por debaixo da mesa, sem os outros verem, e Pansy apertou sua mão, tomando coragem para levantar o rosto e se manter firme ali. Não podia se deixar levar.

- Ora querida, ninguém aqui vai os tornar nada. - Narcisa da um sorrisinho, mas ninguém se convenceu.

- Então o que? - Blasio pergunta.

- Estamos aqui para os mostrar a verdade. - Lucio se levanta, abriu os braços, incorporando a sala em sua fala. Ele estava sem a capa longa, e seus braços a mostra, a Marca Negra gravada em sua pele fez os outros mais jovens desconfortáveis. - Estamos aqui para os fazer entender sobre este mundo. Queremos que sejam grandes, poderosos, e queremos que entendam o tamanho do poder do Lorde.

- Você-Sabe-Quem esta morto. - Oliver interrompe, sua irmã estava ao seu lado e tinha usado a mão livre para agarrar sua mão por debaixo da mesa, e isso o deu a coragem que precisava para falar. - Pessoas mortas não me parecem tão poderosas assim, principalmente quando elas perdem para um bebê que não sabia nem ao menos falar um A, quem dirá um feitiço.

- Oliver! - Sra. Parkinson exclama, o repreendendo. - Por Merlin, respeito garoto!

- Não tenho nenhum respeito por ele. - O garoto nega. - Ele era um assassino em serie, se alguém discordasse dele, ele o matava. Eu tenho respeito por bruxos que fazem o povo acreditar neles, que ganham seu lugar na historia por persuasão, por confiança, e não por medo.

- Garoto... - Seu pai rosnou, e Oliver sabia que se não estivessem na Mansão Malfoy neste momento ele estaria levando a surra de sua vida.

- Tudo bem. - Lucio disse. - Eles não entendem ainda, mas vão entender. A magia os chama, e o poder os chama. O Lorde das Trevas é o caminho para atingir grandes feitos, e no momento em que eles entenderem isso, seremos todos iguais.

Mas então o mesmo pensamento passou na cabeça de todos os jovens, eles não precisavam de Lorde nenhum para fazerem algo grande.

Tinham feito coisas incríveis em seus poucos anos na escola, e tinham atingido grandes pessoas com isso. Tinham explorado a Câmara como nenhum outro explorou, e tinham descoberto coisas sobre Salazar que nenhum outro descobriu, tinham trazido de volta o legado de Salazar, um Basilisco dentro da escola, e agora do jeito melhor.

Nada disso foi feito com o Lorde sussurrando ordens para eles, nada disso foi feito pelo medo. Tinham conseguido juntos, somente eles cinco e nenhum tentando passar por cima do outro.

Aurora sentiu os dedos de Draco em sua mão livre, e ela enlaçou os seus nos dele. O olhou, e por um momento os olhos de tempestade se prenderam nos dela. Olharam para os amigos, e Oliver tinha agarrado a mão de Blasio também, estavam todos ali, em uma linha de mãos dadas, tentando dar apoio para o outro para que nenhum se sinta acuado na situação. Eles se olharam, percebendo todos juntos, e isso os animou.

Nenhum Comensal faria isso por eles, nenhum de suas famílias daria o apoio que eles precisavam, e com toda a certeza, nenhum Lorde daria o poder que eles poderiam conseguir juntos.

- Não. - Blasio diz, olhando os mais velhos. - Não vai rolar.

- Como é que é? - Seu pai sibilou.

- Dissemos que não. - Aurora garante, firme. - Não estamos interessados em nada disso.

- Vocês são a nova geração, e vem de famílias muito puras. - Dante começa, tentando convencer. - O poder esta ligado a vocês, e o poder vai os chamar.

- Somos poderosos. - Draco garante, se posicionando pela primeira vez na noite, a voz firme. - Não queremos marcas, e não queremos ser parte disso. Não concordamos com o que aconteceu naquele tempo, e nem em que posição os Comensais estavam. Não queremos e não iremos nos envolver nisto.

- Já chega! - Lucio levanta a voz, ofendido e estressado ao máximo. - Eu não sei o que esta acontecendo aqui, mas isso vai acabar agora mesmo! Não acho que estão entendendo a gravidade desta conversa. O Lorde das Trevas ainda esta por ai em algum lugar, e talvez seja amanha, ou talvez seja daqui a dez anos, mas ele irá retornar e vai cobrar das nossas famílias um posicionamento adequado. Vocês não serão uma vergonha para nossa linhagem, e não irão de jeito nenhum jogar nossos nomes na lama! Suas ações tendem a ser mal pensadas e ridículas, sabemos sobre isso no passado e não deixaremos isso acontecer de novo.

- Tentamos ter esta conversa com vocês de um jeito calmo, mas claramente não esta dando certo. - Dante se levanta, as mãos na mesa, o rosto duro. - Então sera de outro jeito. Eu acho melhor lembrar que vocês estão sobre nossas custodias como menores de idade, moram sobre nossos tetos e logo assim, irão obedecer as nossas ordens. Então se dissermos que vocês farão algo, então melhor acreditar, vocês farão algo! Não se iludam sobre uma posição que vocês não tem, nosso dever como pais é promover um primogênito, e é melhor manter em mente que podemos muito bem arranjar outros que sejam menos ingratos!

- Esta conversa esta encerrada. - O senhor Zabini levanta, serio. - Melhor todos vocês pensarem no que ouviram aqui, e pensarem melhor na próxima vez que quiserem brincar de nos enfrentar.

- Não costumamos espalhar chances ao vento. - Sr. Parkinson concordou.

Mas o que deveria os deixar com medo, na verdade levantou um fogo imenso sobre eles, um ira grandiosa e quase incontrolável. Tinham acabado de ser ameaçados de morte, indiretamente, aquilo nunca mais iria sair de suas mentes.

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Slytherin Heir - Draco MalfoyWhere stories live. Discover now