Capítulo 14

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CAPÍTULO 14

Jorge

Atende essa merda de telefone Karina, atende! Eu sussurrava enquanto ligava pra Karina quase uma hora da manhã, não tinha a quem recorrer, era a única pessoa que conhecia a Marina bem o suficiente pra me socorrer.

Ligação on

--- Oi Jorge, aconteceu alguma coisa? - o tom dela era preocupado, mas também como não ser né?

--- Karina me ajuda, a Marcella postou uma foto da Mari, os fãs fizeram os trabalho de FBI e agora ela ta no banheiro chorando muito, ela quase caiu dura quando viu o celular dela cheio de mensagem, eu não sei o que fazer, desculpa ligar essa hora mas eu não tinha mais pra quem ligar. - Falei tudo de uma vez, só escutei ela respirar fundo antes de começar a falar calmamente.

--- Brigar comigo não vai te ajudar em nada, a merda tá feita agora é cuidar dos danos colaterais - respirei fundo e tentei dar ouvidos a ela - bate na porta, vê se ela deixar você entrar leva ela pro banho, água sempre acalma ela. Quando a crise passar ela vai conseguir pensar com coerência e ver que não precisa ficar doida.

--- Tá, banho, entendi - ficamos em silêncio um minuto, pensei no quanto eu odiava o ex marido dela por ter bagunçado a cabeça dela e me odiava por ter deixado ela se expor desse jeito.

--- Se coloca no lugar dela, nem todo mundo ta pronto pra isso, a vida dela já é bem complicada, a culpa não é sua - disse lendo meus pensamentos - vai ficar tudo bem, só ter paciência.

--- Obrigada karina, e desculpa te ligar tão tarde - disse notando que já passava bastante das duas da manhã - te ligo amanhã ta, obrigada mesmo.

--- Por nada Jorge - suspiramos juntos - ate amanha, qualquer coisa me liga.

Ligação off

Desliguei o telefone e fiquei sentado por mais alguns minutos tentando organizar os meus próprios pensamentos antes de tentar ajudar a Mari. Não era justo que ela tivesse que se sentir mal por isso, levantei decidido a mostrar pra ela que logo isso se acalmaria.

Dei três batidas leves na porta, mesmo sabendo que estava destrancada - e esperei, sem sucesso, que ela respondesse - então bati mais uma vez.

--- Mari, me deixa entrar ai, por favor? - pedi suplicante, ela só respondeu um uhun em meio aos soluços e eu entrei e a vi sentada no chão abraçando os próprios joelhos - vai ficar tudo bem, eu prometo - disse me sentando ao seu lado e a abraçando, ela chorava baixinho sentida - me perdoa, eu não queria que você tivesse que passar por isso.

--- A culpa não é sua, a culpa não é de ninguém - ela estava trêmula, ofegante, confesso que isso cortou meu coração - eu sou toda fodida Jorge, você que não precisa passar por isso, eu não sirvo pra estar com ninguém.

--- Ei, nunca mais fala isso - disse erguendo o rosto dela para olhá-la nos olhos - você é a pessoa mais extraordinária que eu já conheci - ela abaixou o rosto mais uma vez, eu a apertei ainda mais em meus braços, depositei um beijo no alto da sua cabeça e sei lá por que soltei a seguinte pérola - acho que to apaixonado por você, não sei explicar como, mas tô.

--- eu to dando uma de louca, sentada no chão do seu banheiro, toda destruída e você me diz isso? - ela me olhou com um risinho no canto da boca e a maquiagem arruinada pelo choro excessivo - que tipo de problema você tem? Acho que você é o maluco dessa história.

--- Eu digo que tô completamente apaixonado e você me chama de maluco? - disse sentindo o clima ruim se dissipar aos poucos, me levantei e a puxei comigo - minha menina maluquinha.

--- Claro que você é maluco, como que pode gostar de alguém como eu? - ela perguntou enquanto me olhava encher a hidro, me virei pra ela e sorri, ela tirou o vestido que estava ficando apenas de lingerie, que contrastava perfeitamente com a pele branca dela - até quando a gente vai resolver nossos problemas transando?

--- Você que tá sendo maliciosa, eu só ia te chamar pra tomar banho - ela sorriu, quase um sorriso verdadeiro, mas parecia que a tempestade estava passando - e sobre resolver os problemas fazendo amor, eu não conheço o melhor método.

--- Safado! - tirei minha camisa e bermuda e entramos na banheira.

Estabeleceu-se um silêncio confortável, era como se eu pudesse escutar cada engrenagem da cabeça dela tentando ajustar tudo, sentia a tensão do corpo dela se dissolver, bem que a Karina tinha razão, um banho realmente ajudou.

--- E agora Jorge? O que acontece? - disse em tom baixo e calmo - Suas fãs vão me perseguir?

--- Linda - Notei um sorriso se formar em seus lábios - tudo é passageiro, como eu sempre fui muito discreto eles vão se cansar de procurar. Sempre vai ter alguém falando, mas os nossos fãs fieis sabem que só o que importa é nosso trabalho e que pouco falamos sobre qualquer coisa que não seja isso.

--- Tá bom Jorge, esse é você - disse movendo o corpo, que estava encaixado entre minhas pernas, de modo a ficar de frente pra mim - mas e eu? Eu não tenho assessoria de imprensa, minha conta do insta só é privada por que a Karina fez assim e eu nunca tirei, o que eu faço com as perguntas?

--- Marina, eles só querem pauta de fofoca - disse a puxando pra mais perto, até que ela estivesse com as pernas entrelaçadas na minha cintura e nossos corpos estivessem colados - Daqui a pouco alguém separa, vai pra um reality, casa e eles esquecem a gente - acariciei seu rosto - se você quiser posso pedir pra Maria Cecilia te ajudar com isso, mas não precisa se preocupar, infelizmente isso é parte do que minha vida é, mas não precisa ser a sua, não desse jeito.

--- Promete? - pediu suplicante, por um momento ela pareceu tão indefesa que meu único desejo era proteger ela.

--- Prometo! - selei nossos lábios e ali, por um momento nada mais importava. Só nós dois.

Pergunta bobaOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz