Capítulo 11

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CAPÍTULO 11

Marina

Assim que comecei a descer as escadas notei que não estávamos mais sozinhos. A Karina estava aqui, eu reconheceria essa voz e essa malcriação a quilômetros de distância.

--- Então Jorge, meio que é um problema de família - olha o tamanho da petulância dessa menina, meu sangue subiu, respondi antes mesmo de terminar de descer a escada.

--- Deixa de ser grossa garota - ela me olhou e seu rosto corou, como se ela tivesse vergonha na cara - respeita a casa das pessoas.

Terminei de descer as escadas e um silêncio fúnebre habitava a sala, todos me encaravam esperando, sei lá, que eu voasse na cara dela. Parei ao lado do Jorge que me segurou pela cintura e deu um sorriso nervoso.

--- Será que a gente pode conversar? - ela perguntou com a voz em um tom tímido, nem parecia a mesma Karina de alguns minutos atrás.

--- Jorge, se importa se eu falar com ela lá na sua cozinha? - ele sorriu em resposta, depositei um selinho em seus lábios - vem karina.

Enquanto caminhávamos em silêncio para o cômodo ao lado eles dois riam comentando sobre o quanto mulheres são problemáticas e se jogavam no sofá. Sentei-me em uma das cadeiras e ela se sentou a minha frente, nos encaramos e por conhecê-la desde sempre, sei que ela estava procurando as palavras certas.

--- Desembucha Karina, você veio até aqui, então... - disse cruzando os braços.

--- Tentei te ligar, você não me atendeu então vim atrás de você - dei um risinho, ela fingia tão bem que estava tímida que quase era possível acreditar.

--- Acabei de ver as suas ligações, nem peguei no telefone hoje - disse dando de ombros - era só isso? Eu tô ótima, se melhorar estraga.

--- Aonde você aprendeu a ser assim Marina Luiza? Eu estava preocupada com você sua chata - agora sim era a Karina que eu conheço - fiquei péssima ontem por causa dessa merda de discussão, bebi todo o álcool que encontrei. Acordei me sentindo pior que ontem e vim tentar me desculpar, mas você é uma grossa.

--- Fala mais baixo Karina Fernanda! A gente não tá em casa, caralho - ela esbugalhou os olhos - você fala um caminhão de merda pra mim e espera o que? Que eu lamba seus pés? Você me magoou muito - ela ameaçou falar, mas ergui o dedo indicador pedindo para continuar - Me deixa concluir, entende que não é o que você disse e sim como você disse? Grita aos quatro ventos que quer me proteger de tudo, mas quem me protege de você?

--- Oh porra viu, me perdoa eu falei demais, me meti na sua vida - meus olhos marejaram, era tão raro ela abaixar a guarda desse jeito - eu não me arrependo das coisas que eu falei, eu me arrependo de ter te machucado. Não era o lugar e nem o momento pra isso.

--- Odeio brigar com você - disse já chorando, a olhei e ela também estava - Karina, eu sei me cuidar. Você não precisa ficar o tempo todo preocupada comigo, somos todos adultos.

--- Eu também odeio brigar com você - demos as mãos por cima da mesa - e você tem sempre tanto medo de se machucar que me deixa com medo também... Prometo que não me meto mais nos seus romances...

--- Tudo bem por aqui? - Henrique e Jorge entraram na cozinha, nós duas sorrimos com lágrimas escorridas no rosto.

--- Tá sim amor, agora ta tudo bem - Karina respondeu soltando minha mão - Vamos embora então? Deixa o casal se curtir aí.

--- Nada disso - Jorge disse com aquele sorriso lindo - almoça com a gente! Marina ta me mostrando os dotes culinários dela - revirei os olhos e eles riram.

Pergunta bobaWhere stories live. Discover now