15 × a florzinha do papai

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O clima do final de semana na Folha estava estável, e ao contrário do que tinha previsto os meteorologistas, não havia nenhuma nuvem no céu.

Kalmia havia passado quase toda a tarde e noite da sexta-feira preparando provas escolares para as cinco turmas que atende durante a semana, e agora finalmente podia abrir toda a casa e "tirar o mofo" das crianças.

Na varanda, Kakashi desencosta do pilar amadeirado e se deixa deitar no chão de temperatura amena, elevando um pouco a posição do seu braço para que Kakeru pudesse se deitar ali, preguiçoso, tomando sua mamadeira enquanto o pai lê:

- Então o garoto chegou à Vila Oculta da Pedra sem ser avistado, ao passo que o monstro declarava guerra às nações pela terceira vez... - Kakeru havia, há pouco, completado seus dois aninhos, e sua mãe não cansa de se admirar no tanto que ele definitivamente presta atenção no que o pai lê.

Talvez Kakeru não entenda muita coisa, ou não entenda absolutamente nada, mas a forma que ele deita entre o braço e peito de Kakashi, fixando os olhos esverdeados no livro, como se acompanhasse a leitura ao passo em que desfruta da sua mamadeira... Sempre fazia Kalmia sorrir.

Ela passa por eles - deslizando os olhos de relance pelos dois que estavam deitados na varanda, e fitando a pequena que brincava na terra -, com o telefone - que tem sido novidade em Konoha -, pendurado na orelha, falando sem parar com Ino a respeito da floricultura.

- Eu não sei nada sobre a primeira, mas quanto essa roxinha que você está falando, eu tenho certeza que é venenosa - fala. - Lá perto havia uma estufa apenas de flores com essas toxinas sabe, e eu tenho absoluta certeza de ter visto a que você descreveu...

Sem prestar muita atenção no que Kalmia tagarelava, Kakashi lia para Kakeru e de dez em dez segundos, inclinava um pouco o rosto livre de máscara e bandana para cuidar Kaizuka que já estava toda suja já que apenas engatinha na grama.

Ao passo que o marido se relaciona com os filhos - principalmente com Kakeru, ignorando a ligação necessitada entre ele e Kaizuka -, Kalmia o percebe menos abatido pela perda de Katrina, mas, ainda sim, silenciosamente angustiado.

Olhando em sua direção, o coração de Kalmia acelera ao pousar os olhos sobre Kaizuka.

Imediatamente após se despedir da esposa de Sai, Kalmia interrompe sua leitura chamando:

- Kakashi-kun! - exclama como extasiada, o instiga a imediatamente olhar para o jardim.

Kakashi se ergue um pouco sem tirar totalmente Kakeru do seu abraço para olhar a menina e isso faz o bebê reclamar, deixando-o terminar de se erguer enquanto Kaizuka, sem um indício sequer de que queria o fazê-lo durante a semana, se ergue, põe as mãozinhas no chão esverdeado e impulsiona o próprio corpo, levantando e caminhando como se estivesse mais do que acostumada a isso.

- Kami-sama - com cuidado, ele afasta rapidamente Kakeru, querendo correr para ampará-la, mais medroso do que Kalmia quanto a uma possível queda ou algo parecido.

Kaizuka arranca um girassol do jardim de sua mãe, tendo com isso muita sorte em ser apenas um bebê porque em outra ocasião, a bailarina ficaria furiosa. Mas como ela poderia?

A menina arranca o girassol e simplesmente caminha até sua mãe, impressiona a mesma quando Kaizuka literalmente passa por cima de Kakashi.

O objetivo claro nos olhinhos escuros: chegar até Kalmia com o presente em mãos.

Sem sequer olhá-lo nos olhos, Kaizuka é ampara pelo pai para subir os degraus da varanda, ele a agarra, e a puxa para cima, sendo completamente ignorado e escalado pela menina que só queria chegar até a mulher que se agachou em sua altura, abrindo os braços para recebê-la com amor.

GRITE Shippuden - Hatake KakashiWhere stories live. Discover now