O clima do final de semana na Folha estava estável, e ao contrário do que tinha previsto os meteorologistas, não havia nenhuma nuvem no céu.
Kalmia havia passado quase toda a tarde e noite da sexta-feira preparando provas escolares para as cinco turmas que atende durante a semana, e agora finalmente podia abrir toda a casa e "tirar o mofo" das crianças.
Na varanda, Kakashi desencosta do pilar amadeirado e se deixa deitar no chão de temperatura amena, elevando um pouco a posição do seu braço para que Kakeru pudesse se deitar ali, preguiçoso, tomando sua mamadeira enquanto o pai lê:
- Então o garoto chegou à Vila Oculta da Pedra sem ser avistado, ao passo que o monstro declarava guerra às nações pela terceira vez... - Kakeru havia, há pouco, completado seus dois aninhos, e sua mãe não cansa de se admirar no tanto que ele definitivamente presta atenção no que o pai lê.
Talvez Kakeru não entenda muita coisa, ou não entenda absolutamente nada, mas a forma que ele deita entre o braço e peito de Kakashi, fixando os olhos esverdeados no livro, como se acompanhasse a leitura ao passo em que desfruta da sua mamadeira... Sempre fazia Kalmia sorrir.
Ela passa por eles - deslizando os olhos de relance pelos dois que estavam deitados na varanda, e fitando a pequena que brincava na terra -, com o telefone - que tem sido novidade em Konoha -, pendurado na orelha, falando sem parar com Ino a respeito da floricultura.
- Eu não sei nada sobre a primeira, mas quanto essa roxinha que você está falando, eu tenho certeza que é venenosa - fala. - Lá perto havia uma estufa apenas de flores com essas toxinas sabe, e eu tenho absoluta certeza de ter visto a que você descreveu...
Sem prestar muita atenção no que Kalmia tagarelava, Kakashi lia para Kakeru e de dez em dez segundos, inclinava um pouco o rosto livre de máscara e bandana para cuidar Kaizuka que já estava toda suja já que apenas engatinha na grama.
Ao passo que o marido se relaciona com os filhos - principalmente com Kakeru, ignorando a ligação necessitada entre ele e Kaizuka -, Kalmia o percebe menos abatido pela perda de Katrina, mas, ainda sim, silenciosamente angustiado.
Olhando em sua direção, o coração de Kalmia acelera ao pousar os olhos sobre Kaizuka.
Imediatamente após se despedir da esposa de Sai, Kalmia interrompe sua leitura chamando:
- Kakashi-kun! - exclama como extasiada, o instiga a imediatamente olhar para o jardim.
Kakashi se ergue um pouco sem tirar totalmente Kakeru do seu abraço para olhar a menina e isso faz o bebê reclamar, deixando-o terminar de se erguer enquanto Kaizuka, sem um indício sequer de que queria o fazê-lo durante a semana, se ergue, põe as mãozinhas no chão esverdeado e impulsiona o próprio corpo, levantando e caminhando como se estivesse mais do que acostumada a isso.
- Kami-sama - com cuidado, ele afasta rapidamente Kakeru, querendo correr para ampará-la, mais medroso do que Kalmia quanto a uma possível queda ou algo parecido.
Kaizuka arranca um girassol do jardim de sua mãe, tendo com isso muita sorte em ser apenas um bebê porque em outra ocasião, a bailarina ficaria furiosa. Mas como ela poderia?
A menina arranca o girassol e simplesmente caminha até sua mãe, impressiona a mesma quando Kaizuka literalmente passa por cima de Kakashi.
O objetivo claro nos olhinhos escuros: chegar até Kalmia com o presente em mãos.
Sem sequer olhá-lo nos olhos, Kaizuka é ampara pelo pai para subir os degraus da varanda, ele a agarra, e a puxa para cima, sendo completamente ignorado e escalado pela menina que só queria chegar até a mulher que se agachou em sua altura, abrindo os braços para recebê-la com amor.
YOU ARE READING
GRITE Shippuden - Hatake Kakashi
FanfictionParte II de "Grite - Hatake Kakashi". Kakashi encontrou na bailarina algo que ele nunca pensou ser possível sentir. Kalmia lhe deu mais do que uma família, muito mais do que sua própria versão do Jardim dos Amassos. Ela lhe deu um propósito, uma con...