Epílogo

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10 de Agosto 2020.

- Tem falado com o Jorge? - Karina me perguntou enquanto tomávamos café em uma Starbucks da Av. Paulista, ela enfiava a cara em um cookie e alisava a barriga de quase 8 meses - ainda não me conformo que vocês não namoram, é tão óbvio o tanto que se amam!

- Como se a gente não tivesse tentado, né? - respondi rindo, lembrando que se a vida dele fosse exposta, poderíamos competir com a Maiara e o Fernando, de tanto que terminamos - amor não adianta nada quando não consegue conviver, ele é o amor da minha vida, mas lá na casa dele - dei mais um gole no café dando de ombros.

- É, eu sei - suspeitamos juntas - Mas tudo conspira contra, eu hein, mas eu ainda acho que vocês vão se acertar.

- Talvez esse negócio de casal não seja pra gente - olhei as horas no meu relógio de pulso, tinha sido um presente dele - bora? Tenho que pegar a Carol no balé.

- Odeio você dirigindo pra mim, fica me controlando - disse terminando de engolir seu cookie gigantesco.

- Oxi, não era você que tava morrendo de saudade de mim? Que no Tocantins não tem ninguém como eu? - respondi enquanto caminhávamos em direção ao meu carro - jaja você volta pra floresta, não vou mais dirigir pra você.

- Idiota! - disse resmungando, ela tinha vindo só pra buscar algumas coisas do chá da Helena que ainda estavam no seu apartamento, iria embora hoje mesmo.

Fomos rindo por todo o trajeto e quando pegamos a Carol, a bagunça no carro foi generalizada. Falávamos alto, as três ao mesmo tempo, cantamos aos berros as músicas que tocavam no rádio. Sentia tanta falta disso, mas a vida dela agora era lá.

Entramos no estacionamento onde o Henrique já a esperava encostado no carro com um sorriso imenso. Encostei o carro na vaga e fomos ao seu encontro, nos despedimos deles rapidamente, prometendo visitá-los assim que a Helena chegasse.

- Aí mãe, morro de saudade da tia - Carol disse enquanto estávamos no elevador indo pra casa - Mas ela tá tão feliz, né?

- Tá sim filha, eu nunca vi sua tia tão feliz - sorri e a abracei de lado - O que quer jantar hoje?

- Pizza? - perguntou receosa - sabe neh mãe? Segunda-feira, a senhora fez a unha hoje, não vai querer estragar né?

- Vem de golpe, que eu vou de vítima - disse rindo - Tá bom, mas não acostuma hein - entramos rindo em casa, ela me contando sobre o dia dela.

Coloquei ela pro banho e fui ajeitar a mesa para comermos, pedi a pizza mas algo estava me deixando inquieta, ansiosa, será que me esqueci de algo?

Ela saiu do banho depois de uma eternidade e se jogou no sofá com o celular na mão, revirei os olhos, ela estava se tornando uma adolescente tão rápido, isso me dava dor na coluna e muitas preocupações, fui arrancada dos meus pensamentos pelo barulho irritante do interfone, Carol se arrastou até o aparelho e só a escutei dizer "uhun, pode mandar subir seu Val"

--- Ana Carolina, que nível de preguiça o ser humano tem que alcançar para mandar o entregador subir? - perguntei irritada e ela deu de ombros.

A campainha tocou e ela nem se moveu, qual o problema desses jovens hein? Peguei o cartão e fui em direção a porta. Quando abri fiquei congelada por uns segundos.

--- Jorge? O que você tá fazendo aqui? - disse meio gaguejando, meio tremendo.

--- Deu saudade, amor - ele disse rindo de lado e me entregando um buquê de flores - aí resolvi tentar a campainha.

--- Você é completamente maluco - disse o abraçando apertado, agora a inquietação que eu estava sentindo fazia sentido, era dia 10, nosso dia 10.

--- Sou sim, por você!

Era o início de mais uma calmaria, daquelas que vem antes das tempestades.

To be continued... or not..

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