18. Stay

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Naquela noite, no terraço da academia de polícia, Lily não quis discutir, afinal, era um dia difícil para James, decidiram dar um tempo, apenas para pensarem e acalmarem os ânimos, sem pressão ou sem ter que decidir rápido, apenas pensarem no que queriam e se os dois juntos era algo certo para ambos.

Um tempo, Lily não precisava de um tempo. Ela sabia exatamente o que queria e ela queria James, queria estar com ele, não apenas passar o dia todo com ele, mas abraça-lo, sentir seu carinho, seus lábios contra os dela. Por mais que soubesse o que queria, decidiu não falar ainda, James ainda precisava de um tempo, aquela semana não estava sendo nada fácil pra ele.

Quanto tempo dura um tempo? Um dia? Dois? Três? A princesa se perguntou aquilo, debruçada sobre seus livros.

Durante a semana, James tinha se mantido distante e afastado, era o espaço que ele precisava e Lily não desrespeitava. Mesmo morando no mesmo apartamento, indo para a universidade juntos, almoçando, jantando e dividindo o controle da TV, eles estavam distantes.

Não se sentavam mais um ao lado do outro no sofá, não colocavam as pernas sobre a do outro, não deitavam a cabeça no ombro nem no colo. Pareciam dois estranhos na mesma casa.

Lily se perguntou se James estava sentindo a mesma falta que ela sentia. Ela o olhava as vezes e disfarçava, para não ser pega o olhando.

Trocaram poucas palavras aquela semana, "bom dia", "dormiu bem?", "me passa o sal" e "boa noite".

Para os amigos não perceberem a distância entre eles, se mantiveram em casa e desmarcavam compromissos, evitando o máximo que podiam os amigos. Mas eles tinham reparado, Lene, Brandon e Sirius pegavam as coisas no ar e só de vê-los no corredor, como Lily andava aérea e distraída, ou como James sempre estava com sua expressão séria e nunca sorria.

O que preocupava Lily e Lorenzo - que estava muito irritado com eles, achava que eles se envolveriam casualmente, que não colocariam tantos sentimentos - era o evento beneficente que iriam naquela sexta feira. Teriam que fingir na frente de Petunia e seu noivo, da avó de Lily, das câmeras e dos demais convidados que estariam lá.

A semana passou de modo longo e cansativo, até a sexta feira chegar.

James se sentia incomodado com a distância que ele e Lily estavam tendo, no começo se perguntou se ela tinha repensado e decidido que realmente queria alguém melhor. Por mais que James desejasse que Lily tivesse alguém melhor, ele queria ser essa pessoa.

Não sabia se podia se tornar a pessoa que fosse merecer ela, se um dia mereceria seu amor, mas tentava ficar o máximo possível focado em outras coisas.

Se bem que não tinha muito o que focar, tudo na sua vida andava pacato. Figs não estava dando muitos detalhes do que andava trabalhando e quando James o visitou, viu que ele estava fazendo um mapa, o que significava que logo teria algo novo.

Cada dia que passava, o fim do perigo e da segurança reforçada de Lily ia chegando ao fim, por mais que ela não soubesse - até sabia, mas não conseguia imaginar que logo James também iria embora.

Ambos seguiriam suas vidas e tudo aquilo seria apenas lembranças, que um dia recordariam quando fossem mais velhos, como uma aventura. Era o que James pensava, que logo iria embora e Lily o esqueceria, voltaria para sua vida normal, mas ele se perguntava se seria capaz de esquece-la.

Certo dia, estava terminando de colocar a louça na máquina de lavar louça quando ouviu Lily descer as escadas pra pegar sua bolsa, ela falava no celular com a mãe e mencionou que o psicólogo dela tinha falado que ela estava voltando a ter sintomas de crises de ansiedade.

O guarda-costas • JilyWhere stories live. Discover now